Administração: das origens aos desafios
David Leite Carrilho1 e Elisa Vasconcelos Mendes2
A humanidade sempre teve em seu interior a arte de administrar. Relatos da História
Antiga 3comprovam que, na época, já existiam planos formais de trabalho, planejamento de
atividades, liderança e sistemas de avaliação, além da necessidade do controle de resultados.
Desde o princípio o homem sentiu a necessidade de organizar-se seja para campanhas militares,
para os problemas familiares, para administração governamental ou para operação de sua
religião.
A administração tem como campo de atuação as chamadas organizações, entidades
criadas para atender as necessidades da sociedade, constituindo-se em sistemas voltados para o
alcance de determinados objetivos. É importante ressaltar que organização não é sinônimo de
empresa, mas sim um sentido amplo de grupos familiares, órgãos públicos, escolas, forças
armadas, igrejas, torcidas, dentre tantas outras. Sendo assim, a administração não é apenas para as
empresas, todas as organizações necessitam serem administradas, podendo a aplicação de seus
princípios, através de um conjunto de normas de funcionamento, fazer com que os problemas
enfrentados sejam minimizados ou até mesmo evitados.
Com o surgimento da Revolução Industrial e com o aumento do crescimento do comércio,
houve uma grande demanda de métodos de registro (anotações/contabilização). Segundo alguns
autores, foi a partir daí que surgiram os estudos que não podemos caracterizar como a escola
propriamente dita e sim como abordagens teóricas. O engenheiro norte-americano Frederick
Taylor, grande destaque e fomentador das pesquisas a esse respeito, desenvolveu vários estudos
sobre a medição e o controle gerencial, que foram nomeados Gestão Cientifica.
1
Graduando em Economia, pela Faculdade de Ciências Econômicas Vianna Júnior. Monitor de Macroeconomia e
membro do NACE – Núcleo de Analise de Conjuntura Econômica da Faculdade de Economia Vianna Júnior.
[email protected]
2
Graduanda em Administração de Empresas, pelas Faculdades de Integradas Vianna Júnior/FGV. Membro da Ativa
Consultoria Jr. [email protected]
3
Idade Antiga: aproximadamente entre os anos de 3.500 a.C. a 476 d.C.
A administração das organizações era baseada nas teorias clássicas, sendo aplicado
principalmente o conceito Fayolista4, com estruturas rígidas e inflexíveis. Um pouco adiante na
História, entre os períodos de crise das Escolas Clássicas e Neoclássicas, surge a escola Moderna
da Administração, advinda da modernização da sociedade que estava excitada pela evolução
tecnológica dos meios de telecomunicações, transportes, entre outros. As empresas, então,
passaram a necessitar de novos padrões de arranjos organizacionais, para atender a nova ordem
do mercado.
As organizações passam a se estruturar de forma mais simplificada, eficiente e eficaz,
através da racionalização dos processos para se adaptarem aos novos padrões do mercado, que
necessita de agilidade nos processos produtivos. Os diferentes setores da organização e cada um
dos membros passam a ter uma visão ampla de quais são suas competências, demandando assim
maior qualificação de mão-de-obra.
Isso fez com que a administração buscasse instituir uma profunda interação entre a
organização e a sociedade, pois é crucial responder a cadeia da demanda até chegar ao
consumidor final para preservar a margem de lucro. A nova tecnologia pode mudar produtos e
processos do dia para noite, e multiplicar as opções. Quantas organizações que fizeram sucesso
no passado acabaram fechando suas portas ou reduzindo drasticamente sua importância? Pode ser
citado, como exemplo, a Motorola5 que tomou a imprudente decisão de proteger e focar os
investimentos em equipamentos analógicos, retardando a introdução de tecnologia digital o
máximo possível.
O mercado de bens e serviços é mutável, como foi supracitado, a cada minuto ao tempo
que alguns produtos são criados outros destruídos. O administrador tem que ser visionário,
precisa interpretar a demanda vigente e emergente dos produtos e serviços antes mesmo de serem
demandados pela sociedade, pois as empresas precisam se posicionar corretamente como
prestadoras de serviços ou fornecedoras de produtos úteis e necessários à sociedade.
Percebe –se, então, que as ciências administrativas, tão presentes e fundamentais em
nosso dia-dia, são assunto antigo, que teve seu marco nos meados do século XVIII, vindo a ter
maior destaque apenas no século XIX e que hoje em dia a Administração vem se tornando
rapidamente o recurso central dos países desenvolvidos e a necessidade básica daqueles em
4
Henri Fayol: principal representante do desenvolvimento de um conjunto de "princípios de administração geral".
5
Empresa de Tecnologia de ponta, que iniciou suas atividades em 1828.
desenvolvimento, pois sem regulamentos e parâmetros para a ação, qualquer organização estará
fadada a se desestruturar.
A principal função do administrador nesse milênio é ser um agente de mudança constante,
disposto a evitar que os arranjos organizacionais se solidifiquem a ponto de tornar a organização
obsoleta, incapaz de responder às demandas externas, constituindo assim o mais novo desafio do
administrador.
Referências Bibliográficas:
• KASH, Rick. A nova ordem do mercado: procura e orferta; tradução de Cássia Maria
Nasser. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
• GABOR, Adrea: Os filósofos do Capitalismo: tradução de Maria José Cyhlar Monteiro.
Rio de Janeiro: Campus, 2001.
• INTERNET, disponível em:
o
http://virtnet.com.br/administração/historia.html, em 18/04/04;
o www.trabalho.gov.br/Empregador/fiscatrab/, em 15/05/06;
o http://www.grupos.com.br/blog/turmadeadmerhdafsrc20062007/permalink/4569.h
tml, em 25/05/06.
• MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração; São Paulo: Editora
Atlas, 2000.
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