INTERAI – INTEGRAÇÃO DO ALUNO INTERCAMBISTA NO ENSINO MÉDIO. Arlete Steil Kumm, Diretora do Colégio de Aplicação da Univali em Itajaí, Universidade do Vale do Itajaí, e-mail [email protected] Gabriel Steil Kumm, Universidade do Vale do Itajaí, e-mail [email protected] Helena Waltrick Ramos, aluna bolsista do Colégio de Aplicação da Univali, Universidade do Vale do Itajaí, e-mail [email protected] Resumo: As transformações que estão ocorrendo no mundo globalizado têm exigido, cada vez mais, mudanças na educação. Nesse sentido, é preciso formar cidadãos capazes de se adaptarem a contextos diversos oriundos de sua escola, de sua comunidade, de seu país ou fora dele, de forma a analisar e interpretar criticamente a diversidade cultural existente no mundo. A UNIVALI possui com o Rotary Internacional um acordo de cooperação técnica para o Programa de Intercâmbio de Jovens de longa duração – um ano. Esse programa oferece aos alunos do ensino médio matriculados no Colégio de Aplicação UNIVALI, a oportunidade de conhecer outros países, seus habitantes e a cultura local, objetivando promover a paz e a compreensão mundial. O projeto INTERAI – integração do aluno intercambista – pesquisou o perfil do aluno no programa, quais são as maiores dificuldades de adaptação, quais as formas de integração e qual visão possuem dessa experiência. Buscou também pesquisar qual é a contribuição que esse programa traz para o aluno e para sua instituição de ensino. A pesquisa se desenvolveu junto aos alunos que partem para o exterior (outbounds) e junto aos alunos estrangeiros que chegam para estudar no Colégio de Aplicação (inbounds). A abordagem metodológica escolhida foi a pesquisa-ação uma vez que utiliza técnicas de pesquisa consagradas que informam a ação a ser definida para melhorar a prática e o alcance dos objetivos. Ao longo do ano de intercâmbio foram feitos contatos on line com os outbounds e encontros, entrevistas, acompanhamento e orientação com os inbounds. A pesquisa foi desenvolvida em 2012/II e em 2013/I, com cinco intercambistas, três inbounds e dois outbounds. As contribuições que obtivemos facilitaram as ações de nossa escola em prol do acolhimento, do apoio e da adaptação deles. Os alunos se sentiram mais seguros e preparados para viverem em um país diferente do seu. Observamos que ao ingressar no programa o intercambista ampliou sua autocrítica, responsabilidade, maturidade, tolerância, o senso de solidariedade e a valorização da instituição família. Todas essas habilidades são essenciais para seu sucesso como cidadão e como profissional do mundo contemporâneo. A pesquisa também apontou que houve jovens que optaram pela participação no programa para se sentirem mais preparados em sua escolha profissional, ganhando mais tempo para essa decisão e dando a si maiores chances de se conhecer melhor. O acesso ao ensino superior pressupõe preparo já na Educação Básica, por isso a pesquisa culmina como o eixo n.º 01 do 1.º seminário ibero-americano da UNIVALI: acesso à universidade. Os alunos intercambistas expressaram que a preparação para futuras escolhas profissionais são elementos imprescindíveis e indispensáveis no currículo e ações do Colégio e das escolas de uma maneira geral. Nessa perspectiva, ao se desenvolver na escola um programa como este, as chances dos alunos fazerem escolhas profissionais mais conscientes aumentam. Outro aspecto é de que essa experiência educacional também aprimorou o entendimento de mercado de trabalho e de formação educacional internacional. Com isso, a etapa de transição para o ensino superior torna-se mais tranquila. A participação ainda no ensino médio no programa envolveu-os com o mundo fora da escola e também os familiarizou com o que foi e ainda será exigido deles, no ensino superior (maturidade, confiança, habilidade, empenho, autonomia). Dentre os muitos aspectos que identificamos na pesquisa, intrínsecos ao processo de decisão pelo intercâmbio internacional, foi a relação entre escolha e coragem, ambas tão presentes na vida do adolescente. Outro aspecto identificado foi que o aluno intercambista necessita ter uma competência social mínima para se sentir preparado para viver e aproveitar esse ano de vivência familiar e escolar internacional. No entanto, a despeito de quais comportamentos são equiparados à competência social dos intercambistas, a sua maioria, por fim apresentou e desenvolveu padrões de comportamentos, que podem ser descritos como mais ou menos competentes socialmente de acordo com a sociedade em que vivem em seu país. Foi incorporado também conceitos sobre cultura, educação intercultural e civilização global. Percebeu-se que a abrangência dos resultados do programa de intercâmbio é grande, e que se a escola compreende o significado de educar jovens para ser cidadãos do mundo, essa educação perpassa pela discussão do mundo, sob a luz dos interesses e do conhecimento que seus alunos possuem do mundo globalizado que os aguarda e os rodeia. Palavras-chave: Integração; aluno intercambista; ensino médio.