Cada Povo Tem O Governo Que Merece É tão comum a gente reclamar, apontar os outros e (ou) o governo como a razão, a origem de todas as mazelas que nos acomete ou nos acompanha diuturnamente. Este lugar comum que outrora, quiçá, fosse verdadeiro em algum sitio no tempo e no espaço, aqui e agora já não mais o é, com certeza. A máxima, “Cada Povo Tem O Governo Que Merece” nunca, em tempo algum, tem se mostrado tão verdadeira como nos dias de hoje, tanto cá, como lá ou alhures; pouco importa onde. Como um povo que prestigia a ignorância, promove a incompetência, exalta as vilanias e deifica os criminosos em detrimento das suas vítimas, dos aviltados, dos competentes profissionais, pode ter um governo justo, discreto, culto e sábio? Como um povo que só pensa em levar vantagem, em clamar aos berros e histericamente os seus míseros direitos e faz de seu próprio lar um depósito de lixo; pode viver com saúde, ter os seus legítimos direitos garantidos ou ainda, não ser lesado física e moralmente? Como um povo que se presta a ser público ou protagonista, de “danças sobre bocas de garrafas”, fazer sexo subliminar senão explícito para qualquer plateia e em qualquer lugar, um povo que aceita e faz apologia ao crime, à traição em todas as formas e maneiras, pode ter sua intimidade, a sua integridade e a dos seus garantida ou respeitada? Como pode um povo que acoberta, aceita, calar-se, aquietar-se, submeter-se às impunidades, ao uso indevido e imoral da lei, ao disfarce dos manipulados, ao controle de uma mídia paga por Deus sabe quem; ter algum futuro que não seja a escravidão, a mais pura, vil e simples das escravidões; aquela em que o escravo sobrevive com a migalhas daquilo que ele mesmo produz e escapa à insaciável fome dos cães e dos porcos de seu dono? Por fim; como pode um povo ter algum governo de alta moralidade e decência se conscientemente, confirma e sacraliza em um incerto e obscuro voto as vontades e esquisitices de seus donos e fariam isto até de joelhos por uma simples questão de modismo ou se necessário tal ato se tornasse “pela força da lei”. Estes ilustradíssimos eleitores fazem isso via de regra só para fazer parte de uma ”tribo”; por um “gole de cachaça barata”; por um simples “tapinha nas costas”; pela promessa de uma maldita “fatia do bolo” e o pior ainda, por contradição; é por contradição sim, o infeliz faz isso para mudar o “status quo” do sistema! Se não fosse isso uma tragédia, sem dúvida seria algo hilário, daria um fantástico tema de ópera bufa para Gioachino Antonio Rossini (1792-1868) expressar o seu talento, se ainda fosse vivo. É... Assim não dá, não dá mesmo! Ir às ruas clamar por justiça não basta; necessário é fazer mais do que isso para verdadeiramente obter-se uma sociedade justa, legitima, respeitada, digna, livre e senhora absoluta de seu destino. Este povo não só tem que, mas deve, mudar seus hábitos; com isso tudo o mais que o cerca e que dele depende mudará também. Um povo verdadeiramente livre, tem seus cidadãos educados por valores morais e nobres no escopo da honra, da lei e da ordem por seus familiares; ele vai à uma escola não para ser educado mas sim para adquirir cultura, conhecimento e o preparo para uma vida longa, produtiva e próspera; vida esta, não só para si mesmo mas também para a longevidade e a prosperidade da sociedade, o meio onde vive ou virá a viver. Ser escravo é fácil e barato, ser livre não. Ser livre é muito difícil além de extremamente caro, porque para ser livre você precisa primeiro libertar-se de si mesmo, abster-se dos seus instintos animalescos, sem esta libertação primordial, não há como existir uma verdadeira liberdade individual ou coletiva e menos ainda, algo que de há muito tempo foi nominado como: democracia. Enquanto existir um único escravo na Terra, a humanidade não será livre. São Paulo, SP, 28 de agosto de 2013 Mkmouse