“Gestão e mercado para consultórios e clínicas” Curso apresentado por Dr. Roberto Caproni – graduação em Odontologia e Administração de Empresas; Pós-graduação em Marketing e Psicologia. Promovido pela Sociedade Brasileira de Ortodontia: 22/03/2014 Os novos tempos acirram a competitividade e o universo da saúde não pode fugir deste embate, onde cada recurso lançado tem que ser assimilado em fração de segundos. A subjetividade das relações humanas fascina, mas pode desconsertar atitudes, considerando que homens compartilham espaços sociais em comportamentos maleáveis e mutáveis. Ou em comportamentos sólidos e irredutíveis. O profissional da saúde - com licença ao zoom no ortodontista - tem buscado a sinergia com o mundo dos negócios, na temperança entre resultados estéticos e funcionais do sorriso versus parâmetros financeiros eleváveis ou, pelo menos, traduzíveis numa zona de conforto para se viver o dia e a noite, com qualidade de vida. Como agir, dissecar conceitos e merecer receitas favoráveis, com custos relativamente baixos, satisfação do cliente, seleção e entrosamento do corpo de trabalho (equipe) no grande mosaico consumista das metrópoles? Estas e outras perguntas fornecem o leito da discussão no Curso “Gestão e Mercado para consultórios e clínicas”, apresentado com leveza e decisão pelo Dr. Roberto Caproni, graduado em Odontologia e Administração de Empresas e pósgraduado em Marketing e Psicologia. Curso promovido pela Sociedade Brasileira de Ortodontia, em 22 de março. No mundo civilizado, descortina-se o imprevisível, o convívio entre a paixão pela profissão e a exaustão que a competitividade dos dias impõe. E a paixão pelos “brackets”, de acordo com Caproni, “é uma loucura”, quando vivida sozinha, quando distanciada da gestão do consultório e do mercado lá de fora, que não passam de conceitos distintos, apenas didaticamente, mas que se trançam na prática e na veia do empreendedor autônomo (em síntese, na exposição do palestrante). Sublinhou a paixão como uma ordem centrada na emoção. Em outras palavras, com cautela e olhar empreendedor, bordaria o equilíbrio sem vias para o extremo. Para Caproni, os extremos, ociosidade e “fila de espera”, são complicados. A fila de espera de pacientes pode levar à desistência de muitos. E bons pacientes. Além de levar a uma jornada de trabalho com sobrecarga. E a saúde do ortodontista ficaria em que lugar? Alerta recorrente do Dr. Caproni. O Curso endereçou a platéia para o mundo dos negócios em tom de urgência, como se o mundo não oferecessse mais o acesso à espera. Assunto, aliás, inerente ao maquinal capitalismo. Mas distante e ainda cerimonioso no convívio com os profissionais da saúde, aqui com destaque aos ortodontistas, que prezam princípios biológicos em requintes de perfeição detalhista, instrumentados pelas dobras elaborados dos fios, no veio do conflito com as manobras da rentabilidade. Boa reflexão pelos vetores paradoxais entregues em “régua e compasso” na exposição sobre gestão e mercado em consultórios e clínicas. Afinal, quem é o cliente que busca o tratamento? Resumindo a intenção das palavras de Caproni, é o detentor do poder da informação móvel cedida pelo mais presente concorrente do dentista: o I pad (e recursos afins) que dilatam informações vinte e quatro horas por dia. Citou as três forças que operam para a redução do lucro: a exigência do cliente que pressiona o profissional a atender os seus caprichos. Esta exigência vem a galope, formatando a vida empresarial de quem deve gerir recursos financeiros em tempo hábil, sem percalços com o stress imobilizador da qualidade de vida. Outro fator, explica, é a internet que informa e gera poder ao cliente. Em terceiro lugar, “os fornecedores que oferecem permanentemente tecnologias novas, elevando custos”. Tais forças atuam na redução do lucro, explicou. Mas, “dinheiro só faz sentido quando se reverte em qualidade de vida”, adiciona Caproni. À luz da reflexão, estes objetivos aparentemente heróicos, podem ser bom exercício no mundo contemporâneo, na logística empresarial de quem governa o próprio negócio. E nas mãos do ortodontista, parece se converter em múltiplas funções, já que o trabalho em saúde é uma rotina de doações e mais doações, onde o profissional definitivamente tem que ser plural. Comercial sem ser abusivo, comerciante com transparência e habilidade, atribuir funções para a equipe certa, pontuar estratégias com elegância sedutora e discrição, e ainda dividir o sorriso final com o cliente. De preferência, de mãos dadas com a espontaneidade. Caproni sugere que as frases sejam pontuadas corretamente para que o interlocutor possa recebê-las de frente. Se um bom negócio fermenta bons resultados, ainda assim, pede atenção. Do lado de cá, ortodontistas sabem que resultados só serão bem vindos a longo prazo, na educação transmitida pelos mestres imortais, resultados com estabilidade monitorada, imprescindível na prática clínica, intensa para fazer valer o compromisso com o cliente. O ponto alto da palestra emergiu na afirmação de que o “prestígio social pode ser transformado em dinheiro, porque as pessoas fornecem credibilidade e passam a comprar o serviço”. O palestrante providencia, em desdobramentos claros, que “o prestígio social e reserva técnica, juntos, geram prosperidade”. Fomenta a necessidade de convivência social ilustrada por trocas de gentilezas éticas. Caproni afirma que a ética significa “o certo” e que andar alinhado com a ética semeia o bom entrosamento social. A credibilidade sustentará, então, a cadeia alimentar das boas intenções. A propaganda é paga pelo profissional e a publicidade confirma sua credibilidade, se entendida por hora. A SBO provê discussões pertinentes, ao ensaiar fronteiras entre o compromisso da correção das deformidades dentofaciais em requintes de sinergia com o marketing inevitável, balanceado entre receitas e despesas casadas com a sensatez. Caproni apresenta simplesmente a complexidade dessa trama, amortecida pela escolha de corpo de trabalho certo e advoga: “ao invés de ficarmos procurando a pessoa certa (referindo-se à equipe e aos clientes) devemos nos tornar a pessoa certa”. Num risco de interpretação, acredita-se que se a escolha é gerir negócios em saúde, polarizar competências é meta. E que depende do olhar filtrado por escolhas promissoras e confiáveis. Em tom lúdico e divertido, o palestrante estende o raciocínio para todas as escolhas que fazemos socialmente, permeadas pelo esforço do trabalho, do plantio que deve ser regado pela sobriedade, na convivência entre as partes. Aponta aos interessados o MBA compacto que oferece o aprofundamento certeiro do assunto (www.grupocaproni.com). Estratégias podem vir da observação permanente, no exercício árduo, porém terno do trabalho do ortodontista, que jamais experimenta glórias sozinho, posto que ocupa na construção de sorrisos correspondidos, nos relevos da ciência e da paixão. Na equidistância da paixão e da razão. Atentos à gestão, ao mercado, indissociáveis. Mensagem viva no curso das reflexões por Roberto Caproni. Palavras não ouvidas antes, agora inauguradas para se levar, sim, para casa. A partir de hoje, treinar esforços e habilidades de gestão renováveis. Tudo isso, é claro, para ontem. Eliza Wilhelm endereço para correspondências: [email protected]