BREVE HISTÓRICO DO CONCEITO E IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE “Venho até vocês hoje arriscando uma ‘condenação penosa’ , como uma pessoa que somente tem paradoxos a oferecer e não problemas fáceis de serem resolvidos”. Olympe de Gouges (1791) apud Joan Scott (2005) Olympe de Gouges, pseudônimo de Marie Gouze (7/05/1748 3/11/1793) escreveu a Declaração dos direitos das mulheres e da cidadã (1791) Condenada à morte na guilhotina (1793): “Olympe de Gouges, nasceu com uma imaginação exaltada, confundindo seu delírio como uma inspiração da natureza. Ela queria ser um homem de Estado. Ela aderiu aos projetos do povo pérfido que queria dividir a França. Parece que a lei puniu esta conspiradora por ter esquecido as virtudes próprias do seu sexo”. CITAÇÕES Masculinas Em 1790, no início da Revolução Francesa, o matemático, filósofo e iluminista Marquês de Condorcet (1743-1794), defendeu o voto universal, incluindo o voto feminino: “Ou nenhum indivíduo da espécie humana tem verdadeiros direitos, ou todos têm os mesmos; e aquele que vota contra o direito do outro, seja qual for sua religião, cor ou sexo, desde logo abjurou os seus” William Godwin - (1756-1836) - Enquiry concerning Political Justice, and its Influence on General Virtue and Happiness – o perigo da “explosão populacional” poderia ser evitado com o projeto de mudança na estrutura da ação humana mediante e o desenvolvimento material e intelectual (perfectibilidade dos seres humanos), especialmente das mulheres. No início do século XIX o socialista e revolucionário francês Charles Fourier (1772–1827) escreveu: “O grau de emancipação da mulher numa sociedade é o barômetro natural pelo qual se mede a emancipação geral de um povo”. Mary Wollstonecraft ( 27/04/1759 – 10/09/1797) Frontispício de A Vindication of the Rights of Woman A Reivindicação dos Direitos da Mulher (1792) Mary Wollstonecraft via a educação como um caminho para as mulheres conquistarem um melhor "status" econômico, político e social. Defendia não apenas que elas tinham direito à educação como afirmava que, da igualdade na formação de ambos os sexos, dependia o progresso da sociedade como um todo. Via no casamento uma espécie de "prostituição legal". Mas casou com William Godwin (ateu e protoanarquista) e tiveram uma filha Mary Wollstonecraft, mas, no parto, morreu de “morte materna”. Mary Shelley (nascida Mary Wollstonecraft Godwin 30/08/1797 – 01/02/1851) Projeto de Frankenstein ("Foi numa noite triste de novembro que eu contemplei meu homem completo ...") Por um desafio de Byron, Mary Shelley começou a escrever o que achou que seria uma história curta. Com o encorajamento de Percy Shelley, ela expandiu este conto em seu primeiro romance, Frankenstein: The Modern Prometheus, publicado em 1818. Mais tarde ela descreveu o verão na Suíça como o momento "Quando eu saí da infância para a vida". Emma Goldman (27/06/1869 – 14/05/1940) nascida em Kovno/Lituânia, emigrou para os EUA em 1885 Goldman tornou-se uma renomada ensaísta de filosofia anarquista e escritora, escrevendo artigos anticapitalistas bem como sobre a emancipação da mulher, problemas sociais e a luta sindical. Goldman foi presa várias vezes por "incentivar motins", contra o serviço militar obrigatório e distribuir informações sobre contracepção. Em 1906, Goldman fundou o jornal anarquista Mother Earth. Apoiou e participou da Revolução Bolchevique, mas expressou sua oposição ao uso de violência dos sovietes e à repressão das vozes independentes e escreveu o livro Minha Desilusão na Rússia Margaret Sanger (14/09/1879 – 06/09/1966) foi uma ativista estadunidense do controle de natalidade e do direito ao aborto legal para evitar a gravidez indesejada e nascimentos de crianças com doenças hereditárias graves. Em 1923 formou a Comissão Nacional de Legislação Federal de Controle de Natalidade. Em 1927, Sanger ajudou a organizar a primeira Conferência Mundial sobre População, em Genebra (Base da atual IUSSP). Suffragette é um termo cunhado para designar as militantes do movimento pela conquista do sufrágio das mulheres. Movimento político para conquista do voto feminino começou durante a guerra. A British suffragette (c. 1910) Em 1918, o Parlamento do Reino Unido passou a Representação do Povo Lei 1918, que concede o voto às mulheres com idade acima de 30 anos que foram chefes de família, as esposas dos chefes de família, os ocupantes da propriedade com uma renda anual de £ 5, ou graduados em universidades britânicas. direito das mulheres americanas de voto foi codificada na alteração XIX a Constituição dos Estados Unidos em 1920. As mulheres no Reino Unido alcançou finalmente o sufrágio nas mesmas condições que os homens em 1928. Nísia Floresta Brasileira Augusta (Papari, atual Nísia Floresta /RN, 12/10/1810 – França 24/04/1885) foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira. É considerada pioneira do feminismo no Brasil. Em 1853, publicou Opúsculo Humanitário, com apreciação favorável de Auguste Comte. Esteve de volta no Brasil entre 1872 e 1875, participando da campanha abolicionista. Bertha Maria Julia Lutz (02/08/1894 – 1976) foi a principal responsável pela organização do movimento sufragista no Brasil. Criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, criada em 1922 (centenário da Independência). Conquista do voto feminino no Brasil (24/02/1932). Carlota Pereira de Queiroz (13/02/1892 – 14/04/1982) formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1926), foi comissionada pelo governo de São Paulo em 1929 para estudar Dietética Infantil em centros médicos da Europa. Foi a primeira deputada federal da História do Brasil, eleita pelo estado de São Paulo em 1934. Eleanor Roosevelt (11/10/1884 – 7/11/1962) - esposa Franklin Delano Roosevelt - diplomata e ativista dos direitos humanos. Enquanto embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, entre 1945 e 1952 (por nomeação do presidente Harry Truman) articulou a aprovação da . Declaração Universal dos Direitos Humanos. Artigo 1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Artigo 2° - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Simone Beauvoir (1949): “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher” Simone de Beauvoir com Sartre e Che Guevara DECLARAÇÕES, CONVENÇÕES E CONFERÊNCIAS DA ONU • Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948); • Comissão sobre o Status da Mulher (CSW) da ONU (1946) • Ano Internacional da Mulher e I Conferência Internacional da Mulher (1975); • Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher – CEDAW – (1979); • II e III Conferências Mundiais da Mulher (1980 e 1985); • Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (1989); • Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1989); • Convenção sobre os Direitos da Criança (1990); • Programa de Ação da Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena (1993); • Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (1994); • Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), Cairo/1994 • Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre a Mulher de Pequim (1995); • Cúpula do Milênio – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM/2000) STATUS DA MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO O conceito de relações sociais de gênero representa um avanço teórico na medida em que busca “desbiologizar” os sexos, abandonando a analise dos papéis desempenhados pelos mesmos em troca da análise do interrelacionamento entre homens e mulheres. Primeira onda do feminismo: sufragismo, visibilidade “estudos de mulher” Segunda onda do feminismo (a partir dos anos de 1960): surgimento do conceito de “Relações de Gênero” no bojo dos movimentos sociais, econômicos, políticos, direitos sexuais e reprodutivos e empoderamento das mulheres. É uma categoria analítica relacional, envolvendo uma construção sóciocultural, sendo um fenômeno multidimensional que se preocupa com as relações de dependência, poder e prestígio entre os sexos e que é determinado históricamente. CONCEITO DE RELAÇÕES DE GÊNERO Categoria relacional: o gênero não existe no absoluto e fora do contexto das desigualdades entre homens e mulheres. Construção sócio-cultural: os mecanismos sociais, econômicos e culturais é que são os responsáveis pela estratificação por gênero e não as características biológicas. O gênero é um elemento constitutivo das relações socais. Relações de dependência, poder e prestígio: a desigualdade de gênero se dá em várias dimensões, pois existem assimetrias e hierarquias nas relações entre homens e mulheres, com diferentes graus de acesso e controle sobre os recursos, com desigualdade no processo de tomada de decisões e com a presença de relações de dominação/subordinação entre os sexos. Categoria historicamente variável: as relações entre os sexo são assimétricas mas não estáticas, isto é, são relações dinâmicas, mutáveis e que sofrem variações tanto estruturais, quanto conjunturais e precisam ser contextualizadas historicamente. CONCEITO “Binário” DE RELAÇÕES DE GÊNERO Joan Scott (1988): “Gênero é a organização social da diferença sexual” Bila Sorj (1992): “O equipamento biológico sexual inato não dá conta da explicação do comportamento masculino e feminino observado na sociedade” Bandeira/Oliveira (1990): “A introdução da questão de gênero nos estudos feministas é um avanço de caráter epistemológico, que marcou uma ruptura de ordem teórico-metodológica com conceitos pouco elaborados e com tendências empiricistas” CONCEITO “Binário” DE RELAÇÕES DE GÊNERO “Gênero se refere ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e atitudes que definem o que significa ser mulher ou homem na vida social. Na maioria das sociedades as relações de gênero são desiguais e desequilibradas no que se refere ao poder atribuído a mulheres e homens. As relações de gênero, quando desiguais, tendem a aprofundar outras desigualdades sociais e a discriminação de classe, raça, casta, idade, orientação sexual, etnia, deficiência, língua ou religião, dentre outras. Os desequilíbrios de gênero se refletem nas leis, políticas e práticas sociais, assim como nas identidades, atitudes e comportamentos das pessoas. Os atributos e papéis relacionados ao gênero não são determinados pelo sexo biológico. Eles são construídos histórica e socialmente e podem ser transformados.” (HERA, Idéias para Ação, 1998) CONCEITO “Não-Binário” de RELAÇÕES DE GÊNERO • Butler: “o corpo biológico tanto produz sexo e gênero, quanto é ele mesmo produzido pela saturação dessas categorias” • Como tratar a sexualidade difere da norma heterossexual e reprodutiva - especialmente travestis, transexuais, transgêneros e intersexuais? (ver polêmica sobre casamento gay) • Dificuldade para lidar com o conceito não-binário, mas com os dados binários. Sociedade Pós-patriarcal “A história do patriarcado no século XX é basicamente a de um declínio gradual, começando em diferentes pontos no tempo pelo mundo. A primeira ruptura ocorreu nos anos 1910, mediante ampla reforma consensual na Escandinávia e violenta revolução na Rússia. O final dos anos 1940 e o início dos anos 1950 proporcionaram outro importante degrau para baixo, nessa época centrado no Leste Asiático – no Japão, sob ocupação americana, e na China por meio da Revolução Comunista. A tomada comunista da Europa Oriental significou que os sinos lá também dobraram pelo patriarcado institucionalizado. Sem ser implementada em curto prazo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU assinalou importante vitória global e constitucional contra o patriarcado. Finalmente, os anos que se seguiram a ‘1968’, em particular os anos por volta de 1975 (Ano Internacional da Mulher), provocaram uma onda mundial contra os poderes e privilégios especiais de pais e maridos, com as primeiras rupturas vindas da Europa Ocidental e da América do Norte, mas sem deixar nenhuma parte do planeta intocada” (Goran Therborn, 2006, p. 430). PATRIARCADO • Patriarcado é uma palavra derivada do grego e se refere a um território ou jurisdição governado por um homem/patriarca => Pátria. • “A língua é minha pátria (Língua/ Caetano Veloso) e eu não tenho pátria, tenho mátria e quero frátria” (de Fraterno, amigável, cordial) • Pai, Pátria, Padre, Padrinho, Patrono e Patrão • Patrimônio = bens; Matrimônio = casamento • Patriarcado = domínio do pai/marido (sobre as mulheres e os filhos) => Divisão sexual e social do trabalho => Desigualdades e Segregação Legislação e Direitos no Brasil O Código Civil de 1916, no que se refere aos direitos femininos, representou o reconhecimento e legitimação dos privilégios masculinos; aqueles direitos de fato consistiam na organização coercitiva da dominação do homem na família e na sociedade. Através dele regulou-se e limitou-se o acesso das mulheres ao trabalho e à propriedade. Este Código, que era a expressão jurídica do patriarcado no Brasil, prevaleceu plenamente em vigor até 1962, quando foi revogado pelo “estatuto da mulher casada” (Lei 4.121/1962). “Lei do concubinato” (Lei nº 8.971) só entrou em vigor em 29/12/1994. O direito ao divórcio só passou a vigorar no Brasil com a Lei n. 6.515 de 1977. A Constituição Federal de 1988: marco fundamental na instituição da cidadania e dos direitos humanos das mulheres no Brasil => FIM DO PÁTRIO PODER! Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069 de 13/07/1990), Lei do Planejamento Familiar (Lei 9.263/1996), Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741 de 01/10/2003), o novo Código Civil brasileiro (Lei 10.406, de 10/1/2002), etc. Estatuto das famílias (Sérgio Carneiro - PT-BA -notícia 14/07/10) Após promulgar a Lei que modernizou o Divórcio... • “O Brasil tinha um Código Civil de 1916. O regime militar decidiu reformar esse código. Criou uma comissão de notáveis. Elaborou-se, em 1969, um novo código. Só em 1975 o projeto foi ao Congresso. Levou 25 anos para ser aprovado. Quando o legislador do ano 2000 votou a reforma do código de 1916, pegou um texto que refletia a sociedade do final da década de 60. Um tempo em que não havia internet nem celular. Esse projeto protegia apenas a família do matrimônio –papai, mamãe e filhinhos”. • “Por que ‘famílias”, assim, no plural? É para que o próprio título do estatuto já carregue o significado do que se pretende. Queremos abrigar na lei todos os arranjos familiares dos dias atuais, legalizando-os”. • “Cuidamos de dois tipos de fertilização in vitro: a homóloga, com material genético do casal; e a heteróloga, com material de terceiros. O doador anônimo de sêmen tem o ânimo de ser pai? Na nossa opinião, não. Do mesmo modo, a mulher que doa um óvulo não pode reivindicar depois o direito de ser mãe do feto gerado. A barriga de aluguel tampouco tem o ânimo de ser mãe. São essas questões, hoje tratadas apenas na jurisprudência, que nos ensejaram a fazer essas proposições”. • “Parto anônimo – para que as mulheres que desejam se livrar de seus bebês deixem de ser responsabilizadas civil e criminalmente. Elas vão poder se apresentar ao Estado, que vai lhes oferecer o pré-natal e assistência psicológica. Se ainda assim não quiserem seus filhos, o Estado providenciará uma família substituta, para a adoção. A mulher vai saber que a lei irá protegê-la, não criminalizá-la. Com isso, ajudamos as mães e, sobretudo, salvamos as crianças”. • “O projeto trata da união entre homossexuais? A chamada união homoafetiva tinha sido incluída na proposta. Mas foi removida na Comissão de Seguridade Social”. INTRODUÇÃO AO PANORAMA ESTATÍSTICO O desafio foi incorporar plenamente as relações de gênero, em sua concepção não dualista, na multiplicidade de situações da dinâmica social em constante movimento. Obviamente existem limitações na metodologia e na temporalidade dos dados disponíveis. Buscamos analisar as desigualdade inter e intra gênero, de maneira conjunta com outras desigualdades transversais em termos regionais, geracionais, etc. Não se deu destaque aos temas da pobreza, migração e cor/raça por definição do escopo e espaço do texto; Também não fizemos uma avaliação mais ampla das políticas públicas nas áreas por falta de tempo e recursos para tal tarefa. Diagnóstico estatístico das tendências em 10 temas: • Redução da mortalidade e aumento da esperança de vida; • Reversão do hiato de gênero na educação; • Tendências históricas e recentes da população economicamente ativa, segundo características da ocupação e rendimento; • Aposentadorias e pensões; • A questão do uso do tempo e dos afazeres domésticos; • As dificuldades de conciliação entre trabalho produtivo e família; • Família e domicílios; • Autonomia feminina e desigualdades nos espaços de poder; • A presença feminina nos esportes e na mídia; • As questões de violência de gênero e homofobia. Revolução (incompleta) Feminina Despatriarcalização Mudanças jurídicas – igualdades de direitos na Constituição de 1988. Avanços na legislação nacional e internacional; Mulheres superam os homens na saúde, educação, etc. Maior autonomia feminina; Maior diversidade familiar e de identidades sexuais. A FEMINIZAÇÃO DA POULAÇÃO BRASILEIRA Razão de sexo por grupos etários Excedente de mulheres sobre homens 5000 100 90 80 Total e grupos etários 1991 2000 70 + 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 Total 70 Excedente de mulheres (em mil) Razão de sexo 110 4000 3000 2000 1000 0 1970 1980 2007 Fonte: Censos demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 e PNAD, 2007 1991 Anos 2000 2007 Anos 90.00 80.00 70.00 60.00 50.00 40.00 30.00 20.00 10.00 .00 Fonte: UN/ESA 2045-2050 2040-2045 2035-2040 2030-2035 2025-2030 2020-2025 2015-2020 2010-2015 2005-2010 2000-2005 1995-2000 1990-1995 Mulheres 1985-1990 1980-1985 1975-1980 1970-1975 1965-1970 1960-1965 1955-1960 1950-1955 Esperança de vida ao nascer, por sexo, Brasil: 1950-2050 Homens Esperança de vida ao nascer, ambos os sexos, Brasil e regiões, 1991-2006 Feminino Masculino 80 Esperança de vida (anos) Esperança de vida (anos) 80 75 70 65 60 55 75 70 65 60 55 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Brasil NO NE SE SU CO 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Brasil Fonte: DATASUS, IDB 2009, visitado em 01 de julho de 2009 NO NE SE SU CO Mortalidade infantil (0-1 ano) e na infância (0-5 anos) 50 Feminino até 5 anos Masculino 0-1 ano Feminino 0-1 ano 30 20 2045-2050 2040-2045 2035-2040 2030-2035 2025-2030 2020-2025 2015-2020 2010-2015 2005-2010 0 2000-2005 10 1995-2000 Taxas por mil 40 Masculino até 5 anos Número de óbitos por causas externas, Brasil 120000.0 100000.0 80000.0 60000.0 40000.0 20000.0 Masculina Fonte: Datasus Feminina 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 .0 Frequência absoluta (N) e relativa (%) de óbitos e taxa (ou coeficiente) de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas, segundo tipos de causas, Brasil, 2008 Categoria de análise ACIDENTES Transporte terrestres Pedestres Motociclistas Ocupante de veículo Quedas Demais acidentes VIOLÊNCIAS Autoprovocadas Agressões Arma de fogo Perfurocortante Intenção indeterminada Demais causas externas TOTAL DE CAUSAS EXTERNAS Fonte: Datasus N 47.354 29.907 6.671 7.659 6.970 5.417 12.030 52.258 7.194 45.064 32.652 6.766 10.731 722 111.065 Masculino % 42,6 26,9 6,0 6,9 6,3 4,9 10,8 47,1 6,5 40,6 29,4 6,1 9,7 0,7 100,0 Taxa 50,8 32,1 7,2 8,2 7,5 5,8 12,9 56,1 7,7 48,4 35,0 7,3 11,5 0,8 119,2 N 12.978 6.736 2.200 907 1.994 2.947 3.295 5.781 1.896 3.885 1.983 955 2.979 709 22.447 Feminino % 57,8 30,0 9,8 4,0 8,9 13,1 14,7 25,8 8,4 17,3 8,8 4,3 13,3 3,2 100,0 Taxa 13,5 7,0 2,3 0,9 2,1 3,1 3,4 6,0 2,0 4,0 2,1 1,0 3,1 0,7 23,3 Excedente de pessoas (%), por sexo e grupos etários, Brasil, EUA e China, 2010 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 15 10 5 0 Brasil Fonte: IBGE e UN/ESA 5 China 10 EUA 15 EDUCAÇÃO Reversão do hiato educacional de gênero (gender gap) Brasil, 1960-2000 Anos médios de estudo 6 5 4 3 2 1 0 1960 1970 1991 1980 Homem 2000 Mulher Fonte: Censos Demográficos de 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000 do IBGE Anos médios de estudo por sexo e coorte de nascimento Brasil: 1960/70/80/91/2000 9 homens-1960 8 mulheres-1960 homens-1970 7 mulheres-1970 homens-1980 6 mulheres-1980 homens-1991 5 mulheres-1991 homens-2000 mulheres-2000 4 3 2 1 18 86 a 1 18 91 890 a 1 18 96 895 a 1 19 01 900 a 1 19 06 905 a 1 19 11 910 a 1 19 16 915 a 1 19 21 920 a 1 19 26 925 a 1 19 31 930 a 1 19 36 935 a 1 19 41 940 a 1 19 46 945 a 1 19 51 950 a 1 19 56 955 a 1 19 61 960 a 1 19 66 965 a 1 19 71 970 a 1 19 76 975 a 1 19 81 980 a 1 19 86 985 a 1 19 91 990 a 1 19 96 995 a 20 00 0 Fonte: Censos demográficos 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000 do IBGE. In: Beltrão e Alves, 2009 Distribuição percentual da população com nível superior de educação, por sexo e grupos etários, Brasil 2000 Sexo Mulheres Homens 20-29 59,6 40,4 30-39 56,5 43,5 Fonte: censo demográfico de 2000, IBGE Grupos etários 40-49 52,5 47,5 50-59 44,5 55,5 60 e + 40,1 59,9 Taxa de alfabetização da população com 5 anos e mais de idade, por cor e sexo, Brasil 1940-2000 Ano 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 Total H 41,1 44,1 55,8 62,3 69,7 75,2 82,6 M 32,8 37,5 50,7 58,7 68,6 76,4 83,9 Branca H 49,7 53,9 64,2 73,1 80,4 84,4 90,6 M 41,0 46,8 59,2 69,6 78,4 84,2 90,5 Preta H 21,1 24,5 34,8 45,7 57,1 65,4 73,7 M 14,5 18,8 29,8 41,5 54,3 65,1 74,0 Fonte: Beltrão, K., Novellino, M.S., TD ENCE, n. 1, 2002 Amarela H M 64,4 48,2 75,8 66,9 83,5 77,7 87,2 82,7 90,2 86,7 93,2 91,4 96,1 94,7 Parda H 28,3 30,2 37,1 46,8 56,6 65,5 73,5 M 21,0 24,6 64,2 73,1 56,2 67,7 76,2 Média de anos de estudo da população por sexo, segundo cor/raça e faixa etária, Brasil - 1993-2007 Total, cor e sexo 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total 4,6 4,8 5,0 5,1 5,3 5,4 5,8 5,9 6,1 6,2 6,3 6,5 6,5 Total Masculino 4,5 4,7 4,8 4,9 5,1 5,3 5,6 5,8 6,0 6,0 6,2 6,3 6,3 Feminino 4,7 4,9 5,1 5,2 5,4 5,6 5,9 6,1 6,2 6,3 6,5 6,7 6,7 Total 5,5 5,7 5,8 6,0 6,2 6,3 6,6 6,7 7,0 7,0 7,1 7,3 7,4 Branca Masculino 5,4 5,6 5,8 5,9 6,1 6,2 6,5 6,7 6,9 6,9 7,1 7,2 7,3 Feminino 5,5 5,7 5,8 6,0 6,2 6,4 6,7 6,8 7,0 7,1 7,2 7,5 7,5 Total 3,5 3,7 3,9 4,0 4,1 4,3 4,7 5,0 5,1 5,3 5,4 5,6 5,7 Negra Masculino 3,4 3,5 3,7 3,8 4,0 4,1 4,6 4,8 5,0 5,1 5,2 5,4 5,5 Feminino 3,6 3,9 4,1 4,1 4,3 4,5 4,9 5,1 5,3 5,5 5,6 5,8 5,9 Fonte: Retrato das desigualdades de gênero e raça, 3ª ed. IPEA, com base nas PNADs do IBGE Nota: Anos de estudo como a média de séries concluídas com aprovação. A diferença entre brancos e negros caiu de 56% em 1993 para 31% em 2007 Os homens negros são o segmento com piores indicadores educacionais Número médio de anos de estudo das pessoas de 10 anos ou mais de idade (em anos), por sexo e situação de domicílio, Brasil: 2006 Anos médios de estudo 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Total 10-14 15-17 18-19 20-24 25-29 30-39 40-49 50-59 Grupos de idade Mulher urbana Fonte: PNAD 2006, Sidra, IBGE Homem urbano Mulher rural Homem rural 60 - + Pessoas de 10 anos ou mais de idade por grupos de anos de estudo e sexo, Brasil: 2001 a 2007 Mulheres 35 35 30 30 25 25 20 20 % % Homens 15 15 10 10 5 5 0 0 2001 2002 0a-1 2003 1a4 2004 5a8 2005 9 a 11 2006 12 a 14 Fonte: IBGE, PNADs 2001 a 2007 2007 15 e + 2001 2002 0a-1 2003 1a4 2004 5a8 2005 9 a 11 2006 12 a 14 2007 15 e + Percentual de pesquisadores por sexo segundo nível de aperfeiçoamento, Brasil: 2000-2006 Ano 2000 2002 2004 2006 Graduação Especialização Mestrado Doutorado Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher 51,4 48,6 43,8 56,2 48,5 51,5 62,6 37,4 49,4 50,6 40,0 60,0 45,7 54,3 60,0 40,0 51,4 48,6 40,6 59,4 46,1 53,9 57,7 42,3 49,2 50,8 41,4 58,6 44,7 55,3 56,0 44,0 Fonte: CNPq, 2009 Reversão do hiato de gênero nos titulados em cursos de doutorado, Brasil: 1996-2008 12.000 58 55,8 10.705 56 10.000 51,5 8.000 52 50 6.000 48,5 4.000 48 46 2.830 44 2.000 44,2 42 0 40 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Número de doutores titulados 2002 2003 2004 % de homens 2005 2006 2007 % de mulheres CGEE. “Doutores 2010: estudo da demografia da base técnico-científica brasileira” http://www.cgee.org.br/atividades/redirect.php?idProduto=6401 2008 % por sexo Número de doutores 54 POPULAÇÃO ECONÔMICAMENTE ATIVA – PEA População Economicamente Ativa (PEA em milhão) Brasil, 1950 a 2000 e 2007 Anos Total Homens Mulheres 1950 17,1 14,6 2,5 1960 22,8 18,7 4,1 1970 29,6 23,4 6,2 1980 43,2 31,3 11,8 1991 58,5 39,5 19 2000 77,5 46,5 30,9 2007 98,8 55,8 43,1 Fonte: IBGE - Censos demográficos de 1950 a 2000 e PNAD 2007 Entre 1950–2007 entraram na PEA: Homens = 41,2 milhões Mulheres = 41,6 milhões Entre 2000-2007 Homens = 9,3 milhões Mulheres = 12,2 milhões Redução do hiato de gênero no mercado de trabalho Taxa de participação na PEA por sexo e grupos etários, Brasil: 1970-2000 90 80,8 80 77,2 71,8 72,4 71,5 72,4 69,6 70 % 60 52,4 44,1 50 32,9 40 26,6 30 20 13,6 18,5 16,5 10 0 1950 1960 1970 Homem 1980 Mulher 1991 2000 Difernça H - M Fonte: Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 e PNAD-2007, do IBGE 2007 Taxa de participação na PEA por sexo e grupos etários Brasil: 1950-2000 Masculino Feminino 70 100 60 80 50 % % 60 40 40 30 20 20 10 0 1950 1970 1980 1991 2000 1950 1970 1980 1991 70 e + 60 a 69 50 a 59 40 a 49 30 a 39 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 70 e + 60 a 69 50 a 59 40 a 49 30 a 39 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 0 2000 Fonte: IBGE – Censos demográficos 1950 a 2000. Nota: por problemas de falta de desagregação dos grupos etários não apresentamos as TAE de 1960. Taxa de atividade total e por situação de domicílio Brasil: 2001-2007 Total 72 68 % 64 60 56 52 2001 2002 2003 2004 Total 2005 Urbana 2006 2007 Rural Masculino Feminino 60 80 56 % 84 76 % 52 72 48 68 44 64 2001 2002 2003 Total 2004 2005 Urbana 2006 2007 Rural Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE 2001 2002 2003 Total 2004 2005 Urbana 2006 Rural 2007 Taxas de Atividades Específicas de mulheres, Brasil: 2001-2007 Feminino 80 % 60 Masculino 100 80 40 % 60 40 20 0 20 10-14 15-19 20-24 25-29 30-39 40-49 50-59 60 + 2001 2002 2003 2005 2006 2007 2004 0 10-14 15-19 2001 20-24 2002 25-29 2003 Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE 30-39 2004 40-49 2005 2006 50-59 2007 60 + Taxas de atividades das pessoas de 10 anos ou mais de idade economicamente ativas na semana de referência, por sexo e anos de estudo, Brasil: 2001 e 2007 100 80 % 60 40 20 0 0-1 1-3 4-7 8-10 11-14 15-+ Níveis educacionais Homem 2001 Homem 2007 Fonte: PNADs 2001 e 2007, Sidra, IBGE Mulher 2001 Mulher 2007 Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade economicamente ativas na semana de referência, por sexo e anos de estudo, Brasil: 2001 e 2007 35 30 25 % 20 15 10 5 0 0-1 1-3 4-7 8-10 11-14 15-+ Níveis de educação Mulher 2001 Mulher 2007 Homem 2001 Homem 2007 Fonte: PNADs 2001 e 2007, Sidra, IBGE Entre as pessoas com 11 anos e mais, as mulheres são maioria da PEA brasileira. Cerca de 50% da PEA feminina, 20 milhões de mulheres com 11 ou mais anos de estudo constituem uma “massa crítica” vanguarda da “Revolução feminina” no Brasil. Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana por sexo e classes de rendimento mensal em todos os trabalhos Brasil: 2001 e 2007 35 30 25 % 20 15 10 5 0 0 a 1/2 SM 1/2 a 1 SM Homem 2001 1 a 2 SM Mulher 2001 Fonte: PNADs 2001 e 2007, Sidra, IBGE 2 a 5 SM Homem 2007 Mulher 2007 5 e + SM Valor do rendimento médio mensal do trabalho principal das pessoas 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, por sexo e regiões: 2001 a 2007 Rendimento mensal R$ 1250 1050 850 650 450 250 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Mul NE Hom NE Mul NO Hom NO Mul SU Hom SU Mul SE Hom SE Mul CO Hom CO Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE Hiato de rendimento entre homens e mulheres por regiões e Brasil: 2001 a 2007 90 80 70 60 % 50 40 30 20 10 0 2001 2002 2003 NE 2004 NO SU 2005 SE CO Brasil Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE Nordeste = Menor rendimento e menor desigualdade de gênero Sudeste e Sul = Maior rendimento com maior desigualdade 2006 2007 Percentagem de Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência por sexo e posição na ocupação principal, Brasil: 2001 a 2000 Mulheres Homens 70 60 60 50 50 40 40 % % 70 30 30 20 20 10 10 0 0 2001 2002 Empregados 2003 Domésticos 2004 2005 Conta própria 2006 2007 Empregadores Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE 2001 2002 Empregados 2003 Domésticos 2004 2005 Conta própria 2006 2007 Empregadores Hiato de rendimento entre homens e mulheres de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência segundo posição na ocupação principal, Brasil: 2001 a 2007 90 % 60 30 0 2001 2002 2003 Empregados 2004 Domésticos Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE 2005 Conta própria 2006 Empregadores 2007 Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência (mil pessoas), por horas trabalhadas Brasil: 2007 Numero pessoas ocupadas 24.000 18.000 12.000 6.000 0 Até 14 hs 15-39 hs 40-44 hs Homem Fonte: PNAD 2007, Sidra, IBGE Mulher 45-48 hs 49 ou + hs Taxas de desemprego, população de 10 anos e mais, por sexo Brasil, 2001 a 2007 7 6 5 % 4 3 2 1 0 2001 2002 2003 Homem Fonte: IBGE, PNADs 2001 a 2007 2004 Mulher 2005 Total 2006 2007 Taxas de desemprego, por sexo e grupos etários Selecionados, Brasil, 2001 a 2007 Mulheres Homens 18 12 12 % % 18 6 6 0 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 19 anos 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos Fonte: IBGE, PNADs 2001 a 2007 Grau de informalidade - Não contribuintes à previdência sobre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, por sexo, Brasil: 2002 a 2007 60 54,6 55,7 53,4 54,4 53,1 54,6 53,8 52,1 52,5 50,7 50,7 48,6 % 50 40 30 2002 2003 Fonte: IBGE, PNADs 2002 a 2007 2004 2005 Homem Mulher 2006 2007 Percentual de pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas por contribuição para previdência em qualquer trabalho, por sexo e classes de rendimento mensal, Brasil: 2001 e 2007 90 % 60 30 0 0 a 1/2 SM 1/2 a 1 SM Homem 2001 1 a 2 SM Mulher 2001 Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE 2 a 5 SM Homem 2007 5 e + SM Mulher 2007 População de 60 anos e +, pessoas de 10 anos ou mais de idade aposentadas e/ou pensionistas na semana de referência por sexo Brasil: 2001-2007 População de 60 anos e mais Sexo Aposentados e/ou pensionistas População de 60 anos e mais Total aposentados e pensionistas Somente aposentadas Somente pensionistas Aposentadas e pensionistas Total Homem Mulher Total Homem Mulher Total Homem Mulher Total Homem Mulher Total Homem Mulher 2001 2002 2003 Ano 2004 15.333 6.780 8.553 18.296 8.065 10.232 13.252 7.627 5.625 4.059 341 3.718 986 97 889 16.176 7.120 9.055 19.125 8.363 10.762 13.829 7.907 5.922 4.202 347 3.855 1.094 108 985 16.920 7.453 9.466 19.980 8.763 11.216 14.328 8.235 6.093 4.416 395 4.021 1.235 133 1.102 17.663 7.771 9.892 20.046 8.735 11.311 14.206 8.201 6.005 4.567 406 4.160 1.273 128 1.146 Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE 2005 2006 2007 18.214 7.988 10.225 20.870 9.047 11.823 14.531 8.403 6.128 4.856 477 4.379 1.482 166 1.316 19.077 8.406 10.672 21.201 9.201 12.000 14.853 8.557 6.296 4.757 437 4.321 1.590 207 1.383 19.955 8.838 11.115 22.126 9.623 12.503 15.273 8.771 6.502 5.292 642 4.651 1.561 210 1.351 Número médio de horas semanais gastas em afazeres domésticos das pessoas de 10 anos ou mais de idade por sexo e grupos de idade Brasil - 2005 36 31,0 28,7 27,7 25,3 24 % 22,1 14,3 10,8 12 9,9 8,2 13,0 9,8 9,0 0 Total 10-17 18-24 Homem Fonte: PNAD 2005, In: Soares e Saboia, 2007 25-49 Mulher 50-59 60- + Número de horas dedicadas por semana aos afazeres domésticos (AD) e ao trabalho produtivo segundo sexo e tipo de arranjo familiar (com base na família principal), Brasil, 2006. Arranjo Familiar DINC DR com 1 filho DR com 2 filhos DR com 3 ou + Demais casais DINC DR com 1 filho DR com 2 filhos DR com 3 ou + Demais casais N° médio de horas Proporção daqueles dedicadas aos AD que se dedicam aos por sexo (somente AD segundo sexo quem dedica) Homem 72,45 63,74 57,71 50,46 51,31 63,94 58,19 50,17 44,69 45,96 Mulher 97,16 97,18 96,95 96,78 98,20 95,04 94,56 94,73 94,24 96,55 Homem 9,36 10,01 9,92 10,34 9,98 8,61 10,34 10,33 11,29 11,84 Mulher 20,12 25,24 27,44 29,71 35,74 17,72 23,57 25,64 28,57 32,96 N° médio de horas dedicadas ao Trabalho Produtivo por sexo (somente ocupados) Homem Mulher 44,39 38,16 45,01 36,44 45,00 34,90 42,91 30,84 45,48 28,68 44,73 39,87 45,15 37,55 44,16 37,57 44,16 35,20 44,88 37,37 Soma do n° médio de horas dedicadas aos AD e ao Trabalho Produtivo Homem 53,75 55,02 54,92 53,25 55,46 53,34 55,48 54,50 55,45 56,72 Mulher 58,28 61,68 62,33 60,55 64,42 57,59 61,12 63,21 63,76 70,33 Fonte: microdados da PNAD 2006, In: Barros, 2009 Nota: DR: Dupla Renda; AD: Afazeres Domésticos; DINC: Duplo Ingresso, Nenhuma Criança CONCILIAÇÃO TRABALHO PRODUTIVO E FAMÍLIA As formas como as pessoas lidam com os desafios do trabalho e da vida familiar são marcadas pelas desigualdades de gênero. Algumas alternativas: • Suporte público para as mulheres, especialmente as mães com filhos menores; • Barateamento e massificação de aparelhos domésticos substituidores do trabalho manual; • Disponibilidade de métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada; • Garantia de cuidados públicos para as crianças pequenas (especialmente de 0-3 anos), como creches e universalização do ensino da pré-escola; • Prolongamento da licença maternidade/paternidade; • Medidas de compatibilização entre trabalho produtivo e reprodutivo, com coresponsabilidade entre os cônjuges no cuidado dos filhos; • Diversificação dos contratos de trabalho por tempo determinado e a tempo parcial, que ajudem as mulheres a superar o trade off entre opção pela carreira profissional e opção pela maternidade FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS 80,0 70,0 6,0 5,2 68,6 70,0 5,0 60,0 50,0 5,3 52,2 3,8 48,0 3,4 40,0 4,0 3,0 30,0 2,0 20,0 1,0 10,0 0,0 0,0 1960 1970 1980 5 cômodos e + 1990 2000 2007 Pessoas por domicílio Fonte: Censos demográficos de 1960 a 2000 e PNAD-2007, do IBGE Número de pessoas por domicílio % domicílios com 5 ou + cômodos Número médio de pessoas por domicílio e domicílios com cinco ou mais cômodos, Brasil: 1960-2007 Distribuição percentual dos arranjos familiares residentes em domicílios particulares, segundo o tipo de arranjo familiar- Brasil - 1996/2006 70 60 % 50 56,6 48,9 40 30 20 12,9 16,0 16,5 17,4 9,3 11,1 10 4,7 6,6 0 Casal com filhos Casal sem filhos Monoparental feminino 1997 2007 Fonte: Síntese de indicadores sociais do IBGE, 2008 Unipessoais Outros Tipos de arranjos domiciliares (em mil) Brasil: 1996-2006 Arranjos domiciliares DINC DR com 1 filho DR com 2 filhos DR com 3 ou mais filhos Demais casais Demais arranjos Total de domicílios 1996 Absoluto 1.065 1.999 3.147 5.584 17.130 10.822 39.745 2006 % 2,7 5,0 7,9 14,1 43,1 27,2 100 Absoluto 2.009 4.292 6.531 9.584 14.362 17.830 54.610 Fonte: PNAD, 1996 e 2006 e Barros, Alves, Cavenaghi, 2008 % 3,7 7,9 12,0 17,6 26,3 32,7 100 Variação % 2006/1996 88,6 114,7 107,5 71,6 -16,2 64,8 37,4 Número de horas dedicadas por semana aos afazeres domésticos (AD) e ao trabalho produtivo segundo sexo, sexo do chefe do domicílio e tipo de arranjo familiar (com base na família principal), Brasil, 2006. Chefe mulher Chefe homem Arranjo familiar DINC DR com 1 filho DR com 2 filhos DR com 3 filhos ou mais Demais casais DINC DR com 1 filho DR com 2 filhos DR com 3 filhos ou mais Demais casais Proporção daqueles que realizam AD (%) Média de horas dedicadas aos AD Soma das médias de Média de horas horas dedicadas aos dedicadas ao trabalho AD e ao trabalho produtivo produtivo Homens 72,45 63,74 57,71 Mulheres 97,16 97,18 96,95 Homens 9,36 10,01 9,92 Mulheres 20,12 25,24 27,44 Homens 44,39 45,01 45 Mulheres 38,16 36,44 34,9 Homens 53,75 55,02 54,92 Mulheres 58,28 61,68 62,33 50,46 51,31 63,94 58,19 50,17 96,78 98,2 95,04 94,56 94,73 10,34 9,98 8,61 10,34 10,33 29,71 35,74 17,72 23,57 25,64 42,91 45,48 44,73 45,15 44,16 30,84 28,68 39,87 37,55 37,57 53,25 55,46 53,34 55,48 54,5 60,55 64,42 57,59 61,12 63,21 44,69 45,96 94,24 96,55 11,29 11,84 28,57 32,96 44,16 44,88 35,2 37,37 55,45 56,72 63,76 70,33 Fonte: microdados da PNAD 2006, In: Barros, 2009 Nota: DR: Dupla Renda; AD: Afazeres Domésticos; DINC: Duplo Ingresso, Nenhuma Criança Distribuição das pessoas de 10 anos e mais, segundo tipo de união Tipo de união Civil e religioso Só civil Só religioso União consensual 1960 60,5 12,8 20,2 6,5 1970 64,6 14,1 14,4 6,9 1980 63,8 16,3 8,1 11,8 Em porcentagem 1991 2000 57,8 50,1 18,3 17,3 5,2 4,3 18,3 28,3 Fonte: censos demográficos do IBGE, 1960 a 2000 Número absoluto de casamentos, por Estado Civil por sexo, Brasil 1997-2007 Estado civil 1997 Casamentos (n. abs.) 705.651 Estado civil do homem (%) Solteiro 95,02 Viúvo 1,64 Divorciado 5,86 Estado civil da mulher (%) Solteira 98,09 Viúva 1,01 Divorciada 3,39 1998 673.452 1999 755.809 2000 694.872 2001 696.716 2002 711.155 2003 748.981 2004 806.968 2005 835.846 2006 889.828 2007 916.006 95,76 1,72 6,12 96,23 1,74 6,34 96,36 1,86 7,18 92,62 1,87 7,22 90,44 1,93 7,67 90,31 1,77 7,84 89,97 1,8 8,17 89,54 1,8 8,61 89,1 1,78 9,06 88,23 1,78 9,91 98,86 1,06 3,68 99,3 1,14 3,87 99,71 1,19 4,47 95,99 1,19 4,52 94,44 1,2 4,86 93,77 1,15 5,01 93,5 1,14 5,29 93,16 1,18 5,6 92,77 1,18 6 92 1,27 6,65 Fonte, IBGE, Registro Civil, Sidra, 2009 MULHERES NOS ESPAÇOS DE PODER Reversão do hiato de gênero no eleitorado Brasil: 1980-2010 Eleitorado feminino: de 22 milhões para 70 milhões de eleitoras 80 64,8 55,4 Milhões de eleitores 60 70,4 58,6 52,8 40 41,1 20 22,1 5,1 0 -4,9 -20 1980 1990 1998 2000 Diferença Mulher - Homem 2002 Homens Fonte: Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2010 2006 Mulheres 2010 Feminização e envelhecimento do eleitorado Brasil: 1992 e 2010 % de mulheres no eleitorado 55,00 50,00 45,00 Total 16-17 18-24 25-34 35-44 Grupos etários fevereiro 2010 outubro 1992 Fonte: Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br) 45-59 60-+ Percentagem de mulheres vereadoras e prefeitas 1992-2008 14 Cota: Lei 9.100/95 % de eleitas 12 10 8 6 4 2 0 1992 1996 2000 2004 Anos das eleições municipais Prefeitas Vereadoras Fonte: IBAM, 1997 e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2008 2008 Percentagem de mulheres deputadas federais e estaduais 1974-2010 14 12 10 % 8 6 4 Cota: Lei 9.100/95 2 0 1974 1978 1982 1986 1990 Federais 1994 1998 2002 2006 Estaduais Fonte: IBAM, 1997 e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2008 2010 A política de cotas no Brasil (1) • Lei 9.100 de 29 de setembro de 1995: “Vinte por cento, no mínimo, das vagas de cada partido ou coligação deverão ser preenchidas por candidaturas de mulheres”. Política focalizada, pois dá tratamento diferenciado para as mulheres; O partido era obrigado a reservar os 20% das vagas, mas não era obrigado a preenchê-las; As vagas subiram de 100% para 150% do número a preencher; Houve possibilidade de aumento das candidaturas masculinas; Houve crescimento das candidaturas “laranjas” de mulheres. A política de cotas no Brasil (2) • Lei 9.504 de 30 de setembro de 1997: “Do número de vagas resultantes das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de trinta por cento e o máximo de setenta por cento para candidaturas de cada sexo”. Política universalista, pois dá o mesmo tratamento para os dois sexos; Garante a constitucionalidade da ação afirmativa, pois “todos são iguais perante a lei” e apenas se estabelece regras de representação; Mas mantêm as mesmas regras da Lei anterior e não garante o preenchimento das candidaturas femininas; Conseqüência: depois da Conferência de Beijing (1995) o Brasil ficou atrás da maioria dos países, quanto à representação parlamentar. A política de cotas no Brasil (3) • Lei nº 12.034, de 29 de setembro de 2009: "Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo". Modelos estatísticos mostram que quando aumenta o número de mulheres candidatas aumenta também o número de mulheres eleitas. Vamos acompanhar o resultado das listas eleitorais em 2010. Mulheres nos parlamentos do mundo Liderança da América Latina Regiões Americas Europe Asia Sub-Saharan Africa Pacífic Arab States Mundo 1/1/1997 12,9 13,8 13,4 10,1 9,8 3,3 12,0 31/12/2010 22,9 21,9 18,7 18,3 12,6 12,5 19,3 Fonte: IPU - Inter-Parliamentary Union. Situation at December 31, 2010 Mulheres nos parlamentos na América Latina 31/12/2010 Fonte: IPU - Inter-Parliamentary Union. Situation at December 31, 2010 Intenção de voto, 3 candidaturas, para eleitorado total e por sexo, eleições presidenciais, 1º turno, Brasil,2010 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 Dilma total Serra mulher Dilma mulher 3 por. Méd. Móv. (Serra homem) Serra total Marina homem 3 por. Méd. Móv. (Dilma homem) 3 por. Méd. Móv. (Marina homem) Marina total Marina mulher 3 por. Méd. Móv. (Dilma mulher) 3 por. Méd. Móv. (Marina mulher) Data 02/10 Data 29/09 Ibope 02/10 Ibope 27/09 Sensus 28/09 Data 27/09 Ibope 23/09 Vox 21/09 Data 22/09 Data 15/09 Ibope 16/09 Vox 14/09 Sensus 12/09 Data 03/09 Ibope 02/09 Data 24/08 Ibope 26/08 Data 20/08 Sensus 22/08 Data 12/08 Ibope 15/08 Vox 10/08 Ibope 05/08 Ibope 29/07 Sensus 02/08 Vox 20/07 Data 24/07 Data 01/07 Ibope 30/06 Vox 26/06 Ibope 21/06 Data 21/05 Ibope 03/06 Sensus 14/05 Vox 13/05 Ibope 16/04 Data 16/04 Sensus 09/04 Vox 31/03 Data 26/03 Data 25/02 Ibope 10/03 Ibope 09/02 Sensus 29/01 Vox 17/01 % 70 Serra homem Dilma homem 3 por. Méd. Móv. (Serra mulher) Fonte: 45 pesquisas de intenção de voto de quatro institutos: DataFolha, Vox Populi, Ibope e Sensus, de janeiro a outubro de 2010 14 12 12 10 % de governadoras % de senadoras Percentagem de mulheres senadoras e governadoras Brasil: 1990-2008 10 8 6 4 8 6 4 2 2 0 0 1991-1999 1995-2003 1999-2007 Legislaturas do senado 2003-2011 2007-2015 1990 1994 1998 2002 Anos de eleições para governadores Fonte: IBAM, 1997 e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2008 2006 MULHERES NO EXECUTIVO E JUDICIÁRIO Mulheres são maioria no funcionalismo público, chegam a cerca de 50% dos DAS 1, mas somente 15% dos DAS 5 e 6. Nas 26 prefeituras das capitais dos Estados as mulheres compõem 20% das secretarias municipais no total brasileiro, sendo 7,4% na região Sul e 32% na região Norte. No poder judiciário as mulheres superam o número de homens na 1ª Instância, mas no: STF apenas 1 mulher (em 9 membros); STJ 4 mulheres (em 28 membros); TST 1 mulher (em 16 membros). Número de atletas das delegações olímpicas brasileiras, por sexo Olimpíada Homens Mulheres Total % feminino Pequim 2008 144 133 277 48,0 Atenas 2004 125 122 247 49,4 Sidnei 2000 111 94 205 45,9 Atlanta 1996 159 66 225 29,3 Barcelona 1992 146 51 197 25,9 Fonte: Comitê Olímpico Brasileiro. Disponível em: http://www.cob.org.br Medalhas brasileiras nas últimas 5 Olimpíadas, por sexo Olimpíadas Pequim 2008 Atenas 2004 Sidney 2000 Atlanta 1996 Barcelona 1992 Medalha de Ouro H M T % 1 2 3 66,7 5 0 5 0,0 0 0 0 0,0 2 1 3 33,3 2 0 2 0,0 Medalha de Prata Medalha de Bronze H M T % H M T % 3 1 4 25,0 5 3 8 37,5 0 2 2 100,0 3 0 3 0,0 5 1 6 16,7 3 3 6 50,0 1 2 3 66,7 8 1 9 11,1 1 0 1 0,0 0 0 0 0 H 9 8 8 11 3 Total M T 6 15 2 10 4 12 4 15 0 3 Fonte: Comitê Olímpico Internacional, diponível em: http://www.olympic.org/uk/index_uk.asp % 40,0 20,0 33,3 26,7 0,0 MULHER NA INTERNET Acesso à Internet por sexo e regiões, Brasil: 2005 Acesso à Internet por sexo e grupos de idade Brasil: 2005 VIOLÊNCIA DE GÊNERO A violência contra as mulheres é uma questão social grave e com conseqüências diretas na vida em geral e na saúde sexual e reprodutiva. No Brasil, como em vários outros países Latino-Americanos, a violência não é somente praticada, como muitas vezes reconhecida e legitimada por parte da sociedade, principalmente quando envolve infidelidade conjugal. A forma mais comum de violência contra as mulheres é o abuso por parte do companheiro, que envolve desde agressão psicológica, física até relação sexual forçada. O cenário mais real da violência doméstica ainda não é conhecido, pois na maioria das vezes a agressão não é denunciada às autoridades e a mulher busca ajuda com amigas ou dentro da família, quando não se silencia totalmente. Adicionalmente, a violência contra as mulheres não se encerra nos espaços domésticos, a violência sexual e a institucional também se mostram presentes em todas as esferas, mas ainda conhecemos pouco sobre elas. Pesquisa Ibope (2009) sobre as percepções e reações da sociedade sobre a violência contra a mulher * 55% conhecem casos de agressões a mulheres * 39% dos que conhecem uma vítima de violência tomaram alguma atitude de colaboração com a mulher agredida * 56% apontam a violência doméstica contra as mulheres dentro de casa como o problema que mais preocupa a brasileira * Houve expressivo aumento do conhecimento da Lei Maria da Penha de 2008 para 2009, de 68% para 78% * Maioria defende prisão do agressor (51%); mas 11% pregam a participação em grupos de reeducação como medida jurídica * Na prática, a maioria não confia na proteção jurídica e policial à mulher vítima de agressão * 44% acreditam que a Lei Maria da Penha já está tendo efeito * Para a população, questão cultural e álcool estão por trás da violência contra a mulher * 48% acreditam que exemplo dos pais aos filhos pode prevenir violência na relação entre homens e mulheres GÊNERO E HOMOFOBIA No Brasil, a violência por discriminação sexual mata em torno de 150 pessoas por ano, sendo que o país é o campeão mundial de assassinatos contra aqueles considerados das sexualidades não-naturais, sendo a média brasileira é de um assassinato a cada três dias. A homofobia é um problema real entre a população GLBT (lésbicas,gays, bissexuais, travestis e transexuais ), contudo menos de 10% dos assassinos de homossexuais são presos. No Rio, 61,5% dos entrevistados afirmaram já terem sido agredidos, 65,7% em São Paulo e 61,4% dos entrevistados na capital pernambucana. Declararam-se terem sido discriminados 64,8% dos entrevistados no Rio, 72,1% em São Paulo e 70,8% em Recife. 11 eixos do IIº PNPM da SPM: I - Autonomia Econômica e Igualdade no Mundo do Trabalho, com Inclusão Social; II - Educação Inclusiva, Não-Sexista, Não-Racista, Não-Homofóbica e NãoLesbofóbica; III - Saúde das Mulheres, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos; IV - Enfrentamento de Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres; V - Participação das Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão; VI - Desenvolvimento Sustentável no Meio Rural, na Cidade e Na Floresta, com Garantia de Justiça Ambiental, Soberania e Segurança Alimentar; VII - Direito à Terra, Moradia e Infra-Estrutura Social nos Meios Rural e Urbano, Considerando as Comunidades Tradicionais; VIII - Cultura, Comunicação e Mídia Igualitárias, Democráticas e Não Discriminatórias; IX - Enfrentamento do Racismo, Sexismo e Lesbofobia; X - Enfrentamento das Desigualdades Geracionais que Atingem as Mulheres, com Especial Atenção às Jovens e Idosas; XI - Gestão e Monitoramento do Plano. CONSIDERAÇÕES FINAIS 1 Assim como em outras partes do mundo, o Brasil passou por uma onda de despatriarcalização, representada por uma longa mudança institucional que propiciou uma disrupção dos privilégios masculinos na família e na sociedade e a concessão de crescentes direitos às esposas e aos filhos. As regras de casamento e de parceria sexual se diversificaram e se tornaram mais equitativas no tocante às relações de gênero, entendidas de maneira não binária. Os casais com filhos deixaram de ser maioria absoluta dos arranjos domiciliares e cresceu o percentual de casais sem filhos, famílias monoparentais, coabitação marital (inclusive do mesmo sexo) e pessoas vivendo sozinhas. A transformação mais marcante do século XX no Brasil – e que sintetiza as mudanças sociais, econômicas e demográficas – foi a alteração da presença da mulher de coadjuvante das decisões familiares para protagonista da sociedade em termos globais e institucionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS 2 Como visto pelos dados apresentados, em uma perspectiva de longo prazo, o Brasil vem apresentando avanços sociais e nas relações de gênero nas áreas de saúde, educação, esportes, mídia, etc. Nestas áreas as desigualdades de gênero se reduziram bastante ou houve reversão do hiato de gênero (gender gap), como na educação. Na política os ganhos foram menores, pois embora as mulheres tenham se tornado maioria do eleitorado, ainda possuem uma das mais baixas presenças no parlamento entre os países da América Latina. No mercado de trabalho houve conquista parciais, com uma inserção massiva das mulheres na PEA e uma ampliação do leque ocupacional, com redução dos diferenciais de salário e renda entre homens e mulheres. Já o sistema de previdência social tem atuado no sentido de contrabalançar desigualdades do mercado de trabalho e tem favorecido as mulheres das gerações mais velhas que podem contar com aposentadoria, pensões ou benefícios como o BPC/LOAS. CONSIDERAÇÕES FINAIS 3 Parece existir um “desencontro/desajuste” (mismatch) entre as agendas de demandas sociais e mesmo de resposta de política pública. Crescem as “desigualdades reversas de gênero”. Um exemplo pode ser identificado no caso da educação, pois embora continue sendo muito relevante superar os vieses sexistas, racistas e homofóbicos nas políticas de educação pública, o hiato revertido que vem desfavorecendo meninos e jovens homens -- que tem seguramente efeitos negativos nas relações entre gêneros – não tem sido tratado como um problema de gênero relevante que deveria receber atenção sistemática da sociedade e do estado. Da mesma forma a questão crucial do equacionamento das responsabilidades quanto às tarefas da reprodução -- considerando-se inclusive as mudanças ocorridas nas famílias - não tem recebido atenção adequada, seja no debate público ou seja na formulação de políticas.