A RTI GO DEZEMBRO | 2014 HEMOCULTURA A hemocultura é considerada o melhor teste laboratorial para detecção de micro-organismos no sangue. Bacteremia, fungemia e viremia são condições nas quais as bactérias, fungos e vírus circulam pelo espaço vascular. Quando o paciente não está ciente dos micro-organismos circulantes, esta condição é chamada de silenciosa ou subclínica. Já a septicemia é uma síndrome clínica caracterizada por febre, calafrios, mal-estar, taquicardia, hiperventilação, toxicidade e prostação. A septicemia ocorre quando as bactérias circulantes se multiplicam a uma taxa que excede sua remoção pelos fagócitos. A sepse é um dos principais motivos para a solicitação do exame de hemocultura indicando quais bactérias, fungos ou seus produtos tóxicos estão agredindo o organismo. A bacteremia pode ser classificada em transitória, intermitente ou contínua de acordo com a forma que os micro-organismos penetram na corrente sanguínea. A do tipo transitória em geral é rápida e é a mais comum, ocorrendo após a manipulação de algum tecido infectado (abscessos e furúnculos), ou algum procedimento cirúrgico que envolve algum tecido contaminado ou colonizado (odontológico, endoscopia), ou em algumas infecções agudas como pneumonia, meningite, artrite e osteomielite. A bacteremia intermitente ocorre quando as bactérias de um local infectado são periodicamente liberadas na corrente sanguínea por abscessos extravasculares ou infecções das cavidades do corpo como empiema, peritonite ou artrite séptica. A bacteremia contínua ocorre por infecções intravasculares como endocardite bacteriana ou dispositivos infectados como fístulas arteriovenosas, cateteres intra-arteriais ou cânulas de demora. Para a realização do diagnóstico laboratorial em geral são pedidas duas ou mais hemoculturas, colhidas como amostras consecutivas. É frequente a solicitação simultânea do hemograma que irá determinar se o paciente tem um aumento da global de leucócitos no sangue, indicando uma possível infecção. Outros exames também podem ser úteis, como urocultura e culturas de escarro e líquido cefalorraquidiano. Altas taxas de morbidade e mortalidade são atribuídas à infecção da corrente sanguínea em crianças e adultos em todo o mundo. Assim, uma detecção rápida e com boa acurácia dos casos de bacteremia e fungemia é fundamental para os devidos cuidados com o paciente. O laboratório de microbiologia é parte integral e indispensável no gerenciamento da sepse para entregar resultados com alto valor diagnóstico e no menor tempo possível para que o médico faça a opção do tratamento adequado, melhorando a saúde do paciente. Considerando a hemocultura como exame de extrema importância, nos preocupamos em liberar com urgência resultados parciais, principalmente, aqueles que apresentarem qualquer sinal de positividade, mantendo o médico ou o paciente informado sobre o isolamento de micro-organimos para a determinação da conduta terapêutica adequada. Dra. Cynthia Medeiros Silva Eufrásio Departamento de Microbiologia Referências: http://www.labtestsonline.org.br/. Acesso em ��/��/��. Koneman EW. Allen SD, Dowell VR et al. Diagnóstico Microbiológico. �º Edição, Rio de Janeiro: Ed. Médica e Cientifica, ����. ����p. SILVA, Cléia et al. Incidência Bacteriana em Hemoculturas. Newslab. Edição ��. ����. OPLUSTIL, Carmen et al. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica. �º edição. São Paulo: Sarvier, ����. BARBOSA, Ismar et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial (SBPC/ML): Boas Práticas em Microbiologia Clínica. Barueri, São Paulo: Manole, ����. *Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico. www.humbertoabrao.com.br /Laboratório Humberto Abrão