Centro de Ensino Superior do Amapá – CEAP Curso de Direito Monografia II Escrevendo a Monografia: Subsídios para elaboração e execução do Projeto de Pesquisa Monográfica Joselito Santos Abrantes O que é pesquisa científica? Pesquisar é procurar respostas para indagações propostas; “Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente” (Minayo); O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos. Como iniciar uma pesquisa? A elaboração de uma pesquisa é um processo em que, a partir de uma necessidade, se escolhe um tema e, gradativamente define-se um problema e as formas de solucioná-lo. Projeto de Pesquisa Científica 1. Dicas para Elaboração e Execução 1.1. Conceituação Uma pesquisa científica não deve ser executada antes de ser minuciosamente planejada. De maneira que um trabalho científico só deve iniciar após a elaboração de um projeto. “para fins de monografia, projeto é empregado no sentido de proposta científica de trabalho, com o objetivo de definir uma questão e a forma pela qual ela será investigada” (TACHIZAWA; MENDES, 1999, p. 105). O projeto é o requisito essencial para o desenvolvimento de qualquer trabalho acadêmico em nível de graduação ou pós-graduação, seja um simples projeto de estudo ou um plano de pesquisa. Ele serve como instrumento para mapear o caminho a ser seguido visando alcançar uma meta. É organizado em etapas seguindo uma estrutura que é determinada pelo tipo de objeto pesquisado a começar pela escolha do assunto. (FIGUEIREDO; SOUZA, 2010, p. 114). 1.2. Escolha do Assunto ou Tema A primeira fase do processo de elaboração de qualquer trabalho acadêmico é a determinação do assunto ou tema a ser tratado. A sua escolha por ser um ato personalíssimo, envolve tanto fatores psicológicos e sociais, como metodológicos. É o assunto que se deseja provar ou desenvolver. Pode surgir de uma dificuldade prática enfrentada pelo pesquisador, da sua curiosidade científica, de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria. 1.2.1. Fatores ou Critérios que influenciam na escolha do Tema 1.2.1.1 Fatores Internos - Afinidade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal. - Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa. - Conhecimento do assunto: o limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema pretendido. 1.2.1.2. Fatores ou Critérios Externos - Originalidade e Importância: a significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais. - Viabilidade: O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho. - Disponibilidade de material de consulta e dados necessários ao pesquisador. 1.2.2 Estrutura do Projeto Independentemente do Plano de Trabalho, todo projeto deve trazer esclarecimentos sobre o tema, as razões que motivaram a realização do estudo, a definição do problema, a hipótese, os objetivos pretendidos, a metodologia e os procedimentos técnicos a serem adotados, o referencial teórico de apoio, as etapas a serem desenvolvidas e até a previsão de recursos, quando necessários. Considerando essa proposta, a estrutura de um projeto para o desenvolvimento de um trabalho de conclusão de curso de graduação, deve conter os seguintes tópicos: título, apresentação do tema, justificativa, problema, hipótese, objetivos, metodologia, embasamento teórico, cronograma e referências bibliográficas. Recomenda-se após aprovação do projeto, que seja elaborado o Sumário Provisório do trabalho de conclusão de curso. 1.2.2.1. Título Constitui o primeiro passo para a conquista do público que vai ler o trabalho acadêmico. Deve ser apresentado de forma precisa, clara e, sobretudo informativo; com o menor número possível de palavras e evitando o uso de termos supérfluos. O título pode vir acompanhado de subtítulo. O título geral indica mais genericamente o teor do trabalho, ao passo que o subtítulo especifica a temática a ser abordada. Por exemplo: “Biodireito: enfoque ético e criminal do aborto”. “Lei Maria da Penha: sua eficácia no município de Macapá”. Recomenda-se a revisão do título provisório ao final do trabalho, pois somente após a sua conclusão é que o autor terá uma visão mais global do seu conteúdo. 1.2.2.2. Apresentação do Tema A apresentação ou introdução é a parte preliminar do projeto onde é exposto o tema a ser desenvolvido. Considerando que o tema constitui o ponto de partida do estudo, portanto, a primeira seção do projeto, deve ser iniciada com uma breve descrição do estado atual do conhecimento na área específica apontando as principais citações bibliográficas, de forma a dar uma idéia sobre os estudos teóricos mais recentes sobre o assunto, levantando as lacunas do conhecimento ou os problemas existenciais. A introdução culmina com a apresentação da justificativa, a delimitação do tema ou o tópico do assunto a ser focalizado, o objeto de estudo, o problema, as possíveis hipóteses, a definição clara e precisa dos objetivos, embasamento teórico, a metodologia, seguidos do cronograma, das referências bibliográficas, anexos e apêndices se houver indicação. 1.2.2.3 Justificativa São as exposições dos motivos ou as razões que justificam a realização do estudo. Reserva-se à justificativa as razões, sobretudo teóricas, que legitimam o projeto como trabalho científico. A Justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a Hipótese levantada são de suma importância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, de ser comprovada. Consiste numa exposição sucinta, porém completa das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que levaram a apresentar o projeto. Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da Justificativa, de não se tentar justificar a Hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A Justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito. Justificativa - Resposta às seguintes questões: Qual o tema a ser abordado e por que o mesmo é relevante para a sociedade? Qual a razão da escolha do tema? Qual a importância teórica e prática da realização deste estudo/pesquisa para a comunidade envolvida? quais os antecedentes, tendências e mudanças em relação ao tema? quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? que vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? Qual a origem do problema, como ele surgiu e como foi percebido? - 1.2.2.4 Delimitação do Tema Depois de decidir sobre o assunto que será objeto de estudo, escolhido o título e apresentada a justificativa o próximo passo será a delimitação do tema, isto é, fixar a sua extensão, selecionando um tópico a ser focalizado. Deve-se restringir o campo do assunto a ser tratado dentro de uma determinada área da ciência. Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionais e conceituais do tema. O processo de delimitação do tema envolve ainda sua limitação em termos geográficos, espacial e temporal, com vistas à realização da pesquisa. Exemplo de Tema: Area: Direito Civil – Subárea: Direito da Família Tema 1: Separação Judicial Delimitação do Tema : “Separação judicial litigiosa” Tema 2: Adoção Delimitação do tema: Adoção por casais homoafetivos (Brasil – 2008 a 2011) - 1.2.2.5. Objeto de estudo O objeto é a realidade a ser pesquisada, ou seja, é o que se pretende conhecer. Segundo Lakatos e Marconi (1996) o objeto da pesquisa ou objeto de estudo engloba o problema e a hipótese. Esclarece Minayo (1994) que o objeto da pesquisa é o tema já problematizado, portanto é o que será observado, estudado ou pesquisado. Tema: Adoção homoafetiva Uma Variável a ser observada: “requisitos para adoção” Outra Variável a ser observada: “união entre casais do mesmo sexo representa uma entidade familiar” Dessa forma, poder-se-ia enunciar o tema já problematizado da seguinte forma: “A possibilidade jurídica da adoção por casais homoafetivos no direito brasileiro” - 1.2.2.6. Formulação do Problema Definido e delimitado o tema é o momento de se formular o problema de pesquisa. A formulação do problema consiste em apresentar a dificuldade teórica ou prática com a qual se defronta, cuja solução poderá ser encontrada com a realização de uma pesquisa. Portanto, a pesquisa científica é iniciada a partir da formulação de um problema, uma vez que o problema é a dúvida, a curiosidade, o mistério, é o quebra-cabeça (FIGUEIREDO; SOUZA, 2010). A delimitação do problema pode ser formulada através de uma expressão de pensamento na forma interrogativa. No entanto, trata-se de uma pergunta científica, logo se pressupõe que exista uma fundamentação teórica. Assim o conhecimento existente passa a funcionar como um suporte ou ponto de partida da evolução do novo saber ou teoria. - Apresentação do Problema de Pesquisa - a) a pergunta de pesquisa: escrita na forma de frase interrogativa, deve propor algum tipo de relação entre duas variáveis, dois fenômenos ou dois eventos; responder essa pergunta deve ser o objetivo principal da monografia; - b) perguntas de pesquisa subsidiárias ou secundárias: também escritas em forma interrogativa, devem merecer respostas específicas ao longo da sua pesquisa. - Como formular o Problema de Pesquisa como são as coisas...?; quais as causas...?; quais as conseqüências...?; que fatores...?; por quê...?; o que...?. - Fatores que determinam a escolha do problema o problema é relevante? ainda que seja “interessante”, é adequado para mim? tenho possibilidades reais para executar tal pesquisa? terei tempo suficiente para investigar tal questão? Recomendações para formulação do Problema - Deve ser formulado como pergunta, para facilitar a identificação do foco da pesquisa; - Tem que ter dimensão viável: deve ser restrito para permitir a sua viabilidade; - Deve ter clareza e ser preciso: além de definir os termos é necessário que sua aplicação esteja delimitada. Exemplo: A partir desse entendimento tendo como referência a delimitação do tema “Adoção por Casais Homoafetivos (Brasil – 1988 a 2011)”, o problema poderá ser formulado da seguinte forma: a união de pessoas do mesmo sexo constitui uma entidade familiar preenchendo os requisitos para adoção no direito brasileiro? 1.2.2.7. Formulação da Hipótese Definido o problema, propõe-se uma resposta provisória ao problema identificado, essa suposição é denominada hipótese. É definida segundo Figueiredo e Souza (2010, p. 123-124) como “uma solução provisória ou uma proposta de solução do problema que se antecipa para direcionar a evolução da investigação, cuja adequação, comprovação, sustentabilidade ou validez será verifica através da pesquisa”. Assim, a hipótese é a idéia central que o trabalho se propõe a demonstrar e que uma vez demonstrado torna-se a tese. Portanto, Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, Hipótese é uma afirmação categórica, que tenta responder ao Problema levantado no tema escolhido para pesquisa. É uma pré-solução para o Problema levantado. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a Hipótese (ou suposição) levantada. Deve ser específica, clara, direta. Deve ter conceitos claros. Como chegar a uma Hipótese? Deve ser elaborada a partir de fontes diversas: - Através da Observação; Resultados de outras pesquisas; Teorias; e Intuição. Sob o ponto de vista operacional, a hipótese deve servir como uma das bases para a definição da metodologia de pesquisa, visto que, ao longo de toda a pesquisa, o pesquisador deverá confirmá-la ou rejeitá-la no todo ou em parte (BARRETO; HONORATO, 1998). Cuidados a tomar na formulação de uma Hipótese Por outro lado é preciso estar atento para não confundir a hipótese com pressupostos ou com evidência prévia. Explica Severino (1990, p. 125) que: Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já está demonstrado, no referencial teórico, desde o ponto de partida do estudo. Muitas vezes ocorre esta confusão ao se tomar como hipótese proposições já existentes no âmbito do referencial teórico. Nestes casos, não há nada a demonstrar, por conseguinte não se chegará a nenhuma conquista, consequentemente o conhecimento não avança. Exemplo de Hipótese Considerando a problemática da adoção por casais homoafetivos no direito brasileiro tem-se a seguinte hipótese: A Constituição Federal, em seu artigo 226, §3º faz menção do que vem a ser entidade familiar, ou seja, esta reconhecida como união estável entre homem e mulher. Interpretando-se o §3º artigo 226 da Constituição Federal como exemplificativo, tendo em vista a mentalidade social e a do legislador na época de sua elaboração, entende-se a união homoafetiva constituidora de entidade familiar, tal como a família monoparental, formada pelos ascendentes e descendentes; e a família formada por apenas os irmãos. Devido ao fato de todos os tipos de convivência acima relatados preencherem os requisitos do artigo 2º, da lei 9278/96; podem estes serem plenamente considerados como união estável. Requisitos para adoção são encontrados no caput do artigo 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A orientação sexual de uma pessoa não interfere em nenhum desses requisitos, estando apenas alencados que os adotantes devem ser maiores de 21 anos de idade, não importando seu estado civil. 1.2.2.8. Objetivos da Pesquisa Eles respondem às perguntas: para quê? Aonde se quer chegar? A descrição do objetivo representa o ponto de chegada da pesquisa, são os fins teóricos ou práticos que se pretende atingir com a realização do estudo. Segundo Richardson (1999) os objetivos devem ser extraídos diretamente da questão-problema levantada. São elaborados usando-se verbos no infinitivo e devem indicar uma ação possível de ser desenvolvida. Os objetivos são classificados em geral e específicos. Objetivo Geral O objetivo geral indica uma ação ampla do problema. Constituem-se em ações propostas para dar resposta a questão problema formulada. Ao formular o objetivo geral usam-se verbos de sentido mais aberto. Os verbos mais frequentes empregados são: avaliar, analisar, aplicar, apreciar, comparar, compreender, conhecer, demonstrar, desenvolver, reconhecer, saber, usar. Objetivos Específicos Estes devem descrever ações pormenorizadas. Seria o detalhamento do objetivo geral, isto é, apresenta um caráter mais concreto, pois ataca diretamente pontos mais específicos da pesquisa. Objetivos Específicos Cada objetivos específico vai atingir um aspecto do tema, um ângulo a ser pesquisado até atingir todos os pontos da pesquisa. Portanto, verifica-se uma hierarquização entre os objetivos específicos, onde cada objetivo definido deva ser alcançado para que se demonstre o objetivo geral. Ao formular esses objetivos, empregam-se verbos de sentido mais restrito ou fechado. Os verbos mais comumente usados são: anotar, apontar, caracterizar, coletar, determinar, definir, descrever, discriminar, dizer, desdobrar, explicar, especificar, enumerar, estabelecer, escolher, elaborar, exemplificar, identificar, indicar, planejar, relacionar, responder, selecionar, verificar etc Objetivos Específicos Na elaboração dos objetivos específicos algumas observações são fundamentais: 1) 2) 3) 4) Deve ser claro, preciso e conciso; Deve iniciar com verbos no modo infinitivo; Deve expressar apenas uma idéia. O número de objetivos deve ser pequeno, pois cada objetivo representa um capítulo a ser tratado no trabalho científico. Para cada objetivo geral, recomenda-se elaborar entre três a quatro objetivos específicos específicos. No caso do Curso de Direito do CEAP, adota-se a elaboração de três objetivos específicos, já que a proposta da monografia é conter apenas 3 capítulos. Exemplo Segue um exemplo do detalhamento de um objetivo geral em específico: 1. Objetivo Geral Analisar a possibilidade jurídica da adoção por casais homoafetivos, à luz do direito brasileiro. 2. Objetivos específicos a. Identificar os princípios constitucionais aplicados ao Direito de Família, considerando ainda as decisões jurisprudenciais que tratam do reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar; b. Compreender os requisitos legais da adoção, no direito brasileiro; c. Apresentar a possibilidade jurídica da adoção por casais homoafetivos no direito brasileiro. - 1.2.2.9. Referencial ou Embamento Teórico (Revisão da Literatura) Esta etapa do projeto exige apenas um esboço do quadro teórico em linhas gerais. È preciso fazer uma breve revisão da literatura pertinente, explorando o que já foi escrito sobre o tema, pois o objetivo é apenas apresentar os fundamentos sobre o assunto a ser abordado. É o embasamento teórico da sua pesquisa, que vai fundamentar, organizar um capítulo em que você vai expor e analisar o pensamento dos doutrinadores, dos estudiosos da área específica da pesquisa. Faça uma síntese bem articulada dos elementos teóricos (derivados da doutrina e/ou da legislação e/ou da jurisprudência) que podem servir de alicerce para a análise dos dados de sua pesquisa.) - Recomendações e/ou Sugestões para elaboração do Embamento Teórico a) Parta de estudos já existentes; b) é indispensável fazer um estudo dos trabalhos desenvolvidos sobre o tema proposto para evitar a duplicação dos trabalhos; c) consultas as obras mais recentes e atualizadas; d) à medida que for lendo, procure fazer um resumo do que achar necessário ao seu estudo; e) compare as obras dos autores, uma vez que as controvérsias podem esclarecer os pontos de divergências; f) não hesite em definir os termos sempre que for necessário; g) a redação dessa parte do projeto deve ser com verbo no tempo passado, pois se trata de referências a trabalhos já publicados. 1.2.2.10. Metodologia A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa, ou seja, deve-se descrever em termos precisos os procedimentos que serão adotados para a execução da pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que será utilizado no trabalho de pesquisa. Metodologia A especificação da Metodologia abrange a um só tempo as questões: Como? Onde? Com que? Quanto? Isto é, como pesquisar, onde pesquisar, com que instrumento de pesquisa e quanto à utilização dos dados, como as informações obtidas serão codificadas, descritas e interpretadas. A metodologia da pesquisa num planejamento deve ser entendida como o conjunto detalhado e seqüencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação (BARRETO; HONORATO, 1998). Segundo Ventura (2002, p.76-77), são incontáveis e absolutamente diversas as classificações da metodologia que se pode encontrar na literatura especializada. Tipo de pesquisa Quanto aos objetivos Segundo Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser classificada da seguinte forma: a) Pesquisa exploratória: Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. b) Pesquisa descritiva: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas características está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. c) Pesquisa explicativa: A preocupação central é identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado. Quanto aos procedimentos técnicos Segundo Gil (2002), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser classificada da seguinte forma: a) Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não é aconselhável que textos retirados da Internet constituam o arcabouço teórico do trabalho monográfico. b) Pesquisa documental: É muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc. c) Pesquisa experimental: quando se determina um objeto de estudo, seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. d) Levantamento: é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. e) Estudo de campo: procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorre naquela realidade. Método O método, segundo Garcia (1998, p.44), representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto). Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos. Método de abordagem a) Dedutivo: Parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenômenos particulares. b) Indutivo: O estudo ou abordagem dos fenômenos caminha para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais gerais. c) Hipotético-dedutivo: que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese. d) Dialético: que penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. Métodos de procedimento a) Histórico: Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função. b) Monográfico: Para Lakatos e Marconi (1996, p. 151) é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina”. c) Comparativo: Consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos. d) Etnográfico: Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, cultura. e) Estatístico: Método que implica em números, percentuais, análises estatísticas, probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa. Técnicas para coleta de dados A principal forma de coleta de dados é a leitura (livros, revistas, jornais, sites, CDs etc.), que certamente é utilizada para todos os tipos de pesquisa. Esta técnica também é chamada de pesquisa bibliográfica. Existem, basicamente, dois tipos de dados: Dados secundários: são os dados que já se encontram disponíveis, pois já foram objeto de estudo e análise (livros, teses, CDs, etc.). Dados primários: dados que ainda não sofreram estudo e análise. Para coletá-los, pode-se utilizar: questionário fechado, questionário aberto, formulário, entrevista estruturada ou fechada, entrevista semi-estruturada, entrevista aberta ou livre, entrevista de grupo, discussão de grupo, observação dirigida ou estruturada, observação livre, brainstorming, brainwriting, etc. Análise e interpretação dos dados Segundo Rauen (1999, p. 141), é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dos dados com a teoria. O objetivo da análise é sumariar as observações, de forma que estas permitam respostas às perguntas da pesquisa. O objetivo da interpretação é a procura do sentido mais amplo de tais respostas, por sua ligação com outros conhecimentos já obtidos (SELLTIZ et al apud RAUEN, 1999, p. 122). A interpretação também é um processo de analogia com os estudos assemelhados, de forma que os resultados obtidos são comparados com resultados similares para destacar pontos em comum e pontos de discordância. Em síntese, é a descrição da forma como serão analisados os dados da pesquisa. Existem duas grandes tendências: a) se a pesquisa for qualitativa, as respostas podem ser interpretadas global e individualmente; b) se for quantitativa, provavelmente serão utilizadas tabelas e estatística. 1.2.2.11. Cronograma O Cronograma é a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho de acordo com as atividades a serem cumpridas. As atividades e os períodos serão definidos a partir das características de cada pesquisa e dos critérios determinados pelo autor do trabalho. Os períodos podem estar divididos em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres etc.. Estes serão determinados a partir dos critérios de tempo adotados por cada pesquisador. 1.2.2.12. Recursos Normalmente as monografias, as dissertações e as teses acadêmicas não necessitam que sejam expressos os recursos financeiros. Os recursos só serão incluídos quando o Projeto for apresentado para uma instituição financiadora de Projetos de Pesquisa. ANEXOS Este item também só é incluído caso haja necessidade de juntar ao Projeto algum documento que venha dar algum tipo de esclarecimento ao texto. A inclusão, ou não, fica a critério do autor da pesquisa. REFERÊNCIAS As referências dos documentos consultados para a elaboração do Projeto é um item obrigatório, segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT. Nela normalmente constam os documentos e qualquer fonte de informação consultados no Levantamento de Literatura. ESQUEMA DO TRABALHO (Plano Provisório da Monografia) Concluído o Projeto, o pesquisador elaborará um Esquema do Trabalho que é uma espécie de esboço daquilo que ele pretende inserir no seu Relatório Final da pesquisa. O Esquema do Trabalho guia o pesquisador na elaboração do texto final. Por se tratar de um esboço este Esquema pode ser totalmente alterado durante o desenvolvimento do trabalho. Quando conseguimos dividir o tema genérico em pequenas partes, ou itens, poderemos redigir sobre cada uma das partes, facilitando significativamente o desenvolvimento do texto. Depois de concluída a pesquisa, este Esquema irá se tornar o Sumário do trabalho final. 2. Elaboração do Trabalho Científico Considerando as abordagens teóricas, conceituais e técnicas anteriores, visando à elaboração do projeto, nesta parte serão descritas as formas de ordenação do texto final e sua estrutura, de acordo com as recomendações do ABNT. Os elementos que compõem a estrutura do acadêmico dividemse em três partes: pré-textuais, textuais e pós-textuais. 1. PRÉ-TEXTO Capa Folha de Rosto Página de Aprovação (Banca Examinadora) Dedicatória Agradecimentos Epígrafe Resumo Sumário Lista de figuras Lista de tabelas 2. TEXTO Introdução Desenvolvimento (Revisão de Literatura) - Explicação, - Discussão e - Demonstração. Conclusão ou Considerações Finais 3. PÓS-TEXTO Referências Anexos 2.1. O TEXTO – FASE DE DESENVOLVIMENTO 1.1. Introdução A introdução deve: a) estabelecer o assunto, definindo-o claramente, não deixando dúvidas quanto ao campo que abrange; b) indicar a finalidade e os objetivos do trabalho, esclarecendo sob que ponto de vista é tratado o assunto; c) referir-se aos tópicos principais do texto dando o roteiro ou a organização da monografia. Na verdade, grande parte da introdução já estará contida no projeto, apenas transfere-se o texto, fazendo apenas alguns ajustes. Deve conter de forma esquemática: apresentação da temática de forma contextualizada, justificativa, delimitação do tema, problema e hipótese (Objeto de estudo), objetivos, metodologia e a estrutura do trabalho (sua organização). 1.2. DESENVOLVIMENTO DO TEXTO (REVISÃO DA LITERATURA) Também chamado de corpo do texto, é a própria essência do trabalho. Este é o momento em que o aluno fará uma exposição pormenorizada do tema e sua importância, realçando conceitos, pesquisas doutrinárias, legais e jurisprudenciais. Compreende os capítulos e sub-itens de cada capítulo, tendo como base os objetivos específicos do projeto de pesquisa da monografia. Com base no levantamento de dados serão possíveis as discussões das diversas correntes encontradas acerca do assunto. Lakatos e Marconi (1996) afirmam que a finalidade do desenvolvimento “é expor e demonstrar”, daí o entendimento de se considerar essas três fases neste tópico. a) Explicação: explicar é descrever, classificar e definir. b) Discussão: é o exame, a argumentação, e a explicação da pesquisa: explica, discute, fundamenta e enuncia as preposições. Deve-se comparar as várias posições dos autores que divergem dialeticamente. c) Demonstração: Demonstra que as preposições, para atingirem o objetivo formal do trabalho e não se afastarem do tema, devem obedecer a uma sequência lógica. Em síntese, é no desenvolvimento que o assunto é descrito, explicado, discutindo os problemas classificados, definidos e demonstrados, de acordo com o método utilizado. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Consiste no detalhamento dos conceitos extraídos da bibliografia e os estudos já realizados por outros autores sobre o tema ou especificamente sobre o problema e que serão utilizados no trabalho de monografia. Este deverá ser o capítulo mais desenvolvido. É importante mencionar os autores reconhecidamente importantes em relação ao tema escolhido. Não esquecer que todos os autores citados na revisão da literatura ou em quaisquer das partes da monografia deverão constar da listagem final das referências bibliográficas. Metodologia Neste tópico deve-se fornecer todas as informações acerca de como o trabalho foi realizado. Deve ser descrito o método, a técnica de pesquisa, os procedimentos adotados na coleta de dados e a forma como essas informações foram analisadas. Sugere-se transcrever os procedimentos metodológicos descritos no projeto de pesquisa, adotando os verbos no passado. Será inserida na parte introdutória da monografia. Apresentação dos Resultados É a descrição dos dados coletados, seguida da análise e interpretação. Os resultados apresentam os novos conhecimentos resultantes da aplicação de um método ao objeto de estudo. Destinam-se a ressaltar as evidências que esclareçam cada questão levantada a partir da formulação do problema, da hipótese e os objetivos do estudo, através dos resultados obtidos. Constitui o verdadeiro significado do estudo, pois é a partir da informações obtidas que serão relevados novos saberes e contribuição do estudo para a área específica do conhecimento. Apresentação dos Resultados Nesta seção o autor manifesta sua maturidade intelectual, sua capacidade de análise, seu conhecimento sobre o assunto estudado, apresentando a sua contribuição analítica a respeito da pesquisa bibliográfica realizada. Caso tenham sido coletados dados, os resultados obtidos devem ser apresentados e relacionados com os principais aspectos relativos ao tema, dando subsídios para a conclusão. Conclusão ou Considerações Finais Em geral, as conclusões devem ser fundamentadas nos resultados, na discussão, na demonstração das deduções lógicas do trabalho e devem estar relacionadas à resolução do problema formulado e do objetivo do estudo. O autor pode expor o seu ponto de vista sobre o que conseguiu demonstrar durante o desenvolvimento do trabalho. A conclusão inicia-se com a tomada de posição do aluno diante dos problemas encontrados sobre o tema. O espírito crítico e argumentativo do aluno deverá estar presente na conclusão, que é o fechamento do trabalho. Deve ser apresentada de forma clara e concisa revelando a síntese do estudo realizado. 2. Elementos pós-textuais 2.1. Referências Neste item consta a relação das fontes utilizadas pelo autor. Todas as obras citadas no texto devem obrigatoriamente figurar nas referências bibliográficas. As obras bibliográficas serão colocadas em ordem alfabética pelo sobrenome dos Autores. Elementos indispensáveis: - autor (quem?); - título (o que?); - edição; - local de publicação (onde?); - editora; - data de publicação da obra (quando?). 2.2. Anexos e Apêndices 2.2.1. APÊNDICE Documentos complementares e/ou comprobatórios do texto, com informações esclarecedoras, tabelas ou dados colocados à parte, para não "quebrar" a seqüência lógica da exposição. Apêndice, segundo a ABNT (NBR14724:2001) consiste em um texto ou documento elaborado pelo próprio autor, a fim de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho. Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. As páginas devem ser numeradas consecutivamente ao texto. Nos anexos ou também chamados de apêndices, poderão ser colocados na íntegra textos legais, acórdãos, formulários de pesquisa, reportagens, etc. Ex.: APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APÊNDICE B – TABELAS DE CORRELAÇÃO 2.2.2. ANEXO Anexo, segundo a ABNT (NBR14724:2001), consiste em um texto ou documento, não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Ex.: ANEXO A – LEI Nr 4352, de 19 de setembro de 1998 ANEXO B – PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO 2.3. Glossário Consiste em uma lista de palavras ou expressões técnicas que precisam ser definidas para o entendimento do texto. É um item opcional. 1.2.1. Sugestão de um Roteiro para desenvolvimento do texto 1) Conceito; 2) Histórico; 3) Apresentação de textos legais; 4) Apresentação de correntes doutrinárias; 5) Apresentação de julgados e jurisprudência consolidada; 6) Confronto das diversas opiniões e decisões acerca do tema; 7) Apresentação de doutrina e legislação comparada; 8) Hipóteses para solução dos problemas com base em provas e argumentos apresentados. 1.2.2. Características Formais da Linguagem do texto A linguagem do texto deve ser científica, informativa e técnica, com a finalidade de garantir a impessoalidade e objetividade. Ressalta-se que o desenvolvimento do texto somente será satisfatório se os conhecimentos sobre o tema forem profundos e consubstanciados em larga pesquisa. Há de ser dito que no desenvolvimento do texto o aluno deverá provar e comprovar tudo aquilo que está sendo exposto, e na hipótese do trabalho ensejar tomada de decisão própria deverá o aluno convencer aquele que examina a consistência e validade da tese defendida. 1.2.2. Características Formais da Linguagem do texto Segundo o Prof. Othon M. Garcia, as seguintes características formais devem ser consideradas: “a) apresentar os fatos de maneira objetiva, com exatidão nas definições e descrições; b) ordenar o texto de maneira clara, lógica e coerente; c) demarcar os estágios de apuração dos fatos em ordem cronológica e crescente; d) documentar o que está sendo dito através das normas vigentes, fontes bibliográficas, tomando o cuidado para não apresentar como suas idéias alheias.” 3. Outros aspectos 3.1. Numeração das Seções As seções primárias (capítulos) do texto devem começar em lauda própria (nova) e em páginas ímpares, isto se o material for impresso nos dois lados da folha. Deve-se usar espaçamento 1,5 entrelinhas no texto e duplo entre as seções e subseções de cada capítulo. O início de parágrafos e alíneas será feito com tabulação de 1,25 cm a partir da margem esquerda. 3.2. CITAÇÕES (NBR 10520:2002) Citação é a menção no texto de uma informação extraída de outra fonte escrita ou oral (ABNT). - Citação direta; - Citação indireta; - Citação de citação. 3.2.1. CITAÇÃO LITERAL OU DIRETA (CURTA) Transcreve-se o texto utilizando as próprias palavras do autor. A transcrição literal virá entre “aspas”. Ex: Segundo Vieira (1998, p.5) o valor da informação está “diretamente ligado à maneira como ela ajuda os tomadores de decisões a atingirem as metas da organização”. 3.2.1. CITAÇÃO LITERAL OU DIRETA (LONGA) As citações com mais de três linhas (longas), deverão constituir-se em um parágrafo independente, com recuo de 4 cm da margem esquerda, letra menor que a do texto utilizado, espaço simples entre linhas e sem as aspas. Exemplo: Fraseia Sérgio Ferraz (1991, p.19) que o princípio da salvaguarda da dignidade da pessoa humana: é base da própria existência do Estado brasileiro e, ao mesmo tempo, fim permanente de todas as suas atividades. É a criação e manutenção das condições para que as pessoas sejam respeitadas, resguardadas e tuteladas, em sua integridade física e moral, asseguradas o desenvolvimento e a possibilidade da plena concretização de suas potencialidades e aptidões. 3.2.2. CITAÇÃO INDIRETA OU LIVRE (PARÁFRASE) É a reprodução de idéias do autor consultado. É uma citação livre, usando as suas palavras para dizer o mesmo que o autor disse no texto. Ex: O valor da informação está relacionado com o poder de ajuda aos tomadores de decisões a atingirem os objetivos da empresa (VIEIRA, 1998). 3.2.3. CITAÇÃO DA CITAÇÃO Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original. Expressão latina apud (“citado por”) para indicar a obra de onde foi retirada a citação. Ex: Porter (apud Carvalho e Souza, 1999, p.74) considera que “a vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pelas empresas”. 3.2. Citação Sistema autor-data Quando é utilizado o sobrenome do autor acompanhado da data do documento. Ex: Conforme Stewart (1997, p.7) “o capital humano é a capacidade, conhecimento, habilidade [...] pelo qual os clientes procuram a empresa e não o concorrente”. Observações: quando houver coincidência de autores com o mesmo sobrenome e data de edição, acrescentam-se as iniciais de seus prenomes: Segundo Cintra, O. (1998a)...; Conforme Cintra, A. (1998b)... 3.2. Citação Sistema autor-data Observações: As citações de diversos documentos do mesmo autor, publicados no mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas após a data e sem espacejamento: Na concepção teórica de estratégias de leitura apresentada em análise documentária Cintra (1987a) concorda com a visão... O domínio da estrutura textual implica o conhecimento das partes...(CINTRA, 1987b). 3.2. Citação Sistema autor-data Observações: No item Referências, estas deverão aparecer por extenso em ordem alfabética, considerando primeiramente sobrenome do autor: CINTRA, Ana Madalena. Elementos de lingüística para estudos de indexação automatizada. Ciência da Informação, Brasília, v.15, n.2, p.5-22, jan./jun.1987b. CINTRA, Ana Madalena. Estratégias de leitura em documentação. In: SMITT, Johanna. Análise documentária: análise da síntese. Brasília: IBICT, 1987a. p.29-38. 3.3. Nota de Rodapé As notas de rodapé têm a finalidade de prestar esclarecimentos ou inserir no trabalho considerações complementares, cujas inclusões no texto interromperiam a seqüência lógica da leitura. Devem ser reduzidas ao mínimo e aparecer em local tão próximo quanto possível do texto. A chamada das notas de rodapé deve ser feita com numeração crescente dentro de cada capítulo, em algarismos arábicos ou por asterisco, na entrelinha superior, sem parênteses. Se as notas forem em número reduzido, pode-se adotar uma seqüência numérica única para todo o trabalho. 3.3. Nota de Rodapé As notas de rodapé podem ser: Bibliográficas - utilizadas para indicar a fonte de onde foi tirada uma citação; Explicativas - utilizadas para apresentar comentários ou observações pessoais do autor, informações obtidas por meio de canais informais. As notas de rodapé localizam-se no pé da página, separadas do texto por um traço contínuo de aproximadamente 1/3 da linha, a partir da margem esquerda, em espaço simples (um), com caracteres menores do que os usados no texto. Usa-se espaço duplo para separar as notas entre si. As notas não devem ocupar mais do que 50% do espaço total da página. 3.4 Figuras, Quadros e Tabelas As figuras, os quadros e as tabelas devem aparecer no texto, segundo a NBR14724:2001, de forma padronizada: Figuras são gráficos, diagramas, desenhos, fotografias, mapas, etc. que complementam visualmente o texto; Tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente; Quadros contêm informações textuais agrupadas em colunas. Devem ser inseridos no texto, o mais perto possível do trecho a que se referem. Cada tabela, quadro ou figura deve ter um número e um título. Deve-se procurar reduzir ilustrações a uma única página, evitando ao máximo material desdobrável. Sendo necessário, colocar as ilustrações ao longo da página, com a parte superior na margem esquerda. Tabelas nunca são fechadas por linhas laterais. 3.4. Figuras, Quadros e Tabelas Quando for o caso, mencionar abaixo da tabela ou ilustração, a fonte de onde foram tirados os dados. Tabelas, quadros e figuras, quando muito numerosas, devem vir nos Apêndices, para não sobrecarregarem o texto. As tabelas e quadros têm numeração independente e consecutiva; o título é colocado na parte superior precedido da palavra “tabela” ou “quadro” e de seu número de ordem. A fonte, ou seja, a indicação da autoria do quadro ou tabela se esta não for a mesma da dissertação ou tese, deve aparecer na parte inferior do quadro ou tabela. 3.5. Apresentação Gráfica É a maneira de organizar física e visualmente um trabalho, levando-se em consideração, entre outros aspectos, estrutura, formatos, uso de tipos e paginação: Negrito, Grifo ou Itálico O uso de negrito, grifo ou itálico deve ser estabelecido no início da digitação do trabalho e ser aplicado coerente e uniformemente, evitando-se o uso ora de um, ora de outro para o mesmo tipo de expressões. São empregados para: palavras ou frase em língua estrangeira; títulos de livros e periódicos; expressões de referência como ver, vide; letras ou palavras que mereçam destaque ou ênfase, quando não for possível dar esse realce pela redação; nomes de espécies em botânica, zoologia e paleontologia (neste caso não se usa negrito); títulos de capítulos (neste caso não se usa itálico). 3.5. Apresentação Gráfica Aspas As aspas devem ser usadas apenas em citação textual de menos de cinco linhas e em citação incluída em nota de rodapé. Evita, no texto, o uso de aspas para indicar repetição. Podem ser de dois tipos: aspas simples (') : para citação, empréstimos, realce, dentro da citação; aspas duplas ("): quando completam texto do autor ou quando encerram um texto citado de terceiros, começando por caixa alta mesmo depois de dois pontos, fecham-se as aspas antes de vírgula ou ponto final. 3.5. Apresentação Gráfica Paginação As páginas do texto são numeradas em algarismo arábicos, colocados no canto superior externo da página. As paginas pré-textuais recebem algarismo romanos minúsculos, centrados, na margem inferior da página. A numeração em arábico é distinta da numeração em romano, isto é, uma não continua a outra. 3.5. Apresentação Gráfica Papel e Impressão O papel deve ser de cor branca, boa opacidade e de qualidade que permita reprodução e leitura. Utiliza-se um único formato, o A-4 (210mm X 297mm). A impressão, em cor preta, deverá ser de um só lado da folha utilizando-se de microcomputadores, com elementos de escrita ARIAL (tamanho 12), TIMES NEW ROMAN (tamanho 12) ou equivalente. O espaçamento entrelinhas do corpo do trabalho deve ser de 1,5 linha. Margens As margens deverão obedecer uma folha guia com as seguintes características, permitindo a reprodução e a encadernação adequadas ao trabalho: Margem Esquerda : 3 cm; Margem Direita: 2 cm; Margem Superior: 3,0cm; Margem Inferior: 2cm. Fontes BARRAL, Welber. Metodologia da pesquisa jurídica. 2. ed. Florianópolis: Fundação Boitex, 2003. BARRETO, Alcyrus Vieira Pinto; HONORATO, Cezar de Freitas. Manual de sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto Direto, 1998. Diretrizes para elaboração de projetos de pesquisa, monografias, dissertações, teses Cassandra Ribeiro O. Silva GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1995. Manual para elaboração e apresentação de Monografias Universidade Cidade de São Paulo - Curso de Direito – 2001 MINAYO, Maria Cecília de Souza et al. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. 80 p. NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Manual da monografia jurídica. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.