N.43 ABRIL / 2000 INFORMA UREIA COMO ALIMENTO A ureia pecuária pode ser usada para reduzir o custo da alimentação do rebanho. A ureia pode ser fornecida em diferentes sistemas de alimentação: associada ao sal mineral, à cana-deaçúcar, ao capim-de-corte, a volumosos grosseiros, ao melaço, à silagem, a concentrados, etc. Quando se usa ureia, é importante administrar uma fonte de enxofre (S), como, por exemplo, o sulfato de amônio. Neste caso, deve-se usar na proporção de uma parte de sulfato de amônio para nove partes de ureia. A utilização do sulfato de amônio associado a ureia é dispensada quando esta é misturada ao concentrado. A escolha do sistema a ser utilizado dependerá da disponibilidade e dos custos desses produtos e da condição de manejo da fazenda. SUGESTÕES PARA UTILIZAÇÃO DA UREIA SAL MINERAL + UREIA Existem no mercado, misturas minerais com ureia, prontas para uso, contudo elas podem ser preparadas na propriedade, obedecendo à seguinte proporção e esquema de adaptação. 12ª Tiragem 1.000 exemplares - julho / 2012 SUPLEMENTAÇÃO (Dia) UREIA + SULFATO DE AMÔNIO (%) SAL MINERAL (%) Do 1º ao 7º 10 90 Do 7º ao 14º 25 75 Do 15º em diante 40 60 ¹Médico Veterinário - Mestrado em Zootecnia-Produção de Ruminantes. Centro de Profissionalização de Pecuaristas - CENTREPEC Estação Experimental Cruzeiro do Mocó - Gerência Regional de Feira de Santana Tel.: (75) 3623-4198 E-mail: [email protected] Deve-se acompanhar o nível de consumo da mistura e, se este estiver baixo, deve-se incluir palatabilizantes, como melaço em pó, farelo de trigo ou milho. Ex.: 40% de ureia + 50% de sal mineral + 10% de farelo de trigo. Atenção: Ÿ Não encher demais os conchos; Ÿ Fornecer em conchos cobertos, ligeiramente inclinados, com furos no lastro para evitar acúmulo de água; Ÿ Não fornecer a mistura para animais em jejum, famintos ou depauperados. CANA-DE-AÇÚCAR + URÉIA Dentre os alimentos volumosos mais usados, destaca-se a cana-de-açúcar que associada à ureia + sulfato de amônio, eleva substancialmente seu nível proteico e sua digestibilidade. A recomendação é a seguinte: CANA-DE-AÇÚCAR (Kg) UREIA + SULFATO DE AMÔNIO (%) SEMANA 100 0,5 1ª 100 1,0 2ª A quantidade de ureia + sulfato de amônio para cada 100kg de cana-de-açúcar deve ser diluída em quatro litros de água e, com o auxílio de um regador, misturada a este material. Deve-se ter o cuidado de resolver a cana à medida que for regando com a solução de ureia e sulfato de amônio no intuito de obter a mistura mais homogênea possível. CAPIM-DE-CORTE + UREIA Quando se tratar de capins-de-corte, deve-se empregar a metade da dosagem recomendada para a cana-deaçúcar. CAPIM-DE-CORTE (Kg) UREIA + SULFATO DE AMÔNIO (%) SEMANA 100 0,25 1ª 100 0,50 2ª CONCENTRADO + UREIA As rações comerciais geralmente já contém quantidades razoáveis de ureia sob a denominação de NNP (nitrogênio não proteico), e, nesse caso, não se deve acrescentar mais ureia. A quantidade de ureia em concentrado é limitada a 2% e deve ser misturada uniformemente em rações preparadas em nível de fazenda. A recomendação é a seguinte: CONCENTRADO (Kg) UREIA (Kg) SEMANA 100 0,5 1ª 100 1,0 2ª 100 2,0 3ª CUIDADOS GERAIS NA UTILIZAÇÃO Ÿ Os animais devem ser inicialmente adaptados ao consumo de ureia. Não usar em quantidades superiores às recomendadas. Ÿ A ureia deve ser misturada de forma homogênea aos alimentos, a fim de obter uma ingestão regular, e ser fornecida diariamente sem interrupções. Se houver interrupções, deve-se: reiniciar o processo de adaptação. Ÿ Não fornecer ureia dissolvida em água, para beber. INTOXICAÇÃO Ÿ A ureia pode e deve ser usada para reduzir custos na alimentação, porém todos os cuidados e técnicas de uso deverão ser observados rigorosamente, sob pena de severas perdas para os descuidados. Ÿ A ingestão de grandes quantidades de ureia, principalmente quando o ruminante não está adaptado ao seu consumo, causa intoxicação que pode progredir até a morte do animal. A quantidade máxima de ureia que se pode fornecer é de 40kg por dia, para cada 100kg de peso vivo, após passar por um período de adaptação. Ÿ Os sintomas de intoxicação pela ureia se caracterizam por apatia, falta de coordenação, salivação intensa, tremores musculares, ranger dos dentes, micção e defecação frequentes, respiração ofegante, timpanismo, tetania, convulsão e morte. Ÿ Nos casos de intoxicação, utilizar 4 a 6 litros de vinagre por via oral, logo nos primeiros sintomas, e movimentar o animal. Se necessário, repetir este tratamento seis horas após a primeira administração. Animais já prostrados e com tetania e convulsões dificilmente respondem ao tratamento. Existem outras formas de utilização da ureia pecuária na alimentação animal, e para isto deve-se sempre procurar a orientação do extensionista. EBDA - SEDE Av. Dorival Caymmi, 15.649 - Itapuã CEP 41635 - 150 Salvador - BA Tel.: (71) 3116 - 1846 R. 1846 FAX: (71) 3116 - 1918 E-mail: [email protected] http://www.ebda.ba.gov.br