Publicada em Jornais do Interior Gaúcho desde Março de 2002 e-mail: [email protected] Código de Hamurabi, lei de 3.900 anos. Se Roberto Landell de Moura fosse italiano, por exemplo, Marconi seria considerado O Inventor do Rádio? Essa dúvida foi levantada em agosto de 2009, durante uma aula de Economia, na Faculdade QI, em Porto Alegre, no Curso Técnico Processos Gerenciais. Quem ainda não conhece a QI, é bom saber que para milhares de pessoas (atuais ou ex-alunos), o mundo seria bem mais complicado não existisse esta legítima e recomendável parceira do estudante. Seu Curso de Processos Gerenciais é um desafio ao conhecimento e à superação, pois funciona à base de prática, em todos os sentidos. Pois bem: na aula citada, cerca de 30 alunos, eu entre eles, debateram sobre o fato de que qualquer ideia nova no RS, se tiver paternidade gaúcha, precisa ter sempre, várias vezes, uma confirmação de sua qualidade: espécie de preconceito contra o artista ou o criador “de casa”. Como acontece com frequência, ficamos de encontrar uma nova ocasião para voltar ao assunto, que pela falta de tempo - graças ao excesso de trabalho e temas de todos - não voltou a ser abordado. Aliás, esses dois anos que se passaram, seriam um tempo mais do que suficiente para Guglielmo Marconi, nascido na italianíssima Bologna (1874) e inventor do Rádio (1896), obter a Patente (Reconhecimento Público) de seu invento, tão logo demonstrou suas experiências com a transmissão de vozes a pequenas distâncias; proeza que Roberto Landell de Moura, gaúcho de Porto Alegre, havia fartamente demonstrado três anos antes (1893), em São Paulo, a médias distâncias. Insisto em lembrar a todos que Landell de Moura, o Padre Herége, assim denominado porque teve a ousadia de “conversar com pessoas invisíveis” ou com “vozes do além”, foi apedrejado mais de uma vez nas saídas das Igrejas nas quais exerceu o sacerdócio, sem falar nas duas vezes em que seu material de trabalho e o fruto de seu esforço, sumiram misteriosamente dos armários onde foram guardados, “surrupiados” (para não escrever roubados) por “criaturas”, estas sim, diabólicas - ou destruir o esforço laboral do trabalhador não é pura maldade? Estou acompanhando, com muita atenção, as proposições feitas a público, para que se examine o eventual atraso existente em nosso estado, comparado com outras unidades da Federação Brasileira. Sei que tanto os proponentes desse debate, quanto leitores e espectadores (com s, “Se queres que ninguém saiba, não o faças.” Provérbio Chinês costumeiros assistentes; com x, expectadores, porque ficam na expectativa do que possa ocorrer), quem sabe mais de uma vez, já tiveram conhecimento do que viveu Landell de Moura. Como volta e meia acontece com empreendedores gaúchos (também de outros estados), nosso dedicado inventor, com extremo sacrifício, conseguiu do Governo brasileiro o reconhecimento de suas três memoráveis descobertas, nos últimos meses do Século XIX, três anos após o reconhecimento mundial de Marconi, como inventor do Rádio e seis anos depois dele, Landell de Moura, tê-las inventado. Quase em desespero e com dificuldade sempre crescente, Landell de Moura viajou aos Estados Unidos meses depois, tendo de lá retornado em 1904, com 3 Patentes: para o Telégrafo sem Fio (foto), o Telefone sem Fio e o Transmissor de Ondas Sonoras. Eram passados, então, 11 anos que ele havia inventado os três modais de comunicação, pioneiro e criativo trabalho no qual teve pouco auxílio e muitas pedras no caminho. Talvez ali, naquela ocasião, na qual quase todos “atiraram a primeira pedra”, talvez ali, repito, tenha sido formatada, para depois ganhar corpo, a estória até hoje contada, do “cesto de caranguejos” em um Mercado Público desses que há dezenas pelo país. Caranguejos de qualquer outra naturalidade precisam ser colocados em cestos com tampas, para que não fujam; os cestos com caranguejos gaúchos não precisam de tampas: os próprios crustáceos ali colocados impedem que seus companheiros mais ousados conquistem a desejada liberdade, puxando-os de volta. “Si non è vero, è bene trovato” (Se não é verdade, é bem contado). ... para evitar a celulite, nada melhor do que consumir, ao longo do dia, pelo menos dois litros de água? ... para quem ainda não tem celulite, o melhor é exercitar-se fisicamente, o que otimiza a circulação e ajuda a evitar o acúmulo de gorduras localizadas? ... alimentar-se adequadamente é fundamental, pois com o organismo em equilíbrio, todos os sistemas corporais funcionam melhor, especialmente o circulatório? FRANQUIAS VENHA CRESCER COM A GENTE www.guarida.com.br O Museu do Louvre, na França, entre as centenas de tesouros de valor incalculável, tem um especial, no meu conceito. Gravado em uma estela cilíndrica de diorito - rocha eruptiva, de textura granular - lá está guardado o Código de Hamurabi, o verdadeiro criador do Império Babilônico. Hamurabi viveu há 3.900 anos e sua obra mais famosa foi um conjunto de leis que o imperador zeloso, político, guerreiro e legislador - construiu para evitar a pena de retaliação. Em outras palavras, para evitar que os babilônicos fizessem justiça pelas próprias mãos. A chamada lei de talião, uma das mais antigas leis existentes, também dita pena de talião, por causa do latim talis - que quer dizer “tal” - é a famosa "olho por olho, dente por dente". No caso de Hamurabi, a preocupação do criador da Babilônia era de que houvesse uma correlação entre o mal sofrido por um súdito seu e o castigo a ser determinado para quem tivesse causado esse mal. Ao longo dos tempos, no entanto, a lei foi tomando um significado diferente, como se instigando à vingança e à violência. Olho por olho, dente por dente passou a ser um recado: “o que fizeres, te será devolvido na mesma moeda”.