Relatório da Pesquisa Mensal da Produção Industrial Física de Julho
A indústria cresceu 0,3% frente ao nivel de junho último. No entanto, as demais
ópticas da PIM-PF captaram resultados não muito animadores.
Contrariando a expectativa de alguns analistas, que previam crescimento zero
na passagem de junho a julho, a indústria cresceu 0,3%. Essa alta já considera a
minimização dos efeitos sazonais. A pesquisa aplicada em julho cobriu 27 ramificações
de atividades produtivas somados aos seus 76 subsetores, investigando um total de 755
produtos.
Entretanto, o patamar acumulado da taxa de crescimento desse ano, até o mês
de julho, é menor que o desempenho observado ano passado para o mesmo período de
comparação, tanto para atividades industriais quanto para categoria de uso. A pífia
produção de veículos automotores, fumo e alimentos, por exemplo, atraíram todo a
indústria para baixo.
Análise sob a ótica Atividades Industriais
Após dez quedas consecutivas, a indústria no geral produziu 2,9% a menos do
que em julho de 2011. Como reflexo, o acréscimo dos dados de julho ao primeiro
semestre indicou que o nivel acumulado de produção da indústria é 3,7% menor do que
os igual período em 2011. Ao passo que a taxa anualizada seguiu a trajetória do declive
do conjunto, -2,5%. A menor fabricação de veículos automotores bem como peças e
acessórios para esse tipo de produto, somados aos equipamentos de comunicação, fumo
e artigos de vestuário pressionaram para baixo fortemente as variantes do índice. A
contraponta de influência depreciativa foram as atividades ligadas a produtos químicos,
refino de petróleo e produção de álcool e outros equipamentos de transporte.
Em nota, o IBGE divulgou que a média trimestral móvel tabulada para julho,
variou 1% para baixo. Embora negativo, esse patamar é mais ameno que maio (-0,7%) e
junho (-0,4%).
Quase metáde das atividades pesquisadas cresceram, e foram elas que
influenciaram a alta da indústria. A tabela a seguir mostra aquelas que merecem
destaque:
Quadro I - Atividades que exerceram influência positiva em Julho/
Junho de 2012 (em Var%)
Veículos automotores
4,9
Alimentos
2,1
Máquinas e equipamentos
3
No caso dos veículos automotores (4,9%), o segmento foi favorecido pelo
aumento na produção de automóveis. 8,1% foi o acumulado da taxa, a segunda
contribuição consecutiva. Assim, conforme indicado no quadro, os 2,1% setor de
alimentos interromperam a tendência de queda de três meses sequenciais. Para
máquinas e equipamentos, os 3% reforçaram as somas positivas de quatro meses,
fechando em 5,4% em termos de acúlumo na taxa de produção.
Outras contribuições relevantes sobre o total da indústria derivam de
equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (16,8%),
outros produtos químicos (1,8%), borracha e plástico (3,2%) e minerais não
metálicos (2,7%).
Agora, entre os ramos que recuaram a produção, aqueles representativos à
média global estão indicados no quadro seguinte:
Quadro II - Atividades que exerceram influência negativa em Julho/
Junho de 2012 (em Var%)
Outros Equipamentos de Transporte
-7.4
Produtos de metal
-6.7
Máquinas para escritório/ Equipamentos de informática
-4.8
Farmacêutica
-4.8
Material eletrônico/ Equipamentos de comunicações
-4.1
Um aspecto curioso é que essas atividades haviam crescido em produção no
mês de junho de 2012, exceto o ramo de produtos de metal, em queda pela segunda vez.
10,8%, 8,7%, 7,8% e 3,1%, para outros equipamentos de transporte, máquinas para
escritório, farmacêutica e material eletrônico, respectivamente.
Se nos concentrarmos nos índices do ano passado, notaremos que dezessete
atividades recuaram este ano, em relação ao mês sete. Os hiatos mais fortes foram
marcados pelas atividades ligadas a edição, impressão, etc. com -22%, seguido por
material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações com -20%, fumo
contribuiu com -14,5%.
Por outro lado, ainda na comparação com julho de 2011, entre os dez setores que
registraram taxas positivas, os principais impactos foram observados em outros
produtos químicos (5,4%), máquinas e equipamentos (4,0%), farmacêutica (7,5%),
refino de petróleo e produção de álcool (3,9%) e outros equipamentos de
transportes (8,3%), impulsionados em grande parte pelos itens herbicidas para uso
na agricultura, no primeiro ramo, refrigeradores e congeladores, no segundo,
medicamentos, no terceiro, gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos
combustíveis, no quarto, e aviões no último.
Análise sob a ótica Categorias de Uso
Analisando os indicadores relativos as categorias de uso, observamos que o
crescimento da produção fora liderado por bens de capital. Houve um avanço de 1% de
junho a julho deste ano. A taxa acumulada se estabeleceu pouco acima de 2 pontos
percentuais. Bens relativos a consumo durável apresentaram alta no volume produzido
de quase 1%, aglutinando-se em 5,7% para taxa desses sete meses integrados. Seguido
pelos acréscimos à produção de bens intermediários, cuja alta fora de meio por cento
frente a junho. A alta desse último cessou a série quadrimestral anterior de baixas, que
inclusive chegou a acumular -2,5% de decréscimos na produção. Aliás, em oposto ao
desempenho das demais categorias, bens de consumo semi e não duráveis tiveram
variação negativa da produção (-0,6%) na passagem de mês junho/julho.
Conforme o IBGE, a média trimestral para julho ficou em 0,2% para bens de
capital, 1,2% para bens de consumo duráveis, decréscimo de meio por cento em volume
de produção aos bens de consumo semi e não duráveis, e por fim baixa de 0,2% de
produção referente à bens intermediários.
Em relação a julho de 2011, todos os índices por categoria de uso assinalaram
taxas negativas em julho de 2012. -9% para bens de capital, nível bem superior ao
do total da indústria (-2,9%). Já para bens de consumo duráveis, houve queda de
2,7%; bens de consumo semi e não duráveis recuaram 2,3% e bens intermediários,
1,5%.
O segmente produtor de bens de capital sofreu com a queda dos seus subsetores,
salvo o caso isolado de bens de capital agrícola: 0,7% de crescimento. A produção
voltada a uso misto variou -10,6%. Enquanto aquela destinada a fins industriais cairam
em -4,5% e de bens de capital para energia elétrica são 5,4% menores do que julho de
2011. Os casos mais sérios são o segmento de equipamentos de transporte (-10,6%) e de
bens de capital para construção: -16,8%.
No caso de bens de consumo duráveis, as férias coletivas concedidas em
parcelas de empresas ligadas a produção de motocicletas puxaram o índice para baixo.
A fabricação desse produção caiu em 53% aproximadamente. Outros dois setores que
contribuiram negativamente foram os de telefones celulares, queda de 33%, e os
eletrodomésticos, diminuição de -9,6%.
Nesse sentido, as principais influênciais redutivas do índice relativo ao
processo produtivo de bens de consumo semi e não duráveis foi a diminuição de
fabricação de livros, cigarros, medicamentos, carnes, calças compridas de uso feminido,
por exemplo.
Considerando o patamar negativo do setor de bens intermediários, o quadro a
seguir evidência os subsetores que tiveram efeito depreciativo sobre o índice:
Quadro III - Subsetores que exerceram influência negativa em Julho/
Junho de 2012 (em Var%)
Veículos automotores
-16,4
Alimentos
-9,6
Outros produtos químicos
-5,7
Metalurgia básica
-4,9
Refino de petróleo e produção de álcool
-2,7
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