Este texto é parte do “Diseño Curricular para la Educación Primaria” Tradução livre para fins didáticos Dirección General de Cultura y Educación de la Provincia de Buenos Aires, 2008. Equipe de especialista em Matemática: Claudia Broitman e Horacio Itzcovich (coordinadores), Mónica Escobar, Verónica Grimaldi e Inés Sancha. O documento integral pode ser encontrado em: http://abc.gov.ar/lainstitucion/organismos/consejogeneral/disenioscurriculares/def ault.cfm ESPAÇO Orientações gerais 1º ciclo (correspondente ao segmento de 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental no Brasil) O que envolve o estudo do espaço no primeiro ciclo? Ao ingressar no primeiro ciclo, as crianças já transitaram por diversas experiências ligadas ao espaço físico, tanto na Educação Infantil como fora da escola. Já construíram um conjunto de conhecimentos práticos e sistemas de referência que lhes permitem deslocar-se de um lugar a outro, lançar uma bola até um objetivo, localizar-se o localizar uma pessoa ou objeto em determinado espaço. Estas noções espaciais se desenvolvem espontaneamente e não requerem um trabalho sistemático da área de Matemática. No entanto, existem outros conhecimentos espaciais úteis para resolver problemas cuja aquisição requer um trabalho sistemático, por exemplo, a interpretação de uma planta. É necessário propor às crianças problemas em que seus conhecimentos práticos espaciais não sejam suficientes, que lhes apresentem uma dificuldade e os “obriguem” a produzir conhecimentos que as situações cotidianas e os jogos não lhes permitem elaborar. Os problemas matemáticos relacionados com o espaço referem-se a uma representação do mesmo, e, portanto, não se resolvem empiricamente, isto é, através de deslocamentos reais, percursos, etc. Envolvem realizar uma abstração da realidade sendo a representação apenas um modelo que permite tomar decisões e anteciparmos às ações efetivas. Que tipo de problemas propor? É possível propor problemas que incluam representações gráficas, assim como descrições, tanto orais como escritas. Ao resolver problemas que envolvam oferecer ou interpretar informação para localizar objetos em determinado espaço, se avança progressivamente no domínio de um vocabulário específico que permite chegar a uma localização mais ajustada. Os espaços de trabalho coletivo onde se discutem os desajustes, as imprecisões das indicações, os acertos e os erros, oferecem um marco apropriado para promover avanços na apropriação e uso deste vocabulário cada vez mais próximo dos termos e códigos de uso social. Inicialmente se trabalhará oralmente e se irá avançando até a produção de textos escritos. Os problemas de comunicação permitem colocar em jogo estes conhecimentos. Por exemplo, no 1º ano se poderia propor situações que envolvam localizar elementos no desenho de um espaço determinado. Em relação às representações gráficas se espera que os alunos aprendam a interpretar a informação contida em croquis, plantas, mapas, etc., analisando a presença de certos pontos de referência, a localização de objetos ou o ponto de vista de algum observador. Também se espera que possam produzir representações de diversos espaços físicos (a sala de aula, a escola, etc.) cada vez mais ajustadas, utilizando pontos de referência, analisando distancias relativas e proporções no tamanho dos objetos a representar. Inicialmente trabalharão com espaços conhecidos e pequenos, por exemplo, escondendo um objeto na sala e dando pistas aos colegas para que o encontrem. Progressivamente se ampliarão os espaços com os que se trabalha e irão ajustando os sistemas de referência que lhes permitirão localizar objetos e pessoas. Um aspecto a considerar se relaciona a referencia que o aluno considera ao elaborar a informação necessária para localizar um objeto podendo pensá-la a partir do próprio corpo, de um objeto em particular ou do espaço mais amplo. A consideração simultânea destes distintos aspectos pode provocar confusões na elaboração e interpretação de referências que poderão ser submetidas a uma discussão no momento de trabalho coletivo. Por exemplo, “à direita”, considerando o próprio corpo ou à direita da mesa. Os erros de interpretação e a falta de êxito na localização constituem ocasiões para discutir sobre a necessidade de estabelecer acordos. Outros problemas se relacionam com interpretar ou elaborar percursos em plantas, indicar deslocamentos. É menos complexo para os alunos interpretar que produzir estas representações. Por exemplo, um aluno pode estar em condições de interpretar a informação que um croqui oferece sobre o percurso para visitar o zoológico, mas ainda não ter disponível os conhecimentos que lhe permitam realizar essa representação. Em momentos de trabalho coletivo, se promoverá a discussão sobre quais características um elemento deve guardar em relação ao outro e sobre os diferentes pontos de referência, os tamanhos, as formas e as proporções. Estas instâncias são uma boa oportunidade para que as crianças comecem a interpretar os desenhos e plantas feitos por outros, sejam de uso social ou realizados por seus colegas. O trabalho no primeiro ciclo tem uma característica fortemente exploratória. É possível levar adiante um trabalho ligado à análise e discussão sobre as produções das crianças, comparando as diversas estratégias empregadas, justificando as decisões tomadas, difundem suas ideias para que possam ser usadas por todos. Neste sentido, é oportuno explicitar que não se espera avaliar estes aspectos individualmente. Este tipo de trabalho aponta para ir realizando avanços de maneira progressiva assumindo o longo prazo que envolve o seu desdobramento, continuando e aprofundando sua abordagem no segundo ciclo. 2º ciclo (correspondente ao segmento de 4º ao 6º ano do Ensino Fundamental no Brasil) O que envolve o estudo do espaço no segundo ciclo? Quando se fala de espaço no contexto de ensino da Matemática não se faz referência ao estudo do espaço real. Os problemas matemáticos relacionados com o espaço se referem a una representação do mesmo e, portanto, não se resolvem empiricamente, isto é, por meio de deslocamentos reais, trajetos, etc. Os problemas propostos incluem representações gráficas, assim como descrições, tanto orais como escritas. Se espera que os alunos aprendam a interpretar a informação contida em plantas, mapas, etc, analisando a presença de certos pontos de referência, a localização de objetos ou o ponto de vista de algum observador. Também se espera que possam produzir representações de diversos espaços físicos (da sala de aula, da escola, etc.) cada vez melhores, utilizando pontos de referência, analisando distancias relativas e proporções no tamanho dos objetos a representar. Como os conteúdos se organizam dentro do ciclo? Para o estudo do espaço neste ciclo se propõe problemas que envolvam a interpretação de sistemas de referência de uso social (mapas, plantas, etc.), e a produção de representações ou instruções para estabelecer a localização de objetos o pessoas considerando pontos de referência.