CONHEÇA A SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL / DOR DISFUNCIONAL Comitê de Desenvolvimento Mario H. Cardiel, MD, MSc Reumatologista Morelia, México Supranee Niruthisard, MD Especialista em Dor Bangkok, Tailândia Jose Antonio San Juan, MD Cirurgião Ortopedista Cidade de Cebu, Filipinas Andrei Danilov, MD, DSc Neurologista Moscou, Rússia Germán Ochoa, MD Ortopedista Bogotá, Colômbia Ammar Salti, MD Consultor Anestesista Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos Smail Daoudi, MD Neurologista Tizi Ouzou, Argélia Milton Raff, MD, BSc Consultor Anestesista Cidade do Cabo, África do Sul João Batista S. Garcia, MD, PhD Anestesiologista São Luis, Brasil Raymond L. Rosales, MD, PhD Neurologista Manila, Filipinas Yuzhou Guan, MD Neurologista Pequim, China Xinping Tian, MD Reumatologista Pequim, China Işin Ünal-Çevik, MD, PhD Neurologista, Neurocientista e Especialista em Dor Ancara, Turquia Este programa foi patrocinado pela Pfizer Inc. 2 Objetivos de Aprendizagem • Após concluir este módulo, os participantes conseguirão: – Discutir a prevalência de várias síndromes envolvendo a sensibilização central/ dor disfuncional, focando na fibromialgia – Entender o impacto das síndromes envolvendo a sensibilização central/ dor disfuncional, como a fibromialgia, na capacidade funcional do paciente e na qualidade de vida – Explicar a fisiopatologia da sensibilização central/ dor disfuncional – Reconhecer as características clínicas fundamentais da fibromialgia – Selecionar as estratégias farmacológicas e não farmacológicas apropriadas para o tratamento da fibromialgia 3 CARGA DA DOENÇA Visão geral Impacto da Dor Crônica Distúrbios do Sono 2 Depressão2 custos de Saúde 6 Presenteísmo e absenteísmo4,5 Ansiedade2 Dor Crônica1 Redução na qualidade de vida3 Invalidez4 Redução nas atividades sociais3 Interrupção na rotina diária3 1. Douglas C et al. J Neurosci Nurs 2008; 40(3):158-68; 2. Tang NKY et al. J Sleep Res 2007; 16(1):85-95; 3. Hawker GA et al. Osteoarth Cartil 2008; 16(4):415-22; 4. Munce SE et al. J Occup Environ Med 2007; 49(11):1206-1211; 5. Stewart WF et al. JAMA 2003; 290(18):2443-54; 6. Ritzwoller DP et al. BMC Musculoskelet Disord 2006; 7:72-81. Carga da Doença Fibromialgia • Uma estimativa de 75% das pessoas com fibromialgia permanecem não diagnosticadas • Impõe grandes cargas econômicas sobre a sociedade • Efeitos adversos significativos na qualidade de vida dos pacientes Clauw DJ et al. Mayo Clin Proc 2011; 86(9):907-11. Carga Física Impacto Relatado pelo Paciente de fibromialgia Qualidade de vida geral Relacionamentos pessoais Capacidade manter compromissos Capacidade de participar de hobbies Capacidade de cuidar da família Vida sexual Mobilidade física Humor geral América Latina Europa Concentração/memória Motivação/impulso Porcentagem que classifica a fibromialgia como tendo um impacto forte/muito forte em diversos aspectos da vida Clark P et al. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:188. Carga Econômica Trabalhadores com Dor por Fibromialgia Têm Menores Pontuações de Qualidade de Vida Pontuações de qualidade de vida do SF-12v2 Trabalhadores com dor por fibromialgia Trabalhadores sem dor por fibromialgia Resumo do componente físico 36,4 50,6 Resumo do componente mental 41,7 47,3 SF-12v2 = Formulário Resumido 12 versão 2 Fonte: National Health and Wellness Survey (NHWS) 2008. Trabalhadores com Dor por Fibromialgia Possuem Produtividade Reduzida 60% 55,4 51,3 50% 45,3 Percentual 40% 30% 20% 16,2 15,3 18,8 19,1 10% 4,5 0% Absenteísmo Trabalhadores: Presenteísmo Com dor por fibromialgia Fonte: National Health and Wellness Survey (NHWS) 2008. Comprometimento geral Comprometimento de no trabalho atividade Sem dor por fibromialgia Trabalhadores com Dor por Fibromialgia Têm Maior Utilização dos Recursos de Saúde Uso de recursos nos últimos 6 meses Trabalhadores com dor por fibromialgia (%) Trabalhadores sem dor por fibromialgia(%) >1 consulta médica 92,4 72,5 >1 consulta a profissional não tradicional 41,5 21,8 >1 visita ao ER 23,9 11,7 >1 hospitalização 11,4 6,0 9,0 1,9 Número de medicações prescritas ER = pronto-socorro Fonte: National Health and Wellness Survey (NHWS) 2008. Trabalhadores com Dor por Fibromialgia Têm Aumento nos Custos com Tratamentos de Saúde Média de Custos anuais por trabalhador Dor por fibromialgia Sem dor por Fibromialgia Consulta ao ER $594 $229 Hospitalizalção $3410 $1431 Consulta médica $2078 $777 Total de custos diretos $.082 $2437 $4760 $1398 Perda de renda por presenteísmo $11.206 $4871 Total de custos indiretos $15.966 $6269 $22.048 $8706 Custos diretos Custos indiretos Perda de renda por absenteísmo Custos Totais Custos Diretos + indiretos ER = pronto-socorro Fonte: National Health and Wellness Survey (NHWS) 2008. Consequências Econômicas para a Saúde Relacionadas ao Diagnóstico da Fibromialgia Testes e Imagens Uso de Recursos Observado Custos Previsto Observado Previsto 0,5 ano Dados do Reino Unido Annemans L et al. Arthritis Rheum 58(3):895-902. 1 ano 1,5 anos 2 anos 2,5 anos 3 anos 3,5 anos 4 anos Consequências Econômicas para a Saúde Relacionadas ao Diagnóstico da Fibromialgia Encaminhamentos Uso de Recursos Custos Observado Previsto Observado Previsto 0,5 ano Dados do Reino Unido Annemans L et al. Arthritis Rheum 58(3):895-902. 1 ano 1,5 anos 2 anos 2,5 anos 3 anos 3,5 anos 4 anos Consequências Econômicas para a Saúde Relacionadas ao Diagnóstico da Fibromialgia Consultas com Clínico Geral Uso de Recursos Custos Observado Previsto Observado Previsto 0,5 ano Dados do Reino Unido Annemans L et al. Arthritis Rheum 58(3):895-902. 1 ano 1,5 anos 2 anos 2,5 anos 3 anos 3,5 anos 4 anos Consequências Econômicas para a Saúde Relacionadas ao Diagnóstico da Fibromialgia Medicamentos Uso de Recursos Custos Observado Previsto Observado Previsto Medicamentos 0,5 ano Dados do Reino Unido Annemans L et al. Arthritis Rheum 58(3):895-902. 1 ano 1,5 anos 2 anos 2,5 anos 3 anos 3,5 anos 4 anos Comorbidades Comorbidades de Dor da Fibromialgia % de pacientes 25 21,8 20 17,3 15 10 5 3,4 4,7 3,3 4,5 2,1 0 Observações: As doenças comórbidas raras foram omitidas do quadro. Davis JA et al. J Pain Res 2011; 4:331-45; Dworkin RH et al. J Pain 2010; 11(4):360-8; Riley GF. Med Care 2009; 47(7 Suppl 1):S51-5. 2,2 0,4 % de pacientes Comorbidades no Sono e Saúde Mental de Fibromialgia >1 comorbidade de saúde mental >1 Outros comorbidade transtornos de sono psiquiátricos MDD = transtorno depressivo maior Bijl RV et al. Health Aff (Millwood) 2003; 22(3):122-33; Davis JA et al. J Pain Res 2011; 4:331-45; Ram S et al. Sleep Breath 2010; 14(1):63-70; Riley GF. Med Care 2009; 47(7 Suppl 1):S51-5. MDD Ansiedade Outros sintomas depressivos O Paradigma da Dor: Inter-relação Entre a Dor, Distúrbio do Sono e Sintomas Psicológicos DOR Distúrbios do Sono Comprometimento funcional e fadiga Sintomas psicológicos podem resultar estão fortemente diretamente da associados à Dor Relacionado fibromialgia e/ou fibromialgia. contribuir com ela. Estratégia de tratamento para os pacientes com fibromialgia para melhorar a capacidade funcional geral do paciente. Adaptado de: Argoff CE. Clin J Pain 2007; 23(1):15-22. 22 Muitos Pacientes com Fibromialgia Têm Queixas Cognitivas: “Fibro Fog” [confusão mental] • Em comparação àqueles sem a doença, os pacientes com fibromialgia se queixam mais frequentemente de:1 – Confusão mental – Perda de memória – Dificuldade de fala • O desempenho nos testes cognitivos mostra que eles têm desempenho mais fraco do que os controles de idade equiparada nas atividades envolvendo:2 – Memória de trabalho – Memória de reconhecimento – Memória livre – Fluência verbal – Conhecimento verbal 1. Katz RS et al. J Clin Rheumatol 2004; 10(2):53-8; 2.Park DC et al. Arthritis Rheum 2001; 44(9):2125-33. 23 Distúrbios do Sono e Fibromialgia O sono conturbado pode contribuir para o aumento da dor Privação de Sono Dor O aumento da dor pode contribuir com aumentos nos distúrbios do sono • Os pacientes com fibromialgia podem se queixar de: – Sono não reparador – Insônia Bradley LA. Am J Med 2009; 122(12 Suppl):S22-30. – Despertar muito cedo – Qualidade ruim do sono 24 Privação de Sono e Dor Privação de Sono Dor Call-Schmidt TA, Richardson SJ. Pain Manag Nurs 2003; 4(3):124-33. Dor Atrapalha o Sono Estímulo de dor nóxico Despertar Ondas delta diminuem, ondas alfa aumentam Estágio Estágio Estágio Estágio Privação de Sono Dor Drewes AM et al. Sleep 1997; 20(8):632-40. Dor Perturba o Sono: Evidências Clínicas • Diversos estudos longitudinais sugeriram que a intensidade da dor prevê prospectivamente distúrbios no sono • Entretanto, os estudos prospectivos não confirmaram os distúrbios do sono previstos pela intensidade da dor • Pode explicar: Privação de sono Dor – Falta de efeitos analgésicos significativos de hipnóticos – Falta de associação entre a terapia comportamental cognitiva para insônia e redução da dor Drewes AM et al. Scand J Rheumatol 1991; 20(4):288-93; Drewes AM et al. Rheumatology (Oxford) 2000; 39(11):1287-9; Edinger JD et al. Arch Intern Med 2005; 165(21):2527-35; Jungquist CR et al. Sleep Med 2010; 11(3):302-9; Moldofsky H et al. J Rheumatol 1996; 23(3):529-33; Nicassio PM, Wallston KA. J Abnorm Psychol 1992; 101(3):514-20; Quartana PJ et al. Pain 2010; 149(2):325-31; Smith MT et al. Pain 2008; 138(3):497-506. Como as Perturbações no Sono Contribuem para a Dor • A privação no sono leva à hiperalgesia • A relação entre a dor e o sono parece ser recíproca • A privação ou perturbação das ondas lentas de sono e os distúrbios na continuidade do sono podem estar associados à hiperalgesia • O tratamento concomitante do sono perturbado e da dor pode quebrar o círculo vicioso e aliviar ambos os problemas Privação de sono Dor Kundermann B et al. Pain Res Manage 2004; 9(1):25-32; Lautenbacher S et al. Sleep Med Rev 2006; 10(5):357-69; Smith MT et al. Sleep 2007; 30(4):494-505; Smith MT, Haythornthwaite JA. Sleep Med Rev 2004; 8(2):119-32. Transtornos de Humor e Fibromialgia Prevalência durante toda a vida No momento do diagnóstico 20–40% possuem um transtorno de humor identificável • Depressão: 75% • Ansiedade: 60% Em muitos casos, a depressão ou a ansiedade podem ser resultado da dor crônica. Arnold LM et al. Arthritis Rheum 2004; 50(3):944-52; Boissevain MD, McCain GA. Pain 1991; 45(3):227-38; Boissevain MD, McCain GA. Pain 1991; 45(3):239-48; Fishbain DA et al. Clin J Pain 1997; 13(2):116-37; Giesecke T et al. Arthritis Rheum 2003; 48(10):2916-22; Katon W et al. Ann Intern Med 2001; 134(9 Pt 2):917-25. 29 Depressão e Dor A prevalência da dor em pacientes deprimidos é 15–100% • Sintomas depressivos ao invés de transtorno depressivo maior • Principalmente dor musculoesquelética Trivedi MH. Prim Care Companion J Clin Psychiatry 2004; 6(Suppl 1):12-6. A prevalência de transtorno depressivo maior nos pacientes com dor crônica é 15–50% • Principalmente em pacientes com múltiplos sintomas de dor Os Estímulos de Dor Ativam Áreas do Cérebro Relativas à Depressão % de alteração de sinal do MPFC Pontuação Z Ativação relacionada à depressão BDI = inventário de Depressão de Beck; MPFC = córtex pré-frontal medial Schweinhardt P et al. Neuroimage 2008; 40(2):759-66. Pontuações de BDI Modelo de Medo-Ansiedade-Fuga Sem transtorno de ansiedade Sensação desagradável Estímulo Nociceptivo Comportamentos apropriados Com transtorno de ansiedade Cognição ameaçadora e catastrófica Comportamentos inapropriados e exacerbação da dor Ansiolíticos ou terapia comportamental cognitiva são tratamentos adjuvantes úteis para pacientes com dor crônica Asmundson GJG et al. In: Asmundson GJG et al (eds). Understanding and Treating Fear of Pain. Oxford University Press; Oxford, UK: 2004. Resumo Carga da Doença de Fibromialgia: Resumo • A fibromialgia afeta todos os aspectos da vida de um paciente: – Atividades da vida cotidiana – Capacidade de trabalhar – Privação de sono – Bem-estar psicológico • A fibromialgia representa uma carga significativa nos recursos de tratamentos para a saúde • A fibromialgia está associada ao sono e às comorbidades da saúde mental • A perturbação do sono pode exacerbar os sintomas da fibromialgia