Setembro / 2015 2015 Relatório Mensal BNP PARIBAS ASSET MANAGEMENT Conteúdo Indicadores 1. Cenário Econômico Economia Internacional..........2 Economia Brasileira..........3 2. Asset Allocation Asset Allocation……….4 3. Segmento de Renda Fixa Comportamento do mercado..........5 Juros & Inflação - O que fizemos..........6 Estratégias para o próximo período..........6 Crédito Privado..........6 4. Segmento de Renda Variável Setembro 12 meses CDI 1,11% 12,57% IRF-M -0,94% 6,94% IMA-B -0,68% 5,85% IMA-B 5 0,79% 11,95% IMA-GERAL -0,37% 7,90% DÓLAR 9,39% 62,60% IBOVESPA -3,36% -16,73% IBrX -3,11% -15,15% SMLL -2,71% -28,05% IDIV -6,18% -37,36% Comportamento do mercado.........8 O que fizemos..........8 O que esperamos para frente..........8 5. Segmento de Multimercados Moedas..........9 Juros..........9 Renda Variável..........10 Estratégias para o próximo período..........10 1 A atividade mundial continuou desacelerando no mês passado. Nosso indicador PMI Manufaturados Mundial passou de 50,1 pontos em agosto para 49,7 pontos em setembro, o pior resultado desde maio de 2013. Isso sinaliza que o setor de manufaturados está em pequena retração mundial e, até o momento, não existe nenhum sinal de recuperação no curto prazo. Gráfico 01 CENÁRIO ECONÔMICO Eduardo Yuki Economista Chefe / Estrategista BNP Paribas Asset Management Economia Internacional consumidor em apenas 0,2% acumulado nos últimos doze meses. No Japão, os indicadores sugerem nova retração do produto interno bruto no terceiro trimestre. Após a retração da atividade em 0,3% no segundo trimestre em relação ao anterior, a produção industrial recuou 0,8% em julho e 0,5% em agosto. Não podemos deixar de mencionar que a inflação ao consumidor ficou em apenas 0,2% acumulado nos últimos doze meses. Na China, os dados de agosto também sugerem deterioração da atividade local. Em comparação com mesmo mês do ano passado, o volume de tráfego nas ferrovias caiu 17,3%, as vendas de carros de passeio recuaram 3,4% e as exportações retraíram 5,5%. Em outros países asiáticos também encontramos sinais de piora da atividade, como a queda de 20,7% nas exportações da Índia. Gráfico 03 Fonte: Bloomberg. Elaboração: BNP Paribas AM. Nos EUA, nossa expectativa de menor ritmo de expansão do produto interno no próximo ano está baseada em três pontos. Em primeiro lugar, o fortalecimento do dólar ocorrido entre julho do ano passado e março desse ano continua retraindo as encomendas de exportações. Além disso, as condições monetárias estão ficando mais restritivas, o que desaquecerá o ritmo de concessão de crédito. Por fim, o lucro das empresas americanas está praticamente estagnado desde 2012, antecipando uma menor disposição a contratar novos trabalhadores e a investir. Esse ambiente tem evitado aceleração dos salários e contribuído para manter a inflação ao Gráfico 02 Fonte: BEA. Elaboração: BNP Paribas AM. Portanto, reiteramos nossa visão de que o menor ritmo de crescimento manterá o ambiente global desinflacionário e, consequentemente, os bancos centrais continuarão fornecendo estímulo monetário em busca de um ritmo de atividade compatível com inflação mundial ao redor de 2,0% ao ano. Fonte: Bloomberg. Elaboração: BNP Paribas AM. 2 Economia Brasileira Gráfico 05 No nosso país, não há indícios de estabilização do nível da atividade nesse trimestre. Os indicadores de confiança dos empresários e consumidores continuaram retraindo fortemente e os estoques indesejados continuaram subindo no mês passado. Isso nos levou a reduzir nossa projeção para o PIB real de 2015 para -3,2% (consenso em -2,8%) e, consequentemente, de 2016 para -2,4% (consenso em -1,0%). O menor crescimento da demanda e produção nacional geram consequências relevantes: Gráfico 04 Fonte: MDIC. Elaboração: BNP Paribas AM. Fonte: IBGE. Elaboração: BNP PAM. a. Contas públicas: recessão econômica prejudica a arrecadação fiscal e, mesmo considerando a aprovação das medidas anunciadas recentemente, o resultado primário apresentará déficit em torno de 0,3% do PIB em 2016. A dívida pública bruta alcançará 75% do PIB em 2017 e passará a estabilizar ao redor desse patamar, caso o governo alcance superávit primário de 2,0% do PIB em 2018. Isso reforça a necessidade de aumentar a carga tributária e cortar despesas rapidamente. c. Inflação: aumento adicional de preços administrados pelo governo levou nossa projeção para o IPCA desse ano para 9,7%. Para 2016, estimamos forte desinflação para 5,2%, em virtude do aumento da taxa de desemprego para 10,7% e ociosidade dos fatores de produção em torno de 10% no final do próximo ano. A possibilidade de anúncio de novos impostos ou aumento dos existentes geram risco para cima na nossa projeção. Por outro lado, nosso viés negativo para a atividade e a possibilidade de novos cortes de gastos reduziriam nossa projeção. Enfim, a estimativa de IPCA possui elevado grau de incerteza. Portanto, a recessão econômica deteriora as contas públicas e aprofunda o ajuste das contas externas. Entendemos que os eventos recentes aumentaram a probabilidade de aprovação das medidas fiscais necessárias para caminharmos em direção ao superávit primário em 2017 e possibilitará uma melhora gradual da percepção fiscal ao longo dos próximos anos. b. Contas externas: a queda da demanda doméstica reduz importações e beneficia o ajuste das contas externas. A balança comercial acumula superávit de USD 10,2 bilhões entre janeiro e setembro desse ano, cenário muito diferente do déficit de USD 384 milhões no mesmo período do ano passado. Assim, o balanço de pagamentos acumula superávit de USD 10,4 bilhões entre janeiro e agosto, o que tem contribuído para aumentar as reservas internacionais de 16% do PIB no final do ano passado para cerca de 20% do PIB nesse mês. A desvalorização cambial dos últimos trimestres deve favorecer adicionalmente as contas externas dos próximos anos. Isso evidencia que não existe crise de balanço de pagamentos. 3 ASSET ALLOCATION Asset Allocation Eduardo Yuki Economista Chefe / Estrategista BNP Paribas Asset Management Renda variável variável O comitê de alocação de ativos decidiu aumentar o posicionamento de levemente underweight (-1 ponto) para neutro (zero) em renda variável para a primeira quinzena de outubro. As ações recentes do governo aumentam a probabilidade de aprovação das medidas de aperto fiscal, favorecendo o ambiente para ativos de risco. Apesar disso, a nossa projeção para a atividade local continua deteriorando e os indicadores de valuation não sinalizam oportunidade nesse momento. Os principais pontos analisados foram: 1. Cenário econômico: reduzimos nossa projeção de PIB real para -3,2% em 2015 e -2,4% em 2016. A taxa de desemprego alcançará 10,7% e a demanda doméstica permanecerá em retração no próximo ano. Atribuímos avaliação negativa para o cenário econômico. 2. Valuation: a relação preço-lucro esperado (P/E) está próxima da média histórica. No entanto, a pressão no mercado de juros mantém o prêmio de risco da bolsa (Equity Premium Risk) extremamente deprimido. De outra forma, apesar do nível do preço estar alinhado com o lucro esperado das empresas, o elevado custo de oportunidade prejudica a decisão de alocação no mercado de renda variável. Por isso, atribuímos avaliação negativa para o valuation do IBX. 3. Técnico: a continuidade da elevada volatilidade dos mercados mantém nossa avaliação levemente negativa para os fatores técnicos. Apesar da avaliação fundamentalista negativa, entendemos que as recentes ações do governo (Banco Central, Tesouro e Planalto) podem favorecer o preço de ativos de risco no curto prazo. Portanto, considerando nossos modelos quantitativos e a discussão qualitativa, o colegiado decidiu pela alocação neutra em renda variável para o início do mês de outubro. utilização da capacidade instalada das empresas. Entendemos que esse ambiente é fortemente desinflacionário e, portanto, o Banco Central não aumentará a taxa de juros nas próximas reuniões. Assim, o comitê decidiu aumentar o posicionamento de neutro (zero) para levemente overweight (+1 ponto) em renda fixa para a primeira quinzena de outubro. A decisão foi baseada em: 1. Cenário econômico: Nossa expectativa de forte retração da atividade em 2015 e 2016 suportam nosso cenário de redução da pressão inflacionária ao longo dos próximos trimestres mas, a desvalorização cambial e a elevada inércia devem manter o IPCA ligeiramente acima de 5,0% no próximo ano. Além disso, aumento de impostos tendem a prejudicar adicionalmente nossa expectativa de preços. Assim, atribuímos avaliação neutra para o impacto do cenário sobre juros. 2. Valuation: o mercado de renda fixa precifica aumento da taxa de juros nas próximas reuniões do Copom. Entendemos que a probabilidade de retomada do ciclo de aperto monetário é irrisória. O presidente do Banco Central, Dr. Alexandre Tombini, disse no dia 24 de setembro que reafirmava “a estratégia de manutenção da Selic por período prolongado”. Além disso, que “visa convergência (da inflação) em período mais largo”. Assim, atribuímos avaliação muito positiva para o valuation do mercado de juros. 3. Técnico: o aumento da volatilidade desfavorece o mercado de renda fixa para o curto prazo. Mas, outros indicadores técnicos sinalizam possibilidade de redução momentânea de pressão nas taxas de mercado. Atribuímos avaliação neutra. Portanto, a possibilidade de melhora do ambiente de risco e o valuation atrativo levaram o colegiado a aumentar a alocação de renda fixa para levemente positiva para o início do mês de outubro. Renda fixa A ociosidade da economia brasileira deverá alcançar 10% no próximo ano. Essa enorme subutilização dos recursos produtivos será reflexo do aumento da taxa de desemprego e redução substancial do nível de 4 Renda Fixa: Comportamento do Mercado Pelo segundo mês consecutivo o cenário local comandou as ações no mercado de renda fixa. Entretanto, desta vez, o movimento foi bem mais agudo. O mercado externo também não colaborou e, quando houve alguma influência externa, a contaminação foi novamente negativa. No plano internacional ocorreu novo movimento de aversão a risco. Esse movimento ficou mais evidente a partir da reunião do Federal Reserve System ( Banco Central dos EUA). Lembrando que o mercado estava em compasso de espera, pois existia a possibilidade de alta de juros nesta reunião. A presidente do banco central norte-americano mencionou a inflação baixa e a piora do cenário internacional ao justificar a manutenção da taxa de juros. Tal justificativa sensibilizou o mercado levando a Treasury de 10 anos a cair 18bps no mês, e se aproximar do patamar de 2,00%. Os spreads de créditos high yields também sofreram e subiram aproximadamente 100bps em setembro. No mercado doméstico, as seguidas revisões de queda da atividade econômica deterioraram a percepção da situação fiscal. Os investidores começaram o mês desconfortáveis com as posições que refletiam expectativa de melhora do quadro econômico, remanescentes do mês anterior. A visão de piora do quadro recessivo, a falta de apoio no congresso para a aprovação de medidas que amenizariam a deterioração fiscal associado ao downgrade da S&P e a alta das projeções de inflação divulgadas no último relatório de inflação levaram a ondas de “stop” de posições ao longo de setembro. O câmbio também sofreu durante o período, sendo mais um fator importante de pressão para a curva de juros, e subiu em torno de 9%. Interessante ressaltar que no momento de maior stress do mercado a taxa de câmbio spot chegou a atingir R$4,2478, o que representou 17,32% de depreciação desde o final de agosto. O mercado só acalmou quando, no dia 24 de setembro, o presidente do Banco Central veio a público corroborar o propósito de manter o objetivo exposto ao final da reunião do Copom que havia ocorrido no início do mês: “[...]O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016.” A comunicação deu certo e ancorou o mercado que até o fim do mês teve seus prêmios reduzidos apesar do fechamento ainda ser em patamar bem superior em relação ao desfecho observado no final do mês anterior. As NTN-Bs também subiram, porém em patamar bem menor do que a curva de juros nominal. O resultado disso é que a inflação implícita teve alta exorbitante ao longo de setembro. Outro fator importante para a melhora do mercado foi a alta de preços de gasolina e óleo diesel. Apesar do impacto inflacionário, o sinal foi positivo porque no futuro, indica menor pressão fiscal para o Tesouro Nacional. Em suma, setembro foi caracterizado pelo aumento significativo dos prêmios da curva de juros nominal. A curva de juros real também subiu, porém em menor medida o que levou a uma alta expressiva da inflação implícita no período. Gráfico 06 Juros Nominal 1 Ano 16,00% 2 Anos 10 Anos 5 Anos 15,50% 15,00% 14,50% 14,00% 1 253 505 757 1009 1261 1513 31/ago 1765 2017 2269 2521 2773 3025 30/set Fonte: BCB. Elaboração: BNP Paribas AM. Gráfico 07 Juro Real 7,60% 7,40% 7,20% 7,00% 6,80% 6,60% 6,40% 6,20% 30/Set 31/ago Fonte: BCB. Elaboração: BNP Paribas AM. 5 Juros & Inflação - O que fizemos? Nos mandatos RF e IRFM começamos o mês com posições aplicadas nos DIs janeiro 2017, 2018 e 2021, além da venda de inflação implícita de prazo intermediário. Logo nos primeiros dias de setembro reduzimos parcela relevante em todos os vértices e zeramos a posição em inflação implícita. No meio do mês zeramos o saldo remanescente nos prazos de 2018 e 2021. E finalmente, próximo ao fim do mês, eliminamos o risco que mantínhamos no janeiro 2017. A partir de então chegamos a carregar outras posições, porém estas eram pequenas e tinham caráter tático. Nós encerramos o mês zerados. Nos mandatos da família IMA-B, no início do mês reduzimos de maneira expressiva a posição vendida em inflação implícita de prazo intermediário. Mantivemos apenas 20% do total que detínhamos originalmente em inflação implícita. Em relação a duration dos fundos, os mandatos permaneceram com duration neutra em relação ao benchmark ao longo de todo o mês de setembro. Juros & Inflação - Estratégias para o próximo período Mantemos o cenário prospectivo. A queda acentuada da confiança dos empresários associada a forte redução do nível de utilização da capacidade instalada torna improvável a retomada dos investimentos no curto prazo. Acreditamos que a inflação continuará elevada até o final desse ano. Para 2016, entretanto, acreditamos que o fraco ritmo da atividade econômica deve prevalecer e auxiliar na queda do IPCA em direção à meta de inflação no próximo ano. O resultado fiscal está cada vez mais difícil de ser atingido nesse e no próximo ano. A trajetória do resultado primário sugere que poderemos ter déficits consecutivos. A dívida bruta em relação ao PIB provavelmente será superior a 70%, valor que era précondição para a manutenção do grau de investimento por parte das agências de risco. O que acabou culminando na perda do grau de investimento pela S&P. O nível de incerteza é muito alto. Apesar do ritmo lento da atividade econômica ser favorável para o mercado de renda fixa no médio prazo, as dúvidas com relação à condução da política fiscal levantam questionamentos sobre a trajetória de câmbio e consequentemente da inflação. Ou seja, os valores expressos nos ativos do mercado podem se deslocar demasiadamente do nosso cenário base. Portanto, será fundamental acompanhar a execução da política fiscal para verificar o rumo do superávit primário. Em função do aumento substancial do risco, a despeito do prêmio, devemos manter posições pequenas e defensivas visando preservar o capital de nossos clientes. Definitivamente iremos privilegiar posições táticas em detrimento de posições estruturais. Importante: devemos continuar testemunhando um ambiente de volatilidade acima da média nos próximos meses, tanto por motivações internas quanto externas. Crédito Privado O mês começou com a perda do grau de investimento do Brasil pela S&P, evento que veio confirmar a piora tanto no cenário econômico como político do país. Ficou ainda mais evidente, o fechamento do mercado externo para captação de empresas brasileiras. Esse era um mercado que já vinha fraco esse ano por conta do atraso na publicação do balanço auditado da Petrobras. Agora, as taxas demandadas pelos investidores têm sido elevadas ao ponto de inviabilizar esta alternativa de funding. Como consequência disso, vemos algumas companhias que tradicionalmente captavam no mercado externo, migrando para o mercado local. Este é o caso, inclusive, da Petrobras que está fazendo uma emissão de debêntures de R$ 3 bilhões, com séries de 5, 7 e 10 anos, focando em investidores institucionais e nas pessoas físicas, já que possui uma série incentivada. Essa migração só não é mais frequente porque os investidores locais não estão muito propensos a tomar risco. Continuamos vendo um volume fraco de emissões locais, inclusive com o adiamento de alguns processos de bookbuilding, como foi o caso do Banrisul, do FIDC do Banco Volkswagen e da Autoban. A falta de apetite para comprar papéis de emissores envolvidos em notícias negativas, ajudaram em todos estes casos de adiamentos. Nós estamos aproveitando esse momento para reduzir a nossa exposição em crédito corporativo nas carteiras, privilegiando a liquidez. Dentre as emissões que estamos avaliando, continuamos focando nos nomes com baixo perfil de risco e prazos mais curtos. Esse encurtamento das emissões de debêntures já pôde ser visto nos dados da Anbima que mostraram que a média de prazo das emissões que era de 5,8 anos cerca de 2 anos atrás, é hoje de 3,8 anos. 6 Os preços no mercado secundário de debêntures continuam bastante comportados, mas no mercado primário, já vimos alguma abertura de taxa. Esse movimento ocorreu principalmente nos emissores de setores expostos a piora macroeconômica ou a interferência governamental. Essa abertura no mercado primário de debêntures ainda é muito modesta se comparada ao movimento dos preços dos bonds de companhias brasileiras. Continuamos deixando vencer alguns CDBs de bancos médios e/ou encurtando prazos e reduzindo o risco das carteiras. As principais alocações continuam sendo feitas em bancos de primeira linha, em emissões de letras financeiras de 2 ou 3 anos. No entanto, o interesse dos grandes bancos por recursos continua limitado, ou seja, entendemos que essas emissões sejam pontuais e não estamos vendo uma normalização das captações desses bancos no mercado. 7 Renda Renda Variável: Mercado Comportamento do Setembro foi mais um mês negativo para os mercados. Este fraco desempenho pode ser explicado por dois dados: (i) forte geração de emprego nos EUA e (ii) produção manufatureira mais fraca na China. O primeiro trouxe, novamente, receios acerca da alta de juros para esse ano enquanto o segundo trouxe, novamente, medo em relação a desaceleração da economia chinesa e impactos nos mercados emergentes. Entretanto, no final do mês, após novas notícias de mais estimulos na China (incentivos para venda de veículos e imóveis) os ativos de commodities começaram a apresentar certa recuperação. O Brasil segue tentando recuperar sua credibilidade fiscal. No entanto, em setembro, o país perdeu seu grau de investimento pela S&P. Apesar do fato negativo, a reação dos mercados não foi ruim dado que boa parte dos agentes já esperava esse desfecho. Todavia, houve um fato positivo no final do mês, o aumento do preço de gasolina. Este fato foi totalmente inesperado, principalmente, devido ao complicado quadro de inflação e foi interpretado como um gesto importante de governança. Contudo, o quadro geral continua bastante desafiador com pressão inflacionária no curto prazo, juros bastante elevados e mercado de crédito mais restrito. desemprego e queda de consumo. Entretanto, voltamos a reiterar que vários ativos já contemplam um futuro mais adverso. O maior exemplo disso foi o fato do mercado não ter sentido a perda do grau de investimento. É aquela conhecida frase “já estava no preço”. A continuidade desse cenário doméstico é obviamente negativa e acreditamos que temos uma carteira que nos possibilite gerenciar essa travessia com poucos danos. A pergunta é: pode haver algo positivo no curto/médio prazo? Existem dois fatores:(i) O sentimento global melhorar devido ao FED ou China e/ou (ii) Governo conseguir apoio suficiente para direcionar melhorias do lado fiscal. Nossa tarefa será avaliar se esses catalizadores terão ou não vida curta. O que fizemos? A carteira não sofreu alterações significativas no mês. Aumentamos marginalmente a posição no setor financeiro após forte queda e reduzimos os setores de alimentos e distribuição de combustível. O que esperamos para frente? Seguimos não acreditando em fortes políticas de estímulos fiscais e/ou monetários na China e sim, conforme citado no início, em políticas pontuais. Se isso resultar em estabilização da economia já é algo importante. Essa percepção pode gerar algum efeito positivo para os mercados emergentes. Em relação a EUA, o mercado seguirá dependente dos dados, ou seja, volátil. Isso nos impacta diretamente e deve gerar algumas oportunidades no curto prazo. No Brasil, o cenário segue bastante complicado dado elevada taxa de juros, aumento de 8 Multimercados - O que fizemos Moedas O mercado de moedas foi guiado no mês de setembro predominantemente pela expectativa e posteriormente o anuncio da decisão do FED em manter inalteradas as condições monetárias nos Estados Unidos. Ao longo dos últimos meses havia uma expectativa de um aumento já em setembro, porém a decisão do governo chinês de efetuar uma desvalorização inesperada em sua moeda levou a um aumento de risco nos principais mercados e o FED não quis causar maiores incertezas. Além disso, a economia americana vem mostrando sinais de acomodação permitindo que um eventual aumento seja postergado para o final do ano ou até mesmo para 2016. O Dólar ensaiou uma desvalorização frente às principais moedas no dia da reunião, mas rapidamente se recuperou fechando o mês sem grandes oscilações. O Real foi uma grande exceção. No mercado doméstico as incertezas quanto à capacidade do governo de cumprir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB em 2016 e o envio do orçamento para o congresso contemplando um déficit de R$ 30 bilhões mostraram uma fragilidade muito grande do governo tanto do ponto de vista econômico como no aspecto político sugerindo que o ministro Joaquim Levy foi voto vencido nessa decisão. A agência de rating Standard & Poor’s reagiu rapidamente e surpreendeu os mercados rebaixando a nota do Brasil em um degrau para nível especulativo mantendo a perspectiva negativa. O impacto inicial foi muito bem assimilado pelo mercado, mas nos dias seguintes o dólar chegou ao pico de R$ 4,25 recuando posteriormente para encerrar o mês valendo R$ 3,95, uma alta de 9% no mês. Gráfico 08 O resultado da nossa estratégia de moedas foi positivo no mês vindo basicamente da compra de dólar contra o real. Gráfico 09 Fonte: BNP Paribas Asset Management Brasil. Juros O mês de setembro apresentou uma alta bastante elevada na curva de juros nominais com os vértices intermediários (entre Jan18 e Jan19) sendo os mais impactados com altas próximas a 170bps depois de terem atingido um pico próximo a 250bps acompanhando o movimento tanto do Dólar como do risco Brasil medido pelo CDS. A curva de juros reais teve uma alta bem mais modesta, com elevações ao redor de 30bps nos principais vencimentos de NTNB’s. A consequência do movimento de ambas as curvas foi uma drástica elevação na inflação implícita com os investidores buscando proteção pelo receio de que estamos vivendo uma migração para um cenário de dominância fiscal. Por discordarmos dessa tese nós acreditamos que o mercado exagerou nesse movimento, mas os preços podem permanecer nos níveis atuais caso o cenário político permaneça instável por um período mais prolongado. Mesmo acreditando que o nível de inflação implícita está num patamar bem acima das nossas projeções de inflação, nós optamos por fazer uma importante redução nessa posição. Fizemos o mesmo com a posição de juros nominais mantendo o risco das carteiras em um patamar relativamente baixo. Fonte: Bloomberg, BNP Paribas Asset Management Brasil. O resultado da estratégia de juros foi negativo no mês, sendo a maior parcela advinda da estratégia de implícita, e os ganhos na posição comprada em Dólar 9 foram insuficientes para compensar o resultado de juros. Renda Variável O desempenho da estratégia de bolsa apresentou um resultado levemente positivo no mês de setembro com ganhos na posição vendida em índice futuro que foram compensados por uma perda na posição comprada de S&P futuro. A bolsa doméstica foi muito mais impactada pela queda nas bolsas internacionais do que pelo aumento de risco nos mercados de câmbio e juros localmente. A carteira long and short agregou valor no mês. Para informações mais detalhadas sobre as posições e setores, conferir na parte de renda variável. Multimercados próximo período Estratégias para o Para o próximo mês vamos manter as principais posições no mercado de juros e moedas, mantendo os riscos em patamares baixos. Manteremos também a posição comprada em S&P futuro e iremos monitorar a posição vendida em Ibovespa futuro visto que o mercado acionário vem sendo guiado mais pelo cenário internacional do que pelas questões domésticas. Avaliaremos se iremos zerar essa posição vendida 10 DISCLAIMER Este documento foi produzido pelo Banco BNP Paribas Brasil S.A. ou por suas empresas subsidiárias, coligadas e controladas, em conjunto denominadas 'Banco BNP Paribas Brasil', com fins meramente informativos não se caracterizando como oferta ou solicitação de investimento ou desinvestimento de ativos. O Banco BNP Paribas Brasil S.A. é instituição financeira regularmente constituída e em funcionamento no país e devidamente autorizada pelo Banco Central do Brasil e habilitada pela Comissão de Valores Mobiliários para administrar fundos de investimentos. Apesar do cuidado utilizado tanto na obtenção quanto no manuseio das informações apresentadas, o BNP Paribas não se responsabiliza pela publicação acidental de informações incorretas, nem tampouco por decisões de investimento tomadas com base nas informações contidas neste documento, as quais podem inclusive ser modificadas sem comunicação. Esse documento contém informações e declarações prospectivas referentes ao Banco BNP Paribas Brasil e ao mercado em geral. Essas declarações não constituem fatos históricos e abrangem projeções financeiras e estimativas, bem como hipóteses sobre as quais estão baseadas declarações relativas a projetos, objetivos e expectativas relacionadas às operações, produtos e serviços futuros ou performances futuras. Essas declarações prospectivas podem ser identificadas pelas palavras 'esperar', 'antecipar', 'acreditar', 'planejar' ou 'estimar', bem como por outros termos similares. Informações e opiniões contidas neste documento foram obtidas de fontes públicas por nós consideradas confiáveis, porém nenhuma garantia, explicita ou implícita, é assegurada de que as informações são acuradas ou completas, e em hipótese alguma podemos garantir a sua ocorrência. O BNP Paribas Brasil não assume qualquer compromisso de publicar atualizações ou revisões dessas previsões. 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