10 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 13, 14 e 15 de julho, 2012 BRASIL Divulgação FISCALIZAÇÃO PF faz no Paraná a maior apreensão de dinheiro falso já registrada no Brasil A Polícia Federal (PF) apreendeu esta semana, em Curitiba, o equivalente a R$ 682 mil em cédulas falsas. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, esta é a maior apreensão de dinheiro falso já registrada no Brasil. Duas pessoas foram presas, um homem de 50 anos de idade e uma mulher de 30 anos. Eles vinham sendo monitorados há alguns dias e foram presos em flagrante quando trocavam notas entre si. ABr Índice do Banco Central reforça estagnação da economia brasileira Economistas esperavam queda maior, mas apontam dificuldade do país de crescer sem o mercado externo Alexandre Rezende Gustavo Machado [email protected] O índice de atividade econômica, calculado pelo Banco Central, apenas confirmou o que outros dados já alertavam. A economia brasileira continuou desacelerando durante o mês de maio. De acordo com o IBC-Br, o nível de atividade caiu 0,02% na comparação com o mês anterior, e expandiu 0,09% ante igual período de 2011. Após as péssimas informações fornecidas nos últimos dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a sensação da maioria dos economistas é de que o índice poderia ter apresentado valores inferiores ao divulgado ontem. No entanto, alimentou a opinião de quem acha que o ano será mais fraco do que o último, quando o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 2,7%. Para Manuel Enriquez Garcia, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), a estagnação observada durante os primeiros cinco meses do ano indicam a fraqueza das pernas brasileiras para sustentarem sozinhas o crescimento do país. “Não há qualquer indicativo de que a economia está acelerando. Além disso, já foi comprovada a exaustão das medidas de estímulo ao consumo”, comenta o economista. Segundo os cálculos de Garcia, não há mais tempo hábil INDICADOR Dados alimentam projeções de que economia crescerá em 2012 menos do que no ano anterior para uma recuperação expressiva da economia nacional no segundo semestre. “Se tivermos um final de ano muito bom, podemos sair de um crescimento de 2% para no máximo 2,5%. O que pode melhorar são as perspectivas para 2013”, diz. O consultor Luis Roberto Troster entende que o governo está perdendo tempo ao construir pacotes de estímulo de curto-prazo, como o que deve ser anunciado na próxima semana. “Podem ser ótimos os anos de 2013 e 2014, mas eles precisam ser trabalhados a partir de agora”, animase o ex-economista-chefe da Febraban. “A força da economia brasileira não se resume a 2012. É necessário nos desvencilhar do ‘curto-prazismo’”, conclui. Garcia lembra do compromisso do governo federal em manter altas taxas de emprego e afirma que aumenta o risco do desemprego voltar a crescer a cada mês que a economia continua estagnada. “O emprego permanece em um bom nível, e o governo devia valer-se desta vantagem para emplacar reformas estruturais. Já aconte- Manuel Garcia: “Sem ajuda externa, o país provou que tem dificuldades para voltar a crescer sozinho” ceu uma forte erosão da renda dos brasileiros com a alta do endividamento e este panorama está para mudar”, alerta o presidente da OEB. Segundo trimestre As estimativas para o Produto Interno Bruto do segundo trimestre estão sendo rebaixadas, dizem economistas. Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências, prevê uma alta do PIB no período Plantio recorde de milho safrinha incrementou prévia do PIB DETERIORAÇÃO DOS INDICADORES Dados de maio, na comparação mensal 142 140,2 140,61 -0,30% 139 -0,90% -0,80% 136 133 -36,00% 132,51 130 JAN/12 MAI/12 JAN/10 Fontes: BCB, Mdic, IBGE e MTE *2002 = base 100 mês de junho. A taxa não é observada desde março de 2011, quando o nível de atividade registrou alta de 1,19%. “Se virmos uma alta desta magnitude, podemos ter uma recuperação mais acelerada no segundo semestre”, decreta Bacciotti. “Mas definitivamente isso não será algo sustentável. Há uma queda dos investimentos e eles continuarão parados com as baixas expectativas”, conclui o economista. ■ Agricultura salva mês de maio Variação do IBC-Br* nos últimos dois anos 145 de apenas 0,5%, mas que novos cortes na projeção devem acontecer. “O trimestre está muito próximo de mostrar estagnação. As vendas do setor automotivo devem dar alguma força para junho, mas a produção continuará parada”, afirma. A partir do índice do Banco Central, para o segundo trimestre apresentar uma expansão próxima à sugerida por Bacciotti, o crescimento da economia terá que atingir 1% durante o Emprego na indústria Produção industrial Comércio varejista Criação de empregos formais O melhor cenário da agricultura salvou a economia durante o mês de maio, afirma Rafael Leão, da Austin Rating. Segundo o economista, a alta da safra de milho cultivado no inverno, o “safrinha”, está garantindo uma recuperação do setor, que sofreu durante o início do ano com a seca no sul do país. “A projeção mensal de safra, calculada pelo Banco Cen- tral, teve um forte incremento com a melhora do setor agrícola”, explica Leão. Segundo a consultoria Safras & Mercados, a safrinha deverá totalizar 36,667 milhões de toneladas em 2012, com aumento de 60,6% na comparação com o total colhido no ano passado. “Isso também traz algum alento para o Produto Interno Bruto Agrícola para o final do ano. É um setor que traz divisas e pode incrementar o PIB como um todo”, diz Leão. ■ G.M. Sexta-feira e fim de semana, 13, 14 e 15 de julho, 2012 Brasil Econômico 11 Paulo Whitaker/Reuters EMPREGO Nível de emprego na indústria cai 0,39% em junho e fecha 7 mil postos de trabalho A indústria paulista fechou 7 mil postos de trabalho em junho, quando o nível de emprego registrou queda de 0,39% em comparação ao mês anterior, considerando o ajuste sazonal, informou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado é o pior da série que começou em 2006, com exceção de 2009, ano em que a crise financeira internacional se agravou. ABr “Uma nação não se mede pelo PIB” Para a presidente Dilma, a “grandeza” de um país é medida pela proteção que ele proporciona a suas crianças e adolescentes Roberto Stuckert Filho A presidente Dilma Rousseff disse ontem que a grandeza de uma nação é medida pelo que faz por suas crianças e adolescentes e não pelo Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas que produz. Dilma participou ontem da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Indicador do nível de atividade divulgado ontem pelo Banco Central apontou que a economia brasileira está estagnada (leia mais na página ao lado). “Uma grande nação tem que ser medida por aquilo que faz a suas crianças e adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do go- verno e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e adolescentes”, disse a presidente, durante discurso na conferência. Dilma também disse que o governo vai aumentar o número de escolas em tempo integral no país. A conferência foi aberta ontem com o lançamento do Protocolo Nacional para a Proteção Integral de Crianças e Adolescentes. A presidente ainda defendeu a candidatura de Wanderlino Nogueira Neto ao Comitê de Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Com certeza ele dará contri- buições ao defender as crianças e adolescentes nas Nações Unidas”, disse. Em março, o nome do procurador de Justiça aposentado do Ministério Público da Bahia, Wanderlino Nogueira, ativista pelos direitos humanos de crianças e adolescentes, foi oficialmente apresentado pelo Brasil para concorrer à vaga no comitê. A decisão sobre os novos integrantes do órgão será tomada no fim deste ano. A tarefa principal do comitê da ONU é acompanhar a execução das normas da Convenção dos Direitos da Criança, assinada por mais de 190 países, inclusive o Brasil. ■ ABr Dilma: governo vai elevar o número de escolas em tempo integral