GESTÃO DE PESSOAS E COMPETÊNCIAS1 A forma como as organizações efetuam a gestão de pessoas passa por grandes transformações em todo o mundo. Essas transformações vêm sendo motivadas pela inadequação dos modelos tradicionais de gestão de pessoas no atendimento às necessidades e às expectativas das empresas e das pessoas. A falência das abordagens tradicionais da gestão de pessoas foi motivada por pressões que emergiram durante a década de 60 e consolidaram-se no início dos anos 80. Essas pressões provêm de duas fontes: o ambiente em que a organização se insere e as pessoas que nela trabalham. Os processos de globalização, a turbulência crescente, a complexidade maior das arquiteturas organizacionais e da relações comerciais, a exigência de maior valor agregado dos produtos e serviços levaram as organizações a buscar mais flexibilidade e maior velocidade de resposta na estruturação das ocorrências internas e no enfrentamento de situações inusitadas e de complexidade crescente. A necessidade do comprometimento das pessoas foi ampliando sua importância estratégica para criar e manter diferenciais competitivos por parte das organizações. Ao ganharem voz dentro das organizações, as pessoas tornam-se fonte de pressão, a segunda fonte de pressão sobre a organização, uma pressão proveniente do contexto interno, Quanto mais as organizações buscam flexibilidade e velocidade decisória, mais dependem das pessoas; em decorrência, tornam-se mais dispostas a atender às expectativas e necessidades que elas manifestam. As pessoas que estabelecem algum tipo de relação de trabalho com a organização, por seu lado, procuram satisfazer a um novo conjunto de necessidades: maior espaço para o desenvolvimento profissional e pessoal, manutenção da competitividade profissional e exercício da cidadania organizacional, entre outras, pressionando as organizações a se estruturarem para tanto, como bem salienta o professor Joel Souza Dutra2. As duas fontes de pressão exercem mútua influência e, desde os anos 80, exigem revisão de conceitos, premissas, técnicas e ferramentas. Essas exigências, aliadas à crescente importância do elemento humano para construir e manter diferenciais 1 Silvio Reis de Almeida Magalhães - Coordenador de Pesquisa do Instituto Vianna Júnior – Professor das Faculdades de Direito e de Economia do Instituto Vianna Jún ior competitivos para a organização, originaram maior atenção à gestão de pessoas. Esses são os pequenos e grandes desafios das organizações contemporâneas. 2 DUTRA, Joel Souza. Competências. São Paulo: Ed. Atlas. 2004