Internationali Negotia
Felipe Caian
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO
MODELO INTERNACIONAL DO BRASIL
Brasília - DF
2015
1 Conhecendo a Agência de Comunicação
1.1 Apresentação
A Agência de Comunicação (AC) é a ponte entre todos os comitês. Ela é responsável
por produzir os jornais da simulação e, assim, informar todos os participantes do que ocorre no
evento. Ela é o que conecta os comitês, divulga informações e cria um registro de tudo que se
passou.
A AC visa simular com o máximo de fidelidade o cotidiano produtivo da redação de um
jornal. Os alunos apuram as notícias, entrevistam os delegados e diretores, tiram fotos, e
produzem os textos.
O texto jornalístico tem estilo muito específico, e este é um dos temas centrais do
Manual. Como a notícia é produzida, da apuração à aprovação, como utilizar os termos do
jargão profissional jornalístico, dentre outras tarefas são aprendidas e executadas aqui.
1.2 Estrutura da AC
A Agência de Comunicação segue uma hierarquia similar à das redações de jornal, para
garantir a eficiência e máxima produtividade da equipe:
Editor-chefe
Editor
Redator
Revisor
Colunista
Repórter
Ilustrador
Apurador
Fotógrafo
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Editor Chefe
Cargo geralmente ocupado pelos diretores. Tem a função de coordenar todas as pautas,
bem como suas publicações durante a simulação.
Editor
Encarregado de gerenciar as pautas, bem como dividi-las em ordem de relevância.
Redator
É quem redige as matérias de cada pauta. Vale destacar que ele não cria a notícia,
apenas a transforma em texto jornalístico.
Revisor
Fica encarregado da tarefa de corrigir os erros de português, bem como secar o texto,
deixando apenas as informações relevantes e interessantes ao texto.
Colunista
Cargo que pode ser ocupado por um diretor ou por um mesmo repórter (dependendo da
demanda de jornalistas). É nas chamadas “Colunas” que se abre espaço para demonstração de
opinião da linha editorial. A Coluna pode ser alimentada por crônicas, críticas, quadros que
prendam a atenção do público leitor e também pelo Editorial (tipo textual que exprime a opinião
de um veículo de comunicação).
Ilustrador
Geralmente esse cargo é pouco utilizado pelos jornais da AC. Nele há espaço para os
cartunistas, chargistas e ilustradores trabalharem de forma irreverente um tema. Além dessa
função, um ilustrador também é capaz de montar gráficos e modelos de explicação de um
conteúdo, como o gráfico da previsão do tempo, do PIB de países, etc.
Repórter
É o carro-chefe de um corpo jornalístico. Sem o repórter, não há quem crie notícias.
Sem notícias não há canal de comunicação. Como dito aqui, o repórter tem a função de criar
notícias, de acordo com o grau de relevância para um público-alvo.
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Apurador
O apurador é quem auxilia o repórter na construção da notícia, colhendo dados,
informações, realizando entrevistas e investigando fontes. Geralmente o apurador pode ser o
próprio repórter.
Fotógrafo
Um bom jornal não é feito apenas de texto, mas também de imagens que traduzam o
que se passa em um acontecimento que gerou notícia. O fotógrafo tem a sensibilidade de
encontrar a melhor cena que faça essa leitura da matéria jornalística.
1.3 Rotina
A AC tem uma rotina de trabalho muito diferente dos outros comitês. Como nossa
função é cobrir o evento e divulgar as notícias dele, devemos estar sempre presentes e atentos.
Por esse motivo, qualidades como curiosidade, perspicácia e agilidade são muito prezadas em
jornalistas.
Os membros da Agência de Comunicação devem saber tudo que se passa dentro e fora
das sessões de comitê. É fundamental que o jornalista estude antes os Guias dos Comitês.
Parte importante da rotina produtiva da AC é a Reunião de Pauta, que ocorre antes do
início de cada edição do jornal. Os repórteres e editores levantam ideias para as matérias a
serem escritas. Em geral, as reuniões costumam acontecer no início do dia.
Assim que as sessões começam, os jornalistas já devem estar prontos para trabalhar.
Eles devem assistir ao andamento dos comitês e averiguar informações. Depois, retornam à
redação e produzem textos jornalísticos relatando os principais acontecimentos do dia.
Quando o repórter termina o texto, ele passa para as mãos do editor, que deve garantir
que não haja erros gramaticais ou perguntas não respondidas. Depois, volta para o jornalista.
Esse processo pode se repetir várias vezes até que o texto esteja pronto.
O próximo passo é a diagramação, processo no qual o jornal é composto visualmente.
Após a conclusão dessa etapa, o jornal segue para a impressão. Agora é só distribuir para os
delegados, diretores e professores.
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2 O Texto Jornalístico
O texto jornalístico, ao contrário de outros tipos textuais, não é argumentativo e,
portanto, não deve expressar a opinião de quem escreve. É o relato de fatos. Mesmo que o
jornalista tenha um ponto de vista sobre o assunto, é importante lembrar qual a função social
do jornalismo: informar e pautar tópicos relevantes para a sociedade.
O leitor é cada vez mais apressado e, por isso, o texto deve ser objetivo, conciso, direto
e claro. Nada de enrolação ou palavras rebuscadas. No jornalismo, simplicidade é o melhor
caminho. Lembre-se de que, nos grandes veículos de comunicação, o alcance é muito grande e
o público é variado. Por isso, é preciso escrever para todos os leitores.
2.1 Notícia
Antes de entrarmos na técnica do texto jornalístico, é preciso esclarecer alguns pontos.
Primeiramente, o que é notícia? Segundo o dicionário, é uma informação, notificação, resumo
de um acontecimento, novidade. Todas essas definições estão corretas. Mas, no jornalismo, o
conceito de notícia assume um outro significado: a notícia é o que tem relevância.
“Notícia é a comunicação de uma ocorrência que irá interessar à maioria dos membros
de uma comunidade.”
Assim, ela é um fato social que foi destacado por gerar interesse e por ter utilidade para
algum público.
Notícia é um acontecimento, mas nem todo acontecimento é notícia. Ela desperta
interesse, mas nem sempre é geral; alguns fatos são relevantes para públicos específicos (isto é
o que chamamos de imprensa segmentada. Como exemplo, a revista Info, que trate de
informática e tecnologia).
O novo é notícia, mas a notícia não é só o novo. Por exemplo: 2014 marca os 50 anos
do o início da Ditadura Militar no Brasil. O Golpe ocorreu em 1964, então não é recente. Mas
ainda é notícia, pois mesmo depois de tanto tempo, ainda desperta interesse.
Entretanto, todos esses conceitos apresentados podem ser muito vagos. O que é
interessante para uma pessoa não é interessante para outra. Surge a questão: quem determina o
que é e o que não é notícia?
Para isso, existem os valores-notícias, também conhecidos como critérios de
noticiabilidade. O valor-notícia é a característica presente no fato capaz de o tornar interessante.
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O jornalista, ao avaliar a noticiabilidade de um acontecimento, assume o papel de construtor de
notícias (o que chamamos de newsmaker).
Os valores-notícias estão presentes ao longo do processo de produção da notícia, que
podem ser divididos em duas categorias: seleção e construção.
Os de seleção se referem aos critérios para escolher os acontecimentos que são notícia.
Eles são subdivididos em:
Substantivos: ocorre avaliação direta do acontecimento em relação à importância e ao
interesse. Morte, notoriedade, proximidade, relevância, novidade, tempo, notabilidade,
inesperado, conflito ou controvérsia, infração, escândalo.
Contextuais: se referem às condições do próprio jornal e dos jornalistas envolvidos.
Disponibilidade, equilíbrio, visualidade, concorrência, dia noticioso.
Os de construção são a linha-guia para apresentação do material já selecionado. Ou seja,
é o recorte dos elementos que entram no texto dentro do próprio acontecimento. São eles:
simplificação, amplificação, relevância, personalização, dramatização, consonância.
2.2 A Pirâmide Invertida do Jornalismo
Entenda a Pirâmide:
LEAD (INTRODUÇÃO)
CORPO
(DESENVOLVIMENTO)
CUME (CONCLUSÃO)
A pirâmide invertida é uma estrutura criada para guiar a produção de uma matéria. Ela
determina a hierarquia das informações dentro de um texto e, assim, a ordem delas. Os fatos
mais importantes sobre o acontecimento devem vir logo no início do texto, mesmo que não
estejam em ordem cronológica. Essa “fórmula” facilita a leitura e privilegia a objetividade.
O primeiro parágrafo do texto chama-se Lide (do inglês lead, liderar). Ele responde às
principais perguntas sobre o acontecimento: o quê (fato), quem (personagens), quando, onde,
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como e por quê (causa). É importante usar a ordem direta nas orações (sujeito, verbo e
predicado) e prezar pela objetividade. O lide deve prender a atenção do leitor e despertar a
curiosidade para que ele continue a leitura.
O parágrafo seguinte, o sublide, dá destaque a outras informações que não couberam no
lide. Ele é um espaço para desenvolver e complementar o que foi apresentado anteriormente.
Às vezes, o como e o por que podem ser deixados para o sublide.
A apuração é o processo de coleta de dados e ela é essencial para garantir a credibilidade,
a veracidade e a imparcialidade da matéria. O repórter deve observar, anotar, fazer perguntas.
Ele deve ser crítico e não acreditar na primeira informação que recebe.
A Regra das Três Fontes é o princípio que rege que, para escrever qualquer matéria,
você deve conversar com no mínimo três pessoas entendedoras do assunto.
Uma figura muito importante no jornalismo é a da fonte, ou seja, a pessoa que fornece
informações sobre determinado assunto. O jornalista deve saber se relacionar bem com as
pessoas e passar confiança. Ter contatos certos nos lugares certos pode garantir um furo de
reportagem.
2.3 A importância do fotojornalismo
Hoje, é impossível imaginar um jornal sem fotos. Mas nem sempre foi assim: a
fotografia na imprensa só se tornou comum no final do século XIV. O fotojornalismo é o
registro visual da realidade e visa congelar momentos importantes na história. Um jornal com
imagens é muito mais atrativo do que um que só tem textos. Além disso, a fotografia traz muito
mais credibilidade para a notícia.
2.4 A importância do fotojornalismo
A diagramação é o processo pelo qual o profissional coloca todos os textos e imagens
no layout padrão do jornal (que é chamado de projeto gráfico). É mais difícil do que parece e
precisa de muito treinamento! Costumava ser feita à mão. Atualmente, trabalha-se com
softwares para computador.
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3 Glossário

Apuração: coleta de dados para a produção da matéria.

Artigo: texto com caráter opinativo, rico em observações e análises dos acontecimentos.

Barriga: notícia falsa, seja por descuido do repórter e do editor, seja de propósito.

Boneca: é o modelo de layout do jornal. Ela é usada como base para diagramar todas
as edições.

Box: texto separado, em caixinha, do resto. É um complemento e traz curiosidades ou
aprofundamento sobre algum dado mencionado na matéria.

Cair (pauta): quando a matéria dá errado antes de ser publicada, dizemos que a pauta
caiu. Pode acontecer pelos mais diversos motivos, desde falta de informação à
interferência política.

Calhau: conteúdo que preenche o espaço vazio quando um anúncio é cancelado na
última hora.

Cascata: texto mal apurado, repetitivo, mentiroso ou vazio.

Chamada: texto pequeno na capa dos jornais e que atrai a atenção do leitor para as
maiores matérias daquela edição.

Cobertura: coletar informações em algum evento ou acontecimento importante.

Coletiva de imprensa: entrevista coletiva, com a participação de vários veículos.
Coluna: espaço reservado em um jornal para um jornalista específico.

Deadline: prazo para entrega.

Diagramação: ordenação visual do conteúdo dentro do layout.

Editoria: seção dentro de um jornal. As mais comuns são: Cidade, Economia, Política,
Cultura, Mundo/Internacional.
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
Editorial: texto assinado “pelo próprio jornal” e que representa a posição oficial da
empresa.

Entretítulo ou intertítulo: quando uma matéria é muito grande, pode ser dividida em
várias partes.

O entretítulo serve para dividir os assuntos.

Fechamento: prazo final para todas as matérias estarem prontas.

Fonte: pessoas fornecem informações durante o processo de apuração.

Lead: primeiro parágrafo do texto. Contém as informações mais importantes sobre o
fato ocorrido.

Manchete: título principal da página.

Matéria: nome genérico que aborda todos os outros textos jornalísticos – notícia, nota,
reportagem, artigo, coluna.

Nariz de cera: antigamente, antes da criação do lide e da pirâmide invertida, o primeiro
parágrafo das matérias era uma introdução literária, quase filosófica, do assunto e pouco
objetiva. Recebia o nome de nariz de cera.

Nota: notícia curta.

Olho: trecho curto retirado do texto e que ganha posição de destaque. É muito comum
em entrevistas.

Pauta: o assunto da matéria.

Perfil: texto de caráter mais livre sobre alguma pessoa ou personalidade. O jornalista
busca retratar o perfilado com a maior exatidão possível. Tem estilo coloquial.

Press release ou release: produto da Assessoria de Imprensa, é um texto com
características jornalísticas que visa divulgar um evento, pessoa ou empresa. Projeto
editorial: é a linha adotada pelo jornal.

Projeto gráfico: é a representação visual da publicação
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4 Referencias
JORGE, T. Manual do Foca.
TRAQUINA, N. Teorias do Jornalismo. São Paulo: Insular, 2012.
ROSSI, C. O que é jornalismo? Brasília: Brasiliense, 1980.
ZÔRZO, N. Guia de Estudos – MIB 2012. Brasília: Internationali Negotia, 2012.
WOLF, M. Teorias da Comunicação de Massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
FONSECA, Ana C. Guia de Estudos – Sigma Mundi 2014. Brasília: Internationali Negotia,
2014.
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