UM OLHAR SOBRE A TECNOLOGIA E SUAS FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS A Look on The Technology and Pedagogical Tools Elza Rodrigues Barbosa Peixoto* Resumo Este artigo discute alguns fatores importantes da utilização de recursos tecnológicos e ambientes virtuais voltados à educação. Apresentando a evolução dessa modalidade educacional e destacando o uso crescente dos recursos tecnológicos no desenvolvimento do ensino, além de pontuar questões referentes ao papel do professor nesse processo de aprendizagem. A tecnologia da informação representa, hoje, papel de indiscutível presença e importância no cenário da educação, sem, contudo ser utilizada como ferramenta de uma mesma metodologia de reprodução, mas sim dinamizar e potencializar o processo cognitivo. Palavras-chave: 1. Tecnologia; 2. Educação; 3. Recursos; 4. Ambientes virtuais de aprendizagem. Abstract This article discusses some important factors of the use of technological and ambient resources virtual voted for the education. Presenting the evolution of that education modality and detaching the growing use of the technological resources in the development of the teaching, haul of punctuating subjects regarding the teacher's paper in that learning process. The technology of the information represents paper of unquestionable presence and importance today in scenary of the education, without, however to be used as tool of a same reproduction methodology, but boots and to potentiate the cognitive process. ____________________________ *Professora da Faculdade Católica Dom Orione, mestre em Letras pela Universidade Estadual de Londrina- PR Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - jan./dez. 2008 63 Elza Rodrigues Barbosa Peixoto Key-words: 1.Technology, 2. Education, 3. Appeal, 4. Virtual atmospheres of learning Introdução Do giz ao computador conectado à internet, a tecnologia sempre esteve presente nos ambientes educacionais. De modo geral, os recursos tecnológicos não foram criados especificamente para a educação, mas com seus potencias de transmissão, informação e comunicação acabaram se tornando, pela escola, instrumentos pedagógicos valiosos ao longo dos anos. 1 Entretanto, a simples incorporação de todo esse “arsenal tecnológico” não é garantia de uma melhoria no sistema educacional; os mesmos podem, num primeiro momento, solucionar alguns problemas de “informação, mas não de formação”. Se, no cotidiano, as pessoas não se imaginam trabalhando ou sem usufruir desses recursos, na escola o cenário atual envolve uma realidade de mudanças. Mudança nas formas de aprender e ensinar e mudança também na 2 postura da escola na cibercultura . Diante disso, qual a posição de nossos profissionais da educação frente a essa nova perspectiva? O objetivo desse estudo, portanto, é apresentar a evolução e o uso crescente dos recursos tecnológicos voltado para o contexto educacional presencial, além de pontuar questões referentes ao papel do professor nesse processo de aprendizagem. Realidade que segundo Perrenoud (2000 p.14) “mais do que ensinar, trata-se de fazer aprender (...), concentrando-se na criação, na gestão e na regulação das situações de aprendizagem”. Pierre Lévy (2000) também destaca a importância de aprender e assimilar a imposição que as tecnologias digitais e das redes de comunicação interativa provocam na relação com o saber. “Não se trata aqui de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim ______________________________ 1 Termos utilizados por Maíra Gregolin, Marcelo Sacrini e Rodrigo Augusto Tomba da Pontifícia Universidade Católica de Campinas em sua monografia : Web-documentário – Uma ferramenta pedagógica para o mundo contemporâneo. 2 De definição complexa o termo cibercultura será trabalhado, aqui, segundo conceito de Pierre Lévy (1995) que estabelece como sendo a cultura contemporânea marcada pelas tecnologias digitais presentes em nosso dia-a-dia. (home banking, palmtops, celulares, tecnologia 3G, etc.) 64 Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 Um Olhar Sobre a Tecnologia e Suas Ferramentas Pedagógicas de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo os papéis de professor e de aluno”(p.172) Experiências com projetos educativos usando a Internet revelam que tal recurso proporciona variados ambientes de aprendizagem e muito diferentes das tradicionais aulas presenciais, elemento que por si só contribui para a motivação do alunado. Os grandes desafios estão, portanto, no que se refere aos novos papéis de professores e alunos frente ao fluxo das informações, ao grau de autonomia e participação dos mesmos no desenvolvimento de competências complexas. (Moran, 1997). Só num processo bem articulado de incorporação das tecnologias na escola que será possível aprender a lidar com a diversidade e com as novas possibilidades de comunicação e interação. Essa articulação é que propicia novas formas de aprender, ensinar e produzir conhecimento, que se sabe incompleto, provisório e complexo. Desta forma, fica evidente o papel que o professor desempenha com todas essas mudanças para si e para a educação de modo geral, deixando em discussão se ele está de fato preparado para o enfrentamento dessa realidade. Contribuições do Passado na Construção do Presente Na evolução do processo de ensino-aprendizagem “O educador precisa estar a altura de seu tempo” diz Paulo Freire (1993). Visualizou-se isso quando a oratória, a lousa e o giz deixaram de ser os únicos recursos usados em sala de aula. Vieram os livros didáticos com sua variedade de textos que até hoje tem sua reconhecida importância e certamente ainda terá por muito tempo. A tecnologia avança e surgem os retroprojetores. Na projeção, as transparências iniciam o processo de, em algumas aulas, substituir a lousa. O projetor de slides, a televisão, o som, o sistema de vídeo e informática, destacando-se a internet, cada vez mais rápidos. Enfim, todos os recursos áudios-visuais entraram para ficar definitivamente como recursos pedagógicos. A cultura de incorporar recursos de informática na educação nacional teve início nos anos 80, a SEI (Secretaria Especial de Informática) seguindo um modelo europeu criou-se, a partir dos resultados de dois seminários internacionais (1981 e 1982) sobre o uso do computador como ferramenta Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 65 Elza Rodrigues Barbosa Peixoto auxiliar do processo de ensino-aprendizagem. (Romero, 2006), uma secretaria especial de educação que fosse a base de elaborações de ações que gerenciassem as normas e diretrizes para a área de informática na educação. Com essa iniciativa vieram outros projetos; do projeto EDUCOM (1982) surgiu o Projeto FORMAR (1986), para capacitar professores e implantar infra-estruturas de suporte nas secretarias estaduais de educação, denominados CIED (Centros de Informática Aplicada à Educação de 1º e 2º grau) e, em 1989, o MEC criou o Programa Nacional de Educação (PRONINFE), vinculado à Secretaria Nacional de Educação Tecnológica (SENETE), o PROINFO(1997) – Programa Nacional de Informática na Educação e, junto com ele, os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE). Tendo esfriado por um período, o PROINFO foi retomado pelo governo federal em 2005 e suas ações integram o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), comprometidas em instalar laboratórios de informática em todas as 130 mil instituições de ensino público do país até 2010. Como se sabe, não basta equipar escolas, é preciso capacitar os profissionais; pensando nisso, o MEC adicionou a essas políticas o Ambiente Colaborativo de Aprendizagem (e - Proi nfo) qu e p as sa a integrar o S o fwa re Pú b lico Bra sile iro (www.sofwarepublico.gov.br) Todas essas políticas de incentivo, a idéia de implantar projetos-pilotos em universidades ganhou amplitude. Hoje são muitas as instituições que criam e renovam a cada dia recursos com as diversas tecnologias: softwares educacionais, ambientes virtuais de aprendizagem, portais educacionais interativos, WEBTV, etc. Os Desafios da Inserção Tecnológica na Escola O desafio de introduzir tecnologia na sala de aula como uma ferramenta vai muito além de se ter na escola um laboratório de informática, alguns softwares educacionais ou laptops, ele abrange a capacitação de professores, melhora contínua em modelos de uso, somente para levantar algumas questões. Assim o setor de educação, tanto público quanto privado, despertou para o fato de que a tecnologia está agora suficientemente forte e acessível para permitir sua introdução na escola de forma eficiente e a indústria responde avidamente com os mais variados. Junto com o crescente avanço dos recursos está a polêmica que se criou 66 Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 Um Olhar Sobre a Tecnologia e Suas Ferramentas Pedagógicas em torno de seu uso na escola. O fato é que, ainda hoje, há uma resistência muito grande por parte dos professores ao uso desses recursos mais avançados, seja pelo desconhecimento, seja pela comodidade, ou em nome de um receio dos malefícios que isso possa trazer à educação. Assim, destaca-se o posicionamento de Balan(2008): “Bem utilizados, os recursos proporcionarão um grau de aprendizagem com maior eficácia além da valorização do próprio professor que, ao contrário do que se possa vir a pensar, poderá passar seus conhecimentos com mais segurança e estará mais próximo da realidade extra-classe do aluno. Afinal, fora da escola o aluno vive a televisão, o computador, a multimídia, a Internet, enfim, vive uma realidade completamente diferente daquela que encontra na escola.” Muitas vezes o aluno traz, pela sua incursão pela rede, uma notícia mais atualizada que a do professor, colocando em choque e em cheque uma realidade cada vez mais presente em nosso cotidiano escolar, especialmente. Os recursos evoluíram. E o método? Porque não conciliar o precioso conhecimento acumulado do professor com as formas avançadas de informação para extrair o melhor? A grande verdade que se discute diante deste cenário é que as escolas estão se equipando, as tecnologias têm evoluído, os recursos voltados à educação aumentando, mas ainda estamos engatinhando na maneira de utilizá-los. É notório, portanto, o uso das diversas tecnologias pelo indivíduo em seu cotidiano. Ninguém pode imaginar o trabalho em qualquer ramo sem a informatização. Pensando nisso o educador deve, ao menos, apropriar-se deste conhecimento, inserir-se nesta cibercultura para saber extrair desses recursos o que eles têm de melhor. Contudo, tais experiências também revelam que estes resultados só são realmente proveitosos e eficientes, quando os professores possuem uma preparação técnica-pedagógica para este fim (Padilha, op. cit; Andrade, et. al. 2000). Numa reflexão sobre os desafios da educação no mundo globalizado, Moraes (1997) propõe a construção de um paradigma que corresponda às expectativas do novo modelo em que vivemos: o paradigma construtivista, Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 67 Elza Rodrigues Barbosa Peixoto interacionista, sociocultural e transcendente como o melhor gancho para a escola que tem na tecnologia digital, novas formas de integração. Um paradigma que objetiva exatamente, pelo acesso cada vez maior à informação, resgatar o ser humano como um todo, visando a humanização das relações sociais. Entretanto, afirma Moraes (2006), longe de se atingir esse processo, o uso desses recursos vem sendo associado à concepção tradicional da educação a pedagogia tecnicista, fortalecendo o pensamento linear, instrucionista, valorizando a função informativa do computador, da escola e dos sistemas educacionais, em detrimento de sua função construtiva, dos aspectos reflexivos e criativos que o uso dessas ferramentas possibilita. Há uma ênfase clara no domínio e na utilização da tecnologia como mais uma ferramenta pedagógica e a necessidade de capacitação para o uso de uma metodologia específica, sem a qual se inviabiliza a atuação dos profissionais enquanto facilitadores e agentes da mudança de paradigma. É principalmente quando se vê uma série de programas do governo nesse campo que fica uma maior preocupação. A impressão que se tem é justamente a de que, ao final das contas, haja apenas a reprodução das mesmas aulas que se dava, mudando unicamente a lousa. Com olhar sobre esse mesmo ponto, o Ministério da Educação desenvolveu a publicação de um guia que visa a disseminação de tecnologias aos sistemas de ensino, o estímulo à criação de tecnologias educacionais por pessoas físicas, instituições de ensino e pesquisa, organizações sociais e o fortalecimento da produção teórica, voltada à qualidade da educação básica, que se concretize por meio da criação de novas tecnologias educacionais. O projeto mais audacioso é a UCA (Um Computador por Aluno), de iniciativa do Governo Federal que, desde 2005, investiga as possibilidades e promove a adoção de laptops educacionais como um meio de elevar a qualidade da educação pública brasileira. Já na rede particular de ensino, a tecnologia desponta ainda com maiores possibilidades, visto que esse recurso já se tornou elemento de competitividade. As ferramentas são as mais variadas assim como os ambientes educacionais possibilitados pela internet. Coloca-se, então, uma questão bastante discutida: Como manter as práticas pedagógicas atualizadas com esses novos processos de transação de conhecimento? Nas palavras de Pierre Lévy (1999) 68 Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 Um Olhar Sobre a Tecnologia e Suas Ferramentas Pedagógicas “Não se trata aqui de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e sobretudo os papéis de professor e de aluno.” (p.172) Fica claro que, com a chegada das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no contexto escolar, evidenciam-se desafios e problemas relacionados ao uso efetivo das mesmas em sala de aula, tanto as mais recentes quanto as mais usuais e como esse uso se faz nas práticas escolares cotidiana. Para entendê-los e superá-los é fundamental reconhecer as potencialidades das tecnologias disponíveis e a realidade em que a escola se encontra inserida, identificando as características do trabalho pedagógico que nela se realizam, rever alguns conceitos do aprender e do ensinar do público docente e discente. Esses posicionamentos favorecem a incorporação de diferentes tecnologias que possam ser vinculados à prática pedagógica e a outras atividades escolares, trazendo contribuições significativas. As tecnologias devem ser utilizadas de acordo com os propósitos educacionais e as estratégias mais adequadas para propiciar ao aluno a aprendizagem. A Revolução da Internet “A Internet inaugurou uma nova era para a ciência brasileira. As melhores revistas especializadas demoravam dois ou três meses para chegar às universidades. Da maioria delas, o máximo que as bibliotecas universitárias conseguiam ter era um exemplar. Formavam-se filas intermináveis para consultá-las. Isso acabou.” (SCHWARTZ,1999) Dentre os vários recursos, a internet é a que oferece uma diversidade de interface. Estes recursos trazem consigo discussões pedagógicas para o desenvolvimento de metodologias educacionais utilizando canais de interação web. Assim, softwares como TelEduc, Moodle, Solar, dentre outros, ganham espaço no cotidiano das universidades, principalmente nas modalidades EAD. De carona, as instituições presenciais vêm incorporando esses mesmos ambiente virtuais pelo fato de possibilitarem fácil manuseio e controle de aulas, discussões, apresentações, enfim, atividades educacionais de forma Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 69 Elza Rodrigues Barbosa Peixoto virtual em complemento e checagem de aprendizagem. Com esses recursos, o professor pode lançar mão dessas interfaces para a co-criação da comunicação e da aprendizagem em sua sala de aula, presencial e on-line e os aprendizes têm a oportunidade de estudar, de se encontrar a qualquer hora, interagindo com os conteúdos propostos, com monitores e com o professor. É o caso da ferramenta Moodle integrada por inúmeras universidades. Um dos maiores difusores das mídias, interativas ou não, na área educacional é o próprio Ministério da Educação e Cultura com seu canal WEBEDUC (www.webedu.mec.gov.br). Nele é possível tomar contato com os diversos recursos disponíveis e de acesso aberto como, por exemplo, a WEBQUEST, além de outras ferramentas que se utilizam da internet e que estão já disseminados no contexto escolar. Somam-se aos já citados recursos, os mais variados portais educacionais que o Ministério da Educação e Cultura coloca a disposição de todos. Webquest é uma metodologia de pesquisa orientada, em que quase ou todos os recursos utilizados são provenientes da Web. O criador deste conceito foi o professor Bernie Dodge, da Universidade de São Diego, em 1995. Sua proposta metodológica é de pesquisa interativa cujas informações provêm da web. O aspecto mais importante dessa metodologia é o roteiro elaborado pelo professor com tema definido e tarefas específicas para o uso das informações pesquisadas, acabando com o cola e copia como afirma o coordenador do projeto Webquest da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (Usp) Carlos Seabra . Destaca-se dentre esses recursos que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) disponibiliza a chamada RIVED (Rede Interativa Virtual de Educação) disponível no domínio www.rived.mec.gov.br, oferecendo uma oportunidade valiosa aos educadores interessados na apropriação desses saberes tão necessários na contemporaneidade. Sobre essa questão, Gregolin et al (2002) defende que “Para que essa aprendizagem se efetive, é necessário um ambiente construtivista, em que as tecnologias sirvam aos alunos como auxílio ao desenvolvimento do pensamento reflexivo, colaborativo e ativo no desenvolvimento do processo pedagógico.(...) Esse ambiente de aprendizagem envolve a criação de contextos significativos e genuínos que envolvem três características: a interatividade, a cooperação e a autonomia.” 70 Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 Um Olhar Sobre a Tecnologia e Suas Ferramentas Pedagógicas Desta forma, fica evidente que, no contexto desta cibercultura, quanto mais docentes capacitados e empenhados em “abraçar” o que esta “causa” tem de melhor e comprometidos com o verdadeiro ensino, não se tem dúvidas de que a conquista se fará em conhecimento. Considerações Finais Está cada dia mais visível a expansão da tecnologia, em particular a Tecnologia da Informação, uma vez que é ela a responsável por envolver os diversos segmentos da sociedade e integrar as áreas do conhecimento. Paralelamente, recursos tecnológicos vêm sendo disponibilizados aos alunos cada vez em maior escala, prova disso são os programas do governo de inclusão 3 digital, mesmo com um peso imenso no prato da balança de exclusão . Mesmo assim, pouco se tem avançado. Os computadores chegam, mas a conexão à internet e a formação do profissional não. Sobre esse assunto, Moran (2003) afirma que a teoria da tecnologia na educação está muito avançada e a prática muito distante. Mas faz uma ressalva, quando sensibilizado a trabalhar com os novos mecanismos da informática, o educador percebe-se um agente transformador da ação pedagógica e esta descoberta reflete-se rapidamente na elaboração de seu material didático e no planejamento de suas aulas. Nas escolas particulares há um maior uso e difusão das novas tecnologias educacionais, se destacando cada vez mais como um diferencial de mercado e marketing. Sites interativos, boletins online, ambientes educativos virtuais, lousas digitais, entre outros. No entanto só o tecnológico não basta se não houver mediando esses saberes a figura do professor, não reprodutor de conteúdos e informações, mas do pesquisador; aquele que segundo LEVY(1999) " ...é incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos” Vale ressaltar que no processo de formação profissional (isso inclui o professor) na Era do Conhecimento um fator imprescindível é a busca pelo saber. Fator que determina ao professor um aprender a aprender para proporcionar o ensinar a aprender. Isto é, neste novo contexto, o professor deve ___________________________________ 3 Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil, 2005. Comitê Gestor da Internet no Brasil. http://www.cetic.br/tic/2008/indicadores-2008.pdf. Revista São Luis Orione - v. 1 - n. 2 - p. 63-73 - jan./dez. 2008 71 Elza Rodrigues Barbosa Peixoto ter atitude de pesquisador e buscar junto com os alunos novas formas de aprendizagem, considerando a reflexão, a criatividade, a criticidade, a interação e a construção coletiva, aspectos fundamentais que proporcionarão uma entrada e permanência proveitosa das novas tecnologias na sala de aula. Referências Bibliográficas MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 2000. FAGUNDES, L. C., SATO, L. S.; MAÇADA, D. L. Aprendizes do futuro: as inovações começaram. Cadernos Informática para a Mudança em Educação. MEC/Seed/ ProInfo, 1999. 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