NOTA DE ABERTURA Fernando Rebelo ....................................................................................................................................... 3 t e r r i t o r i u m 19 Reequacionar o Conhecimento dos Riscos e das Catástrofes journal homepage: http://www.uc.pt/fluc/nicif/riscos/Territorium/numeros_publicados RISCOS A.P.R.P.S. NOTAS, NOTíCIAS E RECENSõES: CJoaquim Rebelo, Joaquim Leal Stress ou burnout dos profissionais de segurança. ........................................................................................221 Roberta Mariana Ferreira Mori Pinto, Vivian Castilho da Costa Ecoturismo e risco ambiental. ......................................................................................................................228 t e r r i t o r i u m 19 territorium 19, 2012, 215-220 ARTIGOS Carmen Diego Gonçalves Desastres naturais. Vulnerabilidade, risco e resiliência. . .................................................................................... 5 António Duarte Amaro Segurança e socorro: novo paradigma. ..........................................................................................................15 António Lopes, Marcelo Fragoso A tempestade de 23 de dezembro de 2009. Causas meteorológicas e impactes na região oeste de Portugal continental . ................................................................................................................................................23 João Lima Sant’Anna Neto, Vicentina Socorro da Anunciação Andrade Extremo climático e riscos na cidade de Campo Grande-MS/BRASIL. ................................................................33 Anselmo Casimiro Ramos Gonçalves Impactes ambientais em áreas mineiras activas – o caso da ribeira do Bodelhão, minas da Panasqueira, Centro de Portugal........................................................................................................................................................43 Elsa Costa, Henrique Vicêncio, Patrícia Pires Estudo do risco sísmico e de tsunamis do Algarve (ERST). ..............................................................................51 Elvis Freitas Artiga, Elaine Nogueira Loubet, Vicentina Socorro da Anunciação Andrade Inundações e riscos na cidade de Aquidauana-MS. .........................................................................................55 Rafael Schadeck, Fernanda Bauzys, Diane Guzi, Antônio Edésio Jungles A experiência do CEPED UFSC no desastre natural de novembro de 2008 no Estado de Santa Catarina, Brasil . ...63 Sérgio Lana Morais, Vlamir Soares Fonseca, Dirley dos Santos Vaz Identificação e mapeamento de áreas de risco geotécnico na área urbana de Timóteo (MG, sudeste do Brasil) e suas implicações na qualidade de vida de seus moradores. ......................................................................................77 Salvador Carpi Jr, Antonio Cezar Leal, Eduardo Pizzolim Dibieso Mapeamento de riscos ambientais e planejamento participativo de bacias hidrográficas: o caso do manancial rio Santo Anastácio, SP - Brasil. ....................................................................................................................................85 Miguel Castillo S., Luis Correa J. Acciones para la disminución del peligro de incendios forestales en áreas de interfaz urbano-forestal. Estudio de caso. ............................................................................................................................................................95 Roberto Garfias S., et al. Caracterización socioeconómica de la población en áreas de riesgo de incendios forestales. Estudio de caso. Interfaz urbano-forestal, provincia de Valparaíso. Chile central. ...................................................................................101 Rui Figueira, António Leça Coelho, João Paulo C. Rodrigues Avaliação do risco de incêndio em centros urbanos antigos parte II – aplicação informática sobre o método de Arica. ...111 Emanuel Ferreira, João Paulo C. Rodrigues, Leça Coelho Risco de incêndio na sala de comando duma estação de tratamento de resíduos sólidos. .................................117 Bruno Azevedo, Paula Cristina Remoaldo, Helena Nogueira Riscos para a saúde das populações – estudo de caso do electromagnetismo no município de Guimarães. ........127 Karla Regina Mendes Cassiano, Reinaldo Corrêa Costa Análise geográfica de áreas de risco em bacias hidrográficas urbanizadas: a bacia do Mindu em Manaus (AM)...145 Adriana de Fátima Penteado, Sandro Henrique Petry, Jurandyr Luciano Sanches Ross Riscos associados ao sistema de controle de enchentes no vale do rio dos Sinos (RS – Brasil). .........................151 Magda Adelaide Lombardo, Larissa Lucciane Volpe, Amanda Ramalho Vasques A importância da análise dos riscos de contaminação na reabilitação de brownfields urbanos. ..........................159 Alberto Augusto Amazonas Ribeiro, Reinaldo Correa Costa Áreas de risco: um problema social urbano. Estudo de caso em Manaus . ......................................................169 Yolanda Teresa Hernández Peña, Germán Vargas Cuervo Imaginarios sobre amenazas y gestión del riesgo urbano en Bogotá, Colombia. ..............................................175 Petra Marques, António Surrador, Soraia Jamal, Maria José Fonseca, Daniela Freixo Influência das crenças e atitudes rodoviárias enquanto determinantes da sinistralidade . .................................191 Mário Talaia, Nuno Amaro Segurança rodoviária e os acidentes – estudo de caso. .................................................................................199 Mário Talaia, Joaquim Crastro A condução de viatura e o efeito de bebidas alcoólicas – o estudo que faltava!. ..............................................205 Víctor Quintanilla P., Luciano Lourenço, Susete Henrieque A regeneración de la vegetación y riesgos de erosion pos incendios forestales. Estudio de casos en paises mediterraneos!. ..........................................................................................................................................211 Revista da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança 2012 A CONDUÇÃO DE VIATURA E O EFEITO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS – O ESTUDO QUE FALTAVA!* 215 Mário Talaia Departamento de Física, Universidade de Aveiro, Campus Santiago, Aveiro [email protected] Joaquim Crastro ISCIA – Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, Aveiro [email protected] RESUMO Bebidas alcoólicas podem afectar a saúde. Indivíduos que conduzem viaturas (incluindo industriais) e trabalham com equipamento industrial podem beneficiar da leitura deste artigo. Neste trabalho apresenta-se uma abordagem diferente que permite conhecer de forma rápida, se um indivíduo após a ingestão de bebida alcoólica deve adoptar estratégias de não conduzir. São ainda apresentados diagramas de observação visual directa onde é mostrada a influência da ingestão de álcool no organismo e a adopção de estratégias de intervenção. Palavras chave: Bebidas alcoólicas, álcool no organismo, segurança, saúde pública, acidentes. RESUMEN Conducir un vehículo con la influencia del alcohol - Las bebidas alcohólicas pueden afectar a la salud. En este trabajo se presenta un enfoque diferente que permite conocer si una persona después de la ingestión de bebidas alcohólicas puede conducir un vehículo. Se presentan diagramas donde se muestra la influencia de la ingestión de alcohol en el cuerpo y la adopción de estrategias. Palabras clave: Bebidas alcohólicas, alcohol en el cuerpo, seguridad, salud pública, accidentes. RÉSUMÉ Conduite d’un véhicule et l’effet de boissons alcooliques – Les boissons alcoolisées peuvent affecter la santé. Les individus qui conduisent des véhicules (industriels inclus) et travaillent avec des équipements industriels peuvent bénéficier de la lecture de ce document. Dans ce travaille, un abordage différent est présenté qui permet connaître de forme rapide si un individu, après ingestion de boissons alcoolisées, doit adopter la stratégie de ne pas conduire. Des diagrammes d’observation visuelle directe sont également présentés, où l’on démontre l’influence de l’ingestion d’alcool dans l’organisme et l’adoption de stratégies d’intervention. Mots clés: Boissons alcoolisées, alcool dans l’organisme, sécurité, santé publique, accidents. ABSTRACT Driving a vehicle and the effect of alcoholic beverages – Alcoholic beverages can affect health. Individuals that drive vehicles (including industrial) and work with industrial equipments may take advantage from reading this article. In this paper, a different approach is presented that allows for a quick way of knowing if an individual should opt for not driving after drinking alcoholic beverages. Direct visual observation diagrams are also presented, where the alcohol influence on the human body is shown, as well as the adoption of intervention strategies. Key words: Alcoholic beverages, alcohol in the human body, security, public health, accidents. * O texto deste artigo corresponde à comunicação apresentada ao II Congresso Internacional de Riscos e VI Encontro Nacional, tendo sido submetido para revisão em 07-06-2010, tendo sido aceite para publicação em 21-07-2010. Este artigo é parte integrante da Revista Territorium, n.º 19, 2012, © Riscos, ISBN: 0872- 8941. RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança Introdução A água é o mais importante componente do corpo humano. Ou seja, em média, cerca de 65% do corpo humano é constituído por água. 216 A água faz parte de milhões de células do organismo, constituindo, por exemplo parte importante do sangue e da linfa. Todas as reacções químicas têm lugar apenas na presença de água, sendo por isso a única bebida indispensável à vida. Todos os dias perdem-se cerca de 2 a 3 litros de água pela urina, ar expirado e transpiração. A sua eliminação pode ser maior em caso de temperatura interna corporal elevada ou de actividade física intensa. As perdas de água são compensadas pela água que faz parte dos alimentos ingeridos e principalmente pela água das bebidas. As bebidas são, por isso, um dos elementos mais importantes de uma alimentação saudável. As bebidas não alcoólicas podem ser alimentares, hidratantes ou estimulantes. No entanto, existe uma enorme diversidade de bebidas, algumas com álcool na sua composição. As bebidas alcoólicas podem ser fermentadas e destiladas. Estas se forem consumidas excessivamente, numa base regular, podem prejudicar a saúde. Existem no entanto situações em que um consumo reduzido de álcool pode ser considerado positivo para a saúde (J. Breda, 2008; SEGURANÇA RODOVIÁRIA, 2010). Para a manifestação de riscos inerentes à ingestão de álcool, no entanto, não deve ser dispensada a consulta de literatura da especialidade e da legislação em vigor. Este tempo pode duplicar quando se ingere a bebida alcoólica durante uma refeição. O álcool que chega ao estômago e intestino é absorvido. Esta absorção é tanto mais rápida quanto mais teor de álcool apresentar a bebida. É, então, transportado pelo sangue até ao fígado, onde inicia a sua lenta degradação. Agora, é sangue com álcool que prossegue na circulação sanguínea atingindo o coração, pulmões, cérebro, rins, membros inferiores, bem como todas as restantes partes do corpo. O processo de eliminação do álcool, em cerca de 95%, realiza-se principalmente no fígado, com uma taxa média de eliminação de álcool por litro de sangue e por hora, em cerca de 0,1g/Lh. O restante é eliminado através dos pulmões (ar expirado), rins (urina) e pele (transpiração). A legislação portuguesa dá especial atenção à taxa de alcoolémia no sangue (TAS), em que esta mede a quantidade de álcool puro existente no sangue de um indivíduo em determinado momento. A sua unidade é de g/L (grama de álcool por litro de sangue). Na prática, a presença de álcool no sangue é a indicação de que o álcool puro se espalhou a todo o corpo humano. O álcool é considerado um depressor do sistema nervoso central que afecta as capacidades mesmo se ALTERAÇÕES AOpsicofisiológicas ARTIGO ACEITE ingerido em pequenas quantidades. Ao atingir o cérebro T19_Artigo_23.pdf o álcool afecta progressivamente as capacidades físicas e psíquicas, afectando assim de forma negativa a condução. A figura ilustra situação possível que Página 206, coluna1 do ladouma direito. Apode Figura deve serpor substituída por esta: ser 1registada um indivíduo com uma taxa de alcoolémia no sangue elevada. O álcool e o organismo humano A graduação de uma bebida alcoólica mede-se pelo volume, em percentagem, de álcool puro por litro de bebida. Exprime-se em graus e varia de bebida para bebida. A massa volúmica do álcool é de cerca de 0,8g/mL. Dependendo da bebida alcoólica é possível consumir diferentes quantidades de bebida para se registar a mesma massa de álcool no sangue. Assim sendo, para o mesmo volume de bebida regista-se uma maior massa de álcool puro para a que regista maior percentagem de álcool puro. Normalmente, as bebidas com maior teor de álcool são servidas em copos de menor capacidade ou de menor conteúdo e as bebidas com menor teor de álcool são servidas em copos de maior capacidade ou de maior conteúdo. Quando se consome uma bebida alcoólica, o álcool que esta contém passa em pouco tempo para o sangue. É assumido que são necessários cerca de 15 a 30 minutos se a bebida alcoólica for ingerida fora de uma refeição ou em jejum. Fig. 1 - Efeito do álcool nas capacidades físicas e psíquicas na condução. Fig. 1 - Efeito do álcool nas capacidades físicas e psíquicas na condução (adaptada). Literatura disponível (http://www.dianova.pt/, 2010) Deve ser eliminada a palavra mostra que os adolescentes têm(adaptada) uma menor capacidade metabólica face ao álcool do que os adultos e as mulheres Página 208, coluna do lado esquerdo têm menores defesas do que os homens dado possuírem Depois da expressão (1) falta a identificação das menor quantidade água no corpo. A condução pode variáveis cobertas de a cor verde: ser prejudicada função da audácia incontrolada (estado em m representa de álcool puro (g), c eum de que euforia, sensação ademassa bem-estar e optimismo, factor de género condicionado pelo momentoasdaquais ingestão sobrevalorização das próprias capacidades, da quantidade de álcool expresso em litros de sangue pela massa corporal (L/kg) e M a massa corporal do corpo humano (kg). territorium 19 se encontram diminuídas), perda de vigilância em relação ao meio envolvente (as capacidades de atenção e concentração ficam diminuídas), perturbação das capacidades sensoriais (redução da acuidade visual, alteração dos contornos dos objectos, incapacidade de avaliar correctamente distâncias e velocidades, redução da visão nocturna e crepuscular, aumento do tempo de recuperação após encadeamento e estreitamento do campo visual, com eliminação progressiva da visão periférica que poderá chegar à visão em túnel com o aumento das quantidades de álcool), perturbação das capacidades perceptivas (a informação recebida pelos órgãos dos sentidos é identificada mais lentamente, sendo esta prejudicada), aumento do tempo de reacção (dificuldade na tomada de decisão da resposta motora adequada e na sua concretização, aumentando a distância de reacção e consequentemente a distância de paragem do veículo), lentificação da resposta reflexa, diminuição da resistência à fadiga (o estado de euforia inicialmente provocado pelo álcool dá lugar a uma intensa fadiga que pode chegar ao entorpecimento, potenciando também o estado de fadiga quando este já se faz sentir), descoordenação psicomotora (travagens bruscas desnecessárias, grandes golpes de volante, manobras feitas com recurso ao acelerador e outros comportamentos desajustados a uma condução segura), alteração dos estados emocionais (os problemas mesmo que pequenos poderão levar a estados de agressividade, frustração, depressão ou outros que se transferem para a condução contendo riscos inerentes). Adicionalmente, podem ser registados alguns efeitos negativos devido à ingestão por excesso de álcool, como por exemplo: aumento da pressão arterial; aumento do risco de doença coronária e de doença cérebro vascular; afectação do peso corporal; cirrose hepática e outras doenças do fígado, bem como cancros da boca e garganta; depressão e ansiedade; risco de acidentes (viação, domésticos e de trabalho); afogamento; comportamentos sexuais de risco; reprovação e problemas sociais; morte e efeitos devastadores nos indivíduos, nas famílias e na comunidade. De acordo com o Diário da República nº 63 Série I Parte A de 15/03/1995, Decreto-Lei nº 48/95 de 15-03-1995, do Código Penal, Livro II - Parte especial, Título IV - Dos crimes contra a vida em sociedade, Capítulo IV - Dos crimes contra a segurança das comunicações, o seu artigo 292.º no que diz respeito à condução de veículo em estado de embriaguez escreve “Quem, pelo menos por negligência, conduzir veículo, com ou sem motor, em via pública ou equiparada, com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2g/L, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal. Também, o Diário da República nº 38 Série I Parte A de 23/02/2005, Decreto-Lei nº 44/2005 de 23-02-2005, no seu artigo 81.º no que diz respeito à condução sob influência de álcool ou de substâncias psicotrópicas escreve: 1. É proibido conduzir sob influência de álcool ou de substâncias psicotrópicas; 2. Considera-se sob influência de álcool o condutor que apresente uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5g/L ou que, após exame realizado nos termos previstos no presente Código e legislação complementar, seja como tal considerado em relatório médico; 3. A conversão dos valores do teor de álcool no ar expirado (TAE) em teor de álcool no sangue (TAS) é baseada no princípio de que 1mg de álcool por litro de ar expirado é equivalente a 2,3g de álcool por litro de sangue; 4. Considera-se sob influência de substâncias psicotrópicas o condutor que, após exame realizado nos termos do presente Código e legislação complementar, seja como tal considerado em relatório médico ou pericial. Pode considerar-se que a condução sob o efeito do álcool é uma verdadeira epidemia mundial, é uma questão problemática actual que não apresenta fronteiras. Nesta linha de pensamento, a importância cultural e social do consumo de álcool não pode ser ignorada. Na prática a Organização Mundial de Saúde (OMS) relata que uma eventual medida preventiva para a protecção cardiovascular conferida pela ingestão de álcool, não significa um consumo de álcool sem regras (M. MARMOT, 1984). A OMS resume num relatório muito interessante a temática “conteúdos de álcool – um bem de consumo sui generis – investigação e política pública” (T. Babor et al., 2003; T. Babor, 2009). Também, o consumo excessivo de álcool e os acidentes de viação estão na vanguarda para se registarem condições favoráveis de “anos de vida ajustados ou vinculados aos problemas de saúde mais incapacitantes adquiridos”. Nestas circunstâncias a qualidade de vida fica condicionada (S. Anand e K. Hanson, 1997). Taxa de Alcoolémia no Sangue, TAS A TAS depende da massa corporal do indivíduo, do género, da quantidade de bebida alcoólica ingerida ou massa de álcool consumido e se este foi durante ou fora das refeições. A TAS também depende da forma como é consumida a bebida alcoólica. Na prática, o ritmo de absorção depende se o consumo é rápido ou lento e/ou espaçado. Deve-se salientar que uma mesma dose não tem o mesmo efeito sobre todos os indivíduos. Há factores de difícil quantificação, nomeadamente o estado geral, a fadiga e uma eventual doença do indivíduo. A estimativa da TAS, expressa em g/L, pode ser determinada usando a expressão 217 18 é rápido ou lento e/ou espaçado. Deve-se salientar que uma mesma dose não tem o mesmo efeito sobre 15 linha de risco para TAS divíduos. Há factores de difícil quantificação, nomeadamente o estado geral, a fadiga e uma eventual risco 12 RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança ndivíduo. a da TAS, expressa em g/L, pode ser determinada usando a expressão TAS = 9 6 m cM (1) Resultados e análise 3 (1) em que m representa a massa de álcool puro (g), c um 0 TAS para cada género e massa corporal 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 factor de género condicionado pelo momento da ingestão foram avaliados, numa gama razoável de casos. Mesmo de álcool expresso em litros de sangue pela massa corporal (L/kg) e M a massa corporal do corpo TAS (g/L) da quantidade de álcool expresso em litros de sangue aceitando alguma subjectividade e incerteza de valor, ). – O risco do indivíduo e a TAS (um exemplo). pela massa corporal (L/kg) e M a massa corporal do corpo consideram-seFig. 4muito oportunos e interessantes os ustra, para um caso típico, como varia a linha de consumo e a degradação do álcool no tempo, ou seja Resultados e análise humano (kg). 218 diagramas construídos. Valores representa a massa de álcool puro (g), c um factor de género condicionado pelo momento da ingestão da da mpreender como a TAS de um indivíduo varia no tempo. TAS para cada género e massa corporal foram avaliados, numa gama razoável de casos. Mesmo aceitando A figura 2 ilustra, para um caso típico, como varia a linhaValores da Na figura 5 mostra-se para muito o género masculino comoconstruídos. alguma subjectividade e incerteza de valor, consideram-se oportunos e interessantes os diagramas Riscos – e Associação Portuguesas dedo Riscos, Prevenção Segurança ou seja de consumo a degradação álcool no etempo, massa de álcool ingerido TASingerido que énafunção Na (fig. 5) influência mostra-se para oagénero masculino como influência a massa na de álcool TAS que é função da Aeródromo da Lousã – Chã do Freixo | 3200-395 Lousã | Tel. 239 992 300 | Fax. 239 992 302 | Email. [email protected] permite compreender como a TAS de um indivíduo variamassa corporal. da massa corporal. no tempo. 1,75 Riscos – Associação Portuguesas de Riscos, Prevenção e Segurança evolução 1,50– Chã do Freixo | 3200-395 Lousã | Tel. 239 992 300 | Fax.linha Aeródromo da Lousã 239de992 302 | Email. [email protected] TAS (g/L) 1,25 1,00 1,75 0,75 linha de evolução 1,50 0,50 TAS (g/L) 1,25 0,25 1,00 0,00 0,75 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 t (h) 0,50 Fig. 2 - Evolução da linha TAS no tempo (um exemplo). 0,25 Fig. 2 – Evolução da linha TAS no tempo (um exemplo). Fig. 5 – Género masculino: TAS e massa de álcool função Fig. 5 – Género masculino: TAS e massa de álcool função da massa corporal. da massa corporal. Na (fig. 5) são indicadas linhas de diferentes cores. A cada uma está associada a massa corporal do indivíduo. 0,00num exemplo típico, como a TAS influencia a distância de travagem. Na (fig. 3) mostra-se, Conhecido o valor da TAS, por registo num instrumento de medida, é possível conhecer a massa de álcool presente no TAS (g/L) Na figura 31 mostra-se, a TAS Nasefigura sãode massa indicadas linhas de TAS diferentes cores. A depende 0 2 3 4 num 5 6 exemplo 7 8 9típico, 10 11como 12 13 14 sangue quando considera 5 a linha corporal. Para uma mesma o valor da quantidade de álcool A observação visual do gráfico da (fig. 3) mostra de forma inequívoca, como é esperada, que a TAS condiciona a da massa corporal, ou seja será tanto maior quanto menor for a massa corporal. t (h) influencia a distância de travagem. cada uma está associada a massa corporal do indivíduo. distância de travagem, segundo uma linha parabólica. Por outro lado se for conhecida a quantidade de álcool ingerida é possível adoptar estratégias de intervenção em Conhecido o valor da TAS, por registo num instrumento Fig. 2 – Evolução da linha TAS no tempo (um exemplo). A observação visual do gráfico da figura 3 mostra de formarelação à Segurança Rodoviária. A menor massa corporal corresponde uma maior TAS. O indivíduo pode e deve avaliar 1,00 num exemplo típico, como a TAS influencia a distância de travagem. Na (fig. 3) mostra-se, de A medida, é possível conhecer a massa delinhaálcool a sua situação. localização do ponto devido à intersecção das linhas massa de álcool (uma imaginária vertical inequívoca, como éda esperada, Estimativa distância de travagem que a TAS condiciona a a A observação visual do gráfico da (fig. 3) mostra de forma inequívoca, como é esperada, que a TAS condiciona presente no sangue quando se considera a linha de massa 0,75 segundo de uma travagem, segundo uma linha parabólica. distância dedistância travagem, linha parabólica. corporal. Para uma mesma TAS o valor da quantidade de álcool depende da massa corporal, ou seja será tanto 0,50 1,00 maior quanto menor for a massa corporal. Estimativa da distância de travagem 0,25 0,75 TAS (g/L) Por outro lado se for conhecida a quantidade de álcool ingerida é possível adoptar estratégias de intervenção 104 108 112 116 em relação à Segurança Rodoviária. A menor massa d_travagem (m) 0,25 corporal corresponde uma maior TAS. O indivíduo pode Fig. 3 – Influência da TAS na distância de travagem (um exemplo). e deve avaliar a sua situação. A localização do ponto Na (fig. 4) ilustra-se 0,00a relação entre o risco de um indivíduo e a TAS. A linha de tendência é do tipo parabólico. Esta tendência mostra que100 o risco não aumenta proporcionalmente à TAS. O desvio positivo 104 108 112 absoluto do risco 116 do indivíduo devido à intersecção das linhas massa de álcool (uma aumenta abruptamente, como esperado, quando TAS aumenta. d_travagem (m) linha imaginária vertical em relação à abcissa – onde está Riscos – Associação Portuguesas de Riscos, Prevenção e Segurança Fig. 3 - Influência da TAS na distância de travagem (um Fig. 3 – Influência da TAS na distância de travagem (um exemplo). aLousã escala horizontal) massa (linhas Aeródromo da – Chã do Freixo | 3200-395e Lousã | Tel. corporal 239 992 300 | Fax. 239 992 inclinadas 302 | Email. [email protected] exemplo). Na (fig. 4) ilustra-se a relação entre o risco de um indivíduo e a TAS. A linha de tendência é do tipo parabólico. Esta de diferentes cores) indiciará o valor da TAS. tendência mostra que o risco não aumenta proporcionalmente à TAS. O desvio positivo absoluto do risco do indivíduo Na figura 4 ilustra-se a relação entre o risco de um aumenta abruptamente, como esperado, quando TAS aumenta. em relação àAabcissa está a os escala horizontal) eindicados massa corporalde (linhas diferentes cores) figura– onde 6, para intervalos TASinclinadas e paradeduas indivíduo e a TAS. A linha de tendência é do tipo indiciará o valor da TAS. massas corporais, mostra algumas informações acerca parabólico. Esta tendência mostra que o risco não A (fig. 6), para os intervalos indicados de TAS e para duas massas corporais, mostra algumas informações acerca das das capacidades físicas e psíquicas que o indivíduo deve Riscos – Associação Portuguesas de Riscos, Prevenção e Segurança capacidades físicas e psíquicas que o indivíduo deve considerar e avaliar. aumenta proporcionalmente à TAS. O desvio positivo Aeródromo da Lousã – Chã do Freixo | 3200-395 Lousã | Tel. 239 992 300 | Fax. 239 992 302 | Email. [email protected] considerar e avaliar. absoluto do risco do indivíduo aumenta abruptamente, como esperado, quando TAS aumenta. 0,00 0,50 100 18 linha de risco para TAS 15 risco 12 9 6 3 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 Fig. 4 - O risco do indivíduo e a TAS (um exemplo). Fig. 6 – Género masculino: capacidades físicas e Fig. 6 – Género masculino: capacidades físicas e psíquicas. psíquicas. Fig. 4 – O risco do indivíduo e a TAS (um exemplo). Uma sociedade educada com uma mente direccionada para a cidadania deve ser responsável e por isso, deve tomar TAS (g/L) Resultados e análise estratégias adequadas em função da informação retirada da análise da (fig. 5) e (fig. 6). Análise idêntica pode ser considerada para o género feminino, assumindo que nesta a influência da ingestão de uma aceitando Valores da TAS para cada género e massa corporal foram avaliados, numa gama razoável de casos. Mesmo mesma massa de álcool (igual ao género masculino) provoca dados mais acentuados. Ou seja, a observação das (fig. alguma subjectividade e incerteza de valor, consideram-se muito oportunos e interessantes os diagramas construídos. capacidades físicas e psíquicas que o indivíduo deve considerar e avaliar. Riscos – Associação Portuguesas de Riscos, Prevenção e Segurança Aeródromo da Lousã – Chã territorium 19do Freixo | 3200-395 Lousã | Tel. 239 992 300 | Fax. 239 992 302 | Email. riscos@nicif Uma sociedade educada com uma mente direccionada para a cidadania deve ser responsável e por isso, deve tomar estratégias adequadas em função da informação retirada da análise da figura 5 e figura 6. Análise idêntica pode ser considerada para o género feminino, assumindo que nesta a influência da ingestão de uma mesma massa de álcool (igual ao género masculino) Fig. 6 – Género capacidadesOu físicasseja, e psíquicas. provoca dados maismasculino: acentuados. a observação Uma sociedade educada com uma mente direccionada para a cidadania deve ser responsável e por isso, deve tomar das figuras 5 e figura 7 mostra inequivocamente, que estratégias adequadas em função da informação retirada da análise da (fig. 5) e (fig. 6). para a mesma massa corporal e para uma mesma massa Análise idêntica pode ser considerada para o género feminino, assumindo que nesta a influência da ingestão de uma álcool devido inclinação das linhas de das (fig. mesma massade de álcool (igual ingerida, ao género masculino) provocaàdados mais acentuados. Ou seja, a observação 5) e (fig. 7) mostra inequivocamente, massa corporal uma mesma massa de álcool ingerida, massa corporal,que a para TASa émesma superior parae para o género feminino. 219 devido à inclinação das linhas de massa corporal, a TAS é superior para o género feminino. Fig. 7Fig.– 7Género feminino: TASdeeálcool massa dedaálcool função da TAS e massa função massa corporal. – Género feminino: massa corporal. A (fig. 8), para o género feminino e para os intervalos indicados de TAS e para duas massas corporais diferentes, mostra algumas informações acerca das capacidades físicas e psíquicas que devem ser valorizadas. Fig. 9 – Valores de massa de álcool indiciados pela A figura 8, para o género feminino e para os intervalos Fig. 9 – Valores dequantidade massa de álcoole indiciados quantidade e tipo ingerida. de bebida alcoólica ingerida. tipo de pela bebida alcoólica indicados de TAS e para duas massas corporais diferentes, Considerações finais mostra Riscos algumas informações acerca das capacidades – Associação Portuguesas de Riscos, Prevenção e Segurança Aeródromo da Lousã – Chã do Freixo | 3200-395 Lousã | Tel. 239 992 300 | Fax. 239 992 302 | Email. [email protected] físicas e psíquicas que devem ser valorizadas. IndependentementeConsiderações de alguma incertezafinais na determinação da TAS este trabalho mostra, de forma inequívoca, qu uso de diagramas é uma ferramenta que deve ser valorizada para a adopção de estratégias na condução e prevenção rodoviária. Independentemente de alguma incerteza na Conhecida a bebida determinação alcoólica ingerida e ada quantidade em volume, uma consulta rápida diagramas criados perm TAS este trabalho mostra, deaosforma conhecer uma TAS correspondente. Não é importante o valor exacto da TAS, o que é importante é conhecer a inequívoca, que o uso de diagramas é uma ferramenta que deve ser valorizada para a adopção de estratégias permitem, também, conhecer e avaliar que tipo de bebida alcoólica deve ser na condução e na prevenção rodoviária. localização no diagrama e tomar de forma consciente estratégias de intervenção. Os diagramas ingerida e a quantidade, de modo a não ultrapassar os limites definidos na lei. a ter bebida a quantidade ConscienciosamenteConhecida o indivíduo deve a noção alcoólica que quando oingerida valor da TASe indiciar zona híbrida de incerteza, d em volume, uma máquinas. consulta abster-se de conduzir veículos ou manipular Fig. 8 – Género feminino:capacidades capacidades físicasfísicas e psíquicas. Fig. 8 – Género feminino: e psíquicas. rápida aos diagramas criados permite conhecer uma TAS correspondente. Não é importante o valor exacto da TAS, o que é importante é conhecer a sua localização no diagrama e tomar de forma consciente estratégias de intervenção. Os diagramas permitem, também, conhecer e avaliar que tipo de bebida alcoólica deve ser ingerida e a orientador permite através da utilização dos diagramas apresentados estratégias de intervenção sua quantidade, de modo a não ultrapassar os limites Finalmente consideramos oportunotomar apresentar a figurarelativamente às precauções de condução e segurança rodoviária. definidos na lei. 9. A observação visual da figura mostra vários tipos de Finalmente consideramos oportuno apresentar a fig. 9). A observação visual da figura mostra vários tipos de bebida alcoólica, o utensílio usado e a correspondente massa em álcool. Os valores indicados são apenas orientadores pois a cada volume de bebida alcoólica corresponde um volume de álcool. No entanto o conhecimento de um valor bebida alcoólica, o utensílio usado e a correspondente massa em álcool. Os valores indicados são apenas orientadores pois a cada volume de bebida alcoólica corresponde um volume de álcool. No entanto o conhecimento de um valor orientador permite através da utilização dos diagramas apresentados tomar estratégias de intervenção relativamente às precauções de condução e segurança rodoviária. Conscienciosamente o indivíduo deve ter a noção que quando o valor da TAS indiciar zona híbrida de incerteza, deve abster-se de conduzir veículos ou manipular máquinas. Esperamos que este trabalho seja considerado o tal trabalho que faltava, e que ajude indivíduos numa perspectiva educacional e de cidadania. RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança Referências Bibliográficas 220 Anand, S. e Hanson, K. (1997). “Disability-adjusted life years: a critical review”. Journal of Health Economics,16(6), 685-702; Fox-Rushby, J.A. e Hanson, K. (2001). Calculating and presenting disability ad (DALYs) in cost- effectiveness analysis, Health Policy and Planning, 16(3), 326-331. Babor, T. (2009). “Resumo do relatório da OMS – Álcool: Bem de consumo sui generis”. 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