Gerenciando o RISCO e enfrentando a INCERTEZA José Carlos Cavalcanti Depto. de Economia da UFPE http://jccavalcanti.wordpress.com http://twitter.com/jccavalcanti [email protected] C.E.S.A.R., 01 de julho de 2011 Slides em => http://www.creativante.com.br/download/RI.ppt RISCO – Conhecido Desconhecido (sabe-se o que não se sabe). Tem um conjunto mais ou menos bem definido de resultados e probabilidades associadas com eles. INCERTEZA – Desconhecido Desconhecido (não se sabe o que não se sabe). As coisas são menos claras. “Financial institutions (and human beings in general) behave very differently when they don’t understand the risks involved than when they do. In the latter case—straightforward risk—they can adjust their portfolios marginally to accommodate any change in risk profiles. But with uncertainty, when institutions or people don’t truly understand what the risks are, they know or feel something is wrong but don’t know what and how likely it is, or how it will impact them. In this context, the natural instinct is simply to withdraw rather than to fine-tune”. Fonte: Entrevista com o Prof. Ricardo Caballero, Chefe do Depto. de Economia do MIT/EUA: http://www.minneapolisfed.org/publications_papers/pub_display.cfm?id=4665. March 22, 2011. Published in June, 2011. A teoria sobre decisão sob risco e incerteza mais popular hoje em dia é a Prospect Theory (Teoria Prospectiva). Ela foi desenvolvida por Daniel Kahneman e Amos Tversky em 1979 como uma alternativa psicologicamente realística à Teoria da Utilidade Esperada. The Prospective Theory allows one to describe how people make choices in situations where they have to decide between alternatives that involve risk (e.g., in financial decisions). Starting from empirical evidence, the theory describes how individuals evaluate potential losses and gains. The theory describes such decision processes as consisting of two stages, editing and evaluation. In the first, possible outcomes of the decision are ordered following some heuristic. In particular, people decide which outcomes they see as basically identical and they set a reference point and consider lower outcomes as losses and larger as gains. In the following evaluation phase, people behave as if they would compute a value (utility), based on the potential outcomes and their respective probabilities, and then choose the alternative having a higher utility. HEURÍSTICA: “A Economia é tão complexa que há pouca esperança de se entender muita coisa sem o uso de modelos” “Os novos modelos econômicos surgem para enfrentar novos problemas econômicos” Desemprego em Massa Fluxo Circular de Gasto e Renda entre Famílias e Empresas C S Mercados Financeiros I Investimento Mercado de bens e serviços Y Poupança Famílias Empresas Mercado de fatores de produção Famílias ofertam fatores de produção(fluxo de fatores) às empresas. A seta vermelha mostra este fluxo circular da atividade econômica real. Dinheiro (seta verde) flue na direção oposta para bens e serviços. Famílias recebem renda (Y) de empresas e fazem gastos em consumo (C) que flue para as empresas. O que as famílias não consomem, elas poupam (S). Empresas investem em novos bens de capital e inventários (I). O fluxo verde de renda das empresas para as famílias iguala ao fluxo verde de gastos para empresas. Fluxo Circular Incluindo Governo e o Resto do Mundo Imposto Governo EX S Mercados Financeiros Mercado de bens e serviços IM TR G I Mercado de fatores de produção Investimento Resto do mundo C Y Poupança Famílias C Empresas Famílias e empresas interagem não somente entre si mas com o governo e o resto do mundo. Famílias pagam impostos ao governo e recebem transferências (TR) deles. Governo compra bens e serviços (G) de empresas. Empresas pagam o resto do mundo por bens e serviços produzidos no exterior (IM) e recebem dinheiro deles por bens e serviços feitos internamente (EX). Renda familiar (Y) mais transferências recebidas do governo (TR) são consumidas (C), poupadas (S), ou pagas em impostos (TAX). Portanto, Y=C+S+TAX-TR. A renda paga pelas empresas (Y) iguala o valor do gasto ou produto. Logo, Y=C+I+G+EX - IM. As Duas Dimensões da Economia MODELO IS-LM (Equilíbrio no mercado de bens e de ativos) Taxa de Juros i LM E i0 O modelo IS-LM enfatiza a interação entre os mercados de bens e serviços e os mercados de ativos. Gasto, taxas de juros, e renda são determinados juntamente pelo equilíbrio nos mercados de bens e ativos. IS 0 Y0 Renda, Produto Fonte: Rudiger, Dornbusch and Stanley Fischer (1990) – Macroeconomics. Y O modelo IS-LM, que incorpora a relação investimento (I- de Investment, em inglês) e poupança (S- de Savings, em inglês) na curva IS e adiciona a curva LM (do inglês Liquidity Preference, ou Money Demand), é um modelo macroeconômico keynesiano por excelência. Nos dias atuais vem ganhando mais evidência o modelo IS-MP (MP vem do inglês Monetary Policy), que considera a taxa real de juros, ao invés da taxa nominal do modelo IS-LM. Substitui também a análise da demanda e da oferta agregadas do nível de preços versus o PIB do modelo IS-LM pelo diagrama que relaciona a taxa de inflação para o PIB. O modelo IS-MP é considerado pós-keynesiano. MODELO IS-LM (Equilíbrio no mercado de bens e de ativos) Taxa de Juros i LM i2 E i0 i1 IS 0 Y0 Y1 Renda, Produto Fonte: Rudiger, Dornbusch and Stanley Fischer (1990) – Macroeconomics. Y A Curva de Phillips William Phillips, um economista da Nova Zelândia, escreveu um artigo em 1958 intitulado The Relationship between Unemployment and the Rate of Change of Money Wages in the United Kingdom 1861–1957, que foi publicado na revista trimestral Economica. No artigo Phillips descreve como ele observou uma relação inversa entre mudanças monetárias de salários e desemprego na economia britânica no período examinado. Padrões semelhantes foi encontrados em outros países e em 1960 Paul Samuelson e Robert Solow adotaram o trabalho de Phillips e explicitaram o elo entre inflação e desemprego: quando a inflação era alta, desemprego era baixo, e vice-versa. U.S. Consumer Price Index (CPI) Inflation and Unemployment Rates in the 1960s. Data Source: U.S. Bureau of Labor Statistics Choques do Petróleo => Inflação Fonte: van den Noord, P. and C. André (2007), “Why has Core Inflation Remained so Muted in the Face of the Oil Shock?”, OECD Economics Department Working Papers, No. 551, OECD Publishing. http://dx.doi.org/10.1787/206408110285 U.S. CPI Inflation and Unemployment Rates in 1971-1991 Data Source: U.S. Bureau of Labor Statistics Fonte: Bolle, Monica Baumgarten de (2011). “A Economia Mundial e o Brasil em 2022”. In, 2022: Propostas para um Brasil Melhor no Ano do Bicentenário. Campus/Elsevier. Crise Financeira Internacional Fatos The Panic of Fall ‘08 Fonte: Prof. John Taylor, NBER Lecture, 10/07/2009 TARP- Troubled Asset Relief Program Causas Fonte: Lee, Jong-Wha: “Asia´s Recovery and Global Imbalances”. Institute for International Economics. 14/10/2009. Fonte: McKinsey Global Institute (2009). “Global capital markets: entering a new era”. September. At the eve of the financial crisis, the volume of credit intermediated by the shadow banking system was close to $20 trillion, or nearly twice as large as the volume of credit intermediated by the traditional banking system at roughly $11 trillion. Today, the comparable figures are $16 and $13 trillion, respectively. Fonte: N. Gregory Mankiw; Laurence Ball (2010). Macroeconomics and the Financial. Worth Publishers. Políticas Macroeconômicas Quantitative Easing! Zero Interest Rate Policy (ZIRP) Brasil Pergunta inicial é: o que causou o colapso do PIB a partir de 1980? Taxas de Crescimento do PIB (1940-2003) e Médias Móveis por Décadas (1949-2003) em % • 15 10 Média móvel de 10 anos 5 -5 2003: 1,50% 2007: 6,09% 2004: 5,71% 2008: 5,16% Fonte: Edmar Bacha (2004) 2005: 3,16% 2009: -0,64% 2006: 3,96% 2010: 7,49% 4,00% a.a 2003 2000 1997 1994 1991 1988 1985 1982 1979 1976 1973 1970 1967 1964 1961 1958 1955 1952 1949 1946 1943 1940 0 Fonte: Veloso, Fernando (2011). “Crescimento Econômico Brasileiro: Desafios e Perspectivas”. In, 2022: Propostas para um Brasil Melhor no Ano do Bicentenário. Campus/Elsevier. Fonte: Veloso, Fernando (2011). “Crescimento Econômico Brasileiro: Desafios e Perspectivas”. In, 2022: Propostas para um Brasil Melhor no Ano do Bicentenário. Campus/Elsevier. Fonte: Bonelli, Regis e Samuel de Abreu Pessôa (2010). “Desindustrialização no Brasil: Um resumo da evidência”. Texto para Discussão 7. Centro de Desenvolvimento Econômico da FGV/RJ. Inflação: IGP-DI (% a.a)- FGV- Conjuntura Econômica 1960 30,47 1981 95,20 2001 10,40 1961 47,78 1982 99,72 2002 26,41 1962 51,60 1983 210,99 2003 7,67 1963 79,92 1984 223,81 2004 12,14 1964 92,12 1985 235,11 2005 1,22 1965 34,24 1986 65,03 2006 3,79 1966 39,12 1987 415,83 2007 7,89 1967 25,01 1988 1.037,56 2008 9,10 1968 25,49 1989 1.782,89 2009 -1,43 1969 19,31 1990 1.476,71 2010 11,30 1970 19,26 1991 480,23 1971 19,47 1992 1.157,83 1972 15,72 1993 2.708,17 1973 15,54 1994 1.093,89 1974 34,55 1995 14,78 1975 29,35 1996 9,34 1976 46,26 1997 7,48 1977 38,78 1998 1,70 1978 40,81 1999 19,98 1979 77,25 2000 9,81 1980 110,24 Inflação – IPCA (% a.a) IBGE Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor 1994 916,46 1995 22,41 1996 9,56 1997 5,22 1998 1,66 1999 8,94 2000 5,97 2001 7,67 2002 12,53 2003 9,30 2004 7,60 2005 5,69 2006 3,14 2007 4,46 2008 5,90 2009 4,31 2010 5,91 Altas Taxas de Juros Fonte: Goldfajn, Ilan e Marcelo Kfoury Muinhos (2011). “Metas para o Regime de Metas”. TD 04/11. Banco Itaú. Fonte: Pastore, Afonso e Maria Cristina Pinotti (2011). “Câmbio no Brasil: Perguntas e Respostas”. Fórum Nacional. Maio. Fonte: Pastore, Afonso e Maria Cristina Pinotti (2011). “Câmbio no Brasil: Perguntas e Respostas”. Fórum Nacional. Maio. Fonte: Velloso, Raul e Marcos Mendes (2011). “Ajuste Fiscal Inteligente: controlando a inflação e preparando o crescimento de longo prazo”. Fórum Nacional. Maio. Fonte: Velloso, Raul e Marcos Mendes (2011). “Ajuste Fiscal Inteligente: controlando a inflação e preparando o crescimento de longo prazo”. Fórum Nacional. Maio. Fonte: Goldfajn, Ilan e Marcelo Kfoury Muinhos (2011). “Metas para o Regime de Metas”. TD 04/11. Banco Itaú. Um Exemplo de Modelo Fonte: Delfim Neto, Antonio (2011). “A taxa de juro natural e a Amazônia”. Valor Econômico. 21/07. 10 Passos para a Montagem de um Painel de Monitoramento da Economia 1- Não perca tempo, contrate um Economista! 2- Investigue as posições dos principais formadores de opinião em Economia e Negócios (10); 3- Investigue as posições dos principais Deptos. de Economia das principais intituições dos setores financeiro (bancos principalmente), industrial e demais (10); 4- Acompanhe os principais jornais, revistas e blogs de Economia e Negócios (lembre-se: jornalistas apenas reportam) (10); 5- Acompanhe as principais instituições de Governo envolvidas com Economia e Negócios (10); 6- Use algum modelo interpretativo da estática e da dinâmica da Economia. De outra forma, construa o seu; 7- Contraste continuamente o modelo que está usando com os demais existentes. A Economia é complexa e está sempre mudando; 8- Mantenha suas bases de dados econômicas sempre atualizadas e facilmente acessíveis. Checagem dos dados é o nome do jogo em Economia!; 9- Esteja sempre aberto às versões conflitantes sobre o mesmo problema econômico. A Economia não é uma ciência exata; 10- Refine constantemente o modelo que está usando. Apesar das leis econômicas não mudarem facilmente, os modelos econômicos padecem da “destruição criadora”! Teste Inicial: INFLAÇÃO Reuniões do COPOM/BC em 2011 (Marcadas em 15/10/2010) Datas ATAS 18 e 19/01 27/01 01 e 02/03 10/03 19 e 20/04 28/04 07 e 08/06 16/06 19 e 20/07 ... 30 e 31/08 ... 18 e 19/10 ... 29 e 30/11 ... Relatórios de Inflação/BC Março 30/03 Junho 30/06 Setembro ... Dezembro ... Metas de Inflação (Metas) (CMN/BC) Junho 30/06 Obrigado! Perguntas José Carlos Cavalcanti http://jccavalcanti.wordpress.com http://www.creativante.com.br http://twitter.com/jccavalcanti [email protected]