• SEMIOTICA E POESIA Dia 30 - Local: PB 14 . 14:00- 18:00 Coordenador(a): DUAS VERSOES Iva Carlos Lopes DA NOlTE EM POEMAS DE CARLITO AZEVEDO Iud Carlos Lopes (USPj Entre as tarefas que a semi6Uca poeUca tem por cumprir. na atual fase das pesquisas. esta a de efetuar testes do instrumental descritivo propos to pelos diferentes estudiosos. num campo especialmente marcado. desde a ultima decada. pela multiplica<;;aodos pontos de vista: espera- se, com isso, chegar pouco a pouco a delermina<:;aode urn minimo de ulensilios suscetiveis de auxiliar a descri<:;aoconcreta, Tais utensilios devem se moslrar operat6rios e suficientemente generalizaveis para que 0 analista nao se veja na obriga<:;aode recome<:;ardo zero a cad a analise de urn texto particular; ao mesrno tempo, devem apresentar suficiente flexibiJldade para que as concJusoes a tirar nao acabem sendo sempre as mesmas, A fim de contribuir com essa conslrU/;ao coleliva, interessamo-nos nesla comunicaGao por duas versoes sucessivas, datando a primeira de 1991 e a segunda de 1996, de urn breve poema de Carlito Azevedo. intitulado expressao, "Na Nolte Gris". Descrevemos a partir dos quais examinamos conteudo. 0 certos traGos do plano da que viria a corresponder-lhes tendo como pano de fundo comum as modulaGoes tensivas Fontanille) que suporemos subjacentes significante no plano do (C. Zilberberg, J. a ambos. Somente depois de analisar as questoes do e que vamos nos permitir discutir 0 quanta pode haver de especificamente pict6rico no modo de proceder desse poeta. cujas muitas rernissoes as artes plasticas tern sido destacadas pela critica literaria. METAFORA E SIGNIFICA<;Ao: ANALISE SEMIOTICA DE 'ESTATUA Matheus Nogueira Schwartzmann (UNESPj A Teoria Semi6tica greirnasiana oferece-nos caminhos razoavelmente encontremos 0 FALSA' delimitados para que sentido no texto, seja ele verbal ou nao-verbal. Michael Riffaterre, semioticista que partilha desse ponto de vista, ao tratar do sentido em poesia. afirma que urn poem a possui urna semantica pr6pria. nao necessariamente ligada ao rnundo natural, sendo ele mesmo seu pr6prio sistema referencial. Assirn, a poesia deve ser considerada como sendo portadora de uma l6gica intrinseca e leituras nas quais a significaGao esteja apenas em conformidade com a realidade devem ser rejeitadas, privilegiando-se. portanto, uma significaGao que esteja, antes de tudo, em conformidade baseiam-se com as palavras. As estruturas da organizaGao textual poetica em urn deslocarnento semanlico, que e tambem conhecido como uma figura de linguagern, a metafora. A metafora e cornu mente apontada como gado em textos poeticos e enunciados todo enunciado 0 principal recurso ernpre- metaf6ricos pare cern ser a caracteristica literario. Constituindo inerente de urn sistema semi6tico conotativo, a metafora nem sempre e facilmente legivel, pois ao abrir mais de urna possibilidade de leitura, enriquecendo o texto, resiste a urn sentido unico, total. Dessa maneira. pretende-se evidenciar. com a analise do poema "Estatua Falsa", do livro Dispersao. do poeta portugues Mario de Sa-Carneiro (1890 - 1916), 0 sentido articulado por essas metaforas, por vezes tao secretas. o TiMICO EM "ORFEU DESOLADO" DE MURILO MENDES Irtii Cristina Scarcelli Lucianelli (UNESPj A analise do poema "Orfeu Desolado" de Murilo Mendes busca reconhecer as categorias timicas na organiza<:;aodo sentido no nivel das estruturas profundas. 0 poema e analisado a partir dos dois estados anlagonicos do eu lirico: 0 poeta que perde a sua "poesia" e esta desolado e 0 mesrno poeta que busca resgata-la euforicamente. Este estado tfmico do sujeito e criado pela tensao que se estabelece entre as tres primeiras estrofes. onde e elucidado um mundo tenebroso de disforia no qual 0 sujeito esta em disjunc;;ao com 0 objeto. e a quarta e ultima estrofe. onde se da a construc;;ao de um mundo esperanc;;oso demarcado pela presenc;;a entusiasta do objeto amado. A analise que se propoe parte da figuratividade explorada pelo poeta e pela ancoragem desta figuratividade na organizac;;aosemiotica do poema como. por exemplo. 0 tom profetico suscitado pelo usa do imperativo que denota a dicotomia de imagens opostas que se concentram no eu lirico: num momenta urn ser dilacerado arrastando-se propria liberdade. em outro. porem, assume estabelecidos. Ele dissolve 0 0 pela incerteza do mundo. do canto. da poder divinal de profetizar com elementos ja ceu, recua montanhas e mesmo ja tendo sua materia dissolvida, ainda assim, abrac;;a a poesia e transpoe a morte. Ao se colocar divinal ele coloca a poesia como a condic;;aodesta divindade e enche 0 poeta de poder. PARA ALEM DA FUN<;Ao POETICA: CONTRIBUI<;OES DA SEMIOTICA TENSIVA Diana Junkes Martha Toneto rUNESP}, Fabiane Borsato rUNESP} As contribuic;;oesde Roman Jakobson para a analise e compreensao do texto poetico sac inegaveis. por isso determinantes de uma forma de pensamento. de urn paradigma critico; a despeito disso. ha pontos em que, segundo alguns semioticistas, a analise de Jakobson deixa lacunas. o objetivo da presente comunicac;;ao e esboc;;ar0 pensamento do linguista ruSSO,sublinhando as infiuencias estruturalistas em seu trabalho e 0 desenvolvimento da noc;;aode func;;aopoetica. Em seguida, acrescentaremos a essa visao as contribuic;;oes feitas por Claude Zilberberg. 0 semioti- cista parte do importante marco teorico afirmado por Jakobson a fim de aprofundar a compreensac do poema, incorporando outros conceitos ao estudo do texto poetico, ou seja, variaveis que contemplam a tensividade presente na mediac;;aodas rimas. nas informac;;oesfoneticas e ritmicas e que consideram 0 poema como emoc;;aocriativa. urn impulso. Analises de poemas de Joao Cabral de Melo Neto e Haroldo de Campos ilustrarao nosso trabalho. POETICA DO ExiLIO: BANDEIRA-CHICO /TOM TIeko Yamaguchi Miyazaki rUNESP} Aproxima urn poema de Bandeira -"Martelo" - a letra da canc;;ao"Sabia", de Chico e Tom, para mostrar pontos de semelhanc;;a entre as manifestac;;oes de dois sujeitos enunciadores encontram em situac;;oes aparentemente que se diferentes: urn realmente exilado de seu pais. outro vivendo a cotidianeidade de sua vida em sua terra natal; os seus discursos no entanto muito se assemelham pela forma com que se modalizam por urn querer/saber nao-poder atuar sobre a sua realidade historica e existencial; a contradic;;aoe, poeticamente, resolvida pela simulac;;ao no nivel retorico de urn poder-fazer que redunda em uma sequencia de enunciados bimembres. intemamente tensos.