OUTPLACEMENT EM 2012 ( * ) Cirlene Barreto Prática administrativa de Recursos Humanos que chegou ao Brasil no início dos anos 80, o Outplacement veio como resposta profissional para que as empresas pudessem enfrentar a crise da época, quando muitos executivos e profissionais perderam seus empregos e o mercado de trabalho se tornou muito difícil para os demitidos. Importado dos Estados Unidos, o Outplacement vinha como uma ação empresarial humana e inteligente e passou a ser praticado principalmente pelas empresas norte americanas atuantes no Brasil e, depois, também adotado pelas empresas brasileiras de maior porte. O objetivo era o de ajudar e apoiar os executivos e profissionais que precisavam buscar novos empregos, sem estarem preparados para tal competição, que se fazia muito intensa naqueles momentos. Havia poucos empregos, as empresas reduziam suas organizações, procuravam baixar os seus custos, reduziam seus quadros. Pela primeira vez, grandes empresas demitiam dezenas de profissionais e se inaugurava uma nova condição no mercado de trabalho. Executivos e profissionais não estavam preparados para procurar emprego, uma vez que ser demitido também era uma novidade nas carreiras da época.Os desempregados precisavam muito de quem os ajudasse na organização de sua busca e não estavam preparados para elaborar um currículo adequado ou para enfrentar entrevistas de seleção. A Área de Recursos Humanos das empresas também não estava preparada para oferecer esse tipo de apoio aos seus demitidos, surgindo então consultorias especializadas na assessoria às empresas demissoras, prestando serviços externos de apoio aos demitidos. Organizações hoje muito conhecidas pelo trabalho realizado, como Minarelli, Laerte Cordeiro, Gutemberg, Mariaca, Catho, Manager e tantas outras, seguidas, depois, pelas multinacionais como DBM, Right e outras. Não se conhece de muitas pesquisas realizadas no assunto Outplacement no Brasil, salvo por alguns esforços de consultorias e universidades, que pretenderam levantar informações sobre como aqui se desenvolveu o Outplacement nestes últimos anos. Com base em trabalho realizado pela consultoria Laerte Cordeiro, atualizado em levantamento recentemente realizado para um dos cursos de MBA de importante Universidade paulista, em São Paulo, foram levantados alguns pontos básicos sobre o tema Outplacement – 2012 que podem servir como orientação para as empresas e suas áreas de Recursos Humanos no Brasil de nossos tempos. A seguir, as principais conclusões desse estudo mais recente: 1. O Outplacement faz parte do conjunto de práticas que tratam da vida e carreira dos executivos profissionais nas empresas brasileiras. 2. O Outplacement é mais praticado nas empresas maiores e principalmente nas multinacionais, sem contudo deixar de ser adotado por empresas brasileiras, pequenas e médias. 3. O Outplacement é mais aplicado nas demissões de ocupantes de cargos de hierarquia média e superior, particularmente Gerentes e Diretores. 4. O Outplacement teve sua época de modismo, praticado de maneira equivocada, sem maior fundamento na importância econômica, social e humana do procedimento. 5. O Outplacement é percebido hoje como uma prática inteligente e humana a ser administrada pela Área de Recursos Humanos das empresas. 6. O Outplacement é visto hoje como o ato final da manifestação de respeito da empresa pelo profissional que foi seu colaborador. Tal benefício é como se fosse uma referência que ela dá ao demitido e a ela mesma. 7. O Outplacement oferece ao profissional um suporte importante numa hora difícil e lhe permite repensar sua vida e carreira, percebendo problemas de sua empregabilidade e recebendo ajuda para superá-los. 8. O Outplacement atende ao interesse de todo profissional, por novas alternativas e o ajuda a busca-las de forma efetiva e organizada. 9. O Outplacement é melhor realizado com o apoio de empresas de consultoria especializada no assunto. 10. O Outplacement faz parte, hoje, do diferencial competitivo das empresas, que se caracteriza pela qualidade e humanidade na gestão de pessoas. Aquelas organizações que se preocupam com seus profissionais também no momento de sua saída certamente merecerão a confiança dos que nela ainda trabalham. Pode-se afirmar que o Outplacement que chegou ao Brasil há 30 anos, veio e ficou. Faz hoje parte do ideário e da prática administrativa de boas empresas pequenas, médias e grandes, brasileiras e multinacionais, de todos os setores de atividade e cresce sua participação na vida dinâmica das empresas, à medida em que, mais e mais, a administração de empresas se aperfeiçoa e humaniza. ( * ) CIRLENE BARRETO é Especialista em Recursos Humanos. Consultora e Diretora de Projetos Individuais da Laerte Cordeiro Consultores em RH é Conselheira da ABRH-SP e membro do Grupo de Excelência em Administração de Pessoas do CRA-SP. Novembro, 2012