Pequenos
campeões
Crianças ativas têm mais concentração, mais
equilíbrio emocional, uma vida social saudável e a
saúde assegurada. Esportes podem ser praticados em
todas as idades, basta saber qual é a melhor opção
para o seu filho. Quem disserta sobre esse tema, é
o Dr. William Belangero (CRM 29854), ortopedista
pediátrico, membro fundador da Sociedade Brasileira
de Ortopedia Pediátrica.
A dieta balanceada e a prática regular de atividade física
são, sem dúvida, reivindicações importantes para a saúde
do ser humano. No entanto, o sedentarismo que cresce
entre as crianças, motivado pelo estilo de vida da família
e pelos computadores e vídeo games tem sido motivo de
preocupação de pediatras, educadores e pais. Segundo
a OMS (Organização Mundial da Saúde) existem hoje no
mundo aproximadamente 155 milhões de jovens obesos,
ou seja, um em cada dez enfrenta este problema.
A criança e o adolescente estão em constante
desenvolvimento, sofrendo inúmeras mudanças físicas,
psíquicas e sociais, que ao mesmo tempo em que interferem,
são modificadas pela percepção corporal e atividade física.
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Sem dúvida a atividade física planejada considerando-se as
diferentes etapas do desenvolvimento fisiológico da criança
é de fundamental importância para o seu crescimento
saudável. Estas etapas podem ser divididas do ponto de
vista didático em: idade pré-escolar, escolar, primeira fase
puberal e segunda fase puberal ou adolescência.
A adaptação das atividades físicas de acordo com as fases
de desenvolvimento não pode ser entendida simplesmente
como uma redução proporcional ao tamanho da criança,
reduzindo-se a frequência e a carga dos exercícios físicos
recomendados para o adulto. Devem-se respeitar as
peculiaridades de cada fase do desenvolvimento, nos seus
aspectos antropométricos, na capacidade de percepção
corporal e na qualidade da coordenação motora.
Um parâmetro muito utilizado na prática pediátrica é
a medida da velocidade de crescimento e a evolução do
índice de massa corporal. Sabe-se que a criança cresce
em estirões e não continuamente. Ela praticamente dobra
sua altura do nascimento até os quatro anos de idade e
volta a crescer de modo significativo antes da puberdade
no seu segundo estirão. Regras de treinamento devem
levar em consideração os diferentes aspectos não só
morfológicos, mas fisiológicos para não colocar em risco
o processo normal de desenvolvimento e crescimento da
criança. Por exemplo, o metabolismo da criança é 20 a 30%
mais intenso do que o adulto, dependendo da sua idade e
fase de crescimento. A criança por este motivo necessita
de períodos diferenciados de descanso para recuperar
suas energias que devem suprir não só o gasto diário, mas
também a função mais nobre nesta fase da vida, que é o
crescimento. Por outro lado, a criança tem um rendimento
superior ao do adulto quando submetida a um programa
de treinamento adequado para a sua idade, motivo pelo
qual se deve estimular estas atividades de modo regular e
adaptadas ao processo evolutivo da criança.
Na fase pré-escolar que vai até os sete
anos, deve-se dar ênfase as caminhadas, corridas, saltos,
movimentos na água, sempre com a motivação da recreação.
Nesta fase da vida, o sistema nervoso central que comanda
estas atividades motoras ainda esta sofrendo processo de
amadurecimento e algumas atividades acabam tendo maior
dificuldade para serem realizadas e são realizadas com
alguma imperfeição. É preciso conhecer estes aspectos do
desenvolvimento para que não se façam cobranças e se
coloque crianças competindo acirradamente entre si, mesmo
porque a criança não tem consciência de que está diante de
uma brincadeira ou de um passatempo. Frustações podem
ser geradas em um ambiente inadequado em que impere um
espírito não de lúdico, mas de competição desnecessária.
Dos seis até os 10 anos, temos a primeira infância
onde o crescimento é mais proporcional com o ganho de
peso e onde as condições do esquema corporal já estão
mais estabelecidas. Nesta fase, o importante é dar ênfase
ao treinamento das habilidades motoras que devem ser
aprendidas. É nesta hora que a criança desponta como bom
jogador de bola, bom nadador, bom corredor, boa dançarina
e assim por diante. A competição passa a ser mais bem
compreendida e é uma época boa para os ensinamentos
da disciplina, do respeito e dos valores envolvidos nas
atividades esportivas. Nesta fase iniciam-se as escolas de
voleibol, basquetebol, futebol, tênis, artes marciais e outras.
Na pré-puberdade (11 aos 14 anos) ocorre uma
mudança importante tanto no ponto de vista físico, mas
principalmente no social, emocional e psíquico. Esta fase dos
hormônios esta também associada à perda da coordenação
motora que tinha sido adquirida, já que o esquema corporal
muda radicalmente fazendo com que o indivíduo perca
inclusive a motivação para manter-se em atividade física.
Além disso, outros atrativos decorrentes da idade e do social
sem dúvida irão interferir no seu desempenho cabendo ao
educador ou aos pais utilizarem estratégias e estímulos
prazerosos para mantê-los em atividade física.
Na fase de adolescência (15 aos 20 anos)
o desempenho motor muda novamente só que agora
positivamente para o adolescente que tem aumento
significativo da força, retorno da coordenação motora,
aumento da resistência física e da capacidade de suportar
carga, capacitando-o para todo o tipo de atividade física e
modalidades esportivas.
Hora de brincar!
Atividades lúdicas e com fins recreativos também são de
extrema importância para o desenvolvimento da criança.
No início do seu crescimento, é importante que ela aprenda
sobre as atividades físicas de maneira leve e descarregada
de cobranças, tudo com o sentido divertido da brincadeira. As
gincanas são sempre uma boa opção, porque elas “desenvolvem
o convívio das crianças”, explica Thaís Bernardino Nastaro
Rossi, dona do Buffet infantil Sonho de Criança. O incentivo
também é primordial para que a criança desenvolva o interesse
pelas atividades, uma palavra positiva, prêmios para fazê-los
se interessar pela proposta, são sempre boas opções, como
complementa Thaís, que lida com os pequenos diariamente em
seu Buffet, integrando-os em gincanas, brinquedos divertidos e
educativos e ainda despertando o bom convívio social.
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