Erros de truncamento na interpolação por polinômios Seja uma função contínua e vezes diferenciável no intervalo que contém os pontos e seja o polinômio de grau que interpola nesses pontos. Então é possível mostrar que para cada , existe um tal que . (1) Poderíamos supor que para uma contínua e suficientemente suave, a sequencia de polinômios interpoladores convergiria para conforme aumentássemos o número de pontos de interpolação no intervalo . No entanto, como o exemplo a seguir, ilustra que isto nem sempre ocorre. Fenômeno de Runge A seguinte função, proposta por Carle D. T. Runge ao estudar o comportamento dos erros na interpolação polinomial (2) é tal que a sequencia de polinômios interpoladores de interpolação igualmente espaçados não converge para . construídos a partir de pontos no intervalo de valores Na realidade é possível demonstrar que (3) Podemos analisar esse comportamento não regular da interpolação a partir do termo (4) contido na expressão (1). Esse produtório possui uma flutuação para os valores do argumento próximos à fronteira do intervalo que é progressivamente ampliada conforme aumentamos o número de pontos se os mesmos forem igualmente espaçados. Os gráficos seguintes ajudam a ilustrar o comportamento do produtório (4). Figura 1. a) comportamento do produtório (4) com 20 pontos igualmente espaçados no intervalo b) recorte do mesmo produtório no intervalo Esse comportamento pode ser minimizado através da escolha de pontos não igualmente espaçados. Na realidade é possível demonstrar que a variação do termo (4) é mínima em valor absoluto quando os pontos estão espaçados em um intervalo segundo a seguinte expressão – – (5) para . Esses pontos são denominados pontos de Chebyshev. Utilizando os pontos de Chebyshev no intervalo podemos controlar o comportamento dos polinômios interpoladores para a função de Runge e garantir a convergência quando . Figura 2. O produtório (4) com 20 pontos de Chebyshev. Ainda assim, existem funções contínuas que requerem um número impraticável de pontos para que a interpolação se aproxime da função original. Por exemplo, a função no intervalo requer um polinômio de grau maior que para que a interpolação seja exata até .em geral, quando utilizamos polinômios de grau maior ou igual a 100 , a maior dificuldade é lidar com os erros de arredondamento. EXERCÍCIO- Reproduzir o gráfico abaixo usando um programa (script) SCILAB A curva vermelha é a função Runge. A curva azul é um polinômio interpolador de 5° (com seis pontos igualmente espaçados de interpolação). A curva verde é um polinômio interpolador 9° (com dez pontos igualmente espaçados de interpolação). Nos pontos de interpolação, o erro entre a função e o polinômio de interpolação é (por definição) zero. Entre os pontos de interpolação (especialmente na região perto dos pontos de extremidade 1 e -1), o erro entre a função e o polinômio de interpolação piora por polinômios de ordem superior.