Programa de Educação Médica Continuada Elastografia hepática transitória de Br a lei ra Soc da Hepatolog ia de apoio si ie realização sociedade brasileira de hepatologia FEderação brasileira de gastroenterologia Editorial Henrique Sérgio Moraes Coelho Presidente A Sociedade Brasileira de Hepatologia tem como um de seus objetivos primordiais a promoção de Educação Médica Continuada de elevada qualidade científica. Neste projeto ela se propõe a fazê-lo através de discussão de casos clínicos, entrevistas e revisões de atualização sobre temas fundamentais em Hepatologia, abordados por renomados especialistas da área. A Zambon participa desta iniciativa, levando à classe médica a melhor mensagem técnico-científica, com a realização da Sociedade Brasileira de Hepatologia. Nesta edição o médico terá a oportunidade de atualizar seus conhecimentos através da informação mais precisa e atual sobre um importante problema: Elastografia hepática transitória. Editores científicos ALBERTO QUEIROZ FARIAS Professor-Doutor do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (USP) Coordenador Clinico do Programa de Transplante Hepatico do Hospital das Clinicas da USP. Luciana Lofêgo Gonçalves Doutora em Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Professora do Departamento de Clínica Médica da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). realização: apoio: sociedade brasileira de hepatologia FEderação brasileira de gastroenterologia Cortesia: Atha Comunicação e Editora - Criação e Coordenação editorial [email protected] Elastografia hepática transitória Ana Carolina Cardoso1, Cláudio de Figueiredo-Mendes2, Roberto J. Carvalho-Filho3 1- Serviço de Hepatologia, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Universidade Federal do Rio de Janeiro 2- Serviço de Hepatologia, Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro 3- Setor de Hepatites, Disciplina de Gastroenterologia, Universidade Federal de São Paulo. Introdução Princípios da elastografia hepática transitória A alta prevalência das hepatopatias, sejam elas de etiologia viral ou não, torna a adequada avaliação das alterações histopatológicas extremamente importante para a definição da conduta terapêutica dos pacientes. Em todo o mundo, a biópsia hepática persiste como instrumento primordial no diagnóstico e determinação da gravidade das doenças hepáticas crônicas1. No contexto das infecções crônicas pelos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV), a avaliação da extensão da fibrose hepática pode ser considerada como a principal contribuição da biópsia hepática. No entanto, a biópsia também fornece diversas outras informações relevantes, tais como a presença e gradação da atividade necroinflamatória, alterações degenerativas, esteatose hepática e sobrecarga de ferro. Estes e outros achados permitem inferir sobre a dinâmica do processo de fibrogênese (lesão antiga ou de caráter progressivo) e possibilitam a identificação de fatores associados à doença de base que podem alterar a evolução da doença ou a resposta ao tratamento antiviral. Porém, por ser um método invasivo, a biópsia hepática pode se associar com complicações bem documentadas em estudos retrospectivos e prospectivos2-5. Além disso, a análise histopatológica do tecido hepático é sistematicamente sujeita a variabilidades intra e interobservador, influenciadas fortemente pela qualidade do fragmento (diâmetro e comprimento; número de espaços-porta) e pela experiência do patologista6-10. Devido às limitações da biópsia hepática, diversos marcadores não invasivos têm sido propostos com o intuito de estimar a extensão da fibrose em portadores de hepatopatias crônicas, principalmente nas hepatites crônicas C e B11,12. Basicamente, existem três tipos de exames não invasivos de fibrose hepática: marcadores séricos diretos (que refletem modificações na síntese e/ou degradação da matriz extracelular); marcadores séricos indiretos (que refletem alterações funcionais e/ou estruturais do fígado); e exames de imagem. Os métodos convencionais de imagem como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética possuem alta especificidade para o diagnóstico de cirrose hepática, mas exibem baixa sensibilidade para a identificação dos estádios iniciais de fibrose13-15. A elastografia hepática transitória (EHT) foi proposta para avaliar a elasticidade tissular em pacientes com doenças hepáticas crônicas e estimar o grau de fibrose16. O FibroScan® (Echosens, França) foi o primeiro dispositivo desenvolvido para medir a elasticidade hepática como alternativa à biópsia. Na França, tanto o FibroScan® quanto o FibroTest® ou a biópsia hepática podem ser usados para avaliação inicial dos pacientes com hepatite crônica C, com ou sem comorbidades17. A EHT avaliada pelo FibroScan® é um método não invasivo e indolor para medir a elasticidade hepática. O dispositivo é baseado na elastografia transitória unidimensional, técnica que utiliza ondas elásticas (50Hz) e ultrassons de baixa frequência. O aparelho é composto por uma sonda, um sistema de ultrassom acoplado e uma central eletrônica de processamento de dados. A sonda produz vibrações de leve amplitude e baixa frequência que são transmitidas pelo transdutor ao tecido hepático, através do qual elas se propagam. Ao mesmo tempo, o sistema de ultrassom emite pulsos que permitem acompanhar e medir a velocidade de propagação das ondas no interior do parênquima. Este transdutor possui frequência superior àquela utilizada nas ultrassonografias habituais (3,5MHz). O FibroScan® está calibrado para avaliar o parênquima hepático a 25-65mm da pele, com um volume de 1 x 2cm. Isto equivale a aproximadamente 1/500 do volume hepático, uma extensão significativamente maior do que a de um fragmento obtido através da biópsia hepática (1/50.000). A velocidade de propagação da onda de ultrassom está diretamente relacionada à elasticidade, ou seja, quanto mais endurecido o tecido, mais rápida é a propagação das vibrações. Logo, quanto maior o resultado em quilopascals (kPa), maior o grau de fibrose do parênquima hepático. As medidas são feitas aproximadamente no mesmo espaço intercostal em que é feita a biópsia hepática. A interseção entre a linha axilar média e uma linha transversal e paralela aos rebordos costais, ao nível do apêndice xifoide, serve de ponto de referência. O paciente deve permanecer em decúbito dorsal, com o braço direito em abdução máxima. Não é necessário jejum ou exames laboratoriais prévios. O operador, assistido pela imagem ecográfica que surge na tela do aparelho, localiza uma área de fígado livre de grandes estruturas vasculares e ósseas. Uma vez definida a área a ser avaliada, inicia-se a aquisição dos valores. As aquisições incorretas são automaticamente descartadas pelo software, ocorrendo o mesmo se a pressão do transdutor na pele for demasiadamente intensa. Os valores do FibroScan® podem variar de 2,5 a 75,0kPa estando os resultados imediatamente disponíveis para o operador. O valor final é a mediana das aquisições válidas, que é considerada como representativa da elasticidade hepática. A taxa de sucesso do exame (TdR) é calculada pelo número de medidas válidas dividido pelo numero total de aquisições. Em geral, a TdR reflete a dificuldade para a realização do procedimento. Para um exame de EHT ser considerado válido, são necessárias 10 aquisições corretas. No serviço de hepatologia do Hôpital Beaujon (Clichy, França), somente exames com TdR maior que 60% são considerados adequados, embora este parâmetro não 3 tenha mostrado acurácia para o diagnóstico de fibrose hepática em estudo de Lucidarme et al.18. Outro parâmetro importante é o intervalo interquartil (IQR), que reflete a variabilidade das medidas, o qual não deve exceder 20 a 30% do valor final da mediana. Os valores de IQR inferiores a 21% estão associados à maior acurácia do exame para o diagnóstico de fibrose, especialmente em pacientes com infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) e escore > F3 de METAVIR18. O resultado da EHT deve ser avaliado por um especialista e deve ser sempre interpretado em conjunto com aspectos clínicos e laboratoriais de cada paciente. Valores de referência para a elastografia hepática transitória Quatro estudos avaliaram a EHT em indivíduos saudáveis19-22. Ao todo, 979 indivíduos foram analisados nesses estudos, com média de EHT variando entre 4,8 e 5,5kPa. A idade não parece influenciar significativamente a EHT, mas o impacto do gênero e da obesidade sobre a elasticidade hepática ainda é controverso. Três estudos mostraram valores de EHT mais elevados em homens em comparação às mulheres, embora a relevância clínica desta diferença seja questionável (em média, 0,6kPa). Com relação à obesidade, os estudos de Corpechot et al. e Sirli et al. não verificaram influência significativa do índice de massa corporal (IMC) sobre a EHT19,22. Por outro lado, Roulot et al., ao analisarem a EHT em 429 sujeitos sem indícios de doença hepática, observaram médias de 5,44 ± 0,11kPa e de 6,23 ± 0,20kPa em indivíduos com IMC < 25kg/m2 e > 30kg/m2, respectivamente, após ajustes em função da idade, gênero, níveis de aminotransferases e ferritinemia20. Contudo, esta correlação não foi linear, visto que os indivíduos com IMC entre 25 e 30kg/m2 apresentaram média de EHT inferior àqueles com IMC < 25kg/m2. Além disso, em um modelo de regressão logística incluindo idade, gênero, IMC e níveis de AST, ALT, GGT e de ferritina, a presença de síndrome metabólica foi identificada como a única variável independentemente associada a maiores valores de EHT. De modo semelhante, Colombo et al. observaram associação positiva entre EHT e esteatose ao exame ultrassonográfico, de forma independente do IMC21. Assim, estudos adicionais são necessários para definir o impacto real da síndrome metabólica e da esteatose hepática sobre a medida da EHT. Limitações, reprodutibilidade e contraindicações Os índices de insucesso do FibroScan® variam em torno de 5%. Nesses casos, os resultados da EHT não são válidos ou interpretáveis e não devem ser considerados para avaliação dos pacientes. São variadas as causas de insucesso do exame, a saber: 1) IQR > 30% (conforme discutido anteriormente). 2) Elastogramas inadequados. O elastograma é a representação gráfica dos sinais ultrassonográficos obtidos pela sonda. Existem determinados padrões de elastograma que caracterizam uma propagação errônea das vibrações (ondas A, ondas E e ondas anguladas). Em geral, a presença de tais padrões indica a possibilidade de superestimação da EHT. 3) Número insuficiente de medidas válidas. Ainda que os motivos não sejam totalmente conhecidos, este fenômeno ocorre principalmente em pacientes obesos, especialmente naqueles acometidos por obesidade centrípeta. Todavia, isso também pode ser observado em indivíduos com espaços intercostais estreitos. 4) Experiência do operador. Castéra et al., em estudo de 2010, ao avaliarem mais de 13.000 elastografias, verificaram que operadores com menos de 500 exames apresentaram taxa de insucesso su- 4 perior aos com mais de 500 exames realizados (30,5% vs. 15,6%, respectivamente)23. Foucher et al. realizaram 2.114 avaliações de EHT, com insucesso na aferição da mesma em 96 casos (4,5%)24. Nesse estudo, o insucesso na medida da EHT não foi associado ao operador, ao gênero do paciente ou ao valor das aminotransferases. Em análise multivariada, a presença de IMC > 28kg/m2 foi o único fator associado com o insucesso do exame (odds ratio = 10,0; IC95% 5,7-17,9; P = 0,001). Kettaneh et al. confirmaram uma maior taxa de insucesso em sujeitos com IMC elevado25. Uma nova sonda que permite alcance mais profundo, entre 35 e 75mm da pele (sonda XL), foi desenvolvida para melhor avaliação de pacientes com sobrepeso ou obesidade. Em recente estudo de Myers et al., o uso da sonda XL reduziu as taxas de insucesso em pacientes obesos, contudo, valores de cutoff mais baixos serão necessários nesses casos, concluíram os autores26. Por outro lado, um IMC < 19kg/m2 também pode ser associado com discordância entre FibroScan® e biópsia hepática em pacientes com HCV27. Além da influência do IMC, o estudo de Kettaneh et al. mostrou que a taxa de sucesso do FibroScan® diminui com a idade e é menor quando o examinador é inexperiente25. Apesar da medida da elasticidade ser possivelmente mais difícil no idoso, o FibroScan® se mostra uma ferramenta interessante para o diagnóstico de fibrose hepática neste grupo28. O FibroScan® é um exame reprodutível, com elevada concordância intra e interobservador29. O gênero e a idade do paciente e a etiologia ou a gravidade da hepatopatia não parecem afetar a reprodutibilidade do método, cujo coeficiente de concordância interobservador foi estimado em 0,980 (IC95% 0,977-0,987). Porém, a reprodutibilidade pode ser reduzida na presença de IMC ≥ 25kg/m2, esteatose em ≥ 25% dos hepatócitos, estádio de fibrose hepática < 2 (METAVIR) e em indivíduos com espaços intercostais estreitos29. No momento, o FibroScan® é contraindicado em gestantes, uma vez que não existem estudos que comprovem a segurança do exame neste contexto. Além disso, não é recomendável realizar o procedimento em pacientes com ascite, pois esta prejudica a transmissão da onda elástica, impossibilitando a realização das medidas. Aplicações da elastografia hepática transitória na hepatite crônica C Embora a EHT tenha sido avaliada em diversas hepatopatias crônicas não virais30-33, tanto em adultos quanto em crianças34, ela foi inicialmente proposta e posteriormente validada em portadores de hepatite crônica C16,35-38. Vários estudos mostraram correlação positiva significativa entre a EHT e o grau de fibrose hepática avaliado tanto pelo escore de METAVIR35-37 quanto por análise morfométrica computadorizada38. Castéra et al. compararam o desempenho da EHT, do FibroTest® e da relação AST/plaquetas (APRI) em 183 pacientes35 As AUROCs do FibroScan®, do FibroTest® e do APRI para o diagnóstico de fibrose significativa (F ≥ 2) foram de 0,83, 0,85 e 0,78; e, para estimar a presença de cirrose hepática (F4), as AUROCs foram, respectivamente, 0,95, 0,87 e 0,83. Assim, pode-se concluir que o APRI obteve desempenho discretamente inferior ao do FibroScan® e ao do FibroTest®, não havendo diferença entre estes dois últimos testes. A EHT mostrou desempenho diagnóstico semelhante para predizer o grau de fibrose quando este foi avaliado através de morfometria computadorizada, com AUROCs de 0,88 e 0,90 para identificar F ≥ 2 e F4, respectivamente38. Esses dois estudos utilizaram pontos de corte similares para discriminar pacientes com fibrose significativa (7,1kPa para ambos) e cirrose (12,5kPa no primeiro estudo e 11,6kPa no segundo). Por outro lado, os estudos de Ziol et al.36 e de Arena et al.37 empregaram pontos de corte um pouco mais elevados para ambos os grupos (8,7 e 7,8kPa para F ≥ 2 e 14,5 e 14,8kPa para F4). Os resultados desses estudos são descritos na tabela 1, e os pontos de corte para a estimativa do grau de fibrose em portadores de HCV são mostrados na figura 1. Em resumo, a EHT possui uma acurácia elevada para predizer a presença de cirrose hepática, com áreas sob a curva (AUROCs) variando entre 0,90 e 0,98. Entretanto, existe sobreposição dos valores nos pacientes com estadiamento igual ou inferior a F2, o que diminui o poder discriminativo da EHT neste subgrupo (AUROCs 0,79-0,91). Tabela 1. Desempenho diagnóstico da elastografia hepática transitória na hepatite crônica C. n F Prev Cutoff AUROC (kPa) S E RV+ RV- F≥2 Castéra 183 et al., 200535 F4 74% 7,1 0,83 67% 89% 6,09 0,37 25% 12,5 0,95 97% 91% 9,66 0,14 F≥2 65% 8,7 0,79 56% 91% 6,63 0,48 F4 19% 14,5 0,97 86% 96% 23,05 0,14 F≥2 Arena 150 et al., 200837 F4 56% 7,8 0,91 83% 82% 4,58 0,20 19% 14,8 0,98 94% 92% 11,27 0,07 60% 7,1 0,88 81% 80% 4,10 0,24 15% 11,6 0,90 92% 78% 4,20 0,11 Ziol et al., 200536 251 F≥2 Nitta 165 et al., 200938 F4 F, grau de fibrose hepática pela classificação de METAVIR. Prev, prevalência. AUROC, área sob a curva ROC. S, sensibilidade. E, especificidade. RV+, razão de verossimilhança para teste positivo. RV-, razão de verossimilhança para teste negativo. obtenção de resposta virológica sustentada (RVS)47. Todavia, em estudo realizado por nosso grupo com 114 pacientes com fibrose avançada (F3/F4), indivíduos com RVS apresentaram valores de EHT mais baixos do que os não respondedores durante o seguimento após tratamento combinado, com um aumento progressivo desta diferença ao longo do tempo48. A EHT foi igualmente analisada em populações especiais de portadores de hepatite crônica C, tais como coinfecção HCV-HIV49,50 e hepatite crônica C pós-transplante45,51-53, com acurácias equivalentes aos pacientes habituais. Aplicações da elastografia hepática transitória na hepatite crônica B Em contraste com o observado em relação à hepatite crônica C, existem poucos estudos com metodologia adequada sobre a acurácia da EHT em portadores de hepatite B crônica54-57. Os resultados destes estudos são mostrados na tabela 2 e os pontos de corte para a estimativa do grau de fibrose em portadores de HBV são indicados na figura 2. Em um estudo multicêntrico francês, Marcellin et al. Avaliaram, prospectivamente, 173 pacientes e observaram AUROCs de 0,81 (IC95% 0,73-0,86) para F ≥ 2 e de 0,93 (IC95% 0,82-0,98) para F ≥ 357. Maximizando a soma de sensibilidade e especificidade, os pontos de corte da EHT para predizer a presença de fibrose significativa (F ≥ 2) e de cirrose (F4) foram 7,2kPa e 11,0kPa, respectivamente. Coco et al.54 utilizaram, para predizer F ≥ 2, 8,3kPa como ponto de corte, valor próximo ao usado por Marcellin et al 57. Nos diversos estudos, os pontos de corte para estimar a presença de F4 variam significativamente (entre 9,0kPa e 14,0kPa). Esta divergência pode ser explicada, pelo menos parcialmente, pela interferência na medida da EHT exercida por um padrão macronodular de cirrose e pela flutuação da atividade necroinflamatória hepática (muitas vezes Tabela 2. Desempenho diagnóstico da elastografia hepática transitória na hepatite crônica B. F Prev Cutoff (kPa) AUROC F≥2 32% 8,3 0,93 85% 91% 9,16 0,16 F4 20% 14,0 0,96 78% 98% 43,50 0,22 F≥2 - - - F4 51% 10,1 0,84 Chan et al., 161 200956 F≥2 - - - F4 25% 9,0 0,93 98% 75% 3,92 0,03 Marcellin et 173 al., 200957 F≥2 50% 7,2 0,81 70% 83% 4,10 0,36 F4 8% 11,0 0,93 93% 87% 7,20 0,08 n Coco et al., 228 200754 Figura 1. Pontos de corte para a estimativa do grau de fibrose em portadores de hepatite crônica C. Além da estimativa do grau de fibrose hepática, a EHT também é significativamente associada à existência de hipertensão portal e ao desenvolvimento de descompensação hepática39,40. Em um estudo francês, os pontos de corte de 27,5kPa, 37,5kPa, 49,1kPa, 53,7kPa e 62,7kPa exibiram valor preditivo negativo superior a 90% para a presença de varizes esofagogástricas graus II e III, escore de Child-Pugh B ou C, episódio prévio de ascite, carcinoma hepatocelular e hemorragia digestiva, respectivamente39. Especificamente com relação à hipertensão portal, diversos estudos demonstraram correlação positiva entre a EHT e o gradiente de pressão portal e observaram associação entre EHT elevada e a presença de varizes esofagogástricas41-46. Apesar destes resultados promissores, a EHT ainda é insuficientemente acurada para substituir o rastreamento endoscópico de varizes em cirróticos. O acompanhamento da evolução da fibrose hepática após a terapia antiviral é outra aplicação potencial do FibroScan®. Vergniol et al. evidenciaram uma redução significativa da EHT em indivíduos tratados com interferon peguilado e ribavirina, independentemente da Kim et al., 200955 130 S - E - RV+ - RV- - 76% 81% 4,00 0,30 - - - - F, grau de fibrose hepática pela classificação de METAVIR. Prev, prevalência. AUROC, área sob a curva ROC. S, sensibilidade. E, especificidade. RV+, razão de verossimilhança para teste positivo. RV-, razão de verossimilhança para teste negativo. Figura 2. Pontos de corte para a estimativa do grau de fibrose em portadores de hepatite crônica B. 5 expressa por exacerbações na atividade das aminotransferases), características frequentemente encontradas na hepatite B crônica. Cardoso et al. mostraram, em 565 pacientes, que a performance da EHT em pacientes com hepatite B e C é similar em portadores de fibrose significativa, avançada e cirrose. Nesse mesmo estudo, os valores de cutoff ajustados para o nível de ALT não aumentarem o desempenho da EHT para estimar a presença de fibrose nos pacientes com hepatite crônica B58. Aplicações da elastografia hepática transitória na Esteatose Recentemente, um programa para detecção e quantificação da esteatose hepática foi desenvolvido. O CAP (Controlled Attenuation Parameter) é uma ferramenta baseada no FibroScan®. Poucos estudos foram desenvolvidos até o momento, porém os mesmos têm mostrado boa acurácia para detecção e quantificação de esteatose. Esse novo método tem sido capaz de diagnosticar níveis tão baixos como 5% de esteatose. Percentuais mais elevados de esteatose po- dem ser determinados a partir de diferentes pontos de corte. Dessa forma, o CAP pode ser utilizado, por exemplo, na avaliação e no acompanhamento do tratamento de portadores de esteatose59-61. Conclusões A avaliação da EHT através do FibroScan® constitui um avanço importante no manejo das hepatopatias crônicas, notadamente nos portadores de hepatites virais B e C. Nesses indivíduos, a análise da EHT, juntamente com parâmetros clínicos e laboratoriais, fornece dados relevantes sobre a gravidade e o prognóstico da doença hepática, além de permitir o acompanhamento não invasivo da evolução da fibrose hepática antes e após a terapia antiviral. O CAP mostra-se uma interessante ferramenta para a avaliação da esteatose hepática, porém seu papel na detecção da esteatohepatite deverá ser avaliado em futuros estudos. Nessas situações, a interpretação dos resultados dos estudos vindouros deverá ser feita à luz de critérios mínimos de rigor metodológico, procedimento fundamental para a extrapolação de suas conclusões para diferentes contextos. Referências 1. Rockey DC, Caldwell SH, Goodman ZD, Nelson RC, Smith AD; American Association for the Study of Liver Diseases. Liver biopsy. Hepatology. 2009 Mar;49(3):1017-44. 2. Piccinino F, Sagnelli E, Pasquale G, Giusti G. Complications following percutaneous liver biopsy. A multicentre retrospective study on 68,276 biopsies. J Hepatol. 1986;2(2):165-73. 3. McGill DB, Rakela J, Zinsmeister AR, Ott BJ. A 21-year experience with major hemorrhage after percutaneous liver biopsy. Gastroenterology. 1990 Nov;99(5):1396-400. 4. Cadranel JF, Rufat P, Degos F. Practices of liver biopsy in France: results of a prospective nationwide survey. For the Group of Epidemiology of the French Association for the Study of the Liver (AFEF). Hepatology. 2000 Sep;32(3):477-81. 5. 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