GESTÃO SOCIAL FrLANTROPJA R E S P O N S A B I L I D A D E SOCIAL VOLUNTARIADO TERCEIRO SETOR ? TECNOLOGIA Cqprm/áolícitar apoio A ^ à o à tecnologia ' O ' B saber utilizara ferramenta para a gestão mais efetiva da organização PONTO DE VISTA QUAIS SÃO AS PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO DAQUI PARA FRENTE NO BRASIL E NO MUNDO? à Bob Cárter, diretor da Association of Fundraising Professionals, fala sobre captação de recursos no Brasil e i no mundo E N T R E V I S T A • Luiza Brunet fala sobre seu envolvimento na defesa das causas voltadas à saúde e aos direitos da mulher > centro de = . \ A voluntariado VOLUNTARIADO deSãoPnulo < SILVIA M A R I A LOUZÃ N A C C A C H E é coordenadora do Centro de Voluntariado de São Paulo Illlllll Illllllll Illlllll Ill IIIIIIIIIMIIIII Illlllllllllll •flIHk^ O QUE É UM CENTRO DE VOLUNTARIADO? Como disse o dramaturgo francês Victor Hugo: "chega uma hora e m que não basta protestar: após a filosofia, a ação é indispensável". Seu pensamento convida a sociedade a agir. E, por falar em ação, os Centros de Voluntariado surgiram com o intuito de incentivar e apoiar o trabalho e as necessidades de voluntários e organizações sociais no seu dia a dia. É um i n s t r u m e n t o de promoção e fortalecimento da cidadania para a melhoria da qualidade de vida em uma cidade ou região. 2 2 / REVISTA FILANTROPIA 6 Illlllll * Mim mil mmimi Os centros promovem o voluntariado, informando a co- ou programas capazes de absorver esses talentos e até desen- munidade sobre os benefícios da atividade, atraindo novos volver propostas para sua inserção junto à comunidade. A talentos e mantendo os colaboradores já existentes. Também combinação entre a demanda e a oferta começa, então, pela são oferecidas consultorias gerenciais sobre programas de identificação e organização das necessidades e oportunida- voluntariado em organizações sociais e empresas, através des de trabalho voluntário em função das quais serão con- de informações atualizadas sobre gerenciamento de volun- vocados os voluntários. f/ii-s. As organizações são orientadas sobre como recrutar, Vale ressaltar que recursos significam muito mais do que entrevistar e selecionar voluntários, além de sua capacitação dinheiro. O ativo mais precioso para o desenvolvimento de e coordenação. qualquer atividade sáo as pessoas com suas competências, conhecimentos e capacidade de criação. Infraestrutura e POR QUE TER UM CENTRO DE equipamentos sáo também valiosos e indispensáveis, porém, VOLUNTARIADO NA S U A C O M U N I D A D E ? quando obtidos, são operados por pessoas. "As pessoas são a • verdadeira riqueza de uma nação"'. Porque as pessoas interessadas em doar seu tempo, traba-lho e talento querem encontrar um lugar para oferecê-lo. • • • Porque o centro saberá reconhecer as habilidades, in- QUAL É A I M P O R T Â N C I A DAS PARCERIAS? teresses, tempo e energia que os voluntários têm para A maior parte dos recursos aplicados nos centros é oferecer, assegurando treinamento adequado e reconhe- proveniente de parcerias estabelecidas com órgáos go- cimento pelo esforço. vernamentais, empresas e organizações da própria socie- Porque propicia oportunidades para que as pessoas fa- dade. O trabalho em conjunto é fundamental para garan- çam contato, aprendam novas habilidades, ganhem no- tir suas condições básicas de funcionamento. Parcerias vas experiências de trabalho e aumentem sua autoestima. são construídas com base em objetivos comuns, além de Porque é um sistema de apoio às lideranças e desenvol- uma grande parcela de cumplicidade, pois também é pre- vimento de voluntários, que compartilha o aprendizado ciso dividir o mesmo sonho. Para sua efetiva realização, e o conhecimento com todos os envolvidos. é necessário identificar pessoas e organizações com ideias e interesses que vão ao encontro da proposta do Centro POR ONDE COMEÇAR? de Voluntariado. Todo parceiro tem algo a oferecer e algo O primeiro passo para a implantação de um Centro de a receber. Estabelecidas as metas a serem alcançadas e a Voluntariado em uma comunidade ou município é reunir forma como podem ser verificadas, o grupo terá subsí- um grupo que se disponha a estudar a viabilidade do pro- dios para avaliar o desenvolvimento das ações. Poderá, jeto. E fundamental conseguir apoio da imprensa local: jor- também, analisar em maior profundidade as dificuldades nais, rádios e emissoras de televisão. Vale também estabele- encontradas e valorizar os resultados obtidos, sem per- cer contato junto às igrejas, escolas, clubes, grupos sociais der de vista o horizonte geral da iniciativa. Comunicação (Rotary, Lions, sindicatos, associações), empresas e lideran- transparente e fluxo constante de informação contribuirão ças comunitárias. para um planejamento mais produtivo. A avaliação faz a E muito importante reconhecer a demanda em relação equipe amadurecer e valoriza a contribuição de cada um. aos anseios dos voluntários. O sentimento de solidariedade Identificando as razões dos erros e dos resultados positi- e o desejo de participação tornaram-se tão intensos na so- vos, o grupo aprende e adequa ideias e planos com as pos- ciedade brasileira que um número expressivo de pessoas res- sibilidades reais de tempo, atividades e recursos. ponde de forma imediata e positiva a qualquer convoca- Os caminhos para a construção de um Centro de ção para ações voluntárias. Uma pesquisa da Rede Brasil Voluntariado sáo múltiplos. Sua criação e funcionamento Voluntário, em 2011, identificou que 25% da população podem brasileira de mais de 16 anos faz ou fez serviço voluntário: constantes. Cabe à sociedade civil, empresas, organiza- estamos falando de 35 milhões de brasileiros! ções sociais e poder público dar prosseguimento à causa, ser traduzidos em invenção e experimentação O desafio é que, ao convocar voluntários sem a identi- conquistar parceiros, colaboradores, qualificar lideranças, ficação prévia de oportunidades de inserção, o Centro de estimular e fortalecer os projetos na construção de melho- Voluntariado corre o risco de não absorver essa máo de obra rias coletivas. O processo é longo, mas, através da corrente e tampouco ter como encaminhá-los. Portanto, antes de solidária e da semente plantada através dos centros, che- mobilizá-los, é necessário conhecer e cadastrar instituições garemos lá. iS 'Relatório de Desenvolvimento Humano - PNUD 1990). REVISTA FILANTROPIA 61 \ 2 3