Clipping CARF Matérias dos jornais com denúncias no CARF Folha de S.Paulo Coluna - Mercado Aberto Folha de S. Paulo - 15/09/2015 MARIA CRISTINA FRIAS Receita acelera aplicação de multa, dizem advogados O fisco passou a analisar movimentações financeiras mais recentes das empresas e, assim, aumentou o faturamento com multas, afirmam advogados especializados em direito tributário. Por praxe, as autuações aconteciam pouco antes da expiração dos fatos que geraram os questionamentos dos fiscais, que é de cinco anos. Em 2015, a Receita começou a analisar operações de um passado mais recente. "Antes, o fisco aguardava o quinto ano. Hoje não se verifica isso. Tem operações até do começo de 2014 que já são objeto de questionamento", diz Carlos Orsolon, do escritório Demarest Advogados. As mudanças ocorrem, na visão dos tributaristas, "em consequência da crise, já que o governo precisa da receita", afirma Marco Antônio Behrndt, do Machado Meyer. Outra novidade é que os fiscais deixaram de levar em conta decisões do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) na hora de autuar uma empresa, segundo os advogados. "A jurisprudência do Carf está em questionamento e hoje, por via das dúvidas, os fiscais autuam", afirma Orsolon Há ainda uma terceira explicação: o fisco mudou a maneira de enxergar certas operações. "Tivemos casos que envolvem reinterpretação pela Receita de pontos que não eram autuados", diz Aldo de Paula, do Azevedo Sette. Em nota, a Receita nega, afirmando que não há "qualquer reinterpretação". SEM MARCA DEFINIDA A participação dos genéricos no mercado de medicamentos aumentou neste ano e chegou a 28,3% do total de unidades vendidas, segundo a PróGenéricos, a associação do setor. A meta da entidade é crescer mais e chegar ao fim de 2015 com 35%, afirma a presidente Telma Salles. A queda de renda real da população ajuda os genéricos, já que os clientes optam por uma versão mais barata no balcão da farmácia. "Medicamento não se compra porque se gosta, mas porque é necessário. Então o usuário procura uma alternativa genérica." Em vendas, foi um crescimento de 12%, o que ficou aquém das expectativas da entidade, que era de 15%. E os resultados das empresas foram afetados neste ano, ela diz. Isso porque o preço dos medicamentos é controlado e não pode ser reajustado, mas parte dos insumos é importada e sobe com o dólar. Esse fator, aliado a uma imprevisibilidade do cenário econômico, limita novos investimentos ou ampliações de produção. SEM ASSINATURA NA CARTEIRA A expectativa de emprego para o último trimestre do ano caiu 19 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2014. Pesquisa do grupo de recrutamento Manpower mostra que o índice (parcela das empresas que pretendem aumentar as contratações menos as que devem diminuir) é de -10%, considerado os ajustes sazonais. Dos empregadores consultados no país, 23% afirmaram que irão diminuir seus quadros de funcionários e 9% que irão ampliar. O restante (65%) disse que não planeja fazer alterações entre outubro e dezembro. "É um dado positivo para o mercado. Indica que a maioria ainda está aguardando uma retomada da economia", diz Marcia Almstrom, da companhia de recrutamento. O país, porém, ficou na última posição entre os 42 analisados. Também registraram resultado negativo Itália (-4%), Grécia (-2%), França (-2%) e Finlândia (-1%). Índia, Taiwan, Japão e Estados Unidos são os mais otimistas, com 41%, 36%, 23% e 18%, respectivamente. Ao todo, 59 mil pessoas foram entrevistadas. -29% é a expectativa líquida de emprego no setor da construção civil brasileira -18% foi o registrado na indústria -7% foi o índice do comércio TRANSFERÊNCIA AEROESPACIAL Um edital para apoiar projetos de tecnologia aeroespacial será lançado nesta terça-feira (15) pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, em parceria com a Finep e a AEB (Agência Espacial Brasileira). Serão destinados R$ 53 milhões para incentivar projetos de empresas brasileiras. A seleção é um desdobramento do contrato firmado em 2013 para construção de um satélite de defesa e comunicações, que está em produção na França pela companhia Thales Alenia Space. O negócio previa a transferência de tecnologia para o Brasil para diversos tipos de satélites –os grupos beneficiados serão escolhidos pelo edital que sai nesta terça. Debate... Uma frente em defesa do setor químico será lançada na sexta-feira (18) na Assembleia Legislativa de SP. ...químico Entre os objetivos, estão o debate sobre a competitividade da cadeia e ações estratégicas para o setor. Vento A ABB, de tecnologias de energia, ampliou a capacidade de produção no país para atender o setor eólico. Correio Braziliense Relator das contas de Dilma pede proteção Correio Braziliense - 15/09/2015 Ministro Augusto Nardes, do TCU, diz que recebe ameaças e recorre à Polícia Federal. Relatório sobre pedaladas fiscais pode ser base para pedido de impeachment CELIA PERRONE Na reta final para concluir o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) com o veredito sobre as contas de 2014 do governo Dilma Rousseff, o relator do processo, ministro José Augusto Nardes, revelou que vai pedir proteção à Polícia Federal por estar se sentindo ameaçado. "Estou recebendo pressões de todos os lados. Isso faz parte do jogo político, mas quero ressaltar que o nosso trabalho é técnico, de uma equipe técnica concursada. Não é o trabalho do ministro Nardes", afirmou. Boa parte das ameaças, segundo Nardes, chega por e-mail. Ele assegura, no entanto, que a maioria das mensagens é de apoio do trabalho que vem sendo realizado. O ministro disse que o movimento para intimidá-lo se estende também à equipe do TCU que analisa a defesa apresentada pelo governo para justificar as pedaladas fiscais - as manobras contábeis adotadas no ano passado para maquiar as contas públicas. "Já chegaram relatos de que uma parte da equipe está sendo pressionada também. Cada um está tendo a vida completamente investigada, devassada", disse. O ministro declarou que o prazo máximo para a entrega da avaliação do TCU sobre as contas de Dilma é a primeira quinzena de outubro. Caso o tribunal rejeite as contas, o relatório pode se transformar na peça central para que a oposição dê início a um processo de impeachment da presidente no Congresso Nacional. Propinas Nardes já pediu escolta de seguranças do TCU e garante estar tranquilo em relação às apurações do Ministério Público da União (MPU) sobre seu suposto envolvimento na Operação Zelotes - as investigações de um esquema de venda de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) que pode ter provocado prejuízos de cerca de R$ 19 bilhões aos cofres da Receita Federal. O caso envolve grandes empresas, escritórios de advocacia e funcionários públicos. As buscas do MPU verificaram que uma empresa da qual Nardes seria sócio teria recebido dinheiro de um dos envolvidos no pagamento de propina a conselheiros do Carf. "É uma empresa que está parada, da qual me desvinculei em 2005, desde que assumi o cargo aqui no TCU. Não há nada que possa se encontrar lá, mas essa pode ser mais uma tentativa de me pressionar", avaliou. Dos 31 itens analisados no relatório sobre as contas de Dilma, os 15 mais significativos foram examinados, dos quais 13 foram apontados para o governo responder. Agora, faltam apenas quatro pontos a serem avaliados pelos técnicos do TCU. "Do que mais se fala é das pedaladas e do contingenciamento, mas tem também outras distorções importantes, como a do patrimônio líquido de R$ 281 bilhões, a parte da Previdência Social que não foi contabilizada no ano passado. Mas este ano colocaram R$ 1,2 trilhão", destacou. Defesa Segundo Nardes, o governo federal deixou de registrar um passivo de R$ 2,3 trilhões relativo a deficits atuariais da Previdência, a demandas judiciais contra a União e à depreciação de seus bens imóveis. Depois que a equipe composta por 16 auditores entregar o relatório final, o ministro Augusto Nardes vai formatar o voto, que será repassado aos demais ministros do TCU. Eles terão prazo de cinco dias para tomar uma decisão. "Agora, não cabem mais recursos. Todos os prazos foram preenchidos, cumprimos tudo o que o regimento interno determinava para que o Executivo pudesse se defender. Posso afirmar com segurança que o governo não pode se queixar de que o TCU não deu a ele total e amplo direito de defesa", garantiu Nardes. Ele acrescentou que o trabalho todo somou mais de mil páginas com 900 anexos. "A gente vai se debruçar, se dedicar, e tomar todo o cuidado para não se equivocar. Pedi à equipe técnica que fizesse o relatório com total isenção", assegurou o ministro. Brasil de Fato Primeira denúncia da Zelotes deve revelar detalhes sobre ramificação da fraude no RS 15/09/2015 Ministério Público Federal deve apresentar, ainda neste mês de setembro, a primeira etapa da denúncia, que deve trazer a responsabilização de seis grandes empresas no esquema de fraudes tributárias Por Marco Weissheimer do Sul O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou nesta segunda-feira (14), durante audiência pública na Assembleia Legislativa gaúcha, que as investigações da Operação Zelotes trazem um conjunto consistente de indícios sobre a ramificação, no Rio Grande do Sul, do esquema de sonegação e fraudes tributárias praticadas junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscal (Carf). Relator da subcomissão que acompanha o andamento da Operação Zelotes, na Câmara Federal, Pimenta fez um resumo das investigações realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, na audiência pública convocada pela Frente Parlamentar de Defesa dos Serviços Públicos. Segundo o parlamentar, o MP Federal deve apresentar, ainda neste mês de setembro, a primeira etapa da denúncia, que deve trazer a responsabilização de seis grandes empresas, sendo uma delas do Rio Grande do Sul. "Dos 74 casos sob investigação, há um primeiro grupo que envolve seis empresas e valores da ordem de 5,7 bilhões de reais, cuja denúncia deve sair ainda em setembro. Essa denúncia proporá a responsabilização criminal de pessoas físicas e a responsabilização civil dessas seis empresas", disse Pimenta. A Operação Zelotes foi desencadeada no dia 28 de março deste ano por diversos órgãos federais para desbaratar um esquema de fraudes tributárias envolvendo grandes empresas brasileiras e multinacionais. As investigações foram conduzidas por uma força-tarefa formada pela Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Corregedoria do Ministério da Fazenda. O Grupo RBS, a Gerdau, os bancos Bradesco, Santander, Safra, Pontual e Bank Boston, as montadoras Ford e Mitsubishi e um grupo de outras grandes empresas estão sendo investigadas pela suspeita de pagamento de propina a integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para anular multas tributárias milionárias. O plenarinho da Assembleia ficou lotado para a audiência pública da Frente Parlamentar de Defesa dos Serviços Públicos. (Foto: Guilherme Santos) Entre os crimes investigados na Zelotes estão advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério da Fazenda, o esquema envolveria a contratação de empresas de consultoria que, mediante trânsito facilitado junto ao Conselho, conseguiam controlar o resultado do julgamento de forma a favorecer o contribuinte autuado. Constatou-se que muitas dessas consultorias tinham como sócios conselheiros ou ex-conselheiros do Carf. Segundo as investigações feitas até aqui, pelo menos 74 processos tributários podem ter sido fraudados, provocando um prejuízo de aproximadamente R$ 21,6 bilhões aos cofres públicos. Os casos que estão sob investigação teriam ocorrido entre os anos de 2005 e 2015. Os desdobramentos da Zelotes no RS O plenarinho da Assembleia ficou lotado para a audiência pública presidida pela deputada Stela Farias (PT), presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Serviços Públicos. Além do deputado Paulo Pimenta, falaram sobre a Operação Zelotes representantes do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público, da Ajuris, OAB, Defensoria Pública, Sindifisco, CUT, CTB e do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais (Tarf), órgão estadual gaúcho correlato do Carf. "Estamos promovendo essa audiência não para fazer proselitismo, mas sim para inicia um trabalho sério aqui no Estado", disse a parlamentar ao abrir o encontro. A Frente Parlamentar pretende acompanhar os desdobramentos da Operação Zelotes no Rio Grande do Sul. Paulo Pimenta destacou que há vários tipos de irregularidades sendo investigadas: vendas de sentenças com pagamento de propina, negociação para indicação de conselheiros, trocas de conselheiros de turmas e pedidos de vistas para retardar o julgamento de processos. Segundo o parlamentar, as investigações mostraram a existência de duas máfias agindo conjuntamente com a participação de conselheiros, escritórios de advocacia e contabilidade e empresas de consultoria de fachada. "A maioria dessa grande mídia está silenciosa. É compreensível. Uma das seis grandes famílias que dominam a mídia no Brasil, que é aqui do Rio Grande do Sul, está sob investigação", disse juiz Mauro Caum. (Foto: Guilherme Santos) Pimenta afirmou ainda que as investigações da Operação Zelotes foram profundamente prejudicadas pela ação do Judiciário, mais especificamente, da 10ª Vara da Fazenda de Brasília, que chegou a ser batizada de "cemitério". "Feita a investigação preliminar, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal pediram a prisão de 26 pessoas, entre eles, 9 conselheiros do Carf, mas a Justiça negou. Também foram negados pedidos de autorização para interceptações telefônicas e telemáticas, e para a quebra do sigilo do inquérito. Foi tudo ao contrário do que aconteceu na Operação Lava-Jato", assinalou. O parlamentar destacou a decisão da Corregedora Nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, que determinou a notificação do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, responsável pela 10ª Vara Federal do DF, a partir de uma representação feita por ele para averiguação dos critérios que embasaram essas decisões. Em maio, a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª região já havia acatado representação do Ministério Público Federal contra o mesmo magistrado. Após a juíza Mariana Boré assumir o processo, comentou ainda Pimenta, uma nova etapa da Operação Zelotes começou, com foco de atuação em quatro cidades: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Santo Ângelo. A operação de busca realizada na cidade gaúcha envolveu uma empresa de consultoria, na qual o ministro Augusto Nardes, do TCU, tinha uma sociedade com o sobrinho Carlos Juliano Ribeiro Nardes. Essa empresa estaria envolvida em negociações no âmbito do Carf que estão sob investigação. Com o surgimento de nomes com foro privilegiado, parte do processo foi remetida para o Supremo Tribunal Federal (STF) que decidirá sobre o futuro dessas investigações. A Frente Parlamentar em Defesa dos Serviços Públicos pretende acompanhar os desdobramentos da Operação Zelotes no Rio Grande do Sul. (Foto: Guilherme Santos/Sul21) As investigações da Operação Zelotes, acrescentou o relator da Subcomissão da Câmara Federal, revelaram que os dois grupos tinham um esquema muito sofisticado de funcionamento. Foram criadas empresas de consultoria laranjas que funcionavam como captadoras de negócios, visitando empresas com problemas fiscais e oferecendo a solução desses problemas junto ao Carf. "Essas grandes empresas que estão sendo investigadas pagavam pelos serviços dessas consultorias em sua contabilidade oficial. Está tudo documentado. A tese que chegou a ser levantada por uma dessas empresas, de que ela teria sido vítima de escritórios de advocacia, já foi desconstituída, uma vez que os pagamentos foram feitos diretamente a essas empresas de consultoria que estão sob investigação". O silêncio midiático em torno da Zelotes O fato de, entre os envolvidos, aparecerem empresas de comunicação e grandes anunciantes da imprensa brasileira, está contribuindo, na avaliação de Pimenta, para o silêncio midiático que cerca o caso, especialmente quando se compara com a cobertura que é realizada sobre as investigações da Operação Lava Jato. "Não é difícil entender esse silêncio. Entre os envolvidos estão alguns dos maiores anunciantes do país. Estamos diante de um escândalo de proporções absurdas. Aqui ninguém rouba migalhas, são casos de 100, 200, 500 milhões. É a corrupção da elite". O juiz Mauro Caum Gonçalves, da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), afirmou que a Zelotes é muito simbólica por revelar "a relação promíscua do empresariado com alguns setores da administração pública". O magistrado também comentou a postura da maior parte da mídia neste caso. "A maioria dessa grande mídia está silenciosa. É compreensível. Uma das seis grandes famílias que dominam a mídia no Brasil, que é aqui do Rio Grande do Sul, está sob investigação. Os senhores deputados, que têm imunidade parlamentar, tem que aproveitar essa condição para denunciar esses crimes. E a sonegação é uma forma de corrupção, sim", afirmou. Diógenes de Oliveira lembrou o depoimento que prestou, em 2001, na CPI da Segurança Pública, durante o governo Olívio Dutra. "As provas contra a RBS estão aqui na Assembleia, no Ministério Público Federal e na Junta Comercial. Falem com o procurador Celso Três que ele conhece o assunto. No dia 5 de novembro de 2001, nesta mesma sala, denunciei a RBS pelas práticas de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Naquela época, o grupo devia cerca de 212 milhões de reais. Entrei com uma representação junto ao Ministério Público Federal que também se amorcegou", lamentou Diógenes, que foi bastante aplaudido após sua fala. Em Tempo On line - AM Trinta contribuintes do AM serão notificados pela Receita 15/09/2015 Cerca de 30 contribuintes do Amazonas, entre pessoas físicas e empresas, que devem, aproximadamente, R$ 300 milhões aos cofres públicos, serão notificadas pela Receita Federal. Segundo o delegado do órgão em Manaus, Leonardo Frota, as cobranças devem começar a serem entregues no começo da próxima semana. A medida administrativa que está sendo tomada em todo território brasileiro tem como objetivo arrecadar em torno de R$ 20 bilhões. O valor será encaminhado para o caixa central como forma de diminuir o déficit fiscal do ano. A maioria dos devedores são empresas instaladas no Estado. Caso elas não paguem suas dividas, terão os incentivos fiscais recebidos pela Zona Franca de Manaus (ZFM) suspensos por tempo indeterminado, conforme a legislação exige. Caso o indiciado não regularize as suas pendências, medidas previstas como a inclusão no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal (Cadin), a exclusão de parcelamentos especiais, arrolamentos de bens e direitos, exclusão de benefícios ou incentivos fiscais, representação fiscal para fins penais, comunicação a agências reguladoras para a revogação de permissões e concessões públicas, entre outras, serão tomadas. A Receita Federal tomará outras atitudes caso o débito com a união prossiga por muito tempo. Entre eles está a proibição dos bancos públicos liberarem recursos para os inadimplentes em forma de créditos públicos, conforme a Lei 10.522/02. Ela determina que ocorra uma consulta prévia ao Cadin, antes de qualquer liberação de recursos públicos. Em todo o Brasil, foram intimadas 434 pessoas e empresas que responderão por falha administrativa. O acompanhamento dos devedores é uma nova postura tomada pela Receita Federal com o objetivo de elevar a arrecadação em época de crise econômica. Muitos dos autuados recorreram ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e esperam a resposta da justiça federal Diário do Amazonas - AM Receita cobra R$ 300 milhões de 30 devedores do Amazonas 15/09/2015 Empresas e pessoas físicas serão notificadas,a partir da próxima semana A Delegacia da Receita Federal em Manaus vai notificar, aproximadamente, 30 contribuintes no Amazonas entre empresas e pessoas físicas, que devem em torno de R$ 300 milhões. A cobrança será encaminhada a partir da próxima semana, informou o delegado da Receita, Leonardo Frota, após a consolidação deste grupo de devedores. A medida de caráter administrativo integra o esforço do governo federal para obter um montante de R$ 20 bilhões em todo o País, como forma de aumentar o caixa em ano de déficit fiscal . De acordo com o delegado, a Receita abriu dez frentes de trabalho para acompanhar os contribuintes considerados grandes devedores, que têm dívidas consolidadas acima de R$ 10 milhões. Segundo Frota, a cobrança ainda tramita na esfera da Receita, ou seja, em caráter administrativo, pois não foi enviada para a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. O grupo de cinco auditores federais que opera nesses frentes, segundo Frota, identificou a falta de pagamento dos tributos devidos. "Estamos fazendo um trabalho mais incisivo, em um esforço de arrecadação e o pleno acompanhamento desses contribuintes",disse o delegado. A maioria dos devedores é formada por empresas e, aquelas que recebem incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM), poderão ter os benefícios suspensos, conforme exige a legislação, alerta o delegado, ao admitir que, entre os grandes devedores também há pessoas físicas . O acompanhamento dos grandes devedores é uma das metas traçadas pela Receita Federal do Brasil para elevar a arrecadação. No País, foram identificados 411 empresas e 23 pessoas físicas que estão sendo intimados de forma administrativa e a maioria já recorreu ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A medida está incluída na nova modalidade de recuperação de débitos, que criou polêmica entre advogados da área. Eles acusam o governo de atropelar o trâmite administrativo e legal de defesa dos contribuintes para aumentar a arrecadação. No começo de setembro, a Receita publicou a Portaria 1.265, que aprovou os novos procedimentos para cobrança especial administrativa,com 25 medidas. Zero Hora - RS Audiência debate Zelotes na Assembleia Legislativa 15/09/2015 Durou cerca de três horas a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa para discutir a Operação Zelotes. Convidados, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, responsáveis pela investigação, não mandaram representantes. Três deputados federais do PT participaram da audiência Paulo Pimenta, Fernando Marroni e Dionilso Marcon. Relator da subcomissão da Câmara que acompanha a Operação Zelotes, Pimenta não trouxe informações novas. Alegando que a investigação corre em segredo de Justiça, deixou sem resposta as perguntas sobre o conteúdo do inquérito. O plenarinho, com capacidade para 110 pessoas sentadas, ficou lotado por sindicalistas, estudantes e militantes partidários, que acompanharam uma sequência de discursos contra a sonegação. A reunião foi conduzida por Stela Farias (PT), presidente da Frente em Defesa do Serviço Público. O auditor fiscal aposentado Renato José Calsing esclareceu que a Zelotes não trata de sonegação de ICMS. É o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) que julga ações de contribuintes de tributos federais que questionam a aplicação de autos de infração. No Estado, a instância administrativa que julga os recursos de contribuintes autuados por débitos de ICMS é o Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais (Tarf), do qual Calsing é presidente. O deputado Adão Villaverde (PT) pediu apuração da atuação do Tarf, que é integrado por quatro auditores fiscais e representante da Farsul, Federasul, Fiergs e Ocergs. Correio do Povo - RS Procuradoria fecha cerco a sonegadores 15/09/2015 Subcomissão de Fiscalização da Câmara aguarda para esta semana denúncia contra empresas envolvidas em esquema de corrupção O destino de bilhões de reais devidos por empresas -que pagariam propina a conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Cari) para se livrarem de dívidas com impostos - deverá ser conhecido ainda nesta semana como um dos resultados da Operações Zelotes. A informação foi divulgada ontem, em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, com a presença do relator da Subcomissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados, que acompanha as investigações da Operação Zelotes, Paulo Pimenta (PT). Durante o evento, a deputada estadual Stela Farias (PT) afirmou que poderá ser pedido ofim da concessão "se ficar provado que alguma empresa concessionária do serviço público estiver envolvida". Paulo Pimenta confirmou a informação antecipada à Rádio Guaíba pelo procurador da República Frederico Paiva, integrante do Ministério Público Federal, que está à frente das investigações, de que seis empresas serão denunciadas ainda em setembro. A Zelotes, desencadeada pela Polícia Federal, investiga sonegação de R$ 19,6 bilhões, com indícios de irregularidades em 74 julgamentos realizados pela Carf, entre 2005 e 2015. Contudo, o montante em discussão no Carf é de R$ 565 bilhões, o que representa 11% do Produto Interno Bruto do país. As irregularidades encontradas são de venda de sentença, negociação para indicar conselheiros, redução do valor da multa, pedido de vista ao processo, entre outros. "O suborno a integrantes do Carf para um simples pedido de vista ao processo, que protela o julgamento, poderia ser negociado em valores de R$ 20 mil aR$ 100 mil", contou Pimenta. O relator citou que a corrupção investigada é de elite. "Aqui (na Zelotes) ninguém rouba pouquinho, o menor valor é R$ 100 milhões." Pimenta revelou ainda que o conselho é formado por 108 auditores da Receita Federal, que não recebem nenhuma remuneração extra para integrarem o órgão. Ele salientou que, ainda assim, as vagas são disputadíssi-mas. Os outros 108 conselheiros são representantes da sociedade. "A maioria empresários ligados a grandes corporações", assinalou. Representante da Ajuris, o juiz Mauro Caum Gonçalves alertou sobre a necessidade de intolerância à sonegação. "Vemos cidadãos, em atos públicos recentes, defendendo que sonegação não é corrupção. Isso não é verdade. Sonegação é crime. É corrupção sim e representa um terço da arrecadação de impostos", definiu. Entenda o esquema de corrupção ■ Deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, a operação investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no Brasil. As investigações buscam informações sobre a atuação de quadrilhas junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal (Carf), revertendo ou anulando multas. ■ Estão sendo analisados 74 julgamentos do conselho realizados entre 2005 e 2015, nos quais, R$ 19,6 bilhões teriam deixado de ser recolhidos aos cofres públicos. ■ De acordo com o procurador Frederico Paiva, em pelo menos 20 o Ministério Público Federal (MPF) conseguirá comprovar de maneira sólida que houve atos ilícitos. Este volume representa cerca de R$ 6 bilhões. ■ Segundo o deputado Paulo Pimenta (PT), um serviço de consultoria era oferecido às empresas por um sistema de captadores com a promessa de redução de valores de multas ou débitos fiscais em mais de 90%. ■ Segundo o jornal Estado de S. Paulo, que teve acesso à lista de envolvidos, os maiores débitos seriam do banco Santander, com R$ 3,3 bilhões, Banco Bradesco e Bradesco Saúde, com R$ 2,7 bilhões e Ford, com R$ 1,7 bilhão. ■ Entre os gaúchos estão o Grupo Gerdau, com débito de R$ 1,2 bilhão, a RBS com R$ 672 milhões e a Marcopolo com R$ 260 milhões. ■ Seis empresas devem ser as primeiras denunciadas nos próximos dias por crime de sonegação de impostos e corrupção no Carf. Uma delas poderá ser gaúcha. ■ Parte dos conselheiros envolvidos, segundo o MPF, era do Ministério da Fazenda, mas a maioria pertencia ao Sistema 'S", que compreende entidades voltadas ao treinamento profissional, entre as quais estão Senai, Sesc, Sesi e Senac. ■ O Carf tem ainda, em estoque, processos a serem julgados no valor total de R$ 565 bilhões. Indícios apontam ramificação no RS "Este modelo do Carf está totalmente superado, viciado." A declaração do deputado Paulo Pimenta (PT) sobre o sistema de escolha de conselheiros e da ordem dos julgamentos realizados na Receita Federal ganhou o apoio, ontem, da maioria dos participantes da audiência pública na Assembleia. Pimenta destacou que "nós temos um conjunto de indícios que a Zelotes tem uma ramificação aqui no RS e por isso esse debate é importante, até para, se for o caso, reaver parte do dinheiro". Propondo correções, o governo federal criou projeto de lei complementar que tramita no Congresso. As mudanças propostas criam remuneração para exigir dedicação exclusiva dos conselheiros. Além disso, os conselheiros não poderão advogar em processos do conselho, prática desvelada pela Zelotes. "Ainda acho que as mudanças são insuficientes para a magnitude do problema", declarou Pimenta. Porém, antes da votação das propostas do Executivo é necessário que o Congresso vote os vetos presidenciais, marcados, a princípio, para o dia 22 deste mês. "Após a deflagração da Zelotes, os trabalhos do Carf foram suspensos. Sem julgamentos, 8.160 processos deixaram de ser julgados, representando R$ 35 bilhões", completou. Outra situação que requer atenção, na avaliação do superintendente da Receita Federal do RS, Paulo Renato Paz, é a revisão sobre a regra do sigilo fiscal. "É preciso saber a quem interessa e quem se beneficia do sigilo", sublinhou Paz. Investigação sobre Nardes vai ao STF O ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, teve o procedimento de investigação que corre em seu nome remetido para o Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, contou o deputado Paulo Pimenta (PT), decorreu da necessidade de assegurar foro especial ao ministro. Investigadores da Operação Zelo- tes detectaram indícios de suposto envolvimento do ministro no esquema de corrupção de tráfico de influência no Carf, disse Pimenta. "O MPF chegou ao nome de pessoas com foro privilegiado, entre elas o ministro. Automaticamente cessou tudo e o MPF pediu uma investigação específica. Caso contrário, anulariam a investigação", explicou. Du- rante sua explanação, Pimenta fez menção ao inusitado da cidade de Santo Ângelo estar na lista dos cenários da investigação. "A Zelotes foi deflagrada no Distrito Federal, centro do poder, e em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, centros econômicos. Nos chamou muito a atenção que Santo Ângelo esteja na lista", disparou o parlamentar. Verba devida falta em saúde e educação Os valores envolvidos na Operação Zelotes fazem falta para a prestação de serviços sociais essenciais ao cotidiano da sociedade, em especial, nas áreas de educação e saúde, permanentemente carentes de recursos e investimentos. Numa comparação direta, significa que os R$ 565 bilhões em dívidas tributárias, que estão sob análise no Carf, representam quase o triplo dos orçamentos em educação e saúde no Brasil, que somarão cerca de R$ 210 bilhões em 2015. "Isso demonstra a gravidade do dano social que ocasiona a demora na discussão desses processos, dos quais parte é crime de sonegação e o restante são discussões em segundo grau, sobre dívidas já comprovadas, na primeira instância, pela Receita Federal", explica o Diretor de Assuntos Institucionais do Instituto Justiça Fiscal (IJF), Dão Real Pereira dos Santos. O ex-superintendente da Receita Federal do RS revela que o perfil dos devedores que conseguem protelar seus julgamentos no Carf por até dez anos, seja de por meios lícitos ou ilícitos, aponta para uma realidade tributária injusta. "Há cerca de 100 mil processos em discussão no país, dos quais apenas 0,7% concentram 66% do montante da dívida avaliada em R$ 565 bilhões. Isso significa que menos de 1% dos devedores devem o montante de R$ 373 bilhões", indica. "São os grandes sonegadores, as grandes companhias, as quais deixam de pagar com seus tributos, o que resulta em prejuízos para toda a sociedade", conclui.