OS POLONESES EM PORTO ALEGRE Estácio Nievinski Filho A capital do estado do Rio Grande do Sul era ponto obrigatório de passagem para as levas de imigrantes poloneses que povoaram o interior. Aqueles que não permaneceram nas colônias e optaram por tentar a sorte em Porto Alegre, no chamado 4º Distrito (antiga designação da área que abrange hoje os bairros Floresta, São Geraldo, Navegantes, Anchieta, São João, IAPI), forneceram mão-deobra capaz para a indústria incipiente. Os variados matizes ideológicos, as regiões polonesas de onde procediam e os movimentos sociais nos quais atuaram, abrem um excelente campo para estudos e pesquisas sobre o elemento polonês em Porto Alegre. Infelizmente, são escassos os registros de pesquisas acadêmicas abrangendo esta temática. A imigração polonesa em Porto Alegre pode ser divida em três períodos: 1890-1918 - Quando famílias que, não adaptadas às duras condições agrícolas do interior, se dirigem aos centros mais desenvolvidos do estado, sendo Porto Alegre o principal deles; 1918-1945 - Imigrantes "errantes" que, simplesmente se aventuram pelo mundo, ou, não estando de conformidade com a condução do processo político da "Polônia Restaurada", emigram para outros paises. Estes imigrantes possuíam bom nível cultural, elevando o padrão da mão-de-obra da comunidade polonesa na cidade; 1945-2001 - A partir do final da década de trinta, com o "Estado Novo" de Getúlio Vargas, muitas famílias deslocam-se do interior do estado para a cidade atrás de melhores oportunidades de ensino e trabalho. Porto Alegre concentrava em fins do século XIX, um grande número de indústrias que movimentavam o comércio local. Muitos poloneses com formação técnica ou possuidores de algum tipo de ofício procuraram em Porto Alegre, possibilidades de exercer sua profissão. Profundamente devotados ao trabalho, eram bem quistos e solicitados pelos empresários locais. Muitos dedicaram quase toda a sua vida a apenas uma empresa. Outros, com senso para negócios, logo estabeleceram seu próprio empreendimento. Temos como exemplo a Fábrica de Sapatos dos Irmãos Mendelski, a oficina de Stanislaw Jarzinski que ainda hoje está no bairro, sendo dirigida por seu neto e bisnetos; A Funerária Majewski, fundada em 1916 por José Zórawski que ainda funciona no centro da cidade. O cinema Thalia, administrado por João Paluszkiewicz na primeira década de 1910 e, o cinema Orfeu, construído pelos Irmãos Mendelski, quando estes mudaram de atividade no início dos anos 20. No princípio do século XX, portanto, uma década depois da "febre brasileira", poderíamos encontrar no 4º Distrito, já estabelecidos, armadores, carpinteiros, mecânicos, ferreiros, sapateiros, marceneiros, entre tantos outros profissionais. Com a criação de escolas polonesas, vieram residir professores, mantidos pela comunidade. Em 1898, circulava o primeiro número do Calendário Polonês, editado por Feliks Bernard Zdanowski, intelectual, ativista social e crônico da colônia de Porto Alegre. Deve-se a ele a fundação da imprensa polonesa na cidade e a maioria dos registros da época. SOCIEDADES Os poloneses que chegaram a Porto Alegre enfrentaram as adversidades comuns de adaptação a um ambiente, língua e costumes estranhos. Composta por grupos que vieram de diferentes regiões da Polônia, mas cientes de sua identidade cultural, procuraram fundar associações onde pudessem lutar por reivindicações, confraternizar, encaminhar a educação dos filhos e manter atividades culturais e folclóricas. São inúmeras as associações surgidas entre 1896 e 1945: Socialistas, Católicas, Liga Feminina, Arrecadação de fundos e amparo às vítimas de guerra, Caixa funerária, etc... A tradição oral assegura que teria existido antes de 1896, uma sociedade chamada Wladyslaw Jagello. Mas, devidamente registrada, consta ser a Sociedade Zgoda (Concórdia) como a mais antiga. Criada em 1896 existiu até 1904, quando aconteceu a fusão com a recém criada Sociedade Águia Branca. Com uma vida social e cultural muito intensa, as sociedades polonesas da cidade realizavam festas e bailes onde os operários e suas famílias podiam dançar após uma semana exaustiva de trabalho, encenarem peças polonesas, manter bibliotecas, assinar periódicos do mundo inteiro e promover eventos patrióticos nas datas cívicas polonesas. O imponente prédio no coração do 4º Distrito, na esquina das ruas São Pedro e Pernambuco, sede social da Sociedade Polônia de Porto Alegre, foi adquirido em 1904, e mantém até hoje os ideais culturais de seus fundadores, sendo centro promotor e irradiador da cultura polonesa na cidade. Esta associação nasceu da fusão das sociedades mais influentes na primeira metade do século XX: Sociedade Zgoda, Sociedade Águia Branca (surgida em 1904) e Sociedade Tadeusz Kosciuszko, esta fundada em 1900, com sua sede na Rua Comendador Azevedo, imediações da atual Praça Florida. Outra importante sociedade, criada em 1927 foi a Sociedade Kultura, dedicada exclusivamente a atividades culturais. Com um acervo de mais de cinco mil livros e periódicos poloneses, esta associação marcou seu tempo pela produção intelectual e cultural de seus membros. Na década de 1960, foi absorvida pela Sociedade Polônia que incorporou o precioso acervo à sua biblioteca. O espírito ativo da comunidade se torna mais vivo na medida em que vislumbramos o número de associações que surgiram em Porto Alegre até o final da II Guerra Mundial. Podemos citar entre outras: - Federação das Associações Polonesas no Rio Grande do Sul* - Sociedade das Polonesas Maria Konopnicka em POA* - Caixa Funerária Polonesa* - Federação Católica Polonesa em POA - Paróquia da Igreja Polonesa Católico-Antiga sob a invocação da Santa Cruz - Federação dos Católicos Polono-Brasileiros em POA - Liga Católica Polono-Brasileira em POA - Federação dos Ex-combatentes da República da Polônia* - Sociedade Polonesa de Livre Pensamento** - Sociedade Tadeusz Kosciuszko - Centro Republicano Polono-Brasileiro* - Ala Filantrópica* - Ala Moça* - Sociedade Esportiva SOKOL*** - Sociedade Naprzód* - Grupo Polonês Histórico - Grupo Stanislaw Moniuszko* - Grupo Organizador do RGS durante a I Guerra* - Comitê de socorro às crianças - II Guerra* - Comitê polonês da Cruz Vermelha e auxílio às vítimas de guerra na Polônia* - União Cultural dos Poloneses no Brasil - Sociedade Águia Branca * Organizações que funcionavam nas dependências da Sociedade Águia Branca (Hoje sede social da Sociedade. Polônia). ** Funcionaram nas dependências da Sociedade Polônia até adquirirem sua sede própria. ***Sociedade Esportiva SOKOL (Falcão), agremiação com unidades espalhadas pelas comunidades polonesas no mundo inteiro, tinha como finalidade principal atividades esportivas, preparando fisicamente o elemento polonês para uma eventual guerra pela independência. Com o fim da I Guerra e o ressurgimento da nação polonesa, o SOKOL destacou-se em atividades culturais e pela qualidade dos seus esportistas no ciclismo, ping-pong e futebol, onde em 1927 conquistou o vicecampeonato metropolitano. FAMÍLIA O Calendário Polonês de 1898 assegura que a colônia polonesa de Porto Alegre compunha-se de cerca de 400 famílias residindo a maioria no 4º Distrito. Esta publicação contém entre outras informações a respeito dos interesses da comunidade, uma considerável lista de nomes de trabalhadores poloneses, sua respectiva profissão e onde a exerciam. A maioria das famílias polonesas estabelecidas em Porto Alegre ao final do século XIX e início do século XX, como as demais espalhadas pelo estado, tinha um modo de vida simples, austero, cercado de rígidos princípios de conduta moral, dedicandose basicamente ao trabalho, alicerçados pela fé, sendo a grande maioria de crença católica. Dirigiam sua principal atenção à educação dos filhos, fazendo com que estes se adaptassem o mais rápido possível à nova fase de suas vidas. A economia sistemática tinha o fim na aquisição da casa própria e seu estabelecimento definitivo na cidade. Pouquíssimos foram os casos de poloneses de Porto Alegre que retornaram à Polônia. O idioma falado dentro de casa e nas sociedades era o polonês, mantendo um elo perene com a pátria de origem. Muitos descendentes dos primeiros moradores do 4º Distrito ainda dominam o idioma com fluência. O português era a língua paralela aprendida na escola e usada no cotidiano, fora do ambiente familiar. Herdeiros de uma sociedade patriarcal, em muitos pontos comum com a típica família porto-alegrense de então, cabia ao pai prover o sustento da casa e, à mãe, o cuidado com os filhos e as lides domésticas. Algumas mulheres, entretanto, para aumentar a receita da família, bordavam e costuravam para fora e outras ainda, trabalhavam como operárias em fábricas de calçados e tecidos. O número de filhos "que se criavam", ou seja, sobreviviam até a adolescência, era variável, tendo a maioria acima de quatro e, em alguns casos até dez. A plena adaptação da família polonesa à vida na cidade evidenciava-se pelos casamentos dos filhos com elementos de outras etnias, documentados nos livros das igrejas da no início do século. Dentro do cadinho étnico e cultural diversificado, característica do Brasil de hoje, temos o elemento polonês como um dos mais expressivos. Os elos com familiares na Polônia eram reforçados por cartas e fotografias. Nas cartas, invariavelmente, noticiavam-se os nascimentos, casamentos, e eventualmente, a morte de um parente ou conhecido. Mais de duas dezenas de cartas de imigrantes do Rio Grande do Sul - escritas no período da febre brasileira -, censuradas pelo governo Russo, foram recuperadas e publicadas após o fim da II Guerra, constituindo em excelente material para estudo sobre a imigração. As fotografias, complementando as cartas, procuravam realçar a evolução econômica dos imigrantes. Sem sectarismos e reservando emanações de sentido patriótico aos encontros em sociedades, à conduta moral e, ao lar, as famílias polonesas mantinham uma política de boa vizinhança com as diferentes etnias que habitavam o bairro, refletindo as mudanças sociais e culturais que ocorriam no Brasil pós-imigração. ESCOLAS Cientes de que uma educação aprimorada corresponde ao caminho transformador e edificador da sociedade, é compreensível que a primeira grande preocupação dos imigrantes poloneses, tão logo se estabelecessem em alguma localidade, era a de garantir estudo para os filhos. Vindos de uma Polônia subjugada, o nível cultural da maioria dos imigrantes era bastante baixo. Obstáculos estabelecidos pela língua e a necessidade dos rudimentos de matemática para os negócios, mais o desinteresse pelas autoridades locais foram enfrentados pelos pioneiros poloneses. Em Porto Alegre, que abrigou uma excelente parcela de imigrantes alfabetizados, não foi diferente. Antes do surgimento das primeiras sociedades, as crianças polonesas da capital que não tinham condições de freqüentar escolas, estudavam em casas que comportassem uma rudimentar sala de aula, atendidas por professores selecionados dentro da própria comunidade. Em 1897, segundo o "Diário de Notícias", criou-se a primeira escola polonobrasileira, mantida pela Sociedade Concórdia (Zgoda), mais tarde Águia Branca. Em 1900, a Sociedade Tadeusz Kosciuszko abre a sua escola. Os primeiros professores recebiam destas sociedades salários que não podiam manter suas famílias. Por isso, precisavam ao mesmo tempo trabalhar e lecionar. As matérias, variáveis de acordo com a idade das turmas - divididas em adiantados e principiantes - eram o português, aritmética, história do Brasil, geografia, noções de ciência e canto. Também eram ensinadas noções de língua, história e literatura polonesa. Com a Independência, o governo polonês começou a enviar material didático como livros, cartilhas, professores e até orientadores de ensino que percorreram todo o estado, organizando o ensino nas escolas polonesas. A partir da fusão das Sociedades Águia Branca e Tadeusz Kosciuszko, em 1930, surgiu a idéia da criação de um Colégio Polonês. Com muito esforço, foi construído onde hoje é a sede social da Sociedade Polônia, o Colégio Marechal Pilsudski, numa homenagem ao herói polonês da I Guerra Mundial. Em 1938, com o "Estado Novo", o colégio teve suas portas fechadas, as crianças encaminhadas para as escolas oficiais (seguindo o método de ensino implantado), encerrando definitivamente o ciclo das escolas polono-brasileiras na cidade. Durante quarenta anos estas escolas prestaram serviços a comunidade portoalegrense, pois abrigaram não só crianças polonesas, como também, de outras etnias, conforme comprovam os livros de matrículas e as fotos históricas. IGREJA A Igreja exerceu profunda influência na formação do caráter do povo polonês. Estima-se que 95 por cento dos imigrantes poloneses professavam o credo católico ao aportarem no estado. Em Porto Alegre, os pioneiros assistiam as missas na Igreja Nossa Senhora Das Dores, Catedral Metropolitana, Nossa Senhora da Conceição, Menino Deus, Nossa Senhora dos Navegantes. Por volta de 1900 começaram a chegar padres que entendiam a língua polonesa, o que foi motivo de exultação na colônia residente em Porto Alegre. Antes de ser uma paróquia, a Capela São Geraldo, durante as décadas de 1920 e 1930, foi o local onde os poloneses exerceram sua fé. A Igreja Polonesa, Nossa Senhora do Monte Claro, situada na Av. Presidente Roosevelt, esquina com Ernesto da Fontoura, trouxe ao 4º Distrito um novo impulso religioso. Vinculada à congregação dos Padres Vicentinos, as missas começaram a ser feitas regularmente em polonês, aumentando os laços com a Pátria Natal. Hoje, esta Igreja mantém biblioteca própria, atividades folclóricas e beneficentes. Aos domingos, há missa polonesa, muito concorrida entre os poloneses da cidade que se deslocam, às vezes, por distâncias consideráveis para assisti-la. O atual pároco é o padre polonês Leon Lisiewicz. I e II GUERRAS O patriotismo dos imigrantes poloneses mais uma vez se fez presente quando do envolvimento da Polônia nas duas guerras mundiais. Em 1914, percebendo no momento histórico a almejada possibilidade de Independência, foi natural o engajamento da comunidade de Porto Alegre no conflito. Fazendo eco com movimentos que surgiam em todos os lugares onde existiam colônias, os imigrantes de Porto Alegre se empenharam laboriosamente na organização de associações de amparo às vítimas e listas de contribuições em dinheiro e alimentos que eram enviados através da Cruz Vermelha para a Europa. Não satisfeitos com o auxílio material, foram recrutados dois grupos de voluntários, um organizado pela Sociedade Tadeusz Kosciuszko e outro, pela Sociedade Águia Branca. São poucos os dados sobre esses homens que saíram de Porto Alegre em fevereiro de 1918, ficando apenas na fotografia o registro de sua partida. Dentre o grupo da STK, estão identificados Ignacy Budaszewski, seu filho Edward Budaszewski, Klemens Dulinski, Gustaw Kawecki e Stanislaw Klimkowski. No Grupo da SAB, aparecem Ludwik Rudolph Gaiewski e Michal Chmielewski. No intervalo entre os dois conflitos, reunia-se regularmente a Associação de ExCombatentes e Guerrilheiros, românticos sentinelas da liberdade polonesa. O início da II Guerra, em 1939, horrorizou a comunidade. Novamente foram criados comitês de apoio e auxílio às vítimas. A Sociedade Polônia vendeu o prédio da antiga Sociedade Tadeusz Kosciuszko e enviou o resultado da soma para o governo polonês, com sede em Londres. Para lá se dirigiram vários grupos de voluntários, oriundos de todas as partes do mundo. Meia centena de homens saiu de Porto Alegre durante a guerra, servindo na marinha e exército polonês. Os habilitados em aviação, lutaram pela RAF - força aérea inglesa. O retorno dos combatentes poloneses em 1946 foi saudado com uma grande festa pela comunidade, orgulhosa dos feitos de seus patrícios durante a campanha. Ainda podemos ver, caminhando tranqüilamente pelas ruas do 4º Distrito alguns excombatentes, que salientam sempre não ter lutado contra um inimigo definido e, sim, pela liberdade das nações. Mesmo que o fim da guerra representasse o enclausuramento da Polônia na "cortina de ferro" comunista, fica registrado o exemplo de abnegação e desprendimento do povo polonês pela manutenção de seu território e identidade cultural, independente do lugar onde vivesse. EVOLUÇÁO A primeira geração de imigrantes poloneses radicados em Porto Alegre se caracterizou economicamente pela mão-de-obra primária, rapidamente absorvida pela indústria em crescente ascensão. Havia poucos com formação que permitisse uma melhor sorte do que as extensas jornadas de trabalho a que eram submetidos os operários daquele período. Alguns conseguiram um pouco mais de realce com investimentos e empreendimentos próprios. Vamos encontrar a partir da segunda geração - décadas de 1910 e 1920 -, exemplos mais consistentes de uma evolução econômica e social, produzida principalmente pela educação que seus filhos receberam. Funcionários públicos, bancários, escriturários, arquitetos, advogados e outras funções mais intelectualizadas começaram a ser ocupadas por imigrantes ou, filhos destes, nas repartições públicas e privadas de Porto Alegre. Entre alguns exemplos, podemos citar o de Michal Chmielewski, professor da escola polonesa Tadeusz Kosciuszko, que se formou em Direito pela Universidade Federal do RGS, na turma de 1912, passando em seguida a exercer funções junto ao Governo de Borges de Medeiros, de quem se tornou amigo pessoal. Com uma conduta exemplar de respeito aos valores morais, um trabalho pujante e uma integração social progressiva, obteve a comunidade ascensão econômica registrada pela ampliação e diversificação de seus negócios. A expansão econômica e crescimento demográfico ocorrido durante a primeira metade do século XX nas grandes cidades brasileiras, avivaram os sonhos e anseios dos moradores das isoladas colônias do interior gaúcho, motivando o chamado êxodo rural, quando agricultores insatisfeitos com as precárias condições de existência, saem da difícil vida de lidar com a terra e tirar dela seu sustento, procurando na cidade novas perspectivas. A luz elétrica, água encanada, o telefone, entre outras "modernidades" eram consideradas bênçãos para esses colonos que se estabeleciam geralmente nos bairros periféricos ou, com melhor sorte, tinham parentes que os abrigavam em suas casas, mais próximos do centro. No embalo deste sonho, Porto Alegre cresceu em demasia e, não havendo políticas que incentivassem o crescimento de oportunidades para absorver tanta mão-de-obra, começaram a surgir favelas e bolsões de miséria. O contingente de poloneses e descendentes em todos os bairros de Porto Alegre compõe hoje um dos mais expressivos, juntamente com os alemães, italianos, espanhóis e portugueses, basta apenas passar os olhos numa lista telefônica e confirmar a quantidade de sobrenomes poloneses que ela contêm. As características da mão-de-obra, a conduta moral e a fé como suporte para as adversidades, deram aos poloneses as condições de atravessar o século com um balanço positivo de desenvolvimento e progresso. Os descendentes de poloneses, hoje plenamente inseridos na sociedade, trabalhando nas mais diversas atividades, desde professores universitários, grandes comerciantes, industriais, trazem em si lições e exemplos que somam conquistas e dissabores. A conduta da colônia polonesa é bem retratada pela dissociação de seus herdeiros com as páginas policias dos jornais. A fé em Deus, como sustentáculo, serviu de apoio para muitas gerações nos momentos difíceis. O trabalho, a luta cotidiana pelo pão somado ao de tantas outras etnias, alicerçou o progresso do 4º Distrito, - considerado pelos seus índices de desenvolvimento como Bairro Cidade, alavancando a economia da cidade, e, num plano mais amplo o estado e o País. Bibliografia: Crônicas da Sociedade Polônia - Janina Figurski Pesquisas do Padre Jan Pitton (Acervo da Sociedade Polônia) Revista do Centenário da Sociedade Polônia (Associações Polonesas) - Sílvia Krolikowski Kalendarz Polski 1898 - Feliks Bernard Zdanowski Primórdios da Imigração Polonesa - Frei Alberto Stawinski Escolas da Colonização Polonesa no Rio Grande do Sul - Edmundo Gardolinski