Noções de Comércio Exterior -Fábio Silva - UNIGRAN
Aula 04
ADAM SMITH, DAVID RICARDO E
SUAS TEORIAS
Quando falamos sobre economia mundial, temos por obrigação citar alguns nomes que
realmente fizeram a diferença, elaborando ideias, teorias que foram e são aplicadas pelos gestores.
Dentre eles encontram-se John Stuart Mill, Jean Batista Say, David Ricardo e Adam Smith, lembram desse último? àquele da teoria econômica da mão invisível que já estudamos na disciplina
de MACROECONOMIA. Mas naquele momento focamos mais na ideia da escola Keynesiana,
de John Maynard Keynes. De agora em diante, falaremos sobre Adam Smith e David Ricardo.
Existem outros importantes teóricos, mas temos estes como principais nomes.
Tenho certeza de que muitos de vocês são críticos,
têm sede de conhecimento, irão se perguntar, e os outros
teóricos não são importantes para meu estudo? Com certeza
são. Assim, recomendo que numa próxima oportunidade se
aprofundem nesses outros nomes, porque em uma possível
pós-graduação (strictu sensu) mestrado e/ou doutorado, aos
que têm pretensão, certamente terão que se aprofundar no
tema e, as referências bibliográficas apresentadas serão um
importante instrumento de pesquisa.
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Com isso, vamos otimizar nosso momento e focar na ideia central da disciplina, que
nesse momento dará uma noção do comércio exterior, pois, se fôssemos citar todos que fizeram
parte de toda a história do comércio mundial, levaria aulas e aulas de muita teoria e não é o
que queremos para o momento. Ao contrário, nossa proposta é fazer um apanhado geral para
apresentar ao acadêmico como começou, quais foram as teorias e o que elas recomendavam e
por quais motivos.
De acordo com Adam Smith (apud MAIA 2007), a produção não deveria ser protegida,
pois, seria um início para o livre comércio (iremos aprofundar sobre o tema na próxima aula),
assim, cada país iria produzir somente o que realmente tivesse domínio completo do sistema e
é claro, desde que o clima e o solo fossem favoráveis, para assim, ser um fornecedor natural ao
mercado interno e externo e com isso, iria gerar a:
1. Divisão do trabalho, gerando a especialização no produto trabalhado e com isso,
mais qualidade;
2. Produção em grande escala, assim, gerando menor custo.
Partindo desses possíveis objetivos, sendo estudos iniciais ao LIBERALISMO (livre
comércio), foram apresentadas as teorias da VANTAGEM ABSOLUTA e da VANTAGEM
COMPARATIVA.
A TEORIA DA VANTAGEM ABSOLUTA, de Adam
Smith, citado por Bortoto et all (2007, p. 77) diz “A referência é o
local com características mais favoráveis à produção de determinada
mercadoria: cada país deve concentrar-se em produzir somente as
mercadorias que apresentar melhores condições de fazê-lo”.
E de acordo com David Ricardo, temos a TEORIA DA VANTAGEM COMPARATIVA, citado por Bortoto et all (2007, p. 77)
A referência utilizada pela teoria, além do local com características mais favoráveis
a produção, leva em conta a garantia de uma balança comercial equilibrada entre
países, denotando uma preocupação com a continuidade da relação comercial: cada
país deve concentrar-se em mercadorias que apresentem maior vantagem absoluta e
menor desvantagem comparativa entre si. (grifo do professor).
Ambas as teorias são de certa forma um pouco complicadas de se entender.
Às vezes parecem iguais, poucas alterações, mas pequenas palavras mudam o contexto da situação. Vamos continuar, agora exemplificando a teoria.
Com intuito de facilitar o entendimento, apresento um exemplo, com algumas modificações, extraído do livro Comércio Exterior - Teoria e Gestão (2007).
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Segundo a TEORIA DA VANTAGEM ABSOLUTA
PAÍS
A
B
TECIDO (CUSTO)
90
80
VINHO (CUSTO)
80
90
O país que tiver a melhor condição (física, climática, ambiental) deve sempre se especializar na produção desse bem. No exemplo em questão, o país A deveria sempre vender o vinho
ao país B, pois, o seu custo de produção é menor; e o país B deveria sempre vender o tecido ao
país A. Essa “troca” deveria ser feita constantemente visando a garantir qualidade e menor custo
a ambas as sociedades. Sendo assim, na visão de Adam Smith, cada país deveria se especializar
apenas no que tem melhores condições de fazê-lo e sempre vender a outros países. Assim, todos
sempre estariam se mantendo financeiramente e o produto seria de excelente qualidade e de baixo
custo, devido a essa especialização.
Mas, por exemplo, se acontece a seguinte situação,
PAÍS
A
B
TECIDO (CUSTO) VINHO (CUSTO)
90
80
100
120
Vejam que no exemplo acima, em ambos os produtos, o país A tem vantagem de menor
custo de produção em relação ao país B. Nesse momento é que entra a TEORIA DA VANTAGEM
COMPARATIVA, de David Ricardo, que como Adam Smith, também é a favor da produção
com menor custo e qualidade, mas acrescenta a necessidade de que os países devem manter um
superávit comercial ou uma balança comercial positiva.
Nesse segundo exemplo, se formos avaliar pela Teoria da Vantagem Absoluta, de Adam
Smith, o país A deveria sempre vender e o país B sempre comprar, por ter melhores condições
de fazê-lo. Mas, o problema nesse caso seria uma balança comercial desfavorável a B, pois
sempre estaria importando e, em determinado momento a fonte dos recursos de B pode acabar.
PAÍS
A
B
TECIDO (CUSTO) VINHO (CUSTO)
90
80
100
120
No caso da Teoria da Vantagem comparativa, de David Ricardo, a diferença de custos do
tecido de A para B é de 90 – 100 = [10] e no vinho é 80 – 120 = [40], ambos os resultados estão
em módulos [ ] para desconsiderarmos o resultado negativo. Assim, o vinho é mais vantajoso
para o país A produzir, enquanto B produziria tecido, ou seja, o que apresenta maior vantagem
absoluta e menor desvantagem comparativa entre si, sendo que nunca se esgotariam as riquezas
de ambos e a balança sempre ficaria nivelada.
Comparando ambas as teorias, podemos considerar que, no caso da teoria da vantagem
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comparativa seria uma receita interessante ao livre comércio, onde todos mantêm sua balança
comercial estável, sem prejuízos à sociedade, sempre comprando os produtos a um custo mais
baixo. Isso porque temos muitos países em desenvolvimento que não possui nenhuma vantagem
na produção perante outros e, como ficariam configurados nesse processo de internacionalização?
Devido a esses fatores, a teoria de Adam Smith foi complementada pela teoria de David Ricardo.
Também é necessário frisar que em nenhum momento, ambos os teóricos mencionam
outros fatores importantes para a produção, como matéria-prima, capital (investimentos), logística,
custos comerciais ou planejamento, apenas avaliam esse comércio, teoricamente, através do
custo do trabalho agregado à manufatura. Maia (2007, p. 81).
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E ai, ficou claro as teorias? Veja que essas precedem
a ideia do LIBERALISMO. Seriam os motivos precursores para o livre comércio. Se ainda tem dúvidas
pesquise em outras fontes, procure o seu professor e
desenvolva as atividades de acordo com o cronograma
na AGENDA em sua plataforma de ensino. ATENÇÃO com os prazos. Não deixe para a última hora.
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