Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina
PEIC
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores de maio de 2014
Núcleo de Pesquisas
Endividamento das famílias catarinenses sobe em maio.
Síntese dos resultados
Meses
Abr/14
Mai/14
Total de endividadas
54,9%
57,8%
Dívidas ou contas em atraso
13,9%
16,6%
Não terão condições de pagar
4,0%
4,0%
Situação da família
Análise do endividamento
O endividamento dos consumidores catarinenses subiu 2,9 pontos percentuais na comparação
entre o mês de maio e abril. O percentual de famílias endividadas, que era de 54,9%, subiu para 57,8%.
Tendo como ponto de vista o endividamento por faixa de renda, é possível perceber que as famílias
com renda superior a 10 salários mínimos estão mais endividadas, em comparação com as famílias de
renda inferior a 10 salários mínimos. Enquanto 65,6% das primeiras apresentam dívidas, 57,1% das
segundas estão na mesma situação.
O nível de endividamento das famílias subiu a nível mensal, mostrando uma elevação dos muito
endividados (5 pontos percentuais), passando de 7,1% em abril para 12,1% em maio. Na faixa dos mais ou
menos endividados a alta passou de 17,1% para 21,3%. Quanto aos pouco endividados, passou de 30,7%
para 24,4%. Por fim, aqueles que responderam não ter dívidas desse tipo somam 41,9% uma diminuição
em comparação ao mês anterior, como pode ser visto na tabela abaixo.
Nível de endividamento
Abril/14
Categoria
Maio/14
Muito endividado
7,1%
12,1%
Mais ou menos endividado
17,1%
21,3%
Pouco endividado
30,7%
24,4%
Não tem dívidas desse tipo
44,4%
41,9%
Não sabe
0,5%
0,1%
Não respondeu
0,3%
0,1%
Já em relação aos tipos de dívida dos catarinenses, o cartão de crédito continua sendo o principal
agente do endividamento. Ele é responsável pela expressiva maioria das dívidas familiares dos catarinenses
(51,5%). Em segundo, terceiro e quarto lugar aparecem, respectivamente, os financiamentos de carro
(22,7%), os carnês (18,6%) e o crédito pessoal (16,9%).
Tipos de dívida
maio
abril
cartão de
crédito
cheque especial
cheque prédatado
crédito
consignado
51,5%
51,7%
2,8%
4,6%
2,5%
1,4%
4,8%
5,9%
16,9%
crédito pessoal
8,0%
18,6%
17,1%
carnês
financiamento
de carro
financiamento
de casa
outras dívidas
22,7%
24,1%
12,5%
13,1%
1,0%
1,3%
não sabe
0,0%
0,0%
Não respondeu
0,1%
0,0%
Já em relação ao tempo de comprometimento com as dívidas, a maioria dos catarinenses
endividados tem dívidas por mais de um ano (44,8%). Aqueles que têm dívidas até 3 meses representam
25,4%. Entre 3 e 6 meses, são 11,8%. E por fim, entre 6 meses e um ano são 13,6%. O tempo médio de
comprometimento com dívidas ficou em 7,9 meses, inferior ao valor verificado no mês anterior, de 8
meses.
A parcela da renda das famílias comprometida com dívidas apresentou alta, passando de uma
média de 27,1% abril para 28,9% em maio, ou seja, ainda em níveis que geram certa preocupação.
Completando o quadro, o percentual de famílias com menos de 10% da renda comprometida foi de 23%,
com renda entre 11% e 50% foi de 56,2% e com mais de 50% de comprometimento foi de 16,2%.
Parcela da renda comprometida com
dívida
menos de 10%
de 11% a 50%
superior a 50%
Não sabe / Não respondeu
16,2%
4,6%
23,0%
56,2%
Análise das contas em atraso
A quantidade de famílias com contas em atraso apresentou leve alta na comparação entre abril e
maio. De 25,3% de famílias com contas em atraso em abril, temos em maio 28,7% entre os endividados. A
maior parte das famílias, também entre os endividados, 70,9%, não tem contas em atraso. No total geral
das famílias pesquisadas a porcentagem de famílias com contas em atraso ficou em 16,6%, aumento,
quando comparado aos 13,9% do mês anterior.
Dentre as famílias com contas em atraso, 24,2% afirmaram que não terão condições de pagar
totalmente suas dívidas, ante 28,6% registrados no mês anterior. As que, em parte, terão condições de
quitar seus débitos representam 45,9% em maio. Por fim, aquelas que terão condições de pagar totalmente
suas dívidas dentre o total de famílias representam 28,4%.
O tempo com contas em atraso se concentra acima dos 90 dias, representando 60,3%. O período
entre 30 e 90 dias é de 19,2%. E, até 30 dias, apresenta 20,1%. Em geral, a média de tempo em dias para
quitação das dívidas em atraso ficou em 69,1 dias, dado melhor que o apurado no mês anterior (64,9 dias).
Conclusão
A pesquisa de endividamento e inadimplência dos consumidores catarinenses de maio de 2014
apresentou uma leve deterioração no endividamento das famílias e na inadimplência. Aumentou o número
de famílias muito endividadas, as condições de pagamento das dívidas pioraram, a parcela da renda
comprometida com a renda elevou e a tempo de pagamento também.
O Dia das Mães que ocorreu em maio – segunda data anual de maior movimentação para o varejo
– ajuda a explicar essa situação, já que trouxe um significativo aumento das vendas, principalmente nas
modalidades de crédito.
Entretanto, mesmo com este incremento da movimentação, o varejo vem sentindo o impacto do
endividamento em seu volume de vendas reduzido, sendo nítida a desaceleração do ritmo de vendas desde
a metade de 2013. As famílias atingiram um patamar alto de endividamento e estão deixando de comprar
novos produtos de valor maior – como automóveis, eletrodomésticos, etc. – para pagarem dívidas antigas.
Desta maneira, o que fica prejudicada é a capacidade das famílias efetivarem novas compras com o
recurso do crédito e não a capacidade de quitar dívidas antigas. Desacelerando o comércio sem, no
entanto, gerar crises de inadimplência.
Metodologia
Foram entrevistados consumidores em potencial, residentes nos municípios de Blumenau,
Chapecó, Florianópolis, Itajaí e Joinville com idade superior a 18 anos. Para compor o dado agregado de
Santa Catarina os resultados obtidos em cada munícipio foram ponderados de acordo com sua população e
dessazonalizados.
Para fixar a precisão do tamanho da amostra, admitiu-se que 95% das estimativas poderiam diferir
do valor populacional desconhecido “p” por no máximo 3,5%, isto é, o valor absoluto “d”(erro amostral)
assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança de 95%, para uma população constituída
de consumidores em potencial.
Preferiu-se adotar o valor antecipado para p igual a 0,50 com o objetivo de maximizar a variância
populacional, obtendo-se maior aproximação para o valor da característica na população. Em outras
palavras, fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada.
Assim, o número mínimo de consumidores a serem entrevistados foi de 500, ou seja, com uma
amostra de no mínimo 500 consumidores, esperou-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com
semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras freqüências.
Download

da pesquisa