26OPINIÃO
A GAZETA
DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015
OPINIÃO DE A GAZETA
Evandro Milet
Indefinição do Congresso sobre
a CPMF e outras matérias causa
incertezas no ajuste fiscal. Inibe
investimentos, emprego e renda
E-mail: [email protected]
É consultor e palestrante e escreve aos domingos neste espaço
O smartphone é verdadeira prótese, uma extensão
imprescindível do corpo humano. Substituiu o
cachorro como o melhor amigo do homem
DEMORA QUE
CUSTA CARO
N
inguém sabe, ninguém viu a
pauta relacionada ao ajuste
fiscal que compete ao Congresso decidir. Discussões e
votaçõessobreoassuntoestão
totalmente paralisadas. Não
há espaço para outras questões que não envolvam as possibilidades de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do impeachment da presidente da República e desdobramentos políticos da operação Lava Jato.
A magnitude dessas questões é indiscutível.
Todas as instituições contribuíram para a investigação e o conhecimento público de cada
caso. O que falta no momento é o Congresso
entenderquenadajustificasuaomissãoemoutros assuntos, também de elevado interesse do
país. É o caso, por exemplo, de matérias relacionadas ao ajuste das contas públicas.
NaCâmaradosDeputados,oadiamentoconstante da votação de matérias faz parte da estratégia de Cunha visando a prolongar sua sobrevida na presidência da Casa. No Senado, o
andamento de projetos sofre influência conflituosanaqualsemisturaminteressescontrários
e favoráveis ao impedimento presidencial.
A pauta pendente abrange a apreciação de vetos presidenciais a projetos que aumentariam
expressivamente os gastos governamentais,
impondo retrocesso ao ajuste fiscal. Também
espera definição dos parlamentares a mais polêmica iniciativa visando a ampliar a arrecadação do Executivo. Trata-se da recriação da
CPMF, repudiada fortemente em todas as camadas da população. Ninguém suporta o incessante crescimento da carga tributária.
O Parlamento precisa tomar decisões, o quanto antes, sobre os vetos presidenciais, a CPMF e
outras questões de repercussão nas finanças
públicas. A demora já está demais e tem custo
elevadíssimo para toda a sociedade. Se reflete
na alta do dólar (que alimenta a inflação), na
bolsa de valores, no ânimo dos agentes econômicos.Contribuiparaagravararecessão,àmedidaqueinibeinvestimentosquegerariamprodução, emprego e renda.
O cachorro
digital
EU DIGO QUE...
“Doação de
empresa é
doação de
empresa. Não
tem como
carimbar
dinheiro doado a
algum candidato
como fruto de
uma troca”
—
Michel Saliba
Advogado do deputado
federal Nelson Meurer,
acusado de corrupção
passiva, lavagem de
dinheiro e de receber
caixa dois em
campanha
“Eu disse ao
próprio Levy
que a melhor
notícia que
Dilma tinha
dado depois da
vitória dela foi a
indicação de
Levy”
—
A imagem do tsunami que invadiu o
Japão em 2011 e arrastou tudo pode ser
a representação mais próxima do que
acontece no mundo dos negócios com a
internet. Construções ruindo, desespero, terra arrasada. Tudo que é sólido
desmancha na água. Modelos de negócio vencedores se perdem de uma
hora para outra. Ficam pelo caminho
Kodak, Compaq, Sun, Nokia, Motorola,
Blockbuster e Blackberry, entre outros.
Negócios têm de se reinventar como a
música, a fotografia, livros, jornais, TV,
transporte, publicidade e telecomunicações, mas também o comércio varejista, entretenimento, turismo, bancos
e a própria TI, que muda tudo inclusive
a si mesma.
Negócios que não existiam criam gigantes como Google, Facebook e Amazon. Os mais recentes candidatos a
gigantes como Uber e Airbnb infernizam os taxistas, os hotéis e as prefeituras e o Netflix mata o negócio de
aluguel de vídeos e invade o de produção de séries para a TV.
As mudanças atingem todos os setores
e quem achar que não tem nada a ver
com isso está muito mal informado.
Todos querem acesso instantâneo a tu-
do, em qualquer lugar, a qualquer hora
e de graça (alguns já conseguem cobrar). As empresas que se virem para
gerar dinheiro em uma situação nova,
onde a concorrência vem de lugares
inesperados, fora do campo de visão do
antigo planejamento estratégico.
O setor de energia fala em smart grid,
cidades viram smart cities, a indústria
se robotiza com smart manufacturing e
a internet das coisas projeta interligar
50 bilhões de objetos em 2020, com
capacidade de tomar decisões nas fábricas, nas casas e nas ruas.
A internet, que já foi rede de computadores, virou rede de pessoas e que
agora caminha para ser rede de coisas,
continua sua marcha para ser rede de
tudo, em uma velocidade impressionante. Há 20 anos, apenas 35 milhões
navegavam na internet e hoje são 3
bilhões; os celulares eram 80 milhões e
hoje são mais de 5 bilhões.
Um smartphone não é mais apenas telefone, mas também máquina fotográfica,
filmadora, computador, televisão, brinquedo, som, GPS, memória auxiliar, enciclopédia, biblioteca e banco. Uma verdadeira prótese, uma extensão imprescindível do corpo humano. Substituiu o cachorro como o melhor amigo do homem!
O que pessoas e empresas podem fazer
para sobreviver ao tsunami? Transformar-se em pessoas e empresas digitais.
A próxima geração a entrar no mercado
de trabalho será de nativos digitais, já
nasceram nesse mundo. Os antigos que
se atualizem correndo.
HÁ 50 ANOS
FOTO: PROJETO ACERVO DIGITAL / WWW.AGENCIAAG.COM.BR
Lula
Ex-presidente, negando
que teria pedido a
saída do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy
Rio Branco e Santo
Antônio fazem hoje à
tarde no Estádio
Governador Bley uma
partida de alta
importância para as
duas equipes no
Campeonato da Cidade.
O time alvirrubro, que
permanece invicto na
competição, embora
ocupe o terceiro lugar na
classificação, se não
vencer o time capa-preta
ficará em situação muito
difícil. O Rio Branco é
favorito porque lidera
o campeonato.
A IMAGEM DESTE JORNAL ESTÁ AMPLIADA NA EDIÇÃO DIGITAL DE A GAZETA
agazeta.com.br
Jogo decisivo
entre Rio Branco e
Santo Antônio no
Governador Bley
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DEMORA QUE CUSTA CARO O cachorro digital