texto MARÍLIA DOLCE
arte ANDRESSA COSTA
NO MEIO DE UMA
AVALANCHE DE CASOS
DE DEPRESSÃO QUE
ATINGE OS JOVENS,
ESPECIALISTA EM
GERAÇÃO Y ENSINA A
USAR FRUSTRAÇÃO
COMO ALAVANCA
P
que já desiste perde a chance de concluir algo
substancial e dificilmente ganha maturidade.
– Toda cicatriz tem sua importância diretamente ligada ao aprendizado que extraímos de
uma experiência. Portanto, quando a situação
nos paralisa, devemos absorver o impacto e usar
a frustração como alavanca para alcançar nossos
mais extraordinários talentos – sugere Sidnei,
que trabalha também com desenvolvimento de
jovens potenciais e mentoria.
Autor de Conectados, Mas Muito Distraídos,
ele define a geração Y como jovens que possuem
grande intimidade com novas tecnologias, valorizam muito os relacionamentos e buscam participar de experiências inovadoras. Gostam de desafios em que possam usar todo o seu potencial
e que proporcionem feedbacks rápidos. São mais
pragmáticos, mas perdem o foco com facilidade.
Outra definição é a geração de cristal: estes
jovens foram criados com tantos privilégios,
que se mostram frágeis quando situações de
maior pressão aparecem. Dificuldade em escolher um curso na universidade, manter um emprego e tomar grandes decisões são exemplos
dessas pressões.
– Muitas vezes, os jovens não têm consciência da importância da escolha que estão fazendo
e, por isso, acabam se frustrando ao primeiro sinal de dificuldade – explica o especialista.
Sidnei Oliveira foi convidado para a primeira palestra em Porto Alegre do Insperiência
Talk, evento que pretende inspirar o público
por meio das experiências dos palestrantes. O
relações-públicas Guilherme Alf, o vice-presidente de RH da Dell, Paulo Amorim, e a criadora do projeto Roubadinhas, Laura Bier Moreira, também participaram do evento, realiazado no início do mês na Capital.
DISPUTA COM VETERANOS: por causa do aumento na expectativa de vida, as pessoas estão
permanecendo no mercado de trabalho até uma
idade mais avançada. Isso gera uma concorrência maior.
IMEDIATISMO: os jovens optam por atalhos,
e não por estratégias. Criam expectativas que
não podem cumprir e acabam se frustrando e
desistindo do sonho no meio do caminho.
COBRANÇA PARA SUPERAR OS PAIS: a geração Y é formada, em sua maioria, por jovens superprotegidos, que têm uma autocobrança enorme em conquistar, pelo menos, o mesma que os
pais conquistaram, mas em um curto espaço de
tempo. Muitos querem ter todos os aspectos da
vida solucionados antes dos 30 anos.
FALTA DE PERCEPÇÃO DO IMPACTO DAS ESCOLHAS: muitas vezes os jovens não têm consciência da importância da escolha que estão
fazendo. Escolher um caminho ou outro, um emprego ou outro, uma forma ou outra, influencia
completamente no seu futuro, e eles não levam
isto tão a sério.
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06 SEXTA-FEIRA, 15/08/2014
ressão, cobrança dos pais (e do mundo),
disputas, escolhas. Todos os jovens de até
30 anos passam por essas situações na
vida e vêm sofrendo cada vez mais para se autoafirmar. Mas por quê? Para a geração Y, dos
nascidos entre 1980 até meados dos anos 90, a
felicidade se tornou artigo de luxo.
Com um lema um tanto ousado, Sidnei Oliveira, especialista em gerações Y e Z, afirma que
os jovens não estão usando o privilégio que têm
para se tornarem mais capazes. Keep calm, work
hard and stop the mi-mi-mi (fique calmo, trabalhe duro e pare com o mi-mi-mi) é o que o consultor prega em suas palestras e seus livros.
Questionar o porquê das coisas e situações é
uma das formas de usar os talentos produtivamente. E claro, não desistir na primeira falha é
regra de ouro. Quando algo dá errado na faculdade, no trabalho ou nas relações pessoais, o jovem
Fonte: livro Conectados, mas muito distraídos (Integrare Business)
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no meio de uma avalanche de casos de depressão que atinge os