ARTIGO Relatos de uma mãe aos 40 funcionárias maravilhosas que dividem comigo os cuidados com a casa. Tenho tentado diminuir minha jornada de trabalho para estar em casa sempre por volta das 18h, bem como dar o menor número possível de plantões. Tenho um companheiro maravilhoso que abraçou comigo esta causa tão importante que é a construção de uma família. Hoje aos 42 anos, vejo que sou filha há 42, irmã há 38, médica há 17 anos, mas mãe há apenas 2! Estou aprendendo este ofício lindo e tão trabalhoso, certa de que toda mãe sempre dá o melhor de si com o intuito de fazer o melhor por seus filhos. Desejo um maravilhoso Dia das Mães seja ele em qualquer momento da vida. Abraços.. Dra. Graziela Roberta Caproni Ginecologista e Obstetra Mãe da Monize de 12 anos e da Maria Eduarda de 1 ano e 10 meses CRM 98938 Foto Arquivo Pessoal Ser mãe aos 40 anos não foi exatamente uma opção, simplesmente aconteceu na minha vida. Sempre sonhei com uma família grande e com vários filhos, mas beirando os 40 anos e com alguns relacionamentos frustrados na minha bagagem, estava quase certa de que isto não aconteceria comigo, pois como ginecologista, sabia do grande declínio da fertilidade após os 35 anos. Na tentativa de preservar por um pouco mais de tempo a minha fertilidade, procurei uma clínica de reprodução humana para congelar óvulos, tendo ouvido do colega especialista que embora aquele não fosse o momento ideal para tal procedimento, era a única opção que me restava. Não tive dúvidas: congelei meus óvulos. Logo após o término do meu tratamento, reencontrei um antigo namorado e cerca de 6 meses depois eu estava grávida. E espontaneamente sem usar nenhum dos 15 óvulos que eu havia congelado. Me lembro, de termos comemorado o meu aniversario de 40 anos com uma grande festa, pois eu realmente havia ganhado o maior presente da minha vida! Embora eu não tenha planejado a gravidez, felizmente tenho uma boa saúde e me cuidei durante toda a gravidez, sobretudo no sentido de ter uma alimentação balanceada que me garantiu apenas 12 quilos a mais no final da gravidez. Realizei toda rotina de pré-natal com exames laboratoriais no primeiro e no inicio de terceiro trimestre, bem como os ultrassons com medida de translucência nucal e morfológico de segundo trimestre. Embora eu fosse considerada uma gestante de risco devido a idade, optei por não fazer exames mais invasivos como a biópsia de vilo corial (é um exame capaz de detectar anomalias genéticas como a síndrome de Down) e amniocentese (é um método de diagnóstico pré-natal que consiste na aspiração transabdominal de uma pequena quantidade de fluido amniótico da bolsa amniótica, que envolve o feto, para detectar deformações genéticas durante a gravidez.), pois estava convicta de que se existisse algo de errado com o bebê, isto não mudaria em nada a maneira como eu encararia a minha gestação. Exceto pelos enjoos, sonolência e piora da síndrome do túnel do carpo, tive uma gestação bastante tranquila e trabalhei até poucos dias antes do meu parto que só foi de cesariana porque a minha bebê ficou sentada/ pélvica, durante os 9 meses de gravidez. Hoje mais do que nunca, sou a prova viva de que tudo acontece no momento certo. Minha família veio num momento de estabilidade emocional e financeira. Sinto que já fiz de tudo um pouco nesta vida: viajei, passeei, conheci pessoas, me dediquei ao meu consultório e agora estou podendo me dedicar as minhas filhas: a do coração que veio com o casamento e a da minha barriga que veio tardiamente, mas veio para me fazer ter vontade de continuar viva e ativa por muitos anos. É verdade que o pique aos 40 não é mais o mesmo. Mas por outro lado, me sinto muito mais calma, tranquila e paciente agora... Já não tenho mais tanta pressa. Quero mais é aproveitar a bagunça da minha casa, as paredes rabiscadas com giz de cera e os brinquedos espalhados pela sala. Também tenho aprendido a delegar mais e, sobretudo a priorizar o que de fato é importante! Felizmente conto com a ajuda de duas