Nº 44
Ano 6 -
- Dezem
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bro 201
1
Membro da
sein.com
.br
Foto: Divulgação/Forno de Minas
Destaque Dasein
Foto: Divulgação
O balanço positivo
do Brasil em 2011
e os necessários
investimentos a serem
feitos em educação, por
Luiz De França.
Pág. 03
Artigo
Foto: Divulgação
A importância da simpatia
no ambiente corporativo
e a necessidade de
aceitar o próximo
dentro das organizações,
por Inácia Soares.
Pág. 04
‘Minha mãe tem uma
receita de pão de queijo
que sempre fez sucesso’
Hélder Mendonça, da Forno de Minas, fala sobre o afeto
de sua família pela empresa que fundaram (e fizeram
crescer, nos moldes do tradicional pão de queijo mineiro).
Na entrevista, Hélder detalha alguns pontos-chave das duas
décadas de trajetória da marca, como a venda da empresa
e sua recompra uma década depois. Pág. 02
Tendência
Entenda o porquê do
português ter saído da
30ª para a 4ª posição no
ranking das línguas mais
importantes no atual cenário
econômico, por Emmannuel
Laureano. Pág. 05
Fale Conosco: [email protected]
Dasein na Mídia
Vale o quanto pesa!
Reportagem do jornal
Estado de Minas com a
participação da Dasein
indica os passos essenciais
para pedir aumento de
salário. Pág. 06
Entrevista
DNews - Dezembro l 2011
De Minas para o mundo
No primeiro semestre deste ano a empresa
foi convidada a integrar a comitiva de negócios que a Presidente Dilma Rousseff levou à
China. “Recebemos com muito orgulho esse
convite. Tivemos a oportunidade de levar um
produto tipicamente mineiro representando
todo o Brasil”, afirma o administrador de
empresas Hélder Mendonça, Presidente da
Forno de Minas. O DNews conversou com ele
nesta edição.
DNEWS - A Forno de Minas surgiu com um
baixo investimento inicial e, em pouco tempo, tornou-se uma gigante nacional no ramo
alimentício. Como surgiu a empresa? Qual,
em sua opinião, foi o segredo de sua rápida
ascensão?
Hélder Mendonça - A minha mãe, conhecida
como Dona Dalva, tinha uma receita de pão
de queijo caseiro que sempre fez sucesso,
em João Pinheiro, na região Noroeste de
Minas Gerais. Em julho de 1990, minha irmã,
Hélida, minha mãe e eu abrimos uma pequena loja em um shopping de Belo Horizonte e
começamos a fornecer o produto congelado
para uma grande rede de supermercados.
Em maio de 1991, a empresa foi transferida
para um galpão, em Contagem. Em junho de
1992, a Forno ganhou um novo sócio, Vicente
Camiloti, que se tornou o diretor comercial
da empresa. A qualidade e a diversidade dos
produtos, nosso espírito empreendedor, o relacionamento com os clientes e a valorização
dos produtos mineiros fora de Minas foram
os grandes responsáveis pelo crescimento
da Forno de Minas.
DNEWS - Em 1999 a Forno de Minas foi vendida
para a norte-americana Pillsbury. Contudo, 10
anos depois, a empresa foi readquirida. Quais
foram os motivos da venda? E os da recompra?
2
HM - No primeiro momento, recebemos uma
proposta irrecusável. Vendemos a Forno,
mas continuamos fabricando os queijos utilizados na fabricação do pão de queijo, nos
Laticínios Condessa. Dez anos depois, a detentora da Forno de Minas, a então General
Mills, procurou-nos para vender a empresa
de volta. O que mais nos motivou a recomprá-la foi a nossa paixão, o nosso envolvimento
afetivo com a empresa. Acompanhamos de
perto cada passo da história da Forno de
Minas e não podíamos ver uma marca tão
consolidada acabar. Por isso, unimos forças
e readquirimos a marca e a fábrica.
DNEWS - Muito famosa pela produção de
pães de queijo, a Forno de Minas tem ampliado gradativamente o seu mix com o lançamento de diversos produtos no segmento
de alimentos congelados. Quais têm sido os
desafios enfrentados nessa diversificação?
“ Não é fácil fomentar,
criar um consumo. É
necessário criatividade
para gerar intimidade
entre produto e
consumidor
”
HM - Temos como objetivo ampliar o número de opções tanto para o varejo – em que
o consumidor ganha comodidade e mais
alternativas – como também para o food
service, setor em franca expansão. Para aumentarmos nossa presença, estamos oferecendo mais produtos ao mercado. Queremos
aumentar a fatia do food service dentro do
nosso faturamento. Para isso, neste ano,
ampliamos a linha de pão de queijo: light,
gourmet e assado congelado, e ainda lançamos a linha de folhados, o palito de queijo,
as empanadas, as tortinhas e uma linha de
frozen yogurt com a marca Vivo & Ativo. Ainda no mercado de food service, lançamos no
segundo semestre a linha de waffles e as
empadas. Queremos mostrar ao consumidor que todos os produtos da Forno são diferentes dos demais por dois motivos: sabor e
qualidade; esses são os nossos diferenciais.
Foto: Divulgação/Forno de Minas
Em 1990, em uma pequena loja na cidade de
Belo Horizonte, nascia uma das gigantes do
ramo alimentício nacional: a Forno de Minas.
Com um orçamento inicial baixo, a ascensão
da empresa foi guiada principalmente pelo
sucesso da receita caseira de pão de queijo
de sua fundadora, Dona Dalva, e pelo espírito
empreendedor de toda a família Mendonça. A
trajetória de sucesso inclui diversas expansões, a venda para um grupo norte-americano e a recompra, dez anos mais tarde, pela
família idealizadora da marca Mendonça.
O mix de produtos foi ampliado e o pão de
queijo deixou de ser a única especialidade da
empresa, que ganhou o mundo e passou a
exportar o seu produto para diversos países.
DNEWS - A Forno de Minas constrói uma forte
atuação em mercados estrangeiros. Qual é o
segredo para conquistar o público internacional com produtos tão tipicamente brasileiros, como o pão de queijo?
HM - Não é fácil criar, fomentar um consumo. É necessário criatividade para promover
e gerar intimidade entre produto e consumidor. Analisamos as características dos
países, a presença de brasileiros e desenvolvemos estratégias específicas para estes
mercados. Nos Estados Unidos, já iniciamos
um trabalho na Whole Foods, rede de supermercados especializada em produtos orgânicos. No Canadá e em Portugal, estamos
desenvolvendo o hábito de consumo do pão
de queijo. Hoje exportamos cerca de 15% da
produção desse produto. Nos próximos anos,
planejamos chegar a novos países da Europa,
Ásia, América Latina e África.
DNEWS - Quais foram os motivos que levaram
a Forno de Minas a se tornar, em 2010, uma
empresa S/A? E quais são os planos da empresa para o futuro?
HM - Retomamos a empresa do zero, sem
funcionários e com a fábrica fechada. Entendemos que, para crescer de maneira sustentável, precisávamos de um planejamento e
de um parceiro no mercado. De 2009 a 2012,
temos um cronograma de investimentos de
R$ 40 milhões. Ampliamos a fábrica e o nosso mix de produtos. Para o futuro, queremos
aumentar nossa presença no setor de food
service nos próximos anos e também nossas
exportações. A estimativa de 2011 é fecharmos com um faturamento de R$ 100 milhões
e, em 2012, de cerca de R$160 milhões.
Destaque Dasein
DNews - Dezembro l 2011
Um ano de novos desafios
O ano de 2011 acabou, mas a crise financeira que abala a economia global e seus
efeitos ainda não, o que deve resultar em
novos desafios para o Brasil daqui para
frente. Segundo projeções do Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá
ficar em torno de 3,1%, bem abaixo dos
7,5% de crescimento do ano passado. No
entanto, considerando as expectativas do
Fundo Monetário Internacional (FMI) de PIB
para países como Alemanha (2,7%), Espanha (0,8%), Estados Unidos (1,5%), França (1,7%), Portugal (-2,2%) e Reino Unido
(1,1%), até que não estamos tão mal. Claro, vamos deixar a China (9,5%) e a Índia
(7,8%) de fora para não humilhar.
Para 2012, a última estimativa do BC, feita
em novembro, é de um crescimento de PIB
um pouco melhor, de 3,46%. Ainda que os
níveis de criação de emprego não sejam
iguais aos de 2010 e 2011, esse baixo desempenho não necessariamente implicará
demissões. De qualquer maneira, o país já
começará janeiro com uma taxa de desemprego perto dos 6%, segundo previsão do
Ministério do Trabalho. Só para comparar,
esse índice deverá ficar em torno dos 9%
nos Estados Unidos. A Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) estima em 45 milhões o número de
desempregados nos 36 países-membros –
na maioria, os jovens.
“Para 2012, a última
estimativa do BC,
feita em novembro,
é de um crescimento
de PIB de 3,46%
”
A prova de que a geração de emprego deverá continuar fluindo é que mesmo com
a crise batendo lá fora o país continua
recebendo investidores externos interessados em ampliar suas presenças ou entrar pela primeira vez no nosso mercado.
Que o digam os asiáticos, que estão vindo
com tudo e anunciando desde montadoras
de automóveis chinesas, japonesas, sul-coreanas, a fábricas de semicondutores,
redes de transmissão elétrica, fundos de
investimentos e novas atuações na área
de petróleo e gás. Somente no estado de
São Paulo, 85 projetos, que representam
um potencial de investimento de R$ 22,5
bilhões e geração de 42 mil empregos diretos, estavam em análise até agosto pela
Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, a Investe São
Paulo. Uma boa parte dessas vagas já está
sendo preenchida.
Foto: Divulgação
* Luiz De França
“O grande desafio
dos governos e das
empresas é investir
ainda mais na
educação para dar
conta da demanda
de profissionais e
para a melhoria da
produtividade
”
O que chama a atenção desses projetos é
que 31% deles são investimentos de empresas europeias, 27% americanas; 23% asiáticas; 18% dos nossos vizinhos da América
do Sul e 1% do Oriente Médio. Investimentos
da indústria nacional também não faltam.
A Odebrecht, por exemplo, tem sete projetos de construção de sondas petrolíferas e
duas usinas de etanol.
Dentro desse contexto, o grande desafio dos
governos e das empresas é investir ainda
mais na educação para dar conta da demanda de profissionais e para a melhoria
da produtividade. O Brasil tem um sério problema a resolver. Ainda temos 14,61 milhões
de analfabetos com mais de dez anos de idade, o que representa cerca de 9% da população dessa faixa etária – e um em cada cinco
brasileiros é analfabeto funcional. Segundo
o próprio Marcelo Odebrecht, presidente
da Odebrecht, está difícil conseguir profis-
sionais para todos os projetos de expansão
planejados pelo grupo para o Brasil.
Para sobreviver à crise mundial e se dar
bem após essa “marola” passar, o país tem
o desafio de capacitar gente em grandes
quantidades para garantir os projetos já
em andamento, e estimular simultaneamente a inovação, o que requer outro tipo
de profissionais qualificados. Inovação é a
chave para o sucesso. E uma boa educação
e qualificação já provaram ser garantia
de segurança em tempos de crise. Pelo
menos foi esse o comportamento registrado em 2009 quando o índice médio de desemprego entre os profissionais com nível
universitário ficou em 4,4% nos 36 países
membros da mesma OCDE. Entre os que
nem tinham o secundário completo, essa
média foi de 11,5%. Por aqui, 85,64% dos
profissionais com escolaridade superior
estavam empregados em 2009.
Como em economia o futuro se apresenta
por meio de interpretações das informações do passado, do presente e das tendências prováveis, é possível que alguns
números aqui apresentados se alterem nos
próximos meses. Mas uma coisa é certa; a
base de um crescimento sustentável de um
país só é possível pela educação.
* Luiz De França é repórter da editoria de Mercado
da revista Você S/A. Ele também escreve no blog
Repórter-X (vocesa.abril.com.br/blog/reporter-x)
3
Artigo
DNews - Dezembro l 2011
Quando o sorriso é o melhor argumento
Ao sair de casa para trabalhar, se você
estiver com problema de espaço na pasta,
escolha levar apenas uma ferramenta: seu
mais belo sorriso. A simpatia é o maior instrumento de negociação, ainda que o mundo
corporativo acredite que é a racionalidade.
Argumentos inteligentes de nada vão valer
se o oponente não reconhecer quão inteligentes eles são. Diante de pontos de vista
contrários e visões arraigadas, tiradas espertas deixam de ser tão brilhantes.
Já o sorriso é uma linguagem universal. Com
diploma ou sem diploma, o entendimento entre as partes vai acontecer. Povos de todas
as nacionalidades usam o sorriso para comunicar emoções de alegria, contentamento,
surpresa agradável, interesse e outras. Qualquer pessoa sabe interpretar um sorriso.
O psicólogo americano Paul Ekman comprovou essa nossa dificuldade de entender as
emoções em pesquisa de alcance mundial
publicada no livro “A Linguagem das Emoções” (Editora Lua de Papel, 2011). Segundo
ele, “a maioria de nós não é muito boa em
reconhecer as sensações de outras pessoas,
a menos que as expressões sejam fortes”.
Dentro das organizações, que importância há
nessas informações? Elas são um guia para
nos entendermos, uns aos outros, melhor.
Seja nos relacionamentos com clientes, colegas, chefia ou fornecedores, tendemos a
sobrepor as nossas emoções e percepções
à realidade das outras pessoas. Esse é um
comportamento bastante humano que indica
que confiamos mais em nós mesmos para
entender o mundo do que nos outros. Mas,
entre o que entendemos e percebemos e o
que realmente é, pode-se instalar um abismo.
E é nele que nascem os desentendimentos.
De tanto conviver com gestores e profissionais que atuam no mundo corporativo, noto
que algumas situações são recorrentes,
entre elas as tarjas que colocamos nas pessoas com quem convivemos. A mente limpa
e pronta para olhar o mundo com olhares
virgens simplesmente desaparece após o
primeiro contato. Basta trocar meia dúzia
de palavras com qualquer pessoa que já
definimos quem ela é. Claro que isso não
é assim tão consciente, mas guardamos
conosco as emoções que nos foram despertadas naquele rápido encontro. Houve
4
simpatia, medo, aversão, discórdia, raiva,
arrogância? Memorizo essas sensações e
não as tiro de minhas lembranças até que
outra sensação entre lá.
Foto: Divulgação
* Inácia Soares
A grande questão é dar uma segunda chance às pessoas, ou uma primeira e completa
grande primeira chance? Fico com a segunda hipótese. O que vejo nas organizações
são colegas “tarja preta”, aqueles proibidos
para a nossa convivência. Ou seja, uma vez
marcados, para sempre marcados. Só costumamos dar uma nova oportunidade a alguém que nos decepcionou se não tivermos
alternativa, se formos levados a fazer isso,
por exemplo, ao sermos requisitados pelo
chefe para compor um grupo no qual está
nosso desafeto.
“Entender e aceitar
que cada um de nós
pensa muito mais do que
consegue dizer, que cada
um de nós deseja muito
mais do que consegue
realizar, vai nos ajudar
a lidar melhor com as
outras pessoas
”
Quem nunca passou pela experiência de
mudar de opinião sobre uma pessoa sobre
quem teve uma impressão ruim? Já ouvi
muitas histórias assim dos profissionais que
entrevisto. O mais admirável é que, mesmo
sabendo que a reviravolta é possível, não
chegamos até ela pelos nossos próprios pés.
Somos empurrados pelas circunstâncias.
Já não é hora de entendermos um pouco
mais sobre seres humanos? Basta colocarmos em prática o que praticamos todos
os dias, naturalmente. Afinal, já temos em
nosso poder uma amostragem confiável do
comportamento humano: nós mesmos.
Só que uma razão me escapa: por que nos
consideramos assim tão diferentes das outras pessoas? Por que não praticamos com
os outros o que sabemos que funciona tão
bem conosco? Quando alguém se aproxima de nós com um sorriso tudo fica mais
fácil, nossas barreiras caem. Mas quantas
vezes nos aproximamos das pessoas com
expressão séria, sem graça, apática, brava,
desconfiada e ainda ficamos surpresos pelo
resultado ruim?
Entender e aceitar que cada um de nós carrega em si muito mais emoções do que consegue entender, que cada um de nós pensa
muito mais do que consegue dizer, que cada
um de nós deseja muito mais do que consegue
realizar, vai nos ajudar a lidar melhor com as
outras pessoas. Será entendendo a humanidade que se apresenta em nós é que vamos captar toda a humanidade que existe nos outros.
* Inácia Soares é jornalista, professora de pós-graduação e palestrante em temas ligados à comunicação. Tem experiência de mais de 14 anos como
editora e apresentadora do programa Pessoas de
Negócios, exibido na TV a cabo, na internet e agora
também na TV aberta. É editora do portal Pessoas
de Negócios, que reúne vídeos, reportagens e notícias sobre o mundo empresarial. Com a expertise
acumulada na prática da comunicação e nas vivências do mundo corporativo, tornou-se articulista de
revistas, além de comandar debates em eventos
empresariais. É autora do livro Momento de decisão – como empresas e profissionais enfrentaram
o risco e decidiram seu futuro (2005) e coautora
das obras Emoção, conflito e poder nas organizações – líderes estão despreparados para lidar com
pessoas (2009) e Do porteiro ao presidente – todo
mundo vende, todo mundo atende (2009).
Tendência
DNews - Dezembro l 2011
A hora e a vez da Língua Portuguesa
No Brasil, os Baby Boomers e a Geração X, dos
31 aos 70 anos de idade, viveram momentos de
grandes crises e incertezas econômicas. Chegou-se a dizer que a única saída para o Brasil
era “Cumbica e Galeão”. Mas voilà! Tanto trabalho duro e perseverança pagaram dividendos.
Aliada a uma oscilação natural (ou provocada,
como queiram) da economia do Primeiro Mundo, os pratos se inverteram e estamos hoje revivendo o ciclo do crescimento de 1950.
Enquanto professor de Inglês de Negócios e de
Português para Estrangeiros, tenho a minha
própria maneira de avaliar esse fenômeno
que começou sutilmente há alguns anos e vem
tomando força recentemente. Quando comecei a incluir timidamente em minha agenda
funcionários de empresas estrangeiras que
necessitavam aprender português para se estabelecerem no Brasil, percebi que este era o
sinal de que o país começava a se mostrar para
o mundo econômico de maneira permanente.
100% dos meus alunos de Business English
começaram a ceder espaço para um percentual inicialmente pequeno, mas crescente de
alunos de Português para Estrangeiros. O Brasil entrava definitivamente na estratégia das
grandes corporações, trazendo investidores e
executivos internacionais.
De igual modo, o papel político do Brasil também passou a atrair a atenção de governantes e
organismos políticos internacionais. Um exemplo é a Guiné Equatorial, um pequeno país situado na África subsaariana, mas detentor de uma
das maiores reservas petrolíferas da África.
Hoje vivo na Guiné Equatorial. Tenho a honra de
ter o Presidente Obiang como aluno de Português e a grata oportunidade de ouvir um Chefe
de Estado se referir ao Brasil de maneira respeitosa e admirável. A Guiné Equatorial tem
hoje o Português como língua oficial, ao lado
do Espanhol e Francês. Um momento histórico
e marcante para qualquer professor de idiomas foi ter acompanhado, junto ao Presidente
Obiang, o processo da instituição do Português
como língua oficial. Ao mesmo tempo, o Brasil
apoia a entrada da Guiné Equatorial na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Foto: Divulgação
* Emmanuel Laureano
Malabo, Guiné Equatorial
O Presidente da Guiné Equatorial, Obiang Mbasogo, político experiente e homem de negócios,
destaca em seu governo a importância da cooperação entre países e da participação em
mercados comuns e alianças estratégicas. Dentro dessa visão iniciou uma aproximação com
o Brasil, aproximação esta que teve o idioma
como um dos seus mais fortes pilares. A Guiné Equatorial tem uma variante de Português
falado na ilha de Annobón, e esses laços se fortaleceram em outras vertentes: empresas de
construção pesada, agropecuária, fábricas, comércio de consumíveis e bens duráveis fazem
parte do tecido econômico do país.
Histórico mesmo é ver que já passamos a França e Alemanha em escala de importância de
atração comercial. O Brasil é hoje o país mais
atrativo da América Latina e o líder do Mercosul, bloco regional da América do Sul. De uma
postura de quase anonimato no cenário global,
apesar de sua dimensão territorial tão privilegiada, o país passou à condição de potencial
candidato a ocupar, em poucos anos, a lista das
maiores potências mundiais. As riquezas naturais, como o petróleo, a vasta rede hidrográfica
e seus rios caudalosos, o clima e a geografia
propícios ao agronegócio e o quantitativo populacional, apto para o trabalho e ávido por oportunidades de crescimento e negócios, tornam
o Brasil um celeiro de riquezas e prosperidade
inevitável. E o idioma nativo de quase 200 milhões de brasileiros é a Língua Portuguesa.
E, no que concerne à importância do idioma
Português no cenário mundial, um fato inédito ocupa, agora, o novo espaço global: o nível
de importância que antes era atribuído, nesta
ordem, ao inglês, espanhol, italiano, alemão e
francês (o Português ocupava, talvez, a posição
30), e sem levar em consideração a controversa importância do mandarim, agora conta com
uma nova classificação:
1 – Inglês
2 – Espanhol
3 – Italiano
4 – Português
5 – Alemão
6 – Francês
Passado o momento das comemorações, é
hora de estabelecer novas estratégias e novos
laços de cooperação internacionais, e de o Brasil, como maior país da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP), assumir seu papel de liderança na busca das novas oportunidades. Nesse cenário de globalização, no qual o
Brasil ocupa papel relevante como nunca antes,
parcerias com países como a Guiné Equatorial
e outros que possuem o Português dentre suas
línguas oficiais, servirão para projetar a importância do idioma no mundo, de países que
o utilizam e, consequentemente, intensificar as
trocas comerciais entre eles, bem como com
outros parceiros. O mundo aguarda novos atores, novos cenários, novas estrelas por detrás
das cortinas das oportunidades econômicas.
Será a hora e a vez dos países de Língua Portuguesa? Acredito que sim.
* Emmanuel Laureano é formado em Biologia
pela UFMG. Possui MBA pela University of Thechnology, Sydney. Foi professor de inglês de negócios para executivos e top-management em Belo
Horizonte. Atua há dois anos como professor particular de português e inglês do presidente da
república da Guiné Equatorial, Obiang Nguema
Mbasogo. Neste período, participou junto a ele da
implementação do português como idioma oficial
no país, ao lado do espanhol e francês.
A Dasein Executive Search é membro da Association of Executive Search Consultants (AESC), a principal associação
mundial para a profissão de executive search, presente em 74 países. Como uma empresa membro da AESC, a Dasein
está comprometida com os altos padrões internacionais de prática profissional. www.aesc.org
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Dasein na Mídia
DNews - Dezembro l 2011
A repórter Márcia Maria Cruz, do jornal Estado de Minas, produziu, em novembro, uma matéria destacando alguns dos pontos mais
importantes para o profissional que deseja pedir aumento de salário. A reportagem, que foi capa da edição do dia 13 de novembro, teve
Adriana Prates, Presidente da Dasein, como especialista entrevistada. Confira abaixo a matéria na íntegra.
Vale o quanto pesa
Antes de pedir uma remuneração melhor, é importante avaliar as próprias competências e o
que fazer para atingir seus objetivos. Profissional deve deixar portas abertas na negociação
plexos.” Antes de chegar a gerente, Thiago se
movimentou em um mesmo nível hierárquico.
Thiago trabalhou dois anos como supervisor.
Passou período de dois meses trabalhando na Indonésia. Quando voltou, assumiu a
supervisão de recursos humanos de duas
áreas na empresa. Em abril, seu gerente na
época foi para a Suíça, deixando o cargo de
interino para ele. Em setembro, depois que o
superior conseguiu uma colocação na Holcim
no país europeu, ele assumiu de maneira efetiva o cargo. “Antes de chegar a gerente, não
tive promoções, mas assumi vários cargos
intermediários”, diz.
Ao pedir aumento, o profissional deve estar
preparado para ouvir “não”. No entanto, a
resposta negativa não deve imobilizá-lo. Foi o
que ocorreu com Thiago Corrêa Sampaio, de
32 anos. Atualmente, ele é gerente de recursos humanos da Holcim, cargo que alcançou
depois de quatro anos na empresa, período
que procurou investir nas competências necessárias para se tornar um gestor. No entanto, desde o emprego anterior, Thiago desejava um cargo que lhe oferecesse desafios
e também possibilidade de progressão na
carreira, tanto do ponto de vista de funções
como de salário.
Na época como analista sênior de treinamento
e desenvolvimento, chegou a conversar com o
chefe anterior, que não lhe ofereceu nenhuma
perspectiva de progressão. “Meu salário era
bom, mas buscava uma posição de liderança e
não via, em minha antiga empresa, perspectiva a curto prazo. ”Diante do cenário que lhe foi
apresentado, Thiago avaliou que para alcançar o nível que almejava na carreira teria que
buscar oportunidades no mercado.
Depois de uma busca, entrou para a Holcim
como supervisor de treinamento. Ele percebeu que havia possibilidades de crescimento
na empresa, mas que era necessário alcançar maturação profissional. Identificou que
precisava falar inglês fluente, saber trabalhar
sob pressão e liderar. “Percebi que era importante a exposição a desafios e trabalhos com-
6
seguiu agendar, estruture sua argumentação para a negociação. Mostre com fatos as
razões que o fazem ser merecedor de um
aumento. “Faça uma planilha ou uma apresentação. Evite usar argumentos do tipo
‘preciso de aumento porque o salário que
estou ganhando não está dando’”.
Melhor momento
Tanto Marcelo Rocha quanto a presidente da
Dasein Executive Search, Adriana Prates, são
taxativos em relação a chantagear, colocar o
chefe contra a parede ou tentar fazer um leilão com a remuneração. “Não faça ameaças
para que não fique um clima ruim. Você pode
ser uma pessoa especial para o seu chefe,
mas, no momento da negociação, decepcioná-lo pela forma com que lidou com a questão”, alerta Adriana. Os especialistas lembram que o profissional pode se queimar ao
tentar fazer barganhas usando a proposta de
outras empresas. “Ele pode até conseguir o
aumento naquele momento, mas fazer leilão
prejudica a carreira a médio e longo prazo”,
completa a especialista. O melhor argumento
é usar informações salariais do mercado.
O professor de administração e recursos
humanos do IBS/FGV Marcelo Rocha defende
que preparar-se para receber “não” é entender que a negociação não se esgota naquele
momento. É importante instigar o gestor a
justificar a resposta negativa. Não se pode
desistir e é importante deixar as portas abertas para que o aumento venha futuramente.
Nesse sentido, entre em consenso com o chefe sobre quais competências e habilidades
você precisa desenvolver para que o reajuste
salarial venha.
Ao negociar, também esteja aberto ao que o
gestor tem a oferecer. O aumento pode não
ser possível, mas o gestor pode oferecer
treinamentos, a realização de cursos, como
Master Business Administration (MBA), entre
outros benefícios. É preciso flexibilidade no
processo de negociação e, mais do que isso,
demonstrar que você não irá deixar de participar ou ficar menos motivado, mesmo diante de uma resposta negativa. Marcelo lembra
que, em muitas empresas, existem os planos
de carreira e salário.
Ao planejar um aumento, também é imprescindível identificar o melhor momento para
falar como gestor. Se a empresa está passando por crises financeiras, certamente
não há clima para pedir reajuste salarial.
Você também deve agendar momento propício para tratar do assunto, de preferência
marcar um encontro informando o chefe do
que quer tratar. Nada de entrar na sala dele
de maneira intempestuosa. Depois que con-
Nesse cenário, é importante ficar atento para
saber se o profissional alcançou os pré-requisitos para conseguir as mudanças de níveis,
bonificações e aumentos salariais. Os especialistas concordam que, mesmo diante da
possibilidade de ouvir um “não”, não desista
de pedir aumento. Mas também alertam: não
seja ingênuo na negociação e se, por ventura,
não vier o “sim”, entenda o “não” como oportunidade de crescimento na carreira.
Como gerente de recursos humanos e também com base em sua experiência pessoal,
Thiago sugere que, quando as pessoas pretendem negociar aumento salarial, o melhor
é falar com o gestor imediato. “Muitas vezes,
ele fala como colega. Acha que ganha pouco,
considera que deveria ser gerente, mas não
tem conversa franca como gestor.”
DNews - Dezembro l 2011
Não perca tempo, acesse
e faça parte das mídias sociais da Dasein:
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Jornalista responsável: Sílvia Caldeira Costa l Edição: Ewerton Martins l Produção: Eron Rodrigues
Projeto Gráfico: Danielle Marcussi l Diagramação: Ana Santoro Dolabella
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O DNEWS é uma publicação da Dasein Executive Search
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