UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE NUTRIÇÃO ANDRÉIA MENDONÇA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE 2 A 5 ANOS QUE FREQÜENTAM O ENSINO PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE IÇARA/SC CRICIÚMA (SC), JULHO DE 2009 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 2 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE NUTRIÇÃO ANDRÉIA MENDONÇA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE 2 A 5 ANOS QUE FREQÜENTAM O ENSINO PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE IÇARA/SC Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para a obtenção do grau de Bacharel no Curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientadora: Profª Esp. Rita Suselaine Vieira Ribeiro. CRICIÚMA (SC), JULHO DE 2009. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 3 ANDRÉIA MENDONÇA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE 2 A 5 ANOS QUE FREQUENTAM O ENSINO PÚBLICO DO MUNICIPIO DE IÇARA – SC Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com linha de Pesquisa em Saúde Pública. Criciúma, 03 de julho de 2009. BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________________________ Profª. Rita Suselaine Ribeiro Vieira – Especialista – (UNESC) – Orientadora ____________________________________________________________________ Profª. Fabiane Maciel Fabris – Especialista – (UNESC) ____________________________________________________________________ Profª. Paula Rosane Vieira Guimarães – Mestre – (UNESC) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 4 Ao Deus que me inspirou, capacitou e sustentou: o meu amor e minha eterna gratidão. “Porque Dele e por meio Dele e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois a glória eternamente. Amém,” Rm 11.36 Aos meus pais Antônio e Luiza, que sempre me incentivaram e me proporcionaram a oportunidade de concluir o ensino superior; À minha orientadora, Rita, pelo exemplo de envolvimento com o trabalho e dedicação à profissão. Às minhas colegas e amigas Ednara e Gabrielle que estiveram presentes nos momentos de alegria e descontração bem como nas horas mais difíceis. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 5 AGRADECIMENTOS A Deus, o Todo Poderoso, Criador da Vida e principal responsável pela realização deste sonho. À minha orientadora Profª. Rita Suselaine Vieira Ribeiro, por ter transmitido uma parcela de seus conhecimentos com disposição, dedicação e amizade. À Banca Examinadora: Profª. Fabiane Maciel Fabris e Paula Rosane Vieira Guimarães pelas contribuições dadas ao trabalho. Aos meus pais Antônio e Luiza, pelo constante apoio e empenho para a conclusão desta etapa. À Prefeitura Municipal de Içara, à Secretaria de Educação, pela autorização para a realização do presente estudo. Às Nutricionistas da Secretaria de Educação, Rúbia da Cunha e Gabriela Colle, pela colaboração e confiança para o desenvolvimento da pesquisa. Aos diretores e funcionários das escolas participantes da pesquisa, que me receberam com prontidão e simpatia. A todos os alunos e suas famílias que integraram o estudo, pelo reconhecimento e colaboração durante a coleta de dados. Aos demais professores do Curso de Nutrição, que estiveram presentes nesta longa trajetória. A todos que de maneira direta e indiretamente, contribuíram para a realização deste estudo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 6 “Nós não somos o que gostaríamos de ser. Nós não somos o que ainda iremos ser. Mas, graças a Deus, não somos mais quem nós éramos.” (Martin Luther King) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 7 RESUMO Os pré-escolares são considerados um grupo biologicamente vulnerável aos agravos nutricionais. Neste intervalo de idade podem apresentar uma diminuição ponderal que, quando associada à condição socioeconômica, a baixa qualidade nutricional do alimento ingerido, a inapetência e outros fatores, podem levar à desnutrição. Crianças desnutridas adoecem mais, são mais baixas e apresentam dificuldade no aprendizado escolar. Porém, vários estudos demonstram o crescimento da obesidade infantil, causado principalmente pela formação de hábitos alimentares errôneos e o sedentarismo da criança moderna. A obesidade infantil predispõe à obesidade na vida adulta e ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis ainda na infância. As pesquisas nesta área justificam-se pelas crescentes taxas observadas de excesso de peso, pela permanência de casos de desnutrição e pela facilidade de detecção precoce destes problemas nutricionais. O objetivo deste estudo é avaliar o estado nutricional de pré-escolares da rede pública de ensino e encontrar associações com o perfil socioeconômico das famílias. Foram coletadas medidas antropométricas de peso e altura e avaliadas os índices P/I, P/E, E/I e IMC/Idade utilizando-se a tabela da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006) adotada pelo Ministério da Saúde (2008) e os seus parâmetros de classificação. O perfil socioeconômico foi obtido por meio da aplicação de um questionário socioeconômico aos pais e/ou responsáveis. Os resultados apontam valores elevados de excesso de peso, onde 12,8% das crianças (n=19) apresentaram peso elevado para a idade (P/I); 16,8% (n=25) peso elevado para estatura (P/E); e utilizando o Índice de Massa Corporal (IMC) encontrou-se 18,1% (n=27) de obesidade e 13,4% (n=20), sendo maior freqüência no sexo masculino associados com renda per capita entre ½ a 1 salário mínimo e mães com ensino médio completo. O estudo apresentou também valores altos de déficit de peso para a estatura (5,4%) e baixo IMC para idade (8,7%), encontrado com maior freqüência no sexo feminino, associados com renda per capita entre 1 a 2 salários mínimos e mães com ensino médio completo. O nutricionista é o profissional capacitado para atuar de maneira preventiva e intervencionista no combate a estes agravos na infância. É imprescindível a implementação dos programas de educação alimentar e nutricional direcionadas ao público infantil por parte dos governantes. Palavras-chaves: estado nutricional, pré-escolares, excesso de peso, renda per capita, escolaridade materna. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Distribuição das características socioeconômicas das famílias dos pré-escolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC).................................................................................................................. 37 Tabela 2 – Distribuição da idade em meses dos pré-escolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC)......................................... 40 Tabela 3 – Distribuição por sexo conforme estado nutricional os préescolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC)........... 41 Tabela 4 – Distribuição da renda per capita conforme estado nutricional dos pré-escolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC).... 44 Tabela 5 – Distribuição do estado nutricional dos pré-escolares de 2 a 5 anos conforme escolaridade materna, Içara (SC) .......................................... Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 45 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AMREC Associação dos Municípios da Região Carbonífera CEI Centro de Educação Infantil CNS Conselho Nacional da Saúde DEP Desnutrição Energético-protéica E/I Estatura por idade ENDEF Estudo Nacional de Despesas Familiares IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC Índice de Massa Corporal MS Ministério da Saúde NCHS National Center for Health Statistics OPAS Organização Pan-americana da Saúde OMS Organização Mundial da Saúde P/E Peso por estatura P/I Peso por idade POF 2002/2003 Pesquisa de Orçamentos Familiares do ano de 2002/2003 PNSN Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional WHO World Health Organization Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 12 2 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 15 3 OBJETIVOS..................................................................................................... 17 3.1 Objetivo geral............................................................................................... 17 3.2 Objetivos específicos.................................................................................. 17 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 18 4.1 Características do pré-escolar e consumo alimentar.............................. 18 4.2 Estado Nutricional....................................................................................... 19 4.3 Métodos antropométricos e avaliação do estado nutricional................. 21 4.4 Transição nutricional.................................................................................. 23 4.5 Desnutrição energético-protéica................................................................ 25 4.6 Obesidade infantil........................................................................................ 27 4.7 Manutenção da obesidade na vida adulta................................................. 30 5 METODOLOGIA............................................................................................... 31 5.1 Delineamento da pesquisa......................................................................... 31 5.2 Local............................................................................................................. 31 5.3 População..................................................................................................... 32 5.4 Amostra........................................................................................................ 32 5.5 Critérios de inclusão e exclusão................................................................ 32 5.6 Instrumento de obtenção de dados........................................................... 33 5.7 Forma de obtenção de dados..................................................................... 33 5.8 Forma de análise dos dados...................................................................... 34 5.9 Aspectos éticos........................................................................................... 35 5.10 Limitações do estudo................................................................................ 35 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 36 6.1 Perfil Socioeconômico................................................................................ 36 6.2 Avaliação do Estado Nutricional................................................................ 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 48 REFERÊNCIAS................................................................................................... 50 APÊNDICE 1 – Planilha dos dados antropométricos..................................... 57 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 11 APÊNDICE 2 – Questionário socioeconômico ............................................... 59 APÊNCIDE 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ..................... 61 ANEXOS 1 – Folha de aprovação do Comitê de Ética................................... Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 63 12 1 INTRODUÇÃO A idade pré-escolar (2-6 anos) é caracterizada pela redução da velocidade de crescimento com conseqüente diminuição do apetite, associadas à atenção voltada para as novas descobertas, o que colabora para a falta de interesse pela alimentação (MARTINS, 2008). Avaliar o desenvolvimento e mensurar o crescimento de uma criança é a forma de conhecer e vigiar seu nível de saúde geral. O acompanhamento da evolução do crescimento da criança é uma metodologia simples, e esta atitude, pode permitir uma intervenção precoce, em casos de identificação de riscos nutricionais (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). A avaliação do estado nutricional é um método utilizado para identificar o estado nutricional de indivíduos (MARTINS, 2008). O Ministério da Saúde possui um instrumento valioso, conhecido como Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN que é um sistema de informação que realiza a avaliação do estado nutricional das crianças por meio dos métodos antropométricos, permitindo auxiliar e apoiar às ações a serem desenvolvidas de promoção da saúde, revelando os riscos nutricionais e direcionando o planejamento para intervenções dos agravos a saúde (FAGUNDES et al., 2004). Em muitos países os agravos nutricionais que acometem a população infantil, são as formas crônicas e agudas de desnutrição e o excesso de peso (CORSO; VITERITTE; PERES, 2004). As crianças que estão neste intervalo de idade podem apresentar uma diminuição ponderal que quando associada à condição socioeconômica, baixa qualidade nutricional do alimento ingerido e outros fatores, pode leva à desnutrição. A desnutrição é caracterizada pela diminuição das reservas corporais de energia e proteínas e deficiência de micronutrientes, resultado de uma ingestão inadequada de alimentos (CUPPARI, 2005). Segundo dados do POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003 (Ministério da Saúde/IBGE) a maior prevalência de desnutrição e baixo peso para idade na fase pré-escolar, se encontram na região Norte (11%) do país. Nas áreas urbanas e rurais da região Sul a prevalência varia entre 5% e 7%. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 13 Crianças desnutridas adoecem mais, têm as suas defesas comprometidas, são mais baixas, têm menor peso e possuem dificuldades no aprendizado escolar. Torna-se um ciclo vicioso de falta de nutrientes que leva a falta de apetite, causando maior perda de peso, que em casos graves leva a morte (CARDOSO; LOPES; TADDEI, 2006). De fato, o Brasil já demonstrou na década de 80 estarmos atravessando o processo de transição nutricional, situação epidemiológica, onde o problema da desnutrição passa a ser substituído pelo problema da obesidade (OLIVEIRA, 2004). A obesidade é a doença crônica não transmissível, que se caracteriza pelo acúmulo de tecido adiposo em forma de energia não utilizada. Encontra-se com maior prevalência entre países onde predomina a economia industrializada (OLIVEIRA et al., 2004). A formação de hábitos alimentares errôneos e o sedentarismo da criança moderna, associados com as condições socioeconômicas, têm levado ao crescimento da obesidade infantil (ANCONA LOPEZ; BRASIL, 2004). Várias pesquisas apontam para o crescimento das taxas de excesso de peso entre pré-escolares no Brasil. Kuranishi et al (2001) em estudo realizado na cidade de Maringá (PR), encontraram a prevalência de 13,02% de sobrepeso e 8,21% de obesidade confirmada. Os pesquisadores concluíram que a obesidade nesta população mostrou-se como um fator nutricional preocupante quando comparado ao indicado pelo NCHS (até 2,3%). A prevalência de sobrepeso também foi alarmente, pois este dado revela alto risco para um aumento futuro das taxas de obesidade. Corso e colaboradores (2004) realizaram um estudo na cidade de Florianópolis (SC) com 638 crianças pré-escolares e observaram uma porcentagem significativa de sobrepeso (8,6%). Conforme autores, este dado mostrou-se superior à encontrada em estudos internacionais e alguns estudos nacionais com a mesma faixa etária. Ainda no Estado de Santa Catarina, no município de Criciúma, pesquisa realizada em creche municipal do Bairro Boa Vista, ao analisar 141 crianças com faixa etária de zero a cinco anos, constatou que 41,1% das crianças apresentavam sobrepeso para o índice peso/altura, (FAGUNDES, 2004). Com base nestes últimos dados, constata-se a crescente prevalência de excesso de peso entre pré-escolares da região Sul. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 14 A obesidade está fortemente associada com outras doenças como hipertensão arterial, diabetes, infarto do miocárdio, doença degenerativa articular, etc. Além disso, o aspecto emocional de uma criança ou adolescente obeso fica comprometido (FAGUNDES, 2004). Pesquisas confirmam ainda, uma forte correlação entre o peso na infância e na idade adulta, indicando que crianças com excesso de peso correm um alto risco de se tornarem adultos obesos (SOAR, 2004). Enfim, ressaltam-se a importância de um diagnóstico precoce dos problemas nutricionais, a fim de serem tomadas medidas de intervenção adequadas à situação epidemiológica encontrada nas diferentes regiões. Baseando-se nesta afirmação surge a seguinte questão: qual é o perfil epidemiológico nutricional dos pré-escolares matriculados na rede de ensino público do município de Içara (SC)? Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 15 2 JUSTIFICATIVA O estado nutricional de uma criança é importante porque possui papel fundamental para que seu crescimento seja progressivo e para que desenvolva suas aptidões psicomotoras e sociais e ainda, exerce influência na redução dos riscos de morbi-mortalidade (CASTRO et al., 2005). Um estado nutricional inadequado nesta fase pode ocasionar em alterações significativas. As carências nutricionais podem acarretar em problemas de crescimento e desenvolvimento cognitivos, atraso na vida escolar e redução da capacidade de trabalho na vida adulta (ANCONA LOPEZ; CAMPOS JUNIOR, 2007). A deficiência de vitamina A, por exemplo, é uma carência que afeta milhões de crianças no mundo. A carência desta vitamina pode levar à cegueira e ainda compromete o sistema imunológico, o que reduz a resistência à diarréia e ao sarampo. Essas conseqüências contribuem para o déficit de crescimento e atraso no desenvolvimento. A diarréia e o sarampo são responsáveis pela morte de 2,2 milhões e 1 milhão de crianças no mundo, respectivamente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Sabe-se que a vitamina A aumenta a amplitude e a freqüência de secreção noturna do hormônio de crescimento, estando sua carência associada ao retardo de crescimento. Sarni et al (2002) em seu estudo com 47 pré-puberes no Estado de São Paulo, encontraram associação entre crianças com comprometimento estatural e inadequação do nível sérico de carotenóides e baixa ingestão de vitamina A. A ausência de vários nutrientes pode contribuir para a ocorrência de anemias carenciais como folatos, proteínas, vitamina B12, sendo o ferro o mais importante nutriente. Estima-se que aproximadamente 90% das anemias no mundo sejam por deficiência de ferro. A deficiência de ferro pode contribuir para a morbidade devido a menor resistência a infecções, pode prejudicar o crescimento, o desenvolvimento da linguagem, reduzir a produtividade e o apetite além de atraso no desenvolvimento cognitivo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). A desnutrição por carência de caloria e proteína é a forma mais letal da má nutrição. É correto afirmar que estudos têm constatado uma redução na prevalência de desnutrição, porém é relevante ainda, a existência de casos no país (MINISTÉRIO DA SAÚDE / IBGE, 2006). Kuranishi et al (2001), por exemplo, em Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 16 estudo realizado no município de Maringá (PR) revelou que 10,21% dos préescolares avaliados se encontravam com risco para desnutrição (crônica), apresentando baixa estatura para idade e Castro (2005), encontrou em seu estudo a prevalência de 27,6% de risco para desnutrição entre pré-escolares de Minas Gerais, para o índice peso-para-idade. É crescente o número de crianças com excesso de peso nas últimas décadas, apresentando-se como uma epidemia global. No Brasil, o número de crianças obesas não atinge proporções tão elevadas quando comparado a países desenvolvidos, mas em função do crescimento do sedentarismo e hábitos alimentares inadequados, estamos sujeitos ao crescimento da população infantil obesa e por conseqüência, uma população adulta sofrendo com doenças crônicas (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). Outro aspecto que deve ser observado em relação à obesidade infantil é a sua relação com os custos e implicações para os serviços de saúde e para a sociedade, outro aspecto relevante são os gastos gerados pelas conseqüências metabólicas oriundos do excesso de peso (SOTELO; COLUGNATI; TADDEI, 2004). A importância de pesquisas sobre o estado nutricional de pré-escolares, se justifica, pelas crescentes taxas observadas de excesso de peso encontrado nesta faixa etária, em diversos estudos atuais, tanto em nível Nacional quanto do Estado de Santa Catarina. A facilidade de detecção precoce deste problema nutricional possibilita a implementação de medidas intervencionistas e de prevenção no combate a aos distúrbios nutricionais na infância (BARRETO; BRASIL; MARANHÃO, 2007). Dessa forma, a detecção precoce de crianças com distúrbios nutricionais, associado com a tomada de medidas para controlar este problema, faz com que o prognóstico seja mais favorável em longo prazo (SOTELO; COLUGNATI; TADDEI, 2004). Portanto espera-se que os resultados desta investigação sirvam como orientação para as possíveis medidas adotadas pelo programa de alimentação escolar do município de Içara (SC), visando à melhoria dos hábitos alimentares e do estado nutricional dos pré-escolares que freqüentam a rede pública de ensino e, que possam gerar dados e informações que possibilitarão estudos comparativos entre os municípios do Estado de Santa Catarina e regiões do Brasil. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 17 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Avaliar o estado nutricional de pré-escolares de dois a cinco anos de idade que freqüentam o ensino público do município de Içara (SC), no ano de 2009. 3.2 Objetivos específicos a) Traçar o perfil socioeconômico das famílias dos alunos; b) Avaliar o estado nutricional dos pré-escolares matriculados nos Centros de Educação Infantil da rede pública de ensino do município de Içara/ SC; c) Descrever associações entre o estado nutricional dos alunos com as variáveis: renda per capita e escolaridade materna; Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 18 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1 Características do pré-escolar e consumo alimentar Conforme Martins (2008) a fase pré-escolar compreende a idade entre 2 a 6 anos, que caracteriza-se pelo redução do ritmo de crescimento e a redução da velocidade de ganho de peso e estatura, levando conseqüentemente a uma diminuição do apetite. A criança passa a desenvolver novas habilidades psicomotoras, permitindo maior liberdade, a fim de explorar as descobertas do ambiente que a rodeia, expressando também aceitação ou recusa pelos alimentos. Há amadurecimento da linguagem e das habilidades sociais relacionados à alimentação, a criança desenvolve os sentidos e diversifica os sabores, formando preferências alimentares (VITOLO, 2003). A saúde e nutrição estão intimamente relacionadas na infância. A prática de uma dieta balanceada favorece níveis ideais de saúde, crescimento e desenvolvimento infantil, atuando diretamente na melhora do nível intelectual, reduzindo os transtornos de aprendizagem, causado por deficiências nutricionais (ANCONA LOPEZ; BRASIL, 2004). Os elementos fundamentais à nutrição como proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas, sais minerais e água, devem cobrir as necessidades de energia e recomendações nutricionais para a alimentação na infância (CARDOSO; LOPES; TADDEI, 2006). Desde a infância, a alimentação é o foco das interações sociais. As escolhas alimentares possuem influência da cultura, de crenças, do convívio com amigos, onde a família exerce o papel principal de modelo para o hábito alimentar da criança. Os hábitos alimentares adquiridos na infância tendem a ser solidificados na idade adulta, sendo importante estimular a formação de hábitos saudáveis o mais precocemente possível (VITOLO, 2003). As preferências alimentares nesta fase, geralmente são de alimentos de alto valor energético e rico em carboidratos e gordura, pois possuem melhor palatabilidade (LOPES, BRASIL, 2004). No início da vida, todo o ser humano possui Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 19 preferência inata pelo sabor doce, sendo o sabor azedo e amargo rejeitado e o salgado, indiferente. É comum a neofobia alimentar nesta idade, sendo necessárias várias exposições ao novo alimento, para que ocorra a sua aceitação (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). Comparando a quantidade de energia necessária para o primeiro ano de vida, os pré-escolares necessitam de menos energia para suprir os seus requerimentos energéticos diários. O apetite da criança torna-se irregular neste período, gerando flutuações de um dia alimentar para o outro, às vezes, até de uma refeição para outra (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). Uma alimentação deficiente comprometerá a saúde de uma criança pela diminuição da capacidade de resistir a doenças e infecções. O estado nutricional infantil possui papel fundamental para que seu crescimento pôndero estatural e intelectual sejam progressivo e para que possa desenvolver suas aptidões psicomotoras e sociais (VITOLO, 2003). Os níveis ideais de saúde, de crescimento e desenvolvimento intelectual, são estabelecidos através de uma alimentação balanceada, que deve ser praticada desde criança, de forma que possa atuar na melhoria do nível educativo, reduzindo assim, o risco de doenças relacionadas à alimentação que porventura, possam comprometer o aprendizado, como as carências nutricionais, que levam à desnutrição e a anemia. O hábito alimentar adequado praticado desde a infância, previne ainda a obesidade e reduz o risco de desenvolvimento de distúrbios alimentares (ANCONA LOPEZ; BRASIL, 2004). 4.2 Estado Nutricional O estado nutricional adequado é definido como a conseqüência do equilíbrio entre a ingestão de nutrientes e o gasto energético do organismo para cumprir as necessidades nutricionais. Este pode servir como um indicador do estado de saúde de um indivíduo, revelando também a aptidão do corpo em absorver e metabolizar os nutrientes provenientes da alimentação (ENGSTRON, 2002). Podem-se encontrar três tipos de manifestação orgânica do estado nutricional. A primeira é a eutrofia, que está relacionada à adequação nutricional, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 20 estado onde se encontra o equilíbrio entre o consumo e as necessidades nutricionais. O segundo estado é gerado por carências nutricionais, representado pela desnutrição (ou risco de desnutrição), ocorre pela escassez quantitativa e/ou qualitativa de nutrientes. E, por fim, os distúrbios nutricionais gerados pelo consumo excessivo de nutrientes quando comparado às necessidades nutricionais, sendo classificado como sobrepeso e/ou obesidade (FAGUNDES et al., 2004). O estado nutricional de uma criança é importante porque possui papel fundamental para que seu crescimento seja progressivo e para que desenvolva suas aptidões psicomotoras e sociais e ainda, exerce influência na redução dos riscos de morbi-mortalidade (CASTRO et al., 2005). Os indicadores socioeconômicos representam como um dos mais importantes fatores associados com o estado nutricional de crianças, sendo considerados determinantes básicos para a desnutrição, conforme o Fundo das Nações Unidas para a Infância (1998). Entre esses indicadores estão à renda familiar, que dependendo, pode ou não, oferecer a disponibilidade de alimentos, uma qualidade ao ambiente de vivência e acesso a serviços básicos de saneamento e de assistência à saúde. O maior nível educacional dos membros das famílias, também influencia indiretamente no estado nutricional, pois oferece melhor oportunidade de emprego e um nível salarial mais abastado. Em especial utiliza-se a escolaridade materna para associar com o estado nutricional das crianças, pois o maior grau de instrução da mãe possibilidade uma melhor compreensão da causa das doenças infantis, maior eficiência nos cuidados higiênicos e maior freqüência de utilização dos serviços de saúde públicos. Além disso, existem outros fatores relacionados à saúde da criança, como o peso ao nascer e freqüência de doenças na infância (diarréia e infecções) (BARROSO; SICHIERI; SALLES-COSTA, 2008). Porém, a melhor escolaridade da mãe, possibilita que esta trabalhe fora do lar, dificultando o gerenciamento dos cuidados adequados com a criança. Mesmo sendo informadas sobre as práticas saudáveis de alimentação, alegam falta de tempo. Assim, muitas famílias são influenciadas pela característica alimentação contemporânea, onde o cuidador não possui tempo para o preparo e consumo dos alimentos, havendo assim, preferência por alimentos pré-processados e de fácil preparo (DIEZ GARCIA, 2003). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 21 Castro et al (2005), associaram em sua pesquisa o nível de escolaridade das mães com o melhor estado nutricional de pré-escolares e, baixa freqüência de anemia observada em relação às outras crianças. Afirmando que o saber ler e escrever da mãe favorece a transferência de conhecimentos do meio social para o ambiente familiar. A POF 2002/2003 confirma estreita relação entre o estado nutricional e renda, demonstrando associação entre o excesso de peso e o maior nível econômico, provavelmente, ligado ao maior acesso das crianças com melhor poder aquisitivo a alimentos hipercalóricos e outras vantagens da vida moderna, como locomoção por meio de carros, videogames, computadores, etc, bem como ao acesso a bens e serviços básicos. Outros estudos vêm demonstrando a prevalência de desnutrição com baixa renda per capita. Fisberg, Marchioni e Cardoso (2004) encontraram maior déficit nutricional em crianças de famílias com renda familiar per capita inferior a 1 SM. Vários estudos reafirmação a associação da desnutrição e baixa renda devido a uma dieta inadequada, baixa escolaridade materna, precárias condições de habitação e saneamento e, famílias numerosas (FISBERG; MARCHIONI; CARDOSO, 2004). 4.3 Métodos antropométricos e avaliação do estado nutricional O método antropométrico é o meio preconizado para a vigilância do estado nutricional, sendo um procedimento de avaliação das variáveis físicas e na composição corporal. Através do método antropométrico é possível realizar a avaliação do peso e da estatura, além de outras medidas do corpo, representando também a taxa de crescimento e desenvolvimento de crianças. Este método possui vantagens como ser simples, barato, pouco invasivo e ainda, de fácil aplicação e padronização (FAGUNDES et al., 2004). O peso corporal é o resultado da somatória dos diversos tecidos do corpo, como órgãos e estrutura que compõe o organismo. O termo “estatura” compreende o Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 22 comprimento de um indivíduo, medido quando deitado e altura compreende um indivíduo medido em pé (LOPES; JUNIOR, 2007). No Brasil, dados da POF 2002/2003 (Ministério da Saúde/IBGE), apontam para uma piora da altura mediana entre crianças menores de 5 anos, sendo que o desvio para menos nas medidas de altura ocorreu com mais intensidade nos três primeiros anos de vida, mesmo os especialistas afirmando que houve um crescimento nas pesquisas sobre saúde infantil. Porém, a explicação sugerida para tal fato, seria a imprecisão dos instrumentos de coleta utilizados. O Ministério da Saúde (2008) adotou alguns índices e parâmetros para a avaliação do diagnóstico nutricional de crianças, sendo estes o peso por idade (P/I), estatura por idade (E/I), peso por estatura (P/E) e IMC por idade. Os índices são obtidos pela combinação de duas ou mais variáveis antropométricas, que quando utilizada isoladamente não fornece um diagnóstico, sendo importante para agrupar e interpretar medidas (FAGUNDES et al., 2004). O peso por idade (P/I), é utilizado para o acompanhamento do crescimento infantil, expressado pela massa corporal para a idade cronológica (FAGUNDES et al., 2004). O P/I registrado pelo POF 2002/2003 das crianças brasileiras menores de 5 anos é de 7%, sendo considerado uma prevalência relativamente baixa de déficit ponderal. Para a prevalência peso para idade em regiões geográficas, foram registradas elevadas prevalências nas regiões rurais da Região Norte, sendo de 14,9% para menores de 5 anos, configurando prevalência moderada de desnutrição. A estatura por idade (E/I) expressa o crescimento linear da criança em relação à idade, sendo considerado o indicador mais sensível para verificar a qualidade de vida de uma população. Quando a criança expressa déficit de estatura para este índice, revela retardo do crescimento linear, indicando, portanto, desnutrição de longa duração (ou crônica) decorrente da deficiência de macro ou micronutrientes, como a Vitamina A que participa do processo de excreção do hormônio de crescimento (POF 2002/2003). O peso por estatura (P/E), que se refere ao peso corporal comparado à estatura é muito utilizado para o diagnóstico de excesso de peso, porém, carecendo ainda de medidas complementares para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade (FAGUNDES et al., 2004). Quando a criança apresenta déficit de peso para estatura, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 23 revela uma deficiência recente de energia, representando assim, desnutrição aguda, por catabolismo de tecidos corporais (POF 2002/2003). Para a interpretação dos índices antropométricos, o Ministério da Saúde adotou a classificação por percentil, sendo esta uma medida estatística, originada da divisão de uma série de observações em cem partes iguais, onde cada ponto desta divisão corresponde a um percentil (FAGUNDES et al., 2004). Para a análise do estado nutricional é adotado como medida de referência à nova tabela do Ministério da Saúde (2008), que utiliza os valores estabelecidos pela WHO (2006). Conforme os Protocolos do SISVAN (2008), uma criança com a classificação de peso elevado para a idade pode, porventura, ter problemas de crescimento, por este motivo, os melhores índices para avaliar o excesso de peso é o IMC para idade ou o peso para estatura. Porém, o índice antropométrico mais recomendado pelo SISVAN é o IMC para idade para avaliar o excesso de peso na criança, pois a associação entre peso e altura ao quadrado é mais sensível para indicar risco à saúde do que com a medida da altura isolada (peso para estatura) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). 4.4 Transição nutricional Até o final do século XIX, os principais problemas de saúde pública eram a fome endêmica e as doenças infecciosas, sendo responsáveis por elevadas taxas de mortalidade infantil e pela baixa expectativa de vida das populações (BUCHALLA; WALDMAN; LAURENTI, 2003). A melhora nas condições de nutrição, a ampliação do saneamento urbano, a cobertura de serviços médicos, o acréscimo do grau de escolaridade, entre outros fatores, resultou na queda da mortalidade por doenças infecciosas, especialmente no grupo infantil no decorrer do século XX (PIGNATTI, 2004). As mudanças seculares no padrão nutricional são resultantes das modificações na estrutura da dieta da população, correlacionadas com as alterações socioeconômicas, demográficas e relacionadas à saúde, caracterizando o conceito de transição nutricional (MONTEIRO, 2000). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 24 Uma dieta adequada em quantidade e qualidade proporciona nutriente e energia necessários para o bom funcionamento do organismo e manutenção de um estado de saúde adequado. Da mesma forma, é possível verificar prejuízos decorrentes de o consumo alimentar insuficiente, representado pelas deficiências nutricionais, e do consumo excessivo de alimentos, demonstrados pela obesidade (MONDINI, MONTEIRO, 1994). A redução na prevalência de desnutrição entre menores de cinco anos é um dos aspectos apresentados pela comparação dos estudos realizados nas últimas duas décadas em nível nacional e microrregional (Estudo Nacional de Despesas Familiares - ENDEF, 1974/1975; Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição - PNSN, 1989, POF/ 2002-2003) (BATISTA FILHO, RISSIN, 2003). No Brasil, uma das características acentuadas do processo de transição nutricional é o antagonismo entre a desnutrição e a obesidade. A diminuição da ocorrência de desnutrição entre crianças e adultos vem acontecendo em um ritmo aumentado, sendo substituído pelo acréscimo da prevalência de sobrepeso e obesidade. Concomitante ao declínio da ocorrência de desnutrição, observa-se através da projeção de pesquisas realizadas nos últimos trinta anos o aumenta da prevalência de sobrepeso e obesidade na população brasileira, sendo apresentada de forma claramente epidêmica (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003). São vários os aspectos encontrados para definir a transição nutricional que está acontecendo neste século. Porém dados comuns nos levam, como principal fator, a mudança dos padrões nutricionais resultantes da tendência à industrialização, implantação de indústrias de alimentos, que ampliou e diversificou a oferta de alimentos industrializados, aliado ao sedentarismo. Isso repercutiu em mudança no padrão alimentar e de vida das sociedades ocidentais. Os alimentos industrializados possuem uma maior densidade energética, são ricos em gordura saturada, açúcares e em sua maioria são refinados, possuindo reduzida quantidade de fibras e carboidrato complexo quando comparado aos alimentos nãoprocessados. Este tipo de alimentação é usualmente caracterizado como “dieta ocidental”, que associada à diminuição progressiva da prática de atividade física por parte dos indivíduos, resulta no aumento da composição corporal, refletindo nas altas taxas de prevalência da obesidade (OLIVEIRA, 2004). Além disso, pode-se destacar a crescente participação da mulher no mercado de trabalho, o que reduz o tempo disponível para o cuidado com a Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 25 alimentação da família, optando-se por alimentos pré-processados e de fácil preparo (TUMA et al., 2005). A partir dessas mudanças, as doenças crônicas não transmissíveis, como, por exemplo, obesidade, hipertensão e diabetes, são cada vez mais comuns entre a população brasileira, inclusive entre as crianças e adolescentes (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003). 4.5 Desnutrição energético-protéica A desnutrição energético-protéica (DEP) é caracterizada pela carência de nutrientes no organismo, causado principalmente, pelo consumo insuficiente. Os nutrientes são necessários para o adequado funcionamento vital. Essa carência nutricional pode produzir graves seqüelas que comprometem o futuro normal das crianças, quando não tratadas, podem levar a morte (FAGUNDES, 2004). Existe uma associação entre casos de desnutrição precoce e grave com aumento da mortalidade e ainda, com o comprometimento do desenvolvimento cognitivo e motor, atraso escolar e redução da capacidade de trabalho na vida adulta (ANCONA LOPEZ; CAMPOS JUNIOR; 2007). A desnutrição é classificada em causa primária, quando ocorre pela falta de alimentos ou oferta alimentar insuficiente em energia e nutrientes (micro e macro) e em causa secundária, devido ao inadequado aproveitamento funcional e biológico dos nutrientes pelo organismo, ou elevação do gasto energético associado a alguma doença de base (ANCONA LOPEZ; CAMPOS JUNIOR; 2007). O quadro típico da DEP, quando leve e moderada, são as alterações de crescimento, visíveis através da desaceleração da curva de crescimento e redução do tecido adiposo, anemia leve e moderada, ressecamento de pele e cabelo e alterações de desenvolvimento psicomotor (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). Os sinais clínicos decorrentes da desnutrição energético-protéica acompanham a privação nutricional imposta ao organismo. Por exemplo, pele seca, xeroftalmia e cegueira ocorrem com a deficiência de vitamina A. Alterações ósseas, hipotonia e neuropatia periférica, são resultantes da carência da vitamina D e E. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 26 Escorbuto e sangramentos resultam da deficiência de vitamina C, entre outros (CARDOSO; LOPES; TADDEI, 2006). Crianças com desnutrição grave, estão seriamente doentes, frequentemente, ocorre anorexia e infecções de repetição, podendo seguir com presença de marasmo ou kwashiorkor. O kwashiorkor caracteriza-se pela presença de edema, atribuída pela deficiência protéica grave, que levaria a uma baixa concentração de albumina sérica (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). O marasmo é a forma de desnutrição mais prevalente em nosso meio, onde o emagrecimento é intenso, deixando a criança com aspecto envelhecido, sendo este reflexo da perda de tecido celular subcutâneo e muscular, sendo que o comportamento mais freqüente é apático (ANCONA LOPEZ; BRASIL, 2004). A desnutrição em algumas regiões do Brasil ainda está sendo considerado um importante problema de saúde pública, principalmente entre crianças menores de 5 anos, sendo que na Região Norte do país a desnutrição infantil alcança maior magnitude (CAVALCANTE et al., 2006). Em países do Terceiro Mundo a desnutrição é uma doença comum, onde 25% das crianças podem ser afetadas, sendo um dos principais fatores das altas taxas de mortalidade, entre crianças menores de 5 anos (CARDOSO; LOPES; TADDEI, 2006). Dados obtidos por inquéritos nacionais antropométricos, Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (Ministério da Saúde/IBGE), revelaram melhoras nas taxas de DEP, sendo marcantes nas regiões mais desenvolvidas. No Sudeste, a queda da prevalência de desnutrição em menores de 5 anos foi de 11,7% (1974) para 2,0% (1996), enquanto para a região Nordeste tais taxas reduziram de 27% para 8,3%. No último POF realizado em 2002/2003, obteu-se como resultado prevalência moderada de desnutrição, sendo de 11% para crianças menores de 5 anos das áreas rurais da Região Norte, confirmando que esta é a região do país onde o problema de desnutrição alcançou maior magnitude. A prevalência de desnutrição esta associada com a baixa renda econômica nesta região. Conforme o informativo da Organização Pan-Americana da Saúde, em 1995 a desnutrição foi responsável por metade do número de mortes entre crianças menores de cinco anos no mundo. No mesmo na mais de 200 milhões de crianças tiveram seu crescimento prejudicado devido à má nutrição. Estas crianças têm maior Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 27 probabilidade de apresentar baixo desenvolvimento cognitivo, sofrer danos neurológicos e possuem menor resistência a doenças, sendo que, na idade adulta apresentam maiores riscos de desenvolverem doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, colesterol elevado e problemas (OPAS/OMS, 2000). Ferreira (2006) em estudo envolvendo população rural e urbana (do Estado de Alagoas) encontrou alta prevalência de déficit estatural entre crianças de baixa renda e, obesidade entre a população adulta da mesma localidade. Os dados encontrados, associados ao estudo do consumo alimentar e morbidade, apresentaram um resultado intrigante, que colabora com a teoria de que a desnutrição no início da vida aumenta a suscetibilidade de doenças crônicas não transmissíveis na idade adulta. Em detrimento da significativa redução da prevalência da DEP tem o aumento nas taxas do sobrepeso e obesidade, que marca o fenômeno da “transição nutricional”, como foi dito anteriormente. 4.6 Obesidade Infantil A obesidade é uma doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial que resulta no balanço energético positivo. É definido como o acúmulo excessivo de gordura. Em geral ocorrem pela associação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais, trazendo frequentemente, prejuízos à saúde (ANCONA LOPEZ; CAMPOS JUNIOR, 2007). No Brasil, a Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares 2002/2003 evidenciou que há 10,5 milhões de adultos obesos. Nos últimos 15 anos houve um aumento de 3,1 para 8,2% na prevalência de obesidade no sexo masculino. No sexo feminino esta prevalência subiu de 5,9 para 13,3% nas regiões brasileiras. Estima-se que atualmente existam no mundo, cerca de 250 milhões de adultos obesos e cerca de 1 bilhão de pessoas com sobrepeso ou obesidade (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). Nas últimas décadas, a obesidade tem se apresentado como uma epidemia global também em crianças. Nos EUA, o tema vem sendo estudado exaustivamente, em detrimento do crescente e assustador número de crianças Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 28 obesas, chegando a atingir de 25 a 30% das crianças na pré-puberdade (CARDOSO; LOPES; TADDEI, 2006). Relatos da Organização Mundial da Saúde apontam ao crescimento da obesidade infantil em torno de 10 a 40% em países da Europa na ultima década. A obesidade ocorre com maior freqüência nos primeiros anos de vida, depois entre 5 e 6 anos e na adolescência (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). O número de crianças obesas no Brasil não atinge proporções tão elevadas, se comparadas com países desenvolvidos, porém, em função do aumento do sedentarismo e hábitos alimentares inadequados, estamos sujeitos ao crescimento da população infantil obesa e por conseqüência, uma população adulta sofrendo com doenças crônicas (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). Vários estudos realizados no Estado de Santa Catarina vêm demonstrando a prevalência de excesso de peso entre crianças. Um estudo realizado em Florianópolis (SC) com 419 escolares de ensino público, revelou uma elevada prevalência de excesso de peso em crianças do sexo masculino, sendo de 17,9% para sobrepeso e 6,7% para obesidade (SOAR et al.,2004). Corso, Viteritte e Peres (2004) realizaram um estudo neste mesmo município com 638 crianças préescolares e, observaram uma porcentagem significativa de sobrepeso (8,6%), mostrando-se superior a encontrada em estudos internacionais e algumas pesquisas nacionais com a mesma faixa etária. A pesquisa revelou também uma associação de sobrepeso com crianças do sexo feminino que residiam em áreas não carentes. Uma pesquisa realizada em uma creche municipal do Bairro Boa Vista do município de Criciúma (SC), analisou 141 crianças com faixa etária de zero a cinco anos. O estudo revelou que para o índice peso/idade, 18,4% das crianças apresentou sobrepeso e 41,1% para o índice peso/altura (FAGUNDES, 2004). Estudos transversais com crianças com excesso de peso demonstraram uma associação com maior risco para doenças cardiovasculares e respiratórias, ainda afecções ortopédicas e problemas endócrinos, além de uma baixa auto-estima. A persistência da obesidade e o sobrepeso na infância estão fortemente associados com sua permanência na vida adulta, podendo favorecer ao desenvolvimento de problemas mecânicos, metabólicos e inflamatórios. Os estudos de coorte em crianças comprovam maiores riscos de permanecerem com excesso de peso na vida adulta, e de desenvolverem hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo II, dislipidemia, doenças cardiovasculares, aterosclerose, disfunção hepática e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 29 outras co-morbidades. No caso de desenvolvimento de gordura visceral (no tronco), os distúrbios metabólicos são mais evidentes, como a hipertrigliceridemia, baixos níveis de HDL, intolerância a glicose, hipertensão, que surgem cada vez mais precocemente (CARDOSO; LOPES; TADDEI, 2006). O excesso de peso aparece nas diferentes classes econômicas, porém, ocorre em maior escala nas classes com renda mais favorecidas. O alto poder aquisitivo possui influência no desenvolvimento da obesidade por meio dos hábitos modernos, resultantes de padrões de comportamento que afetam a ingestão calórica e o gasto energético. Porém, também é observado em países em desenvolvimento, relação entre obesidade e baixa classe socioeconômica, onde se torna restrito o acesso a alimentos saudáveis, como carnes, peixes, vegetais e frutas frescas e compra de alimentos mais baratos de alta densidade energética (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Vários estudos têm associado às condições socioeconômicas mais desfavoráveis com a maior prevalência de excesso de peso. Strauss e Knight (1999 apud TORRES; ALVES, 2007) demonstraram em seu estudo maior risco para obesidade em crianças de baixa renda. Darmon e colaboradores (2003 apud TORRES; ALVES, 2007) sugerem em seu estudo associação entre baixa renda e obesidade, onde constatou que as famílias de baixa renda fazem uma seleção de alimentos de baixo custo que possuem uma densidade energética maior. A diminuição das dietas energeticamente densas, mudanças do hábito sedentário e aumento da atividade física têm sido considerados como as principais intervenções no controle de crianças com excesso de peso (TORRES; ALVES, 2007). Portanto, deve-se prevenir a obesidade infantil com medidas adequadas de prescrição dietética na infância, de preferência desde o nascimento, através de programas de educação que possam ser aplicados no nível de atenção primária da saúde e, nas escolas o trabalho de educação nutricional deve ser realizado, além do aumento da atividade física. A alimentação escolar deve além de atender às necessidades nutricionais, ser um agente formador de hábitos alimentares saudáveis (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 30 4.7 Manutenção da obesidade na vida adulta Existem muitas controvérsias em relação à manutenção da obesidade infantil na vida adulta. Ancona Lopez, Brasil (2004) afirmam em sua obra que o risco de uma criança obesa se tornar um adulto obeso aumenta acentuadamente conforme a idade, dentro da própria infância. Assim quanto mais idade tem uma criança obesa, maior probabilidade esta terá de se tornar um adulto obeso. Acreditase que isto ocorra devido a grande capacidade de hiperplasia das células gordurosas na infância tardia e, ainda na adolescência, o número de adipócitos pode aumentar de 3 a 5 vezes (CARDOSO; LOPES; TADDEI, 2006). Um estudo de coorte realizado com 5.362 crianças britânicas, na Inglaterra, revelou que 40% das crianças obesas avaliadas aos 11 anos, continuaram a ser obesas aos 26 anos de idade e, 50% dos que estavam obesos aos 15 anos continuaram o sendo, confirmando uma relação entre o grau da obesidade e a idade da criança. Concluindo que quanto maior o grau da obesidade maior é o risco relativo e, este risco aumenta na adolescência (STARK et al., 1981 apud ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2005). No Brasil, um estudo realizado por Engstron e Anjos (1996) utilizando informações coletados pelo PNSN (Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, 1989), evidenciou que o risco de uma criança brasileira ter sobrepeso foi 3,19 vezes maior se a mãe também apresentava sobrepeso. Confirmando a hipótese de que a obesidade na infância é preditiva a obesidade na vida adulta. Serdula et al (1993, apud ENGSTRON; ANJOS, 1996) concluíram que crianças americanas consideradas obesas, apresentaram 2 a 6,5 vezes mais risco de se tornarem adultos obesos, principalmente, as crianças em graus mais extremos da obesidade e idade mais avançada, como os escolares. Essa associação deve enfatizar a urgência da necessidade da abordagem familiar para o excesso de peso, detectando precocemente crianças com tendência a obesidade. O tratamento da obesidade em crianças costuma ser negligenciado, tanto por parte da família como por parte dos profissionais da saúde, que acreditam em uma resolução espontânea para o problema. Porém, sabe-se que tratar adultos obesos torna-se mais difícil devido a associação com doenças relevantes de morbi- Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 31 mortalidade, cabendo assim, agir de forma preventiva, selecionando como alvo o público infantil que se apresentam no grupo de risco. 5. METODOLOGIA 5.1 Delineamento da pesquisa Este estudo caracteriza-se como sendo do tipo básico, descritivo, transversal e quantitativo. Conforme Oliveira (2002) o estudo descritivo é aquele que procura compreender aspectos vastos e gerais de um contexto social e as correlações entre variáveis, possibilitando através de análises, a identificação de distintas formas de fenômenos, sua classificação e ordenação. Segundo Appolinário (2004), o estudo descritivo limita-se a descrever o fenômeno observado. No desenvolvimento de pesquisas descritivas, a abordagem quantitativa é muito utilizada, onde procura quantificar dados, opiniões, nas formas de coleta de informações, através de aplicações de técnicas estatísticas, buscando classificar relações entre variáveis (OLIVEIRA, 2002). Os estudos transversais são aqueles que fornecem dados de prevalência sobre as condições de indivíduos examinados em um determinado momento (VAUGHAN; MORROW, 1992). Enfim, este estudo será constituído de levantamento de variáveis antropométricos e socioeconômico. 5.2 Local A pesquisa foi realizada na cidade de Içara, fundada no ano de 1961, localizada no Sul do estado de Santa Catarina, distante 192 km da capital Florianópolis (SC) e 296 km de Porto Alegre (RS). A cidade pertence à Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC). O município é conhecido Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 32 nacionalmente como a “Capital do Mel”, por ser um grande produtor deste alimento, chegando a produzir 600 toneladas por ano. A base da economia de Içara é a agricultura, ganhando destaque o cultivo de fumo e a produção de feijão. A econômica ainda, gira em torno da produção de produtos descartáveis, frita (matériaprima para cerâmica) e turismo. A cidade conta com duas praias, o Balneário Rincão que é o segundo maior balneário de Santa Catarina, que atrai na alta temporada cerca de 100.000 habitantes e o Balneário Barra Velha. Além disso, possui uma das maiores lagoas do Sul do Estado, a Lagoa dos Esteves (PREFEITURA MUNICIPAL DE IÇARA, 2008). Conforme dados do IBGE (2007), a cidade possui 54.107 habitantes e uma área de 293 km², sendo constituído por população urbana, rural e litorânea. Possuem aproximadamente 4.522 crianças com idade ente zero e quatro anos. 5.3 População A população envolveu alunos da educação infantil de ambos os sexos, matriculados em dez Centros de Educação Infantil de ensino público do município de Içara, durante o período de coleta de dados, com idade entre dois a cinco anos completos. 5.4 Amostra Os dez CEI’s que participaram da pesquisa foram selecionadas por conveniência e tempo para a realização da pesquisa, representando 29,4% dos 34 CEI’s presentes no município. 5.5 Critérios de inclusão e exclusão Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 33 Foram incluídas na pesquisa crianças de 2 a 5 anos de idade matriculadas nos CEI’s selecionados, que estavam presente no dia da coleta de dados e, cujos os pais ou responsáveis aceitaram, assinando o termo de consentimento e preenchendo o questionário socioeconômico. Foram excluídas da pesquisa as crianças com idade inferior a 24 meses e superior a 60 meses; os alunos que faltarem no dia da coleta dos dados; os alunos que recusarem realizar as medidas antropométricas e cujos pais não aceitarem a sua participam ou não assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice 3). 5.6 Instrumento de obtenção de dados Para a coleta dos dados antropométricos, foi utilizado uma balança e um estadiômetro, pertencentes aos CEI’s. Quando não havia estadiômetro, foi utilizada uma fita métrica inextensível, dividida em centímetros, fixada em parede lisa e sem rodapé. As crianças estavam sem calçado e com o mínimo de roupa. Os dados foram registrados em uma planilha (Apêndice 1) contendo o código do CEI, o código e nome do aluno, a data de nascimento, a idade em meses, peso, altura e os percentis do P/I, P/E, E/I e IMC por idade. Para coleta dos dados socioeconômicos foi utilizado um questionário (Apêndice 2). O questionário foi aplicado aos pais, sendo este composto por 6 questões, referentes a renda familiar, grau de escolaridade dos pais, número de pessoas que moram na casa, número de pessoas que trabalham , tipo de material utilizado para a construção da casa e se a casa onde residem é alugada, financiada, própria ou cedida. 5.7 Forma de obtenção de dados A coleta de dados foi realizada nos meses de março e abril do ano de 2009. Para a obtenção dos dados socioeconômicos, foi realizada reunião com os Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 34 pais, onde a pesquisadora os convidou a participar da pesquisa e aplicou o questionário após, esclarecido as informações e assinado o termo de consentimento. As variáveis de peso (Kg) e altura (cm) foram coletadas por estagiárias de Nutrição da Secretaria de Educação, treinadas para desempenhar tal tarefa. As crianças participantes estavam com roupas leves (uniforme da creche) e sem calçados. O nome e a data de nascimento foram fornecidos pelos professores dos CEI’s. A variável idade, calculada em meses, foi obtida pela diferença entre a data do exame antropométrico e a data de nascimento. 5.8 Forma de análise dos dados Foram avaliados os índices de peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E), estatura para idade (E/I) e IMC por idade conforme tabela da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006), adotada pelo Ministério da Saúde (2008). Os parâmetros de classificação foram utilizados os preconizados pelo Ministério da Saúde (MS-SISVAN, 2008). Para o índice peso para idade (P/I) será classificado como peso muito baixo para idade os valores menores que o percentil 0,1; peso baixo para a idade os valores maiores ou igual ao percentil 0,1 e menores que o percentil 3; peso adequado ou eutrófico maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 97; peso elevado para a idade maior ou igual ao percentil 97. Os pontos de corte para estatura por idade (E/I), será classificado como baixa estatura para idade o valor menor que o percentil 3 e, estatura adequada para a idade o valor maior ou igual ao percentil 3. Para o diagnóstico nutricional de peso para estatura (P/E), será classificado como peso baixo para a idade as crianças que estiverem abaixo do percentil 3, o valor maior ou igual ao percentil 3 e menor que 97, revela peso adequado e quando maior ou igual ao percentil 97 será classificado como peso elevado para a altura. O IMC será obtido através da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado. O resultado será analisado na tabela onde, o valor abaixo do percentil 3 é classificado como IMC baixo para a idade; quando maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 85 é considerado eutrófico; o valor maior ou igual ao percentil Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 35 85 e menor que 97 é classificado como sobrepeso e, IMC maior ou igual ao percentil 97 é considerado obesidade. Os dados de avaliação do estado nutricional juntamente com os dados socioeconômicos foram digitados em um banco de dados no programam Epi Data e analisados no software Epi Info versão 6. Os resultados obtidos foram apresentados em tabelas. 5.9 Aspectos éticos O presente estudo foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC de acordo com a resolução 196 de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) sob o protocolo nº 351/ 2008 (Anexo 1). Os pré-escolares participaram do estudo de maneira voluntária, com prévia autorização da direção da escola e também do seu responsável, antes de serem incluídos na pesquisa. 5.10 Limitações do estudo A coleta de dados não alcançou todas as instituições públicas do município e não houve coleta de dados instituições privadas de educação infantil, portanto, os resultados não representam uma totalidade. Não houve coleta de dados quando os pais não assinarem o termo de consentimento ou não aceitarem preencher o questionário socioeconômico e, de crianças que faltaram no dia da coleta dos dados antropométricos, isso impediu que a pesquisa atingisse todos os alunos matriculados. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 36 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1 Perfil socioeconômico O perfil socioeconômico foi obtido através da aplicação de um questionário aos pais e/ou responsáveis pelos alunos participantes da pesquisa. Conforme a tabela 1, apresentada a seguir, verificou-se que a maioria dos participantes, 100 (67,1%), reside em casa própria; 19 (12,8%) em casa alugada; 20 famílias (13,4%) residem em casa cedida; 9 (6%) em casa financiada e 1 (0,7%) não respondeu a questão. A respeito do tipo do material da casa onde residem, 89 (59,7%) responderam de alvenaria; 33 (22,1%) residem em casa de madeira e 27 (18,1%) residem em casa mista. Em relação ao número de pessoas que moram na casa, em ordem de predominância, verificou-se que o maior número das famílias é composto por três pessoas na casa (37,6%), representando 56 famílias. Oliveira (2004) em seu artigo sobre a transição nutricional, relacionou o excesso de peso com a redução do tamanho das famílias, devido a maior disponibilidade de alimento que se torna possível em uma família pequena. Em seguida, predominou as famílias compostas por quatro pessoas (34,2%), sendo 51 famílias; 24 (16,1%) famílias residem em cinco pessoas na casa; 8 (5,4%) afirmaram morar em seis pessoas; 6 (4%) alegam morar somente em duas; 3 (2%) famílias são compostas por sete pessoas e 1 (0,7%) família participante é composta por oito pessoas na mesma casa. Em relação à escolaridade do pai, constatou-se que o maior número dos pais participantes possui o ensino fundamental incompleto, sendo 38 pais, representados por 25,5% da população. Seguido de 37 (24,8%) que possuem o ensino médio completo; 18 participantes (12,1%) apresentam o ensino fundamental completo; 16 (10,7%) responderam ensino superior incompleto; 13 (8,7%) não responderam a esta questão; 12 (8,1%) possuem o ensino médio incompleto; 11 (7,4%) alegam ter o ensino superior completo e 4 (2,7%) participantes são analfabetos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 37 Tabela 1 – Distribuição das características socioeconômicas das famílias dos pré-escolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC). Variáveis Casa Própria Alugada Cedida Financiada Não responderam Tipo Alvenaria Madeira Mista Outro material Número de pessoas no domicílio 2 3 4 5 6 7 8 Escolaridade do Pai Analfabeto Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto Ensino médio completo Ensino superior incompleto Ensino superior completo Não responderam Escolaridade da Mãe Analfabeto Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto Ensino médio completo Ensino superior incompleto Ensino superior completo Não responderam Número de pessoas que trabalham 1 2 3 4 Não responderam Renda familiar Até 1 SM 1-3 SM 3-7 SM 7-10 SM >10 SM Não responderam Renda per capita ½ SM ½ - 1 SM >1 SM Fonte: Dados da pesquisa, 2009. n % Média DP 100 19 20 9 1 67,1 12,8 13,4 6 0,7 - - 89 33 27 0 59,7 22,1 18,1 0 - - - - 6 56 51 24 8 3 1 4,0 37,6 34,2 16,1 5,4 2,0 0,7 - - 4 38 18 12 37 16 11 13 2,7 25,5 12,1 8,1 24,8 10,7 7,4 8,7 - - 2 37 18 13 46 14 15 4 1,3 24,8 12,1 8,7 30,9 9,4 10,1 2,7 - - 58 78 9 3 1 38,9 52,3 6,0 2,0 0,7 - - 3 72 59 6 2 7 2,11 48,3 39,6 4,23 1,34 4,7 376,70 893,00 1.350,00 3.583,00 4.400,00 - ±66,4 ±235,3 ±389,6 ±435,5 ±141,4 - 28 72 42 18,8 48,3 28,2 171,2 306,04 677,00 ±34,5 ±70,5 ±210,1 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 38 Em relação à escolaridade das mães, verificou-se que 46 participantes (30,9%) possuem o ensino médio completo. Seguido de 37 (24,8%) que possuem o ensino fundamental incompleto. O ensino fundamental completo foi respondido na seqüência com valor de 12,1%, representando 18 participantes; 15 (10,1%) possuem o ensino superior completo; 14 (9,4%) ensino superior incompleto; 13 (8,7%) responderam ter o ensino médio incompleto; 4 (2,7%) não responderam à questão e 2 (1,3%) mães são analfabetas. No geral, constatou-se que o maior índice de analfabetismo foi encontrado entre os pais e a maior porcentagem de ensino superior completo entre as mães. A escolaridade predominante entre as mães foi o ensino médio completo, enquanto a dos pais foi o ensino fundamental incompleto. Isto demonstra que as mulheres desta pesquisa apresentam maior tempo de estudo, quando comparado, aos homens. Estudos demonstram que a maior proporção de crianças com desnutrição encontrase entre filhos de mães sem instrução (MAIA, 2006). Castro et al (2004) afirma que o maior grau de escolaridade materna é diretamente proporcional ao maior conhecimento das causas das doenças na infância, a melhores hábitos higiênicos com a criança e a melhor utilização dos serviços públicos de saúde. E a maior escolaridade paterna pode estar associada com a melhor disponibilidade de emprego bem remunerado e maior disponibilidade de alimentos no domicílio (SILVA et al, 2002). Em relação ao número de pessoas que trabalham na casa, predominou com 52,3% (n=78) o valor de duas pessoas. Jenovesi et al (2003) encontrou em seu estudo com 2.519 escolares, uma associação entre mães desempregadas com filhos mais ativos e consequentemente, eutróficos. O autor sugeriu que isso ocorra pelo fato de que mães que não trabalham fora passarem mais tempo com os filhos. E Simon, Souza e Souza (2009) encontraram em pesquisa com 566 pré-escolares de São Paulo, uma maior prevalência de excesso de peso (34,4%) entre as crianças cujas mães trabalham fora de casa, pela tendência de agradar a criança com alimentos altamente calóricos (balas, chocolates, biscoitos recheados, salgadinhos, etc) para compensar a ausência devido ao trabalho. Os valores encontrados de renda familiar variam em um intervalo de R$ 300,00 a R$ 4.500,00, com média de R$ 1.428,34 (± 799,00). Constatou-se que o maior número da população pesquisada recebe de 1 a 3 salários mínimos (48,3%), totalizando 72 famílias com média salarial de R$ 893,00 (± 235,3). Seguido de 39,6% Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 39 dos participantes (n=59) que recebem de 3 a 7 salários mínimos (SM) com média de R$ 1.350,00 (± 389,6). 4,7% (n=7) não responderam a essa questão. Na faixa de 7 a 10 SM, encontrou-se 4,23% dos participantes (n=6) com média salarial de R$ 3.583,00 (± 435,5). 2,11% (n=3) da população estudada recebe até 1 SM com média de R$ 376,70 (± 66,4) e 1,41% (n=2) recebem mais que 10 SM, sendo a média de R$4.400,00 (± 141,4). A importância do nível da renda como determinante das condições de saúde se explica pela vasta influência que esta oferece na possibilidade de adquirir e utilizar bens ou serviços primordiais à manutenção da condição adequada de saúde, como alimentação, moradia com boas condições de saneamento e higiene, vestuário, entre outros (CASTRO et al, 2005). A renda per capita apresentou um intervalo de R$ 100,00 a R$ 1.500,00, com média de R$ 376,90 (± 208,90). Constatou-se que 18,8% (n=28) das famílias, vivem na chamada “linha da pobreza”, ou seja, recebem até meio salário mínimo (½ SM) por pessoa na casa, sendo a média per capita R$ 171,20 (± 34,5). O grupo predominante, foi das famílias que recebem de ½ SM até 1 SM por pessoa, representada por 48,3% (n=72), com média per capita de R$ 306,05 (± 70,5). E 28,2% (n=42) possuem renda per capita superior a 1 SM, sendo a média R$677 (± 210,1). 6.2 Avaliação do Estado Nutricional Participaram da pesquisa 10 Centros de Educação Infantil (CEI) da cidade de Içara, representando um total 29,4% dos 34 CEI’s existentes no município. Foram avaliadas 149 crianças, sendo 76 (51,0%) do sexo feminino e 73 (49,0%) do sexo masculino. As idades das crianças participantes da pesquisa variaram entre 24 a 60 meses. A idade média dos participantes foi de 47,5 meses (± 8,5). Foram divididos em três grupos de idade, conforme mostra tabela 2 abaixo, onde, a maioria representada por 76 crianças (51,0%) apresentou idade entre 48 a 60 meses, sendo 42 (57,5%) do sexo masculino e 34 (44,7%) do feminino. O grupo com idade entre 36 a 48 meses apresentou 53 (35,6%) crianças onde, 29 (38,2%) eram do sexo feminino e 24 (32,9%) do sexo masculino e 20 crianças (13,4%) constituíram o grupo Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 40 com idade entre 24 a 36 meses, sendo 13 (17,1%) do sexo feminino e 7 (9,6%) do masculino. Tabela 2: Distribuição da idade em meses dos pré-escolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC). Sexo Total Geral 24 – 36 36 – 48 48 – 60 n % n % n % n % Feminino 76 51,0 13 17,1 29 38,2 34 44,7 Masculino 73 49,0 7 9,6 24 32,9 42 57,5 Total 149 100 20 13,4 53 35,6 76 51,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2009. Por meio da tabela 3, apresentada a seguir, é possível visualizar os resultados encontrados da avaliação do estado nutricional dos pré-escolares participantes da pesquisa. Observou-se, no geral, que o estado nutricional predominante para todos os índices avaliados foi a eutrofia, ou seja, estão dentro dos padrões nutricionais esperados de crescimento e de peso para a idade. O percentual encontrado de eutrofia para o índice peso para idade (P/I) foi de 84,6% (n=126). Para o índice peso por estatura (P/E) foi de 77,9% (n=116). Para o índice estatura por idade (E/I) foi encontrado o valor de 98,0% (n=146) e 59,7% (n=89) de eutrofia para o índice de massa corporal (IMC). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 41 Tabela 3: Distribuição por sexo conforme estado nutricional dos pré-escolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC). Variáveis Sexo Sexo Total Feminino Masculino P/I n % n % n % Peso muito baixo para idade 1 1,3 0 0 1 0,7 2 2,6 1 1,4 3 2,0 65 85,5 61 83,6 126 84,6 8 10,5 11 15,1 19 12,8 5 6,6 3 4,1 8 5,4 59 77,6 57 78,1 116 77,9 12 15,8 13 17,8 25 16,8 1 1,3 2 2,7 3 2,0 75 98,7 71 97,3 146 98,0 10 13,2 3 4,1 13 8,7 45 59,2 44 60,3 89 59,7 8 10,5 12 16,4 20 13,4 13 17,1 14 19,2 27 18,1 (Percentil < 0,1) Peso baixo para idade (Percentil ≥ 0,1 - < 3) Peso adequado para idade (Percentil ≥ 3 - < 97) Peso elevado para idade (Percentil ≥ 97) P/E Peso baixo para estatura (Percentil < 3) Peso adequado para estatura (Percentil ≥ 3 - <97) Peso elevado para estatura (Percentil ≥ 97) E/I Baixa estatura para idade (Percentil < 3) Estatura adequada para idade (Percentil ≥ 3) IMC/Idade Baixo IMC para idade (Percentil < 3) IMC adequado ou eutrófico (Percentil ≥ 3 - < 85) Sobrepeso (Percentil ≥ 85 - <97) Obesidade (Percentil ≥ 97) Fonte: Dados da pesquisa, 2009. p valor= 0,00 O excesso de peso entre a população estudada apresentou-se elevado para todos os índices avaliados. Onde, 12,8% das crianças (n=19) apresentaram Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 42 peso elevado para a idade (P/I); 16,8% (n=25) da população estudada apresentaram peso elevado para estatura (P/E). Para o IMC, foi encontrado um valor alto de 18,1% (n=27) de crianças obesas, e 13,4% (n=20) de crianças com sobrepeso. O excesso de peso foi encontrado com maior freqüência no sexo masculino. Atualmente, é de conhecimento que crianças obesas têm mais propensão de serem adultos obesos. Segundo Mello, Luft e Meyer (2004) a obesidade na infância está relacionada a várias complicações, quanto mais tempo à criança se mantém obesa, maior é a possibilidade do desenvolvimento de complicações como hipertensão, problemas cardíacos, diabetes e outras, tornando-se cada vez mais precoce o desenvolvimento dessas doenças relacionadas à obesidade. Relatos da OMS expõem o crescimento da prevalência da obesidade infantil em torno de 10% a 40% nos últimos dez anos em países europeus. A obesidade ocorre mais frequentemente no primeiro ano de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência. Cristaldo e Costa (2006) em pesquisa realizada no estado do Paraná com 1483 crianças na faixa etária de 12 a 60 meses, encontraram 8,7% de excesso de peso para o índice P/I, sendo valor inferior quando comparado ao encontrado no presente estudo (12,8%). Castro et al (2005) em pesquisa realizada com 87 pré-escolares de 24 a 72 meses do município de Viçosa (MG), encontraram peso elevado em 5,7% para o índice P/I e 4,6% da população pesquisada para o índice P/E. Outra pesquisa, realizada com 126 pré-escolares do município de Coronel Fabriciano (MG), com faixa etária de 6 meses a 6 anos, apresentou o valor de 1,1% de peso elevado utilizando os mesmos índices (P/I e P/E) (SANTOS; CRUZ; GUIMARÃES, 2008). Corso et al (2004) encontrou um valor de 8,6% de peso elevado para o índice P/E, em estudo realizado com 638 crianças da pré-escola no município de Florianópolis (SC). Sendo, que o valor encontrado pelo presente estudo (16,8%) representa o dobro do percentual encontrado em pré-escolares da Capital. Tuma, Costa e Schmitz (2005) observaram 6,1% de peso elevado para estatura e 6,9% de peso elevado para a idade entre 230 crianças avaliadas da pré-escola no município de Brasília (DF), novamente representando um valor inferior ao encontrado pelo presente estudo. Biscegli et al (2007) em pesquisa com 113 pré-escolares de 6 a 60 meses do município de Catanduva (SP), obteve através do IMC, um percentual de 15,9% de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 43 obesidade, sendo freqüente no sexo feminino. O presente estudo apresentou valor superior (18,1%) sendo encontrado com maior freqüência no sexo masculino. Fagundes (2004) encontrou o valor de 18,4% de peso elevado e 41,1% de peso elevado para a estatura para a idade em pesquisa com 141 crianças de 0 a 5 anos de idade do município de Criciúma (SC), estes dados foram surpreendentes e revelam-se superior ao encontrado entre os pré-escolares participantes do presente estudo (12,8% e 16,8% respectivamente). Porém, deve-se considerar que o autor encontrou uma associação entre a freqüência de peso elevado para a idade com a freqüência de déficit de estatura. Portanto, os valores obtidos neste estudo demonstram uma incidência expressiva de peso elevado entre pré-escolares no município de Içara (SC). Foi verificado, conforme tabela 4, apresentada a seguir, que o maior número de crianças com peso elevado, é proveniente de famílias com renda per capita entre meio a um salário mínimo. E, conforme tabela 5, vemos que essas crianças com excesso de peso são filhos de mães com o ensino médio completo. O estado nutricional dos filhos pode ser influenciado pelo grau de escolaridade de suas mães, são vários os estudos que apresentam relações entre estas variáveis. Jenovesi et al (2003), encontrou em sua pesquisa realizada no estado de São Paulo com 2.519 crianças, uma relação entre as mães com mais escolaridade e filhos mais ativos (eutróficos). As explicações para tal achado seriam de que mães com mais escolaridade, estimulariam a prática física pelos filhos ou por terem mais condições financeiras de oferecer ambiente para tal prática. Campagnolo, Vitolo e Gama (2008) demonstraram em estudo no Rio Grande do Sul, uma associação entre o maior grau de escolaridade das mães com maior adiposidade abdominal entre adolescentes e hábito excessivo de assistir TV. Para os autores foi uma surpresa tal achado, uma vez que seria de esperar que mães com maior tempo de educação fossem mais conscientes dos prejuízos do sedentarismo, devido ao conhecimento sobre as conseqüências de tal prática e dos malefícios do excesso de peso. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 44 Tabela 4: Distribuição da renda per capita conforme estado nutricional dos préescolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público, Içara (SC). Índices < ½ SM ½ - 1 Sm 1- 2 SM > 2 SM P/I n % n % n % n % Peso muito baixo para idade 0 0,0 0 0,0 1 0,7 0 0,0 0 0,0 2 1,4 1 0,7 0 0,0 24 16,9 59 41,5 33 23,2 3 2,1 4 2,8 11 7,7 4 2,8 0 0,0 1 0,7 2 1,4 3 2,1 1 0,7 22 15,5 60 42,3 25 17,6 4 2,8 5 3,5 10 7,0 9 6,3 0 0,0 2 1,4 0 0,0 1 0,7 0 0,0 26 18,3 72 50,7 36 25,4 5 3,5 3 2,1 3 2,1 5 3,5 1 0,7 17 12,0 45 31,7 19 13,4 3 2,1 2 1,4 13 9,2 4 2,8 1 0,7 6 4,2 11 7,7 9 6,3 0 0,0 (Percentil < 0,1) Peso baixo para idade (Percentil ≥ 3) Peso adequado para idade (Percentil ≥ 3 - < 97) Peso elevado para idade (Percentil ≥ 97) P/E Peso baixo para estatura (Percentil < 3) Peso adequado para estatura (Percentil ≥ 3 - <97) Peso elevado para estatura (Percentil ≥ 97) E/I Baixa estatura para idade (Percentil < 3) Estatura adequada para idade (Percentil ≥ 3) IMC/Idade Baixo IMC para idade (Percentil < 3) IMC adequado ou eutrófico (Percentil ≥ 3 - < 85) Sobrepeso (Percentil ≥ 85 - <97) Obesidade (Percentil ≥ 97) Fonte: Dados da pesquisa, 2009. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 45 Tabela 5: Distribuição do estado nutricional dos pré-escolares de 2 a 5 anos conforme escolaridade materna, Içara (SC). Índices Analf. Fundam. Médio Superior In Com In Com In Com n n n n n n n Peso muito baixo para idade 0 0 0 0 1 0 0 Peso baixo para idade 0 0 0 1 1 0 0 Peso adequado para idade 2 33 16 11 34 13 14 Peso elevado para idade 0 4 2 1 10 1 1 Peso baixo para estatura 1 0 1 1 2 1 1 Peso adequado para estatura 1 34 15 7 32 11 13 Peso elevado para estatura 0 3 2 5 12 2 1 Baixa estatura para idade 0 0 0 1 2 0 0 Estatura adequada para idade 2 37 18 12 44 14 15 Baixo IMC para idade 1 2 1 1 3 2 2 IMC adequado ou eutrófico 1 28 13 5 23 8 9 Sobrepeso 0 3 2 2 8 2 3 Obesidade 0 5 12 2 1 P/I 1 P/E E/I 2 3 IMC/Idade 4 4 1 2 2 3 4 Fonte: Dados da pesquisa, 2009. p valor = 0,81; =0,03; = 0,54; = 0,35. Marinho et al (2007) em pesquisa com 390 famílias realizada no Estado de São Paulo, encontrou associação entre déficit de estatura e baixa escolaridade materna (inferior a quatro anos). Alegaram no estudo que a educação materna é importante na nutrição dos filhos, pois a mulher é considerada como a principal provedora de alimentação da criança, sendo a mãe a principal mediadora entre a criança e o meio externo nos primeiros anos de vida. Reforçando assim, a idéia de que o conhecimento da mãe tem total influência no desenvolvimento do filho. Alguns autores alegam ainda, associação entre o maior nível de instrução materna com a maior possibilidade das mães trabalharem fora de casa. O fato das mães trabalharem fora de casa, pode levar ao desmame precoce, o que é um fator de risco para o sobrepeso e a obesidade, já que várias pesquisas afirmam que o aleitamento materno (exclusivo, por até seis meses ou mais) é um fator de proteção Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 46 para as crianças contra estes desvios nutricionais (CARVALHO, 2007; SIMON; SOUZA; SOUZA, 2009). Ao avaliar a presença de déficit de peso e altura na população de préescolares no presente estudo, constatou-se que para o índice P/I, 0,7% (n=1) apresentou muito baixo peso para idade (desnutrição grave) e 2,0% (n=3) peso baixo para idade (desnutrição leve), com incidência no sexo feminino. Verificou-se que a criança com desnutrição grave, possui renda per capita familiar próximo de dois salários mínimos. As crianças com desnutrição leve apresentam renda per capita entre meio a um salário mínimo. Foi encontrado baixo peso para estatura (desnutrição aguda) em 5,4% (n=8) dos participantes, sendo em maior número entre as meninas, com renda per capita familiar maior que um salário mínimo. Em sua maioria, as mães apresentam o ensino médio completo. Não havendo, portanto, relação entre baixa renda per capita e menor escolaridade materna com o déficit de peso para estatura. Para o índice E/I, verificou-se que 2,0% (n=3) das crianças apresentam baixa estatura para a idade (desnutrição crônica). Constatou-se maior incidência no sexo masculino. As famílias dessas crianças possuem, em sua maioria, renda per capita inferior a meio salário mínimo. E, em relação à escolaridade das mães dessas crianças, a maioria possui ensino médio completo. A pesquisa POF 2002/2003 encontrou relação entre meninos com déficit de estatura e menor rendimento per capita familiar. O presente estudo encontrou resultados semelhantes. Zollner e Fisberg (2006) também encontraram associação entre o déficit de estatura e renda per capita inferior a meio salário mínimo ao analisar 556 crianças de 4 a 84 meses em São Paulo. Tuma, Costa e Schmitz (2005) observaram déficit de estatura em 4,8% do número de 230 pré-escolares avaliadas no município de Brasília (DF) sendo superior ao encontrado no presente estudo (2,0%). Castro et al (2005) encontrou em sua pesquisa a presença de desnutrição crônica (baixa estatura por idade) em 3,5% dos 87 pré-escolares analisados. E, foram classificados como baixo IMC para idade 8,7% (n=13) dos préescolares, sendo encontrado com maior freqüência entre a população feminina. Conforme Ministério da Saúde (2008) existe uma margem esperada de incidência de déficits de peso de até 3%, demonstrando que os valores encontrados para o índice P/E (5,4%) e IMC (8,7%) no presente estudo, estão acima da referência. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 47 Observou-se ainda, no geral, que a média de renda per capita das crianças com déficit de peso no presente estudo é superior a um salário mínimo e, a média de escolaridade das mães é o segundo grau incompleto. A POF 2002/2003 confirmou a estreita associação entre a renda familiar e o estado nutricional das crianças, indicando que o problema da desnutrição infantil estava concentrado nas famílias com renda de até meio salário mínimo per capita, porém, essa associação não foi encontrada na presente pesquisa. Barreto, Brasil e Maranhão (2007) encontraram a presença de 3,2% de baixo IMC para a idade, em pesquisa realizada com 3.721 pré-escolares do município de Natal (RN), região Norte do país. No presente estudo encontrou-se um valor superior de 8,7% sendo, portanto, considerado um percentual elevado para crianças da região Sul do Brasil. Deve-se relevar que as crianças pesquisadas pelos autores eram matriculadas em instituições tanto públicas quanto privadas, o presente estudo, analisou somente crianças de instituições públicas. Fagundes (2004) em pesquisa com 141 crianças de zero a cinco anos de idade do município de Criciúma (SC), encontrou presença de déficit de crescimento (desnutrição crônica) em 7,1% das crianças para o índice E/I, sendo três vezes superior ao encontrado no presente estudo (2,0%). Para índice P/E encontrou 2,1% de déficit de peso para estatura, sendo que no presente estudo com pré-escolares do município de Içara foi encontrado o dobro do valor (5,4%). E para o índice P/I ambas as pesquisas encontraram valores semelhantes déficit de peso para idade, sendo 0,7%. Teixeira e Heller (2004) encontraram 11,23% de desnutrição crônica e 6,07% de desnutrição aguda entre 659 crianças do município de Juiz de Fora (MG). Esse resultado é superior ao encontrado no presente estudo, devendo-se levar em consideração que as crianças na pesquisa de Teixeira e Heller, habitavam em área de invasão, com más condições de vida e saneamento básico. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 48 CONSIDERAÇÕES FINAIS Participaram da pesquisa 149 crianças, 76 do sexo feminino e 73 do sexo masculino. Observou-se que a maioria das famílias reside em casa própria, de alvenaria, composta por três pessoas, onde duas trabalham fora de casa. Em relação à escolaridade dos pais, observou-se um maior índice de analfabetismo entre os homens e maior porcentagem de mães com ensino superior completo; o grau de escolaridade predominante entre as mães foi o ensino médio completo enquanto, que a dos pais foi o ensino fundamental incompleto. Constatou-se que o maior número das famílias vivem com renda entre 1 a 3 SM e renda per capita, entre ½ a 1 SM. O estado nutricional predominante entre os pré-escolares foi a eutrofia. O estudo evidenciou a existência de um grande número de crianças com peso baixo para a estatura (5,4%) e baixo IMC para a idade (8,7%), superior ao valor de referência preconizado pelo Ministério da Saúde (3%), encontrado com maior freqüência no sexo feminino, com renda per capita entre 1 a 2 SM, sendo o grau de escolaridade materna, o ensino médio completo; o estudo não encontrou associação entre baixa renda per capita e baixa escolaridade materna com déficit de peso, apresentada por diversos autores. Os resultados obtidos ainda revelam um número elevado de crianças com excesso de peso, superior a vários estudos realizados com esta faixa etária no país. Apresentou-se com maior freqüência em crianças do sexo masculino, provenientes de famílias com renda per capita entre ½ a 1 SM, cujas mães possuem o ensino médio incompleto. Enfim, os dados encontrados neste trabalho indicam que, mesmo em um município de pequeno porte, com uma pequena amostra é possível observar a progressiva redução de déficits nutricionais e o aumento na incidência de excesso de peso. Evidenciando nitidamente o processo de transição nutricional, reforçando assim, a preocupação com os distúrbios nutricionais infantis e suas conseqüências. Com isso, emerge mais uma vez, a necessidade da implementação dos programas de educação alimentar e nutricional direcionados ao público infantil. O PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) é um programa do governo que garante alimentação das crianças no período que estão nas escolas. É papel do profissional nutricionista vinculado ao programa realizar ações de avaliação do Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 49 estado nutricional para a vigilância de saúde infantil, porém, são muitas as atividades que devem ser efetuadas dentro do programa e, grande o número de instituições a serem atendidas para o pequeno número de profissionais contratados. O nutricionista é o profissional capacitado para atuar de maneira preventiva e intervencionista no combate a estes agravos nutricionais na infância, bem como em todas as circunstâncias que envolvam a relação entre o homem e o alimento. Reforça-se a criação ou implementação de ações de incentivo à adoção de estilo de vida e hábitos saudáveis, principalmente pelas creches, já que essas instituições oferecem parte da alimentação infantil, que estas ações atinjam também as famílias dessas crianças, pais e/ou responsáveis, uma vez que são nos primeiros anos de vida que são estabelecidas as preferências alimentares que, repercutem nas condições de saúde da criança até a sua vida adulta. Trabalhos como este, vêm acrescentar conhecimentos a cerca do estado de saúde das crianças de nossa região. Este tema é merecedor de atenção, pois o estado nutricional infantil reflete na saúde da população de amanhã e, o que temos visto é uma população sofrendo, cada dia mais, com doenças crônicas, resultantes dos maus hábitos de vida, principalmente, os hábitos alimentares errôneos. Faz-se relevante a necessidade da continuidade de pesquisas sobre este tema, em proporções maiores, para a obtenção de resultados mais fidedignos sobre a realidade desta situação em nossa localidade como nas demais regiões do país. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 50 REFERÊNCIAS ABRANTES, M.M.; LAMOUNIER, J.A.; COLOSIMO, E. A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste. Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria. p. 335-340. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-5572002000400014> Acesso em: 27/05/2009. ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E. M. A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 3º Reimpressão, 2005. 540 p. ANCONA LOPEZ, F.; CAMPOS JUNIOR, D. Tratado de pediatria. São Paulo: Manole, 2007. 2177 p. ______; BRASIL, A. L. D. Nutrição e dietética em clínica pediátrica. 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Aluno Nome do Aluno Data Nasc. Idade em Meses Peso Alt. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) P/E Índices P/I E/I IMC 59 APÊNDICE 2 - Questionário socioeconômico aplicado com os pais dos alunos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 60 Responda as perguntas abaixo 1. Quantas pessoas moram na casa? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 2. Quantas pessoas trabalham na casa? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 3. Qual a renda mensal da família (soma dos salários de todos que trabalham)? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 4. Assinale o seu grau de escolaridade: Analfabeto Ensino fundamental incompleto (Primeiro grau incompleto) Ensino fundamental completo (Primeiro grau completo) Ensino médio incompleto (Segundo grau incompleto) Ensino médio completo (Segundo grau incompleto) Superior incompleto Superior completo ( ) pai ( ) pai ( ) mãe ( ) mãe ( ) pai ( ) mãe ( ) pai ( ) mãe ( ) pai ( ) mãe ( ) pai ( ) pai ( ) mãe ( ) mãe 5. A casa onde os senhores residem é: ( )Alvenaria (tijolo) material ( )Madeira ( )Mista (madeira e tijolo) ( ) Outro 6. A casa onde os senhores residem é: ( )Própria ( )Alugada ( )Cedida ( )Financiada Obrigado por sua colaboração. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 61 APÊNDICE 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 62 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você sendo está convidado a representar o seu filho(a) em uma pesquisa. Após ser esclarecida as informações a seguir, no caso de aceitar a fazer parte do estudo, assine ao final deste documento. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA Título do projeto: Avaliação do estado nutricional de pré-escolares de 2 a 5 anos que freqüentam o ensino público do município de Içara / SC. Área: Saúde pública Nome do supervisor: Rita Suselaine Ribeiro Vieira Telefone: (48) 3433-6728 Nome da pesquisadora: Andréia Mendonça Telefone: (48) 3432-8726 / 99420052 Sua participação nesta pesquisa consistirá em permitir que os dados de peso e de altura de seu filho (a) sejam coletados pelos professores de educação física que trabalham na creche em que seu filho (a) está matriculado (a). O objetivo deste estudo é identificar o perfil do estado nutricional das crianças com idade entre dois e cinco anos que freqüentam o ensino público de nosso município. Se você aceitar a participar, será necessário responder algumas perguntas. Sua participação é voluntária. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento, não necessitando apresentar nenhuma justificativa, bastando, para isso, informar sua decisão a pesquisadora. Sua recusa não lhe trará nenhum prejuízo. Os dados obtidos serão confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participação durante todas as fases da pesquisa, inclusive após a publicação da mesma. Os dados não serão divulgados de forma a denegrir sua imagem, pois o objetivo principal é saber qual é o perfil nutricional dos pré-escolares de nosso município. O seu anonimato e de seu filho (a) serão preservado por questões éticas. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone do pesquisador para localizá-lo a qualquer tempo. Em caso de dúvidas, você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Extremo Sul Catarinense. A sua participação, neste estudo, não é obrigatória. DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu, ____________________________________________, responsável legal do menor ___________________________________________, concordo em representar voluntariamente a criança que participará desta pesquisa. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos e benefícios decorrentes da minha participação. Foime garantido que posso recusar a participação sem que isto leve a qualquer penalidade. Local e data: ________________________________________________ Assinatura do representante da criança Assinatura do pesquisador Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 63 ANEXO 1 – Folha de aprovação do Comitê de Ética Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)