24 de junho de 2015 Detenções de vários defensores de direitos humanos e jovens activistas No dia 21 de junho de 2015, o jornalista e defensor de direitos humanos Sr Domingos da Cruz foi detido. Ele está atualmente detido na 29ª Esquadra em Luanda. Na tarde do 20 de junho de 2015, pelo menos quatro defensores de direitos humanos, nomeadamente os Senhores Afonso Mayenda (também conhecido como Mbanza Hanza), Luaty Beirão, Manuel Nito Alves, e Albano Bingo, juntos com nove jovens activistas, foram detidos pela Polícia Nacional e pela Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC). Luaty Beirão e Manuel Nito Alves estão detidos na 29ª Esquadra em Luanda. Albano Bingo está detido na 10ª Esquadra no Bairro do Cazenga. Afonso Mayenda está detido na 9ª Esquadra no Bairro das Lagostas. A pesar de que não há acusações oficializadas, estima-se que foram detidos em suspeitas de planejar um “golpe de estado”. Os outros nove activistas estão supostamente detidos em varias esquadras da polícia na cidade de Luanda. Domingos da Cruz é jornalista, defensor de direitos humanos, e recentemente publicou um livro intitulado ''Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura''. No livro, o autor apresenta princípios de desobedência civil. Domingos da Cruz é também o coordenador do Observatório de Imprensa, uma plataforma criada em dezembro de 2014 com o objectivo de monitorar a imprensa angolana afim de defender a democracia e a liberdade de expressão. Manuel Nito Alves e Albano Bingo são membros do grupo de jovens ''Movimento Revolucionário'', que defende de forma pacífica os direitos humanos, a democracia e responsabilidade das autoridades em Angola. Desde 2012, o Movimento é conhecido por organizar uma seria de manifestações pacíficas, que foram regularmente reprimidas pela polícia, na capital do país Luanda. Luaty Beirão, músico, e Mbanza Hanza, professor, são ambos membros da Central Angola 7311, uma plataforma online criada por activistas jovens para documentar violações de direitos humanos. Eles estavam também recentemente envolvidos na preparação da campanha ''Buzina Só'' para justiça social, que está sendo organisada pelas redes sociais. Os defensores de direitos humanos foram detidos na tarde do 20 de junho de 2015, enquanto participavam da uma conferência sobre ''Filosofia ideológica de revolução pacífica'', ministrada pelo Domingos da Cruz no bairro da Vila Alice em Luanda. Logo após as detenções, os defensores de direitos humanos foram levados por agentes de polícia e membros da Direcção Nacional de Investigação Criminal para as suas casas respectivas, e tiveram suas camêras e computadores pessoais apreendidos. O Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior de Angola publicou uma nota de imprensa no dia das detenções, anunciando que foram realizados ''varias digilências que culminaram na detenção em flagrante delito de 13 cidadãos nacionais, que se preparavam para realizar actos tendentes a alterar a ordem e a segurança pública do pais'', e que ''durante a operação foram apreendidos uma serie de meios de prova''. Isto não é a primeira vez que os defensores de direitos humanos foram presos e detidos pela polícia. No mês de março de 2013, Manuel Nito Alves, Luaty Beirão e Mbanza Hamza foram presos logo após o inicio de uma manifestação na capital de Luanda, programada em solidariedade com dois defensores de direitos humanos desaparecidos em 2012. Na época, Mbanza Hanza, foi espancado pela polícia. Os defensores de direitos humanos foram libertados sem qualquer acusação no dia 30 de março de 2013. Front Line Defenders manifesta preocupação com a prisão e detenção dos defensores de direitos humanos acima mencionados. Front Line Defenders acredita que essas ações sejam directamente motivadas pelo seu legítimo exercício dos direitos de reunião pacífica e de liberdade de expressão. Front Line Defenders insta as autoridades em Angola para: 1. Imediatamente e incondicionalmente pôr em liberdade os defensores de direitos humanos acima mencionados, pois acredita-se que eles são exclusivamente detidos como resultado de seu trabalho pacífico e legítimo na defesa dos direitos humanos; 2. Retornar imediatamente os bens confiscados aos defensores de direitos humanos, em particular seus computadores; 3. Garantir em todas as circunstâncias que os defensores de direitos humanos em Angola sejam capazes de realizar as suas actividades legítimas e pacíficas de defesa dos direitos