Universidade Estadual de Goiás UnUCET - Anápolis Química Industrial Físico-Química Experimental II Determinação da Ordem da Reação entre os íons tiossulfato e íons hidrogênio Alunos: Bruno Ramos; Wendel Tiago Mendes. Professor: Ademir João Camargo Anápolis, 2005. 1. Introdução 1.1 Ordem de Reação Se a velocidade de reação macroscópica (observada, empírica ou fenomenológica) para qualquer reação pode ser expressa por uma equação de velocidade diferencial empírica (ou lei de velocidade) que contenha um fator da forma k.[A][B] expressando completamente a dependência da velocidade de reação das concentrações [A], [B]), onde são expoentes constantes (independentes da concentração e do tempo) e k é independente de [A] e [B], então diz que a reação é de ordem com relação a A; de ordem , com relação a B; e de ordem total n = . Os expoentes e podem ser positivos ou negativos; números inteiros ou racionais. O conceito de ordem de reação também é aplicável a processos químicos ocorrentes em sistemas nos quais acontecem mudanças de concentração (e, portanto, de velocidade de reação) e não são mensuráveis por si só. Os valores dos expoentes só podem ser determinados por experimentos, e podem ou não ser os valores dos coeficientes na equação química balanceada. Os valores dos expoentes geralmente são 0, 1, 2 ou 3. e até frações. Quando o valor dos expoentes é 1, diz-se que a reação é de primeira ordem; Se for 2, segunda ordem e assim por diante. Quando uma reação apresenta ordens parciais que não são números inteiros, pode-se determinar as velocidades iniciais de reação para diversas concentrações de qualquer componente, mantendo outras concentrações constantes. 2. Objetivo Determinar a ordem da reação entre os íons tiossulfato e os íons hidrogênio 3. Metodologia Utilizou-se, nesse experimento, os seguintes materiais: - Béquer de 50,0 mL; 2 - Provetas de 10,0 e 50,0 mL - Cronômetro; - Solução aquosa de tiossulfato de sódio 0,15M; - Solução aquosa de ácido clorídrico 3M; - Solução aquosa de ácido clorídrico 1,8M; - Solução aquosa de ácido clorídrico 0,6M. 3.1 Parte 1 Pegou-se 5 béqueres, que foram rotulados numa série de A a E. Adicionou-se os volumes de solução de tiossulfato de sódio 0,15M e água indicados na tabela 1. Em outra série de 5 béqueres, 5,0 mL de uma solução de ácido clorídrico 3M foram transferidos para cada um dos béqueres. Sob cada um deles, foi colocado um papel branco com um X marcado a caneta preta. Aos 5 béqueres com ácido, foram adicionados os primeiros béqueres, de forma que a cada béquer com ácido correspondia um dos béqueres rotulados de A a E. Em cada par de béqueres, o tempo era contado a partir do momento em que as soluções se misturavam até a turvação que impossibilitava a visão do X marcado a caneta. Os tempos foram anotados e agrupados na tabela 1. Béquer A B C D E Na2S2O3 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 H2O 5,0 10,0 15,0 20,0 HCl 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 [S2O3]2- (M) 0,125 0,100 0,075 0,050 0,025 t (s) 24 28 40 60 135 Tabela 1: Dados coletados da parte 1 do experimento. 3.2 Parte 2 Procedeu-se como na parte A, utilizando as quantidades de solução de tiossulfato e de ácido clorídrico indicadas na tabela 2: Béquer Na2S2O3 [HCl] (mL / M) [HCl] (M) [S2O3]2- (M) t (s) A1 B1 C1 (mL) 25,0 25,0 25,0 5,0 / 3,0 5,0 / 1,8 5,0 / 0,6 0,5 0,3 0,1 0,125 0,125 0,125 40 30 26 Tabela 2: Dados coletados da parte 2 do experimento. 4. Resultados e Discussão 3 4.1 Parte 1 4.1.1 Cálculo da concentração final de tiossulfato de sódio Através da fórmula C1V1 = C2V2. Assim: A: C1AV1A = C2AV2A => C2A = C1AV1A x V2A-1 C2A = (0,15 x 25) : (30) C2A = 0,125 M B: C1BV1B = C2BV2B => C2B = C1BV1B x V2B-1 C2B = (0,15 x 20) : (30) C2B = 0,100 M C: C1CV1C = C2CV2C => C2C = C1CV1C x V2C-1 C2C = (0,15 x 15) : (30) C2C = 0,075 M D: C1DV1D = C2DV2D => C2D = C1DV1D x V2D-1 C2D = (0,15 x 10) : (30) C2D = 0,050 M E: C1EV1E = C2EV2E => C2E = C1EV1E x V2E-1 C2E = (0,15 x 5) : (30) C2E = 0,025 M 4.1.2 Cálculo da concentração final de ácido clorídrico Nota-se pela tabela 1 que os volumes inicial e final são constantes para cada béquer. Sendo assim, tem-se que C1HCl = 3M C1HClV1HCl = C2HClV2HCl => C2HCl = C1HClV1HCl x V2HCl-1 C2HCl = (3 x 5) : (30) C2B = 0,5 M Como a concentração de HCl é grande em comparação à concentração de Na2S2O3, podese considerá-la constante. Então, a equação de velocidade inicial fica: V0 = κ [Na2S2O3]0a 4.1.3 Cálculo da ordem da reação 4 Variação de log (t -1) em função de log [S2O3] 2-1,7 -1,6 -1,5 -1,4 -1,3 -1,2 -1,1 -1 -0,9 -0,8 -1,2 y = 1,0881x - 0,3768 -1,4 log t-1 -1,6 -1,8 -2 -2,2 log [S2O3] 2- O gráfico acima mostra, dentro dos erros experimentais, a variação linear; tendo a reta uma inclinação de – como pode ser observado pelo gráfico – 1,0881. Esse valor corresponde à ordem parcial da reação em relação à espécie [S2O3]2-. Para se determinar a lei de velocidade, resta conhecer a ordem parcial da reação em relação à espécie H+. Variação de log (t-1) em função de log [H] + -1,1 -1 -0,9 -0,8 -0,7 -0,6 -0,5 -0,4 -1,41 log t-1 -1,46 -1,51 -1,56 y = -0,2458x - 1,6475 -1,61 log [H]+ Portanto, sendo a reação química representada pela equação S2O3(aq)2- + H(aq)+ -> S(s) + SO2(g) + H2O(l) Então, a lei da velocidade para a reação é dada por: v = k. [S2O32-]1,0881[H+]-0,2458 5 5. Conclusão A partir dos dados obtidos em laboratório, pôde-se determinar as ordens parciais de reação para a reação entre os íons tiossulfato e íons hidrogênio. 6. Bibliografia SILVA, V. J. Apostila de Físico-Química Experimental II. Disponível online em: http://paginas.terra.com.br/educacao/ademir/. Universidade Estadual de Goiás: Anápolis, Brasil. 2004. CLARK, J. Orders of Reaction and Rate Equations. Chemguide, © 2002. Disponível online em: http://www.chemguide.co.uk/physical/basicrates/orders.html#top. Acessado em 03.09.05 6