LEITE MATERNO
E
DESENVOLVIMENTO
CEREBRAL
Giancarlo Q. Fonseca – ESCS
Gisela Maria L. Menezes – ESCS
Coordenação: Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
Introdução
• Proteína é constituinte de crescimento corporal e nervoso
• Glicose é essencial ao cérebro – fornece energia
• O cérebro é muito vulnerável à desnutrição
• Crescimento da cabeça: melhor indicação de alimentação adequada
Giancarlo Q. Fonseca – ESCS
Gisela Maria L. Menezes - ESCS
William W. Hay Jr., 1998
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Introdução
• Cérebro: composto por água e ácidos graxos
• 65% da energia recebida pelo RN: desenvolvimento cerebral
• Células gliais: levam a alimento aos capilares dos neurônios para
aumentar a
ajudá-los a amadurecer e crescer, além de
sua produção no SN
• Crescimento cerebral: 750g (nascimento) e 1100g (1 ano)
• Córtex (350g): 125g massa “seca” – 75g gordura – 50g fosfolipídios –
4g DHA (ácido ducosahexanóico)
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Cockburn, 1994
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DHA
DHA (Ácido ducosahexanóico)
• Fonte: peixes, leite materno pela dieta materna
• Precursor: ácido alfa-linoléico
• Ação: causa fluidez dos impulsos nervosos da membrana celular
neuronal. Aumenta sinapses neuronais, melhora inteligência e visão
DHA É NECESSÁRIO À ALIMENTAÇÃO DO RN
As mulheres que comem muito peixe têm maiores teores de DHA
em seu corpo e em seu leite.
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Cockburn, 1994
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• Leite materno (LM) e lipídios
• Ácido linoléico: 7,2%
•Ácido alfa-linoléico: 0,8%
• DHA: 0,6 %
• Fórmulas infantis (Reino Unido e EUA) e lipídios
• Ácido linoléico: 16% ácidos graxos
• Ácido alfa-linoléico: menos que LM
• DHA: não há
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Cockburn, 1994
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• (Cockburn, 1994): “Trabalho desenvolvido na Austrália –
RN que mamam no peito possuem maior acuidade visual e
inteligência aos 3 anos, se eles tiverem DHA nas
membranas celulares por 2 meses”
•
(William Hay, 1998): “Fortificantes no LM melhoram QI
das crianças”
Apenas uma pequena percentagem de RN humanos deve correr o risco de ingerir
fórmulas artificiais (Cockburn, 1994)
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• (Palhares, 1988): “RNPT alimentados com fortificantes apresentam
mais: estresse metabólico, acidose, PaCO2 mais baixos, excesso de BE
e bicarbonato mais baixos”
• (Ugeskr Laeger, 2003): “LM confere bom QI”
•Nutrientes do LM possuem efeitos positivos a longo prazo no
desenvolvimento cognitivo e intelectual
O LEITE MATERNO MELHORA COGNIÇÃO PELO DHA
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• Revisão crítica de 40 publicações de 1929 a 2001
• 68% estudos: LM promove inteligência
• Somente 2 estudos de RN: alta qualidade com conclusões
discordantes sobre LM e inteligência
• Não há evidência concreta sobre comparação do LM e
alimentação artificial nas crianças
MAIS ESTUDOS SÃO NECESSÁRIOS
Giancarlo Q. Fonseca – ESCS
Gisela Maria L. Menezes - ESCS
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Trabalhos Científicos
• (Ecobar et.al., 1995): “má nutrição em animais causa redução do
número de neurônios e conexões
cerebrais”
Hipótese: déficit de memória, aprendizado e
comportamento em humanos
• (Lucas-Lancet, 1993): “Bebês que apresentam Hipoglicemia evoluem
com quociente de desenvolvimento inferior e um menor QI”
• (William Hay, 1998): “RNPT com RCIU apresentam mais dificuldade
para responder à hipoglicemia que os RNT”
* É necessário alimentar adequadamente os RNPT
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• (Francisco Martinez, 2004): “É necessário desenvolver técnicas de
manipulação do LM. A idéia é acrescentar o que está faltando no
crescimento do RN”
* Elementos: cálcio e fósforo
•A Carência de cálcio e fósforo podem repercutir até a adolescência
• (Cochrane, 2000): “LM fortificado permite melhor ganho de peso,
perímetro cefálico e estatura a curto prazo, mas não se sabe a longo
prazo – precisa-se de mais estudos”
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Pediatrics 118;1: jul 2006
Leite Materno x Fórmula Infantil
• Efeitos Benéficos do Leite Materno na Unidade de Cuidados
Intensivos Neonatais no Processo de Desenvolvimento de crianças
nascidas com Baixo peso aos 18 meses de idade.
• O estudo apresenta os efeitos benéficos do Leite Materno no
desenvolvimento de crianças nascidas com extremo baixo peso na
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais aos 18 meses de idade.
• Estudo Prospectivo realizado com coleta de dados nutricionais,
incluindo alimentação enteral e parenteral e seguimento de 1035
crianças com extremo baixo peso aos 18 meses de idade corrigida na
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais.
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Vohr BR et al
Trabalho Científico
• Resultados: Foram avaliadas 775 (74,9%) crianças alimentadas com
leite materno e 260 (25,1%) que não foram alimentadas com leite
materno, sendo os dois grupos de crianças similares em suas
características neonatais de morbidade, incluindo os dias de
hospitalização.
•A análise dos ganhos entre o leite humano e não-humano foram
ajustados conforme a idade, nível educacional, estado civil e etnia das
mães, bem como outros parâmetros.
•Para avaliar os resultados obtidos pelas crianças, foram utilizadas as
escalas Baley (Índice de Desenvolvimento Mental, Índice de
Desenvolvimento Psicomotor, Escala de Avaliação de Comportamento e
incidência de novas hospitalizações).
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Vohr BR et al
Trabalho Científico
• As crianças alimentadas pelo LM obtiveram índices maiores de
Desenvolvimento Mental ≥85, maiores pontuações no Índice de
Desenvolvimento Psicomotor e melhor desempenho na Escala de
Avaliação de Comportamento nos aspectos relacionados à orientação e
engajamento, regulação motora e pontuação total.
• Não ocorreram diferenças estatisticamente significativas em relação a
ocorrência de paralisia cerebral moderada ou severa, cegueira ou dano
auditivo entre os dois grupos estudados. Também não houve diferença
estatisticamente significativa em relação a média de peso, estatura e
perímetro cefálico entre os dois grupos (ambos com 18 meses de
idade).
•Para cada aumento de 10mL/kg/dia de LM acrescentados à dieta, o
Índice de Desenvolvimento Mental crescia cerca de 0,53 pontos, o
Índice de Desenvolvimento Psicomotor crescia cerca de 0,63 pontos, a
Escala de Avaliação de Comportamento crescia cerca de 0,82 pontos e
a incidência de novas hospitalizações apresentava queda de 6%.
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Vohr BR et al
Trabalho Científico
• O volume médio de LM por quilo por dia foi calculado e crianças
alimentadas pelo Leite Materno foram divididas e avaliadas conforme a
quantidade de leite ingerida.
• As diferenças no Índice de Desenvolvimento Mental e Índice de
Desenvolvimento Psicomotor foram significativas. Na Escala de
Avaliação de Comportamento houve 14% de diferença nos índices entre
as crianças que receberam quantidades mais altas e as que receberam
quantidades mais baixas de LM
• Em relação aos resultados (Índice de Desenvolvimento Mental, Índice
de Desenvolvimento Psicomotor, Escala de Avaliação de
Comportamento e incidência de novas hospitalizações), apenas os
valores acima do percentil 80 de quantidade de LM na alimentação
foram significativamente diferentes dos valores obtidos pelo grupo que
não utilizou o mesmo.
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Vohr BR et al
Trabalho Científico
• Lembramos que cada aumento de 10mL/kg/dia de Leite Materno
acrescentados à dieta, o Índice de Desenvolvimento Mental cresce
cerca de 0,53 pontos.
• Diante deste fato, as crianças que receberam as maiores quantidades
de Leite Materno durante a hospitalização (110mL/kg/dia) obtiveram um
ganho de 5 pontos no Índice de Desenvolvimento Mental (10 x 0,53 =
5,3).
• Conclusão: O acréscimo de 5 pontos no Índice de Desenvolvimento
Mental otimiza resultados e diminui o custo da educação especial para
crianças nascidas com muito baixo peso.
• As implicações sociais de 5 pontos de diferença no QI são
significativas.
• O uso do Leite Materno na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais
efetivamente melhora o potencial cognitivo e reduz as necessidades e
educação especial e intervenção precoces nas crianças nascidas com
baixo peso.
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Vohr BR et al
Leite Materno x Fórmula Infantil
• Revisão crítica de 40 publicações de 1942 a 1985.
• As necessidades do RN pré-termo são muito maiores do que a
composição do LM, sugerindo que o LM não fosse adequado para estes
RN.
• Os RN pré-termos alimentados com fórmulas cresciam mais do que os
alimentado com LM.
• O objetivo central passa a ser o ganho de peso.
• Entre 1982 e 1985 centros ingleses relataram que RN com o uso de
fórmulas apresentavam maior crescimento.
• Fórmula (Leite Ninho e hidratos de carbono) tinha maior concentração
de aminoácidos, menor pH, menor bicarbonato e menor base-excess,
evidenciando stress metabólico nestas crianças.
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• Primeiros estudos evidenciando o aparecimento de enterocolite
necrosante.
• O grupo do LM apresentava menor incidência de enterocolite
necrosante.
• Preocupação com melhor desempenho cognitivo da criança na vida
adulta.
• Composição protéica do LM x Composição protéica das fórmulas
• 50% das proteínas do LM são proteínas de defesa não
nutricionalmente disponíveis
• Evidências de maior quantidade de anticorpos contra a beta-caseina
em relação ao RN alimentados com LM por 4- 5 meses.
• Em estudo de casos/ controles: crianças com diabetes tipo I tinham
maiores níveis destes anticorpos.
Giancarlo Q. Fonseca – ESCS
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• Estudo dos 5 centros ingleses: Tempo de uso do LM x
Pressão arterial na idade de 12 anos de idade.
• Estudo de 2002: adultos que amamentaram até 9 meses
tiveram maior desenvolvimento intelectual.
• (Anderson, 1999): aumento de QI de 5,3 pontos e após
ajuste de variáveis, 3,2 nos amamentados ao seio.
• (Drane, 2000): aumento do QI em 2-5 pontos em crianças
alimentadas ao seio.
• 1997: A Academia Americana de Pediatria passa a
recomendar o LM para todas as crianças, inclusive RN
prematuros doentes.
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• LM: Poucos Nutrientes:
• proteínas (após 15 dias).
• cálcio (necessidade de 500ml/ Kg/dia para atingir a
quantidade adequada).
• fósforo (necessidade de 300ml/Kg/dia para atingir a
quantidade adequada).
• Medida mais adequada: complementar o LM.
• (Cochrane, 1999): melhor resposta nos RN pré-termos
que usava LM fortificado, porém resposta a longo prazo
insatisfatória.
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Leite Materno x Fórmula Infantil
• LM fortificado: Maior risco de crescimento bacteriano.
• (Schanler e cl,1999): Menor incidência de enterocolite necrosante em
grupo que usou LM fortificado (comparado ao grupo que fez o uso de
formulas → LM fortificado ainda é melhor do que a fórmula.
• LM em infusão → perda de 52% da gordura;
• Homogeneização → recupera-se 93% da gordura (maior crescimento
dos RN);
• Cuidado com o uso do LM posterior: mais calórico, porém a
quantidade de Cálcio e P permanece a mesma → risco maior de
distúrbio ósseo-metabólico.
• Conclusão:Trabalhar no desenvolvimentos de aditivos e na
manutenção do aleitamento materno .
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