MEIO AMBIENTE A IMPORTÂNCIA DO Projeto Básico Ambiental O planejamento e o licenciamento pensar o impacto produzido pela “A elaboração do PBA possibilita a ambiental de uma usina hidre- obra nos ecossistemas naturais e implementação da maioria dos progra- létrica envolvem uma série de estu- na população. Enquanto o EIA/ mas e ações ambientais propostos nos dos, projetos e documentos nas áreas Rima serve de base para a licença estudos ambientais e na licença prévia, de engenharia e meio ambiente. prévia, o PBA subsidia a emissão segundo as metodologias sugeridas e Nesta última, o Estudo de Impacto da licença de instalação da usina aprovadas pelo órgão ambiental com- Ambiental (EIA) e o respectivo Rela- hidrelétrica, permitindo assim o petente. Mas há ações cuja execução tório de Impacto Ambiental (Rima) início da construção. Daí a sua precede a etapa de projeto básico, são os documentos mais conhecidos importância para a viabilização como, por exemplo, a comunicação so- do público em geral devido à grande do empreendimento. cial”, explica Norma. Informações Simplício e Paulistas freqüência com que são citados pelos veículos de comunicação. Entretanto, 12 tão importante quanto o EIA e o Rima Segundo a gerente da superin- Atualmente, o Departamento de En- para se licenciar um empreendimen- tendencia de Gestão Ambiental genharia Ambiental (DEA.E) está elabo- to hidrelétrico é o Projeto Básico (GA.I) de FURNAS, Norma Pinto rando o PBA das usinas hidrelétricas de Ambiental (PBA). Villela, cada programa ambiental Simplício, entre os estados do Rio de Ja- O PBA apresenta aos órgãos constante do PBA contém, mini- neiro e Minas Gerais, e Paulistas, entre os ambientais, entre os quais o Institu- mamente, informações detalha- estados de Goiás e Minas Gerais. FURNAS to Brasileiro do Meio Ambiente e das sobre sua metodologia, res- arrematou essas unidades no leilão re- dos Recursos Naturais Renováveis ponsável técnico e cronograma alizado pela Agência Nacional de Ener- (Ibama), o detalhamento de todos de implantação. Depois de rece- gia Elétrica (Aneel) no último mês de os programas ambientais previstos ber o PBA, o Ibama tem prazo de dezembro. O EIA de Simplício prevê a no EIA/Rima que serão implemen- 150 dias para se posicionar sobre realização de 22 programas ambientais, tados para prevenir, reduzir e com- a licença de instalação. e o de Paulistas, 18. REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 333 JUNHO 2006 Planejamento por etapas Instrumento detalha programas De acordo com Norma Villela, o ciclo de planejamento de uma usina hidrelétrica compreende cinco etapas (ver quadro). A primeira delas é a fase de inventário, em que as bacias hidrográficas são estudadas quanto às ambientais e distintas possibilidades de divisão de queda, visando definir a alternativa que subsidia a concessão componha um conjunto de usinas com equilíbrio entre o potencial energético da licença de instalação para construção de usinas hidrelétricas da bacia e as componentes ambiental e econômica. Em seguida ocorre a etapa de Viabilidade, na qual são efetuados os estudos de viabilidade de engenharia e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) de um empreendimento específico. Com base nesses estudos, o órgão ambiental pode conceder a Licença Prévia. A próxima etapa é a de Projeto Básico, na qual são realizados o detalhamento e o refino do anteprojeto de engenharia e ambiental. Esta fase precede a Licença de Instalação. De posse dela, os planejadores iniciam a etapa de Projeto Executivo/Construção, em que as ações ambientais são implementadas para prevenir, minorar ou compensar os danos ambientais, possibilitando a obtenção da Licença de Operação. Finalizada a construção da usina, temos a fase de enchimento do reservatório e Operação, em que a geração de energia é acompanhada por ações ambientais que visam ao monitoramento e, eventualmente, à correção das medidas tomadas nas etapas anteriores. Fonte: extraído e adaptado do Plano Diretor de Meio Ambiente do Setor Elétrico 1991/1993, Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás Gráfico: Rodrigo Lobão Sistemática de planejamento e licenciamento dos empreendimentos hidrelétricos REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 333 JUNHO 2006 13