AVALIAÇÃO DA ALEXITIMIA EM DEPENDENTES DE ÁLCOOL Maria José Nunes Maciel (Universidade Nove de Julho – Curso de Psicologia – São Paulo/SP); Elisa Médici Pizão Yoshida (clinica particular) O termo alexitimia foi introduzido por Sifneos em 1972, para descrever pessoas com dificuldades em identificar e descrever seus sentimentos, com estilo cognitivo concreto e a interpretação da realidade, baseada no pensamento operatório, com pobre vida emocional e de fantasia (Taylor, Ryan & Bagby, 1985). O dependente parece ter dificuldades em lidar com a emoção, a partir daí torna-se importante avaliar a presença da alexitimia nesta população, visando melhor atenção a esta variável no tratamento.Objetivo: Avaliar a alexitimia em dependentes de álcool. Método: Dois grupos distintos, denominados Grupo caso: 20 pacientes do sexo masculino, maiores de 18 anos, diagnosticados de acordo com a CID 10, como dependentes de álcool em uma clinica escola da cidade de São Paulo, e o grupo comparativo, composto por 20 homens maiores de 18 anos, participantes de um grupo de moradia popular, com característica sócio demográfica semelhante ao grupo caso. Instrumentos: Questionário sócio demográfico e Toronto Alexithymia Scale (TAS) - (Taylor e cols., 1985). Procedimentos: em ambos os grupos a pesquisa foi explicada e após a anuência dos mesmos os instrumentos foram aplicados individualmente em sala específica. Resultado e discussão: Em relação à alexitimia, mensurada pela TAS, 75% dos participantes do grupo caso apresentaram escores maiores ou iguais a 74, enquanto que no grupo comparativo, apenas 35%. No escore total da TAS os grupos se diferenciaram quanto à média (M) e desvio padrão (DP), sendo no grupo caso M= 78,65 e DP= 7,99 e no grupo comparativo M= 69,15 e DP= 8,68 6), dados que corroboram a literatura internacional, na qual há maior prevalência de alexitimia entre os dependentes de álcool. Em relação aos 4 fatores da escala de alexitimia, o grupo caso apresentou médias ligeiramente mais elevadas que o grupo comparativo, e as maiores diferenças encontram-se nos fatores 1 e 2. Para verificar em que medida o grupo caso se diferenciava do grupo comparativo quanto aos escores globais da TAS e em cada uma de suas dimensões, utilizamos a prova de Mann-Whitney e observamos que os grupos se diferenciam quanto ao grau de alexitimia mais especificamente no que respeita à dimensão avaliada pelo fator 1, que se relaciona a dificuldade de descrever sentimentos e diferenciar sentimentos de sensações corporais. Mas, os outros três fatores não haveria diferenças entre eles. Tal dado pode estar relacionado aos aspectos sócio-culturais compartilhados pelos participantes. Financiadores/bolsas: nenhum Área Temática: Avaliação de transtornos C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5