UMA NOVA COMUNIDADE DO JURÁSSICO FINAL
DOMINADA POR GRANDES CARNÍVOROS
Barata ¹, C.; Barros ², E.;Caldeira ³, J.; Coelho 4,
S.; Ledesma 5 , J.; Pereira 6, A.; Planche 7, C.;
Tinoco 8 , D.
¹[email protected];
²[email protected];
³[email protected];
[email protected];
[email protected];
[email protected];
[email protected];
[email protected]
E.B.I. Dr. Joaquim de Barros
Paço de Arcos
7º e 8º anos – Grupo de Paleontologia
Descrevemos uma nova icnocenose dominada por pegadas de
grandes dinossáurios predadores (teropodes), descoberta em três
niveis carbonatados sucessivos do Jurássico final (Titoniano) da
Praia das Gentias, Torres Vedras.
Os herbívoros, mais escassos (numéricamente e em termos de
biomassa) estão representados por dinossáurios tireoforanos,
ornitopodes e por gigantescos sauropodes.
A amostra de pegadas e pistas raramente está emersa e a
deslocação das areias na zona é contínua ao longo do ano, pelo que
foram registadas em GPS.
Várias pistas de teropodes apresentam uma impressão posterior muito longa, deixada
por bípedes que se deslocavam a uma velocidade relativamente elevada (cerca de 14
km/h para carnívoros com 3 toneladas de peso) (Thulborn 1990).
Esta impressão deve representar uma excrescência óssea, semelhante ao esporão dos
galos modernos. Muitos destes carnívoros progrediam lado a lado, evidenciando
comportamento social. Alguns deles não produziram pegadas com impressão posterior,
sendo provável que essa excrescência represente dimorfismo sexual.
Grande parte das pegadas está preservada como hiporrelevos convexos, mas
também descobrimos epirrelevos côncavos e até a sua co-ocorrência, o que é
raro em Portugal.
Parte desta amostra está representada por trios de sulcos/incisões, onde se
conseguem distinguir as impressões de garras, por vezes acompanhados por uma
pequena elevação posterior. Inferimos que representa a passagem de teropodes de
dimensões médias “nadando, boiando”, tocando levemente no fundo e empurrando
o lodo para trás.
Os sauropodes estão representados por animais
gigantescos (impressões de pés
com
comprimento superior a 1 metro), com excelente
preservação, em que surgem bem definidos os
dígitos e/ou unguais. Algumas características –
rotação externa dos dígitos, pegadas de mão em
forma de semi-lua sem impressões de dígitos –
sugerem
que
o
produtor
seria
um
titanossauriforme. Alguns exemplares mostram
que os quadrúpedes arrastaram o lodo agarrado
à sola do pé.
(imagem de Hallet, M. 1995 True Grit. Natural
History 6).
Parte da pista de dinossáurio tireoforano com progressão bípede (esquema realizado a
partir da passagem para acetato das pegadas).
Nesta comunidade:
.Reconhecemos comportamentos relativamente raros;
.Identificámos pegadas
dinossaurianos;
de
animais
enormes,
mesmo
para
os
padrões
.Inferimos que alguns deles apresentam características anatómicas aparentemente
bizarras;
.Verificámos que a preservação de alguns exemplares é também singular.
Thulborn, A. 1990. Dinosaur tracks. Chapman and Hall
Agradecemos ao Sr. Joaquim José, um extraordinário paleontólogo amador local,
que nos levou a descobrir estas pegadas. E aos colegas mais velhos do Grupo de
Paleontologia, ajudando-nos com os seus conhecimentos e no trabalho de campo.
V Congresso dos Jovens Geocientistas “Geodiversidade(s)”
Departamento de Ciências da Terra, FCTUC, 25 de Fevereiro de 2010.
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Poster VCJG.6