Ambiente Ácido sulfúrico vaza em empresa e contamina solo Empresa foi multada em R$ 1 milhão. Um empregado sofreu queimaduras na orelha Bárbara Daher 20 de junho de 2012 (quarta-feira) Quase 7 mil litros de ácido sulfúrico vazaram de um tanque da empresa Cargill, na madrugada de ontem. O líquido era usado em uma estação de tratamento dos resíduos produzidos pela fábrica. O Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) foram mobilizados para conter o acidente. O primeiro-tenente Wanderley Valério de Oliveira foi um dos primeiros a chegar ao local. Ele explicou que o vazamento ocorreu porque a válvula que fechava o reservatório do ácido – um cilindro com capacidade para 22 mil litros – estragou. Um dos funcionários da empresa, que tentava conter o líquido, acabou sofrendo queimaduras na orelha, mas foi socorrido por colegas e pelo Corpo de Bombeiros, e passa bem. Segundo a Superintendente de Fiscalização da Semarh, Gabriela Deval, o ácido que vazou ficou quase todo armazenado na bacia de contenção do cilindro, escapando pouco mais de mil litros para o solo próximo ao local. Tenente Valério explicou que o ácido contido foi transferido para contêineres, em aproximadamente 45 minutos. A Semarh explica que o vazamento foi contido a tempo de não causar danos permanentes para a população. “O ácido não atingiu nenhum depósito de água nem áreas muito grandes de terra”, declarou Gabriela Deval. A parte do solo que foi atingida – de característica úmida – tem uma extensão de cerca de 100 metros e de 20 a 30 centímetros de espessura. Para conter o avanço da erosão causada pelo líquido, os técnicos da Semarh utilizaram bagaços de cana, que absorveram uma parte do líquido, e neutralizaram o solo com cal virgem. “A cal vai formar um sal ácido no solo, durante os próximos dois meses, que depois deve ser removido e incinerado”, explicou o tenente. A superintendente de Fiscalização da Semarh afirmou que os danos que poderiam ser causados pelo vazamento do ácido no solo já foram contidos, e que a população não corre perigo. O Corpo de Bombeiros informou que só há uma propriedade próxima ao local atingido, uma fazenda de criação de gado, cujo dono já foi alertado sobre o vazamento. A área atingida será monitorada por uma empresa terceirizada contratada pela Cargill, e deverá ser retirada após a formação do sal, e substituída por solo orgânico. A empresa foi multada pela Semarh em R$ 1 milhão, e deve enviar um boletim quinzenal para o órgão estadual com uma avaliação do solo atingido. A indústria se manifestou em nota oficial afirmando que tomou providências imediatamente quando soube do ocorrido, e que tal vazamento foi contido a tempo, não atingindo o lençol freático e não causando nenhum dano ou consequência ao meio ambiente. Em nota, a companhia ainda lamenta que um de seus funcionários tenha sofrido leve queimadura quando atuava na contenção do vazamento. Explica que ele foi socorrido imediatamente e passa bem. A Cargill ainda relata que está apurando as causas do acidente.