ELABORAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS
AULA 04: FINANCIAMENTO, PONTO DE EQUILÍBRIO E PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS
TÓPICO 03: PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL
2.1 INTRODUÇÃO
A análise do ponto que equilíbrio operacional permite a determinação
do valor das receitas operacionais líquidas necessárias para igualarem-se à
soma dos custos e despesas ocorridas no processo de produção, ou seja, o
ponto de equilíbrio operacional é aquele no qual a receita operacional líquida
produz um lucro operacional igual a zero.
Conforme Holanda (1973), o ponto de equilíbrio identifica o volume de
produção ou o nível de utilização da capacidade instalada em que as receitas
são iguais aos custos. Abaixo desse ponto a empresa tem prejuízo; acima,
tem lucro.
Vale lembrar que, para obter lucro, qualquer empresa precisa gerar um
volume de receitas operacionais líquidas que ultrapasse a soma dos custos,
despesas e impostos. Então, somente a partir de um determinado volume de
receitas é que obterá lucro.
Para se determinar esse ponto de equilíbrio, o primeiro passo é
identificar na estrutura de custos e despesas:
CUSTO FIXO
A parte fixa (custo fixo), que é aquela cujos valores não são
influenciados pelo volume de vendas, ou seja, que não alteram com o
aumento ou redução da quantidade comercializada;
CUSTO VARIÁVEL
A parte variável (custo variável), que está diretamente relacionada ao
volume de vendas. Se este sobe, a parte variável dos custos também sobe;
se o volume de vendas cai, a parte variável dos custos também sobre uma
queda.
Identificados os componentes fixos da estrutura de custos, determina-se
o seu valor. Naturalmente, esse valor pode sofrer alterações como em
qualquer despesa ou custo, no entanto estas variações não serão nunca
ocasionadas em função do volume de vendas.
O Ponto de Equilíbrio nasce da conjugação dos Custos e Despesas Totais
com as Receitas Totais. Estas, numa economia de mercado, têm uma
representação macroeconômica também não linear; isto é, para o mercado
como um todo — de computadores, por exemplo —, tende a haver uma
inclinação para menos, já que cada unidade adicional tenderia a ser capaz de
produzir menor receita. Para uma empresa em particular, é quase certo que
isso não ocorra, por ter ela um preço relativamente estável para seu produto,
fazendo com que sua receita total seja tal preço vezes o número de unidades
vendidas; com isso, sua representação seria de fato linear:
As alterações de preços provocariam o mesmo impacto que sobre os
Custos Variáveis, isto é, inclinando para mais ou para menos a curva.
Simplificando nossas visualizações e admitindo como absolutamente
lineares as representações tanto das Receitas quanto dos Custos e Despesas,
teremos a seguinte reprodução gráfica do Ponto de Equilíbrio:
Até esse ponto, a empresa está tendo mais Custos e Despesas do que
Receitas, encontrando-se, por isso, na faixa do Prejuízo; acima, entra na
faixa do Lucro. Esse ponto é definido tanto em unidades (volume) quanto em
reais.
Abaixo desse ponto, a empresa tem prejuízos; acima, tem lucros.
Graficamente, como pode se verificar, esse ponto está representado pela
interseção das curvas da receita total e custos totais, ou seja: RT = CT.
Dado que RT = pv.Q e CT = CF + CV, segue-se que, no ponto de
nivelamento, em termos de quantidades produzidas:
Onde:
pv = preço;
Q = quantidades físicas de produção;
CT = custo total;
CV = custo variável total;
cv = custo variável unitário ou médio.
Ressalte-se que pv – cv corresponde à margem de contribuição unitária.
A margem de contribuição é o valor que sobra da receita operacional
líquida após serem deduzidos os custos e despesas variáveis. É o valor que
resta para fazer frente aos custos e despesas fixas. Assim temos:
Se formos colocar esta fórmula em termos percentuais teremos uma
nova fórmula, assim representada:
Pode-se determinar o ponto de equilíbrio operacional, em termos de:
I – Receita Total
II – Em proporção das receitas totais (a 100%) ou grau de utilização da
capacidade:
TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO
• PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL
PE ECONÔMICO = ($CUSTOS E DESP.FIXAS) + ($REMUNERAÇÃO
DO CAPITAL) / $MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA.
• PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO
PE ECONÔMICO = ($CUSTOS E DESP.FIXAS) + ($REMUNERAÇÃO
DO CAPITAL) / $MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA.
• PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO
PE FINANCEIRO = ($CUSTOS E DESP.FIXAS) - ($DESPESAS NÃO
DESEMBOLSÁVEIS) / $MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA.
DECISÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO
EXEMPLO :
CUSTOS FIXOS E DESPESAS FIXAS .... $ 27.000,00
PREÇO DE VENDA /unid .......................... $ 14,00
CUSTOS VARIÁVEIS /unid ...................... $ 8,00
PONTO DE EQUILÍBRIO em quantidades vendidas =
27.000,00 = 4.500 unidades
Suponhamos uma empresa com os seguintes dados:
A empresa obterá seu ponto de Equilíbrio em quantidade quando suas
Receitas Totais equalizarem seus Custos e Despesas Totais:
Pe= 100CF/ Rt- CVT
CF= R$ 3,34 mi
CVT= R$ 8,44 mi
Rt= R$ 15,23 mi
Pe = 100 X 3,34/ 15,23-8,41 = 48,97%
FONTES DAS IMAGENS
Responsável: Professor Raimundo Eduardo Silveira Fontenele
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
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