A CULTURA POLONESA NO MUNICÍPIO DE GUARANI DAS MISSÕES-RS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA NAS 3ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL Aline Carlise Slodkowski/Universidade Federal de Santa Maria [email protected] INTRODUÇÃO O atual processo de ensino-aprendizagem das ciências em geral e da geografia em particular, tem enfatizado e estimulado a utilização de novos objetos e métodos a serem empregados no fazer geográfico pelo educador em sala de aula, retratando a organização espacial, bem como o espaço vivido pelo educando. Neste sentido, a presente pesquisa teve como linha investigativa analisar a cultura polonesa no município de Guarani das Missões - RS, no ensino da ciência geográfica, mais especificamente da Geografia Cultural, para a 3ª série do Ensino Fundamental. Para tal considerou-se os fatores de formação do município, o qual tem sua maioria étnica composta por descendentes de imigrantes poloneses, que migraram da Polônia, em uma época que a mesma encontrava-se sobre o domínio de outras potências; Rússia, Prússia e Áustria, em busca de melhores condições de vida e um pedaço de terra. Neste contexto, no Rio Grande do Sul, e também em outros estados brasileiros, foram criadas várias colônias de imigrantes poloneses, entre elas a Colônia Guarani, atual município de Guarani das Missões, que atualmente se destaca por constituir-se um reduto desta imigração, sendo conhecida como a Capital Polonesa dos Gaúchos. A realização desta pesquisa primou pela ênfase ao espaço vivido pelo educando, ou seja, o estudo do lugar onde ele reside e convive, o seu município. Sendo este recorde espacial uma comunidade formada, em sua maioria, por descendentes de imigrantes poloneses buscou-se além de compreender a formação do mesmo, principalmente a valorização da cultura local, uma vez que a mesma é responsável pela organização da sociedade. Assim, os objetivos do trabalho constituíram-se em: analisar a influência da cultura polonesa na organização/reorganização do município de Guarani das Missões/RS, considerando os aspectos históricos culturais desenvolvidos em sala de aula, com ênfase na valorização do espaço vivido pelos educandos; demonstrar aos alunos da 3ª série do Ensino Fundamental a identidade específica da cultura polonesa através dos códigos culturais materiais e imateriais; e construir um DVD com imagens dos principais códigos culturais referentes a cultura polonesa, proporcionando maior conhecimento sobre o município em estudo, destacando as suas potencialidades aliadas a presença da cultura polonesa neste local. Na atualidade, nota-se que é cada vez mais necessário a utilização de novas formas de trabalho por parte do professor-educador, a fim de instigar os educandos e despertar-lhe a curiosidade, para consequentemente produzir aulas mais atraentes e dinâmicas. Neste contexto a elaboração de um DVD através do resgate fotográfico e da cultura local tende a propiciar uma maior interação na construção do conhecimento. Conforme Barbosa (2003, p.111-112) Vivemos neste final de século sob a marca do visual. Nossa vida cotidiana é cada vez mais invadida por uma confusão voraz de imagens. A televisão que assalta as nossas casas, a propaganda comercial que invade as ruas e, mais recentemente, o computador que gera uma nova segregação de convivências (de linguagem e tempo-espaço), espalham imagens visuais nas mais diferentes escalas [...]. Neste sentido, a utilização de imagens em sala de aula tem a função de estimular o aprendizado, a investigação e a crítica, fazendo com que os educandos possam inferir sobre a sociedade em que vivemos. Conforme Callai (1999, p.61) “[...] as opiniões e o conhecimento que o aluno tem a respeito daquilo que ele conhece e de onde ele convive superam, também, o conceito pronto trazido no livro-texto”. Assim, o conteúdo não pode estar desligado da vida do aluno e da realidade em que vivem, pois a finalidade que se tem é criar aulas dinâmicas e menos monótonas. É essencial também, que essas paisagens sejam valorizadas e compreendidas pelos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, como meio de apreensão do espaço vivido e da história do seu município, pois segundo Callai (1999, p.76) Ao estudar o município, faz-se o estudo do processo de construção da sociedade, isto é, como os homens se relacionam entre si e de que forma estão organizados para prover sua subsistência, seja em nível de trabalho, saúde, cultura, lazer.[...] Ao trabalhar o município, no ensino de geografia, estamos fazendo uma opção política que quer fazer com que o aluno se situe no espaço em que vive e que o compreenda como um processo em que a sociedade (isto é, nós) o constrói. A importância da temática atrelou-se também na expansão que os estudos culturais têm assumido na ciência geográfica, pois os códigos culturais constituem-se na simbologia responsável pela demonstração da cultura no espaço, fornecendo-lhe uma identidade cultural própria de cada grupo. Desta forma a manifestação dos códigos culturais como as ideologias, crenças, costumes, arquitetura das residências, gastronomia, religião, folclore, artes, músicas entre outros, produzem uma diferenciação na organização do espaço. Neste contexto, é de fundamental importância, demonstrar aos educandos da 3ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora Auxiliadora, a gênese da formação de seu município, através do conhecimento acerca da cultura polonesa, já que as informações sobre o processo de ocupação dessa etnia no Rio Grande do Sul são bem restritas, e ainda de difícil acesso. Assim, foi de grande estima, despertar nos educandos a valorização e a preservação cultural do município, uma vez que é expressão da cultura polonesa gaúcha. Salienta-se que em meio a globalização na qual vivemos atualmente e que tende a homogeneização dos lugares e hábitos, o município em análise preserva os costumes e valores trazidos pelos imigrantes a décadas atrás. O estudo da temática cultural no município de Guarani das Missões foi evidenciado ao longo de sua evolução, considerando a chegada dos primeiros pioneiros descendentes de poloneses, que neste município se estabeleceram e criaram as bases para um grupo socialmente organizado até as manifestações atuais desta cultura. Diante disto, trabalhou-se com o método dialético, uma vez que este visa estudar as transformações ocorridas no espaço ao longo do seu processo evolutivo. Desta forma, a metodologia foi pautada em uma ampla revisão bibliográfica que abordou o início da colonização polonesa nesse município bem como, as suas modificações até os dias atuais. Buscou-se estruturar a matriz teórica através do entendimento dos principais conceitos a cerca dessa temática, como a cultura, os códigos culturais, a identidade cultural, o espaço vivido pelo aluno, os quais foram de grande importância para o embasamento e a realização do presente trabalho. Resgatados e definidos as matrizes teóricas, a segunda etapa da pesquisa constituiu-se na coleta de dados relativos as fontes primárias e secundárias junto a órgãos qualificados como a biblioteca do município, prefeitura municipal, a casa da Cultura Helena Carolina, a Casa Paroquial, além de pessoas da comunidade que detinham arquivos-históricos sobre a história e a cultura do município. Além das conversas informais realizadas com imigrantes provindos diretamente da Polônia. A terceira fase da pesquisa primou pela realização do trabalho de campo, com o intuito de observar “in loco” a problemática em estudo, ou seja, verificar a materialidade da cultura polonesa no município de Guarani das Missões. O trabalho de campo procurou evidenciar como, quando e onde localizam-se os códigos culturais mais expressivos da paisagem, ou seja, as que apresentam a “marca cultural” expressas através de códigos culturais da etnia polonesa. Desta forma, o trabalho de campo, teve como finalidade retratar os principais aspectos da cultura polonesa, como a gastronomia, religião, festas típicas, arquitetura das casas e vestuário por meio de um acervo fotográfico e de filmagens, o qual serviu de base para a montagem do DVD. Por fim, a última fase da pesquisa, refere-se ao contato com os alunos da 3ª série do Ensino Fundamental da Escola Municipal Nossa Senhora Auxiliadora, local selecionado para a realização da pesquisa. Sendo que nesta etapa, objetiva-se a ênfase e importância de temas relacionados à história do município, bem como, os códigos culturais da cultura polonesa. Valorizando a percepção e as concepções que os educandos apresentam em relação ao seu espaço vivido. O outro momento da aula menciona-se ao laboratório de informática da escola onde, a partir da montagem do DVD proposto, com imagens referentes aos códigos culturais da cultura polonesa, os educandos terão a possibilidade de melhor visualização da cultura no processo de organização do espaço, a simbologia e os valores que a mesma representa para o seu município. Além disso, o contato com o laboratório de informática proporciona o desenvolvimento de uma aula mais dinâmica. REVISITANDO AS MATRIZES TEÓRICAS Neste primeiro momento, primou-se pelo resgate dos principais marcos conceituais, fundamentais para o embasamento da pesquisa, tais como; o entendimento de cultura, códigos culturais, identidade cultural e espaço vivido. PENSANDO O CULTURAL A ciência geográfica tem como eixo central entender a dinâmica sociedade/natureza em suas diferentes linhas temáticas, entre elas a Geografia Cultural que busca compreender como as diferentes culturas moldam o espaço ao longo de sua evolução, entendendo como cada grupo social se diferencia dos demais a partir da materialização da cultura no espaço. De acordo com Kaerche (1999, p.13) A geografia tem como objetivo compreender a vida de cada um de nós desvendando os sentidos, os porquês das paisagens em que vivemos e vemos serem como são. Entender a lógica que esta inserida em cada paisagem. Como ela foi construída? Por que ela é assim? É preciso romper com a simples visualização/ descrição conformista da paisagem. Assim, torna-se necessário o entendimento do conceito de cultura que segundo Cosgrove (1998 apud BRUM NETO, 2007, p.20) pode ser considerada como um conjunto de práticas peculiares a um grupo social, composta de aspectos materiais e imateriais, sendo transmitida por meio das gerações. Para Visentini (2003, p.14) a cultura pode ser compreendida como [...] um conceito que abrange não apenas conhecimento, idéias, valores, mas igualmente práticas e construções do ser humano. Nesse sentido, a ideologia, qualquer que seja o significado que lhe dermos, é sempre parte integrante de uma cultura. Tais colocações nos remetem ao entendimento que a cultura não se traduz somente através de forma concreta no espaço, ou seja, ela não consiste apenas na materialidade, mas também na ideologia, nas crenças preconizadas por ela, mantendo assim a identidade étnica específica de cada cultura assim definida por Seyferth (1990 apud RACOSKI, 2006, p.14) A identidade étnica é uma concepção as vezes mais ideológicas que propriamente colocada em valores culturais reais, persiste como marca diferenciadora dos descendentes de imigrantes, que influencia seu comportamento na sociedade mais ampla. Outra concepção de cultura é defendida por Cuche (2002, apud BRUM NETO, 2007, p.21), na qual cultura é considerada como “[...] uma soma de saberes acumulados e transmitidos pela humanidade, considerada como totalidade ao longo de sua história”. Conforme os Parâmetros Curriculares para as séries iniciais (1998, p.19) a cultura pode ser entendida como As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos, etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada grupo social. A sociedade através da cultura demonstra suas características específicas que devem ser apreendidas pela Geografia Cultural sendo esta identificada por Sauer (2003 apud BEZZI; MARAFON, 2007, p.100) A geografia cultural se interessa, portanto, pelas obras humanas que se inscrevem na superfície terrestre e imprimem uma expressão característica. A área cultural constitui-se, assim, num conjunto de formas independentes e se diferencia do funcionamento de outras áreas. Assim, a cultura nasce ou é produzida entre os grupos sociais, ao longo de suas histórias, não considerando características de indivíduos isolados, mas sim, realidades e afetividades históricas entre os grupos, com existência cotidiana e próxima. Isso é evidenciado por Wagner; Mikesell, (2003, p.28) quando salientam A noção de cultura considera não indivíduos isolados ou quaisquer características pessoais que possam possuir, mas comunidades de pessoas ocupando um espaço determinado, amplo e geralmente continuo além das numerosas características de crença e comportamento comuns aos membros de tais comunidades. Desta forma, os grupos culturais organizam o seu espaço de vivência de acordo com suas crenças e ideologias, criando assim formas espaciais específicas, ou seja, as paisagens culturais. Um dos aspectos abordados pela Geografia Cultural são os códigos culturais, pois estes são os responsáveis pela materialização da cultura no espaço, através de simbologias específicas. Entre eles destacam-se os códigos culturais materiais, o vestuário, gastronomia, estilo arquitetônico das casas, religião, música, folclore entre outros. É de importância também salientar os códigos imateriais, pois mesmo não sendo visíveis no espaço representam o modo de pensar desse grupo social por meio de ideologias, valores e convenções. Os grupos étnicos são vistos como uma forma de organização social. O conteúdo cultural que difere um grupo de outro é de duas ordens: sinais ou signos manifestados para demonstrar sua identidade (vestuário, língua e moradia), e as orientações de valores fundamentais (os padrões de moralidades e excelência pelos quais as ações são julgadas). Barth (1998, apud RACOSKI, 2006, p.14) Um dos códigos culturais mais relevantes é a comunicação dentro do grupo social que se dá através da linguagem, sendo assim, a língua funciona como um transmissor cultural, tendo como ponto principal a difusão da cultura transmitida de geração para geração, tanto a língua falada, quanto a escrita, é nesta perspectiva que Wagner; Mikesell, (2003, p.29) salienta “A língua, como meio essencial da comunicação humana, é obviamente um componente crucial de qualquer cultura”. As colocações já mencionadas a cerca da cultura, identidade cultural e códigos culturais nos fazem visualizar no espaço geográfico paisagens distintas, organizadas e caracterizadas segundo o modo de vida de suas comunidades. É a partir disso, que a Geografia Cultural mantém sua linha de desenvolvimento investigativo, compreendendo as diversas formas de organização da sociedade. A partir de então, torna-se claro que a Geografia Cultural é um elo que possibilita esse estudo mais detalhado, e nesta perspectiva, busca-se o aprimoramento do ensino da Geografia para as séries iniciais do Ensino Fundamental, envolvendo a leitura da paisagem do município, neste caso em especial, do município de Guarani das Missões, representada principalmente pela expressão da cultura, que segundo os PCNS (1997, p.101) A abordagem dos conteúdos da Geografia insere-se na perspectiva da leitura da paisagem, o que permite aos alunos conhecerem os processos de construção do espaço geográfico. Conhecer uma paisagem é reconhecer seus elementos sociais, culturais e naturais e a interação existente entre eles; é também compreender como ela está em permanente processo de transformação e como contém múltiplos espaços e tempos. CONJUNTURA MIGRATÓRIA Nos atuais estudos culturais nota-se uma maior predominância de material e informações voltadas para a imigração alemã e italiana no Brasil, no que se refere à imigração para o Rio Grande do Sul também, o grande destaque é voltado para estas duas etnias, haja vista, que ela acontecerá em maior número e em época anterior a imigração polonesa. Porém, o grupo étnico polonês que em solo gaúcho formou suas colônias, embora de forma isolada, trouxe consigo tradições e manifestações culturais que se materializaram no espaço, originando paisagens específicas. Portanto, nada mais pertinente do que analisar o modo com que o grupo étnico polonês migrou de sua terra natal, dirigindo-se para o Brasil, com novos sonhos e esperanças de melhores condições para seus filhos, reconstruindo suas origens em terra totalmente estranha e desconhecida. Em meados do século XIX, tomou extraordinário impulso a industrialização nos Estados Unidos, assim por iniciativa dos industrialistas desencadeou-se intensa campanha com o objetivo de buscar nos países europeus, trabalhadores de diversas profissões. Alguns anos depois, igual propaganda foi realizada em favor da migração para os países da América Latina. O Brasil, em especial, também sentiu a necessidade de atrair novos braços, para as terras, então despovoadas. Nesse tempo, o governo Imperial do Brasil planejava abolir a escravatura. A fim de garantir o equilíbrio econômico da nação, precisava de novos braços, que pudessem substituir os dos escravos africanos. Determinou fazer novos recrutamentos de mão-de-obra nos países europeus, para amparar as fazendas de café no estado de São Paulo, e criar novos núcleos coloniais nas províncias meridionais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Comissões especiais foram incumbidas de dividir e substituir as terras devolutas em lotes ou prazos coloniais. (STAWINSKI, 1976, p.15) O governo brasileiro confiou a companhias marítimas de navegação a tarefa de recrutarem colonos nos países europeus. Assim, existiam os agentes, propagandistas nas regiões européias, que espalhavam as possibilidades que os imigrantes encontrariam nas novas terras, entusiasmando assim, a população com a idéia de emigrar. A partir do século XVIII, a Polônia viu-se ameaçada pelos seus países vizinhos, Prússia, no ocidente e Rússia, no oriente, que mantinham governos absolutistas, centralizadores, com crescente desenvolvimento de seus poderios militares. A Polônia por sua vez, encontrava-se em processo de enfraquecimento, e sem um exército permanente organizado. A maior modificação, porém, aconteceu quando Stanislau Poniatowski assume o reinado polonês, fortemente influenciado pelas idéias de Catarina II (imperatriz russa). Isso fez com que, patriotas poloneses lutassem quatro anos contra os ideários russos. Fortemente derrotados, em 1773, a Rússia, Prússia e Áustria, primeiramente enfraquecem o regime polonês, para depois subdividir as terras polonesas entre as três potências dominadoras. Ressalta-se que durante a resistência do povo polonês, ocorreram três desmembramentos do território polonês. Seduzidos pela boa propaganda da imigração, onde o Brasil era apresentado como a terra em que corriam leite e mel, a continuação do paraíso divino, os poloneses descontentes com a situação do seu país, viam na imigração uma saída que outrora não lhes era possível. Segundo Wenczenovicz (2002) entre as razões do movimento migratório polonês, destacam-se: o excesso de mão-de-obra nas aldeias e vilas, o elevado crescimento demográfico, a falta de terra para as novas gerações do colonato, a deficitária e quase inexistente legislação agrária, o êxodo rural, devido à mecanização do campo, perseguições políticas e religiosas. Mas, sem dúvidas um dos principais motivos que levou grandes levas de poloneses a migrarem, foi à possibilidade de encontrar uma nação onde fosse possível tornar-se proprietário da terra. FLUXOS MIGRATÓRIOS Os movimentos migratórios poloneses para o Brasil são caracterizados por dois períodos; entre os anos 1890 e inícios da I Guerra Mundial, conhecidos como a “febre brasileira”. O primeiro período abrange de 1890 a 1897, quando o governo brasileiro proporcionava o deslocamento gratuito dos imigrantes, através dos contratos com as companhias de navegação; e o segundo período iniciado em 1906. Mas, em períodos anteriores as décadas de 1890 já existiam no Brasil algumas famílias de poloneses O responsável pela vinda do primeiro grupo para o Brasil foi Sebastião Edmundo Wós Saporski. Em 1869 conseguiu atrair a primeira leva de 16 famílias, seguindo mais 16 famílias, que totalizaram 164 pessoas. Antes disso, porém, em 1858 já havia sido detectada a presença, no Vale do Ribeira-SP, de Gaspar Eduardo Stepnowski, e em 1866, de mais duas pessoas, Jerônimo Durski e Eugênio Bednaszewsi. (RODYCZ, 2002, p.82) Os primeiros imigrantes poloneses que aqui desembarcaram, dirigiram-se para os estados do Paraná e Rio Grande do Sul. São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo também receberam levas de imigrantes poloneses, em menor número, que eram destinados a trabalhar nas fazendas de café, ou acabaram por dispersar-se nos grandes centros urbanos. No período compreendido entre 1897 até 1906, o número de imigrantes aqui desembarcados caiu bruscamente, os que ainda se deslocavam para o Brasil, eram atraídos por amigos e parentes que já residiam em solo brasileiro, isso deve-se principalmente ao fato de o governo cessar o pagamento das passagens aos imigrantes e o período compreendido durante a I Guerra Mundial, em que o fluxo migratório foi em menor escala. De acordo com Wenczenovicz (2002, p.51-52) o fluxo de imigrantes durante a “febre migratória” No período intitulado de “febre migratória”- 1889/90-1914-, aproximadamente noventa mil poloneses chegaram ao Brasil, fixando-se 45% no Rio Grande do Sul; 40% no Paraná e os 15% restantes em Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. Dentro do contexto emigratório polonês para o Brasil, onde o colonato sofria com a falta de terras, sendo apenas arrendatários, há que se dar destaque, que a maioria de imigrantes eram camponeses, cerca de 95%, e os 5% restantes eram compostos de profissionais, entre eles: carpinteiros, pedreiros, ferreiros. (Marmilicz, 1996) Esse movimento migratório surgiu espontâneo, sem qualquer organização, sem prévia preparação e sem assessoramento oficial. Daí é fácil compreender que, em comparação com as correntes emigratórias de outras etnias, a emigração polonesa tenha encontrado maiores dificuldades em adaptar-se e em superar o complexo de inferioridade. Acresce que, para os poloneses vindos para o Brasil, era vexatório ser registrados nos documentos oficiais como cidadãos russos ou prussianos ou austríacos. (STAWINSKI, 1976, p.17) Nota-se que a imigração polonesa, não fora um fenômeno planejado conforme ocorreu com as etnias alemã e italiana, desesperançados com a situação em que vivia seu país, os poloneses viram em terras estrangeiras uma possibilidade de encontrar melhores condições. Sob domínio das potências Rússia, Prússia e Áustria, a grande maioria somente conseguiu acesso aos navios das companhias, portando passaportes russos, prussianos ou austríacos. No auge da migração dos povos europeus a Polônia não existia como estado autônomo. Embora sob o domínio de outras potências, os poloneses continuavam a existir. Para eles nunca, como agora, tinha sentido a canção patriótica, o hino polonês: “Jeszcze Polska nie zginela, póki my zyjemy”. A Polônia ainda não está perdida, enquanto nós vivemos. (STAWINSKI, 1976 p.21) Deste modo, é compreensível que muitos poloneses, vivendo nestas circunstâncias, passassem a emigrar. Isso sem considerar a imagem que lhes era passada do Brasil, como a terra prometida. Porém, já durante a viagem os imigrantes poloneses começaram a perceber que nem tudo seria conforme o imaginado, dias viajando em navios precários, más condições de segurança, pessoas mortas devido doenças, além de desconhecerem o solo brasileiro, que agora passava a ser sua nova pátria. Isso é enfatizado por Stawinski (1976, p.25) quando refere-se ao percurso realizado pelos imigrantes, até aportarem ao Brasil Ao aportarem à baía de Guanabara, os imigrantes eram transportados do navio para a Ilha das Flores, onde deviam passar a quarentena, alojados nos barracões dos imigrantes. As acomodações eram rudimentares. Em compensação, a alimentação era abundante: arroz, feijão, carne, pão e café. O clima tropical castigava-os tremendamente. A contragosto iam permanecer aí até o dia da saída para o sul. Tudo lhes era enigmático e apreensivo. Tudo aqui era diferente: a língua, os costumes, o clima, o ambiente social, a prática da religião, a crendice e a superstição do povo da classe humilde. Além de dificuldades em relação aos costumes aqui encontrados, outro fator de grande dificuldade do povo polonês em sua nova pátria, fora a questão da língua, em nada semelhante com o português. Há de se destacar também que os lotes de boa qualidade não mais existiam na serra, obrigando-os a ocuparem terras em regiões íngremes ou nas matas o que lhes exigia muito trabalho e pouca rentabilidade (Marmilicz, 1996). NÚCLEOS POLONESES Com o decorrer dos anos, os poloneses fundaram vários núcleos coloniais, hoje emancipados, entre eles pode-se destacar; São Marcos de Cima da Serra (município de Francisco de Paula); Nova Roma e Castro Alves (município de Antônio Prado), Linhas Quinta, Sexta, Sétima, Oitava e Nona (município de Veranópolis e Nova Prata), Nova Trento (município de Flores da Cunha). As colônias de Ijuí e especialmente de Guarani das Missões (Figura 1), por se constituir o espaço geográfico de investigação desta pesquisa, receberam um número considerável de imigrantes da Polônia, que conforme Wenczenovicz, (2002, p.54) As colônias de Guarani das Missões e Ijuí receberam um expressivo número de imigrantes da Polônia. Ijuí foi criada para receber imigrantes de diversos países, numa tentativa de evitar ”quistos étnicos”. Os poloneses estariam entre os três maiores grupos no inicio da colonização. Mais tarde, por problemas diversos, muitas famílias migraram para Guarani das Missões, uma colônia de hegemonia polonesa, a qual, contrariando a maioria, como a de Mariana Pimentel, prosperou. Assim o recorte espacial formado pelo município de Guarani das Missões, constitui um núcleo de grande importância no estado, por abrigar uma grande porcentagem de descendentes de imigrantes poloneses, que segundo Gordolinski (apud MARMILICZ, 1996, p.69) “... fundada em 1891, a colônia Guarani das Missões abrangia a área ao redor de dois mil lotes rurais. Pertencia a chamada região missioneira”. Figura 1: Grupo de imigrantes recém-chegados a Colônia Guarani. Fonte: Trabalho de campo, 2009. Org.: SLODKOWSKI, A. C. No que diz respeito aos primeiros colonizadores da Colônia Guarani, Marmilicz (1996, p. 69) salienta que Os primeiros colonizadores da colônia Guarani foram os imigrantes poloneses, alemães, húngaros, suecos e elementos nativos, predominou, porém, a corrente migratória polonesa, principalmente no decênio de 1890. Primeiramente atraídos pelas terras férteis, inúmeras famílias se deslocaram da antiga colônia de Ijuí, posteriormente, novas levas de poloneses das colônias de Santa Tereza, Santa Bárbara, Alfredo Chaves (Veranópolis), Antônio Prado entre outras, se deslocaram para Guarani das Missões. Em 1913, uma leva vinda diretamente da Polônia, também passou a habitar essa colônia. A colônia Guarani ou Comandaí como também era chamada, teria várias denominações até 1899, quando passou a ser chamada de Guarani das Missões. No período entre 1891 a 1895 podiam ser contabilizadas cerca de 1200 pessoas, a maioria delas polacas. Somente em 1913, quando a população atingiu 5 mil pessoas é que chegaram imigrantes provindos diretamente da Polônia, elevando assim o percentual populacional da etnia na região. Estatística de 1925 apontou a presença do elemento polaco em praticamente todos os estabelecimentos de Guarani das Missões (Iarochinski, 2000). EXPRESSÃO DA CULTURA POLONESA De acordo Iarochinski (2000, p.48) “Um povo é reconhecido como tal, através de suas manifestações culturais, do seu modo de ser, dos costumes, do idioma, da música, da comida e de outras tantas atividades que o identificam.” Nesta perspectiva, o município de Guarani das Missões, espaço geográfico de nossa investigação, destaca-se pela sua forma de organização sócio espacial, baseada na imigração polonesa. Assim, a influência desta cultura pode ser sentida através dos costumes, culinária, tradições, costumes, ideologias, festas entre outros. Um dos principais códigos culturais mantidos pelos poloneses, outrora na Polônia, e agora no Brasil, é a religiosidade, segundo Iarochinski (2000, p.49) “Nenhuma outra nação deu tanta importância a um local santo quanto os polacos deram e dão à igreja e monastério de Jasna Góra (Monte Claro).” Católicos praticantes por devoção e fiéis a Nossa Senhora de Czestochowa (Nossa Senhora do Monte Claro), o povo polonês realiza inúmeras celebrações e procissões, entre elas, a Celebração de Corpus Christi, onde são montados inúmeros tapetes nas ruas das cidades com imagens decorativas a Jesus Cristo, Nossa Senhora, a Santa Ceia e outras imagens sacras. Devotos de Nossa Senhora de Czestochowa, que se tornou conhecida internacionalmente a partir do Papa João Paulo II, seu particular devoto, os poloneses buscam força e graças a partir da fé devotada a Santa. Todos os anos na Linha Bom Jardim, onde se localiza o Santuário da Nossa Senhora de Czestochowa (Figura 2 e 3), se realiza no último domingo do mês de agosto, uma romaria em sua homenagem. Reunindo romeiros do município, bem como de outras localidades, que buscam a benção da Nossa Senhora do Monte Claro. Figura 2 e 3: Santuário da Nossa Senhora de Czestochowa- Linha Bom Jardim Fonte: Trabalho de campo, 2009. Org.: SLODKOWSKI, A. C. Assim conforme mencionado, Rodycz (2002, p.88) reforça que Mas foram, sobretudo na religião, que muitas famílias conservam ainda hoje, os velhos costumes de sua pátria tais como a maneira de celebração de suas principais festas, que se constituíram nas maiores contribuições dos imigrantes poloneses para a cultura do sul do Brasil. Além das celebrações na Igreja Matriz, são realizadas todo dia 26 de cada mês, uma missa em polonês no Santuário de Nossa Senhora de Czestochowa, como também as celebrações nas demais comunidades do município. Sendo conhecida como “A Capital Polonesa dos Gaúchos” deste o ano de 2006, estudiosos da Polônia consideram o dialeto polonês do município, o melhor entre todas as comunidades polônicas no Brasil. Os alunos da rede municipal têm aula da Língua Polonesa em seu currículo e os párocos são oriundos da Polônia. Como demonstração de fé, foi construída na Praça uma estátua, homenageando a santidade Papa João Paulo II, Papa Polonês (Figura 4), sendo que a partir do ano de 2006, a mesma passou a denominar-se “Praça Papa João Paulo II” em sua homenagem. Figura 4: Estátua em homenagem ao Papa João Paulo II. Fonte: Trabalho de Campo, 2009. Org.: SLODKOWSKI, A. C. Outra contribuição dos poloneses foi a comemoração da Páscoa. Antes a tradição portuguesa-brasileira realizava somente as Festas dos Reis. O ovo de páscoa é patrimônio cultural genuinamente polaco incorporado às tradições do Brasil. A festa casamenteira (wesele: bodas) constitui-se um memorável acontecimento para a família dos noivos. De praxe, o casamento com seus comes e bebes danças e outras diversões, realizava-se na residência dos pais da noiva. Dentre os preparativos, na véspera do casamento abatiam-se leitões e frangos, faziam-se fornadas de pão-doce, cucas, tortas e bolachas. Nos primeiros anos de imigração só se davam casamentos entre poloneses, apenas mais tarde, com a vizinhança italiana, é que ocorreram os primeiros casamentos mistos entre as duas etnias. O folclore polonês é rico em músicas regionais e canções populares. As danças mais apreciadas são: poska, mazurka, oberek, kujawiak, trojak, krakowiak. Inicialmente o folclore polonês se desenvolveu entre os camponeses, assim entre as comunidades formaram-se tradições próprias, características de cada grupo. Com os movimentos migratórios, os povos repassavam os seus conhecimentos, deste modo, estas influências repercutiram no folclore, canções, danças e trajes poloneses (Figura 5 e 6). Figura 5 e 6: Trajes típicos poloneses. Fonte: SZALANSKI, C. B. Org.: SLODKOWSKI, A. C. Os principais pratos típicos da cultura polonesa são: o Barszcz Zabielany; sopa a base de farinha de centeio, Pierogui; semelhante ao pastel, recheado com requeijão doce e canela, que pode ser assado ou cozido, Bigos; prato feito basicamente de repolho, e a crazy; bolinho de carne, zarnina; sopa de carne de pato engrossada com o sangue do mesmo animal, de origem russa, mas muito apreciada pelos poloneses, a bebida preferencial, a wódka, também é substituída por licores de frutas naturais. É realizada também no município a POLFEST, a festa da etnia polonesa, que reverencia os costumes e tradições herdadas pelos descendentes dos imigrantes poloneses. É realizada, no última quinzena do mês de maio, deste o ano de 1996, com festividades de dois em dois anos, evidenciando deste modo também, o aniversário do município, comemorado no dia 27 de maio. É uma iniciativa do Grupo Folclórico Águia Branca, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, da Comunidade Brasileira Polonesa no Brasil (Braspol) e demais lideranças do município, com o intuito de cultivar as raízes e tradições polonesas, bem como, realizar intercâmbios entre as colônias polonesas do Brasil. Destaca-se também, o Grupo Folclórico Águia Branca fundado pelo Pe. Zenon Gonsorowski, com o objetivo de resgatar a cultura polonesa através da dança e da música. O grupo teve sua fundação na Linha Boa Jardim, e em 1979 com a criação da Sociedade Cultural Guaraniense, a mesma passa a ser a entidade mantenedora do grupo folclórico. São realizadas diversas apresentações, tanto nas festividades do município, como também em nível nacional e internacional. Conta com mais de 300 trajes, sendo a maioria provinda da Polônia, que atualmente, permanecem guardados na Casa Polonesa, localizada no Parque de Eventos da cidade. Com o intuito da promoção e valorização da cultura polonesa no município de Guarani das Missões, criou-se a entidade BRASPOL (Figura 7), que dentre os objetivos destaca Com o objetivo de despertar, tornar melhor conhecida a história de Guarani das Missões, tal como é, sem necessidades artificiais, surgiu a BRASPOL-GM, filiada à representação Central da Comunidade Brasileira Polonesa no Brasil, de Curitiba-Paraná. (Estatutos-Braspol, 1992 apud MARMILICZ, 1996, p.104) Figura 7: Sede da Braspol em Guarani das Missões. Fonte: Trabalho de Campo, 2009. Org.: SLODKOWSKI, A. C. Destaca-se também o estilo arquitetônico das casas, sendo que a prefeitura, através de lei municipal, isenta de impostos, as pessoas que construírem ou reformarem suas casa em estilo polonês. Muita história se passou deste a chegada dos primeiros imigrantes poloneses no Rio Grande do Sul, e a Colônia Guarani, durante este percurso recebera inúmeras denominações, em 1899 núcleo Comandaí, desde o ano anterior denominado Santa Tereza de Guarani, passa a categoria de Quinto distrito de São Luiz Gonzaga. Foi ainda denominada de colônia de Guarani, Guaramano e finalmente, Guarani das Missões. Em 30 de novembro de 1958, através de blebiscito, houve a aprovação favorável à criação do município de Guarani das Missões, cuja lei estadual fora aprovada em 31 de janeiro de 1959, com o número 3.699. Deste modo, conclui-se que o imigrante polonês foi o principal elemento formador de Guarani das Missões, e que a cultura polonesa simbolizada na paisagem do município, seja de forma materializada ou pelas crenças e ideologias de seu povo, lhes confere um ambiente característico, de fundamental importância histórica e cultural. Assim, a presente pesquisa que se baseou na delimitação espacial e temática do município de Guarani das Missões, teve como principal foco investigativo o levantamento histórico da conjuntura imigratória polonesa, a formação do atual município de Guarani das Missões, importante reduto de descendentes de imigrantes poloneses, considerada atualmente como a Capital polonesa dos Gaúchos. Salienta-se que a pesquisa encontra-se em fase de andamento, onde já foram realizadas uma ampla revisão bibliográfica a cerca de temas importantes para o embasamento e suporte da pesquisa, tais como Geografia Cultural, cultura, códigos culturais, espaço vivido, bem como conjuntura imigratória, formação da Colônia Guarani, e manifestação da cultura polonesa na organização sócio espacial do município. A próxima etapa constitui-se na elaboração do DVD, com as imagens recolhidas durante os trabalhos de campo já realizados no município e posterior aplicação na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora Auxiliadora, localizada na Linha Bom Jardim. Esta fase da pesquisa visa o contato com os alunos descendentes de imigrantes poloneses, valorizando sua percepção e concepção a cerca do espaço vivido e da cultura polonesa. REFERÊNCIAS BRUM NETO, Helena. Regiões culturais: A construção de identidades culturais no Rio Grande do Sul e suas manifestações na paisagem gaúcha. 2007. 319f. Dissertação (mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007. BEZZI, Meri Lourdes.; MARAFON, Gláucio José. Historiografia da ciência geográfica. Santa Maria: UFSM, 2007. CARLOS, Ana Fani Alessandri.(org). A geografia na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2003. CASTROGIOVANNI, A. C. (org). Geografia em sala de aula: Práticas e reflexões. 2. ed. Porto Alegre: Ed. 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