OFICINA DE BRINQUEDOS DE SUCATA BALAU, R. B.T. - [email protected] BARBOSA, W. V. – [email protected] DIAS, Jr. M. L. F. - [email protected] FINALLI, J.M. – [email protected] FITAS, T. S. – [email protected] RESUMO Sabe-se que brincar é o que toda criança mais gosta de fazer, então por que não fazer seu próprio brinquedo, escolhendo-o, montando-o, construindo-o e explorando-o. O crescimento significativo do numero de habitantes no planeta, vem agravando a capacidade da terra de absorver os resíduos produzidos pela própria humanidade. A sucata pode servir de material para a construção do brinquedo, e também é um suporte potencial para a atividade infantil, usando a criatividade e a originalidade de cada criança. As “Oficinas de Brinquedos de Sucata” vem ao encontro da nossa proposta, bem como sua aceitação por toda a população. Palavras-chave: Brincar. Sucata; Sustentabilidade. INTRODUÇÃO A sucata é um suporte para a atividade infantil, porém alguns cuidados devem ser tomados no seu uso. Não é com todo material descartável que a criança pode brincar; além disso, é necessário que este material esteja limpo, organizado e não ofereça perigo. É preciso distinguir sucata de lixo. Este brinquedo de sucata vem enfatizar a sustentabilidade que é relativamente nova se comparada com todo o movimento ambientalista que tem passado por grandes transformações ao longo dos anos. Mesmo o termo sustentável já foi muito utilizado sem o peso ambiental que hoje tem. E o brincar, independente do material utilizado, é significante para o processo de desenvolvimento neuro psico motor de todas as crianças. É compreendido como uma atividade cotidiana espontânea, compartilhada e criativa. A sucata vem a ser um material muito significativo, quando a enfatizamos no processo da construção de brinquedos. Segundo Andrade (1994), o principal é o que um objeto de sucata pode contribuir no contexto do jogo. Não é qualquer coisa jogada fora que serve, cada elemento deverá ter uma função específica, seu lugar próprio na organização que faz parte do processo de criação. Transformar sucata em brinquedos é a proposta deste trabalho com o intuito de enfatizar a brincadeira como também de reutilizar embalagens de difícil absorção no meio ambiente. Para MIRANDA; COSTA (2005) a sustentabilidade, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades humanas. Nosso planeta esta pedindo socorro! Embalagens pet de refrigerantes tem sido o grande vilão de todo esse processo. A simplicidade da matéria-prima é Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.5, Edição Especial, outubro 2011 700 intencional e premeditada, uma vez que a proposta é criar sem grandes pretenções, mesmo que elas sejam alcançadas como consequência. A preocupação com o meio ambiente está sendo colocada em pauta, pois as industrias estão começando a se responsabilizar pelos seus próprios resíduos, bem como a sociedade, que esta disposta a fazer seu papel e contribuir para que isso venha a fazer parte de nosso dia-a-dia. MIRANDA; COSTA (2005) observam que a sustentabilidade é promover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para o futuro indefinido. Assim, propomos unir tudo isso e transformar sucata em brinquedo, através de oficinas para crianças. Essa idéia partiu de discentes e docentes do curso de Terapia Ocupacional do UNISALESIANO Lins - SP. 1 OBJETIVO Reutilização de garrafas pet para a construção de brinquedos, enfatizando o brincar no desenvolvimento infantil, colaborando para a sustentabilidade do meio ambiente. 2 DESENVOLVIMENTO O emprego da sucata envolve ampla pesquisa de materiais: separar embalagens, latas, garrafas, rótulos, rolhas, tampas, plástico, retalhos de costura, sobras de madeira, sementes, folhas, conchas, pedras e outros que têm, evidentemente, texturas, consistência, cheiros diversos, cores e tamanhos variados, possibilitando múltiplas combinações e estudos. Esses materiais, reunidos, exigem separações, classificações e ordenações. Se o educador, junto com a criança, separar os materiais segundo critérios estabelecidos, de acordo com a textura, tamanhos ou cor, e as crianças perceberem que esse material é aceito como qualquer outro, encontrará então condições favoráveis para respeitar e valorizar o objeto construído com sucata, não discriminando materiais “nobres” e “não-nobres”. Uma vez separados, classificados e organizados, os materiais necessários deverão ser limpos, examinados para verificação de resíduos ou eventuais perigos à saúde, providenciam-se materiais e acessórios, tais como: guache, água, tesoura, tampinhas de garrafa pet, adesivos, cola branca e colorida liquida, cola quente e refil, durex transparente e colorido, fita crepe, fio de náilon, fio rabo de galo, papel crepom, pincel, anilina liquida e em pó, E.V.A., lantejoula, gliter, fita de cetim, lã, mangueira e barbante. “É importante mostrar que esse material é coletivo, na medida em que todos participam de sua coleta, uso e manutenção” (WEISES, 1997, p. 34 ) A imaginação da criança é mais fértil, tem asas e voa sem parar, ela brinca em todos os lugares. Através dos brinquedos, brincadeiras e jogos ela vai conhecendo o mundo que a cerca, pequenos objetos tomam formas em suas mãos e se transformam em personagens, super-heróis e objetos de desejos. “É essencial que a criança aprenda com a brincadeira e tenha liberdade para criar. Tendo contato com a natureza e com as sucatas, por exemplo, ela pode fazer isso”. (LOPES, 2011) Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.5, Edição Especial, outubro 2011 701 Com o intuito de estimular educadores e profissionais da área do lazer, recreação e do lúdico, sugere-se uma lista básica de materiais (sucatas), que normalmente são jogadas no lixo, para serem utilizadas na construção de brinquedos alternativos dos mais diversos, favorecendo assim a conscientização de todos frente à necessidade dos aproveitamentos desses materiais para uma melhor qualidade de vida, contribuindo dessa maneira com a sustentabilidade do nosso planeta. Após sua coleta e preparo selecionamos alguns modelos, e fizemos um laboratório para pesquisar e analisar seu grau de dificuldade, prazer, interesse, motivação e exploração do produto final. Foram escolhidos 5 modelos: Garrafa Luminosa; D. Aranha; Cai-Cai; Bilboquê e Puxa- Puxa. Disponibilizamos a ”Oficina de Brinquedos de Sucata” em dois momentos no Calçadão de Lins - SP e na Praça Frederico Ozanam, para verificar se a proposta realmente atingiria nosso objetivo e atrairia a população. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO No calçadão de Lins foram feitos 250 brinquedos por evento e na Praça Frederico Ozanam 400 brinquedos. Não só as crianças, mas também pais e familiares se interessaram pelo projeto, querendo construí-los, enfeita-los, manuseálos e explorá-los de diversas maneiras. Conforme, afirma LOPES (2011), é fundamental que a criança aprenda com a brincadeira e tenha liberdade para criar seu próprio brinquedo. Materiais de garrafa pet, são indicados para a confecção de brinquedos, dá asas a imaginação e fantasia, como também retira das ruas, lixos, rios e bueiros, materiais de difícil absorção no meio ambiente. MIRANDA; COSTA (2005) acreditam que a sustentabilidade visa promover o melhor para as pessoas e consequentemente para o planeta num futuro prospero. O aspecto lúdico de suas criações é um convite ao prazer e ninguém resiste ao sorriso largo com afeto e satisfação de crianças frente a um brinquedo mesmo que simples e de material reciclado. REFERÊNCIAS ANDRADE, C.J. ET AL. Educação infantil: muitos olhares. São Paulo: Cortez, 1994. LOPES, S. P. Crianças confeccionam a maior parte dos brinquedos. Muitos são de sucatas, como forma de despertar a consciência ambiental e ensinar práticas sustentáveis. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,criancasconfeccionam-a-maior-parte-dos-brinquedos,710261,0.htm Acesso em: agosto de 2011. MIRANDA, C; COSTA, C. (orgs). Desenvolvimento sustentável e perspectivas de gênero. Brasília: IICA, 2005. WEISES, L. Brinquedos & engenhocas: atividades lúdicas com sucatas. 2 ed. São Paulo: Scipione,1997. Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.5, Edição Especial, outubro 2011 702