SUZANO ANO 5 ISSN: 2176-5227 Nº 4 ABR. 2013 REVISTA INTERFACES 55 Inclusão escolar e as políticas educacionais Marilene Ferreira de Lima Oliveira ([email protected]) Faculdade Unida de Suzano – UNISUZ Universidade de Mogi das Cruzes - UMC Resumo Este estudo constituiu-se em uma pesquisa qualitativa e teve como objetivo compreender o processo de inclusão de alunos com deficiência e as políticas educacionais que a circundam. Observa-se que, embora as Políticas Públicas para pessoas com deficiência na educação sejam elaboradas garantindo o direito à igualdade de condições para acesso e permanência na escola, observa-se que há uma prática escolar ainda excludente, seletiva e preconceituosa, e esses sentidos dificultam a aceitar e a trabalhar com o diferente. Isto se deve ao fato de não termos ainda uma Cultura Inclusiva. Palavras-Chave: Inclusão, Deficiência e Políticas Educacionais. Introdução É uma realidade que merece nossa atenção o fato de existirem na rede pública regular de ensino crianças e adolescentes com deficiência que não tenham tido uma participação efetiva nas aulas. Sem dúvida, a inclusão nas escolas, as discussões sobre o tema e as possibilidades de trabalho com essas crianças veem se ampliando. Políticas públicas emanadas das Secretarias de Educação municipais e estaduais, Ministério da Educação e outros órgãos têm procurado desenvolver a prática da inclusão nas escolas. Na busca da inclusão, as escolas, ainda que de forma precária, vêem a necessidade de evitar a exclusão que permeia o âmbito educacional, porém muitas vezes não estão preparadas ou não sabem como fazê-lo. É evidente a necessária preparação da escola e de toda a comunidade para incluir um aluno com deficiência: reorganizar os recursos materiais e físicos, qualificar todos os funcionários e desenvolver uma nova cultura são exigências e urgências atuais. Essa preparação deverá ocorrer em sala de aula, em setores operacionais da escola e na comunidade. Deverá haver ação conjunta do diretor e dos professores da escola, das autoridades educacionais, dos profissionais da educação especial e/ou de reabilitação, dos líderes do movimento dos portadores de deficiência e representantes da comunidade. (SASSAKI, 2002, p. 117) É sobre esse desafio e esperando colaborar com o desenvolvimento das políticas de inclusão que realizei esta pesquisa. A Educação Especial no Brasil – Um Percurso de Desafios A Educação Especial brasileira foi inspirada em experiências ocorridas na Europa e Estados Unidos. Na política educacional brasileira, a inclusão da educação de deficientes, educação dos excepcionais ou educação especial ocorreu por volta de 1854 e se dividiu em dois períodos marcados pela natureza e abrangência das ações desencadeadas para a educação dos indivíduos com deficiência que de acordo com Mazzotta (2003) são: ß De 1854 a 1956 - Iniciativas oficiais e particulares isoladas. ß De 1957 a 1993 - Iniciativas oficiais de âmbito nacional. Período de 1854 a 1956 – Iniciativas oficiais e particulares isoladas Em 12 de setembro de 1854, teve início no Brasil o atendimento escolar especial às pessoas com deficiência. O imperador D. Pedro II, através do Decreto Imperial nº 1.428, fundou a primeira escola para cegos na cidade do Rio de Janeiro, chamada de Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atualmente conhecido como Instituto Benjamin Constant (IBC). A fundação do Instituto deveu-se, em grande parte, a um cego brasileiro, José Álvares de Azevedo, que estudara no Instituto dos Jovens Cegos de Paris, fundado por Valentin Haüy no século XVIII. Foi ainda o imperador D. Pedro II que, com a Lei nº 839 de 26 de setembro de 1857, criou, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto de Surdos-Mudos influenciado pelo francês Ernesto Hüet, professor e diretor do Instituto 56 REVISTA INTERFACES de Bourges (França), que chegou ao Brasil no final de 1855. O Instituto atendia meninos “surdos-mudos” na faixa etária de 7 a 14 anos com proposta educacional de “Educação Literária” e o “Ensino Profissionalizante”. Após cem anos de sua fundação, em 1957, pela Lei nº 3.198 passou a chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Destacam-se ainda nesse período ações tais como: ß 1874: No Hospital Estadual de Salvador, atualmente Hospital Juliano Moreira, iniciou-se assistência médica a crianças com deficiências intelectuais. ß 1883: I Congresso de Instrução Pública; entre os temas do Congresso, um que obteve maior destaque foi a sugestão de currículo e formação de professores para cegos e surdos. ß 1900: Durante o IV Congresso de Medicina e cirurgia, no Rio de Janeiro o Dr. Carlos Eiras apresentou a monografia intitulada “Da Educação e Tratamento Médico e Pedagógico dos Idiotas”. ß 1915: foram publicados três importantes trabalhos sobre a pessoa com deficiência como: A Educação da Infância Anormal da Inteligência no Brasil de autoria do Professor Clementino Quaglio, de São Paulo; Tratamento e Educação das Crianças Anormais da Inteligência e A Educação da Infância anormal e das Crianças Mentalmente Atrasadas na América Latina e Infância Retardatária, obras de Basílio de Magalhães, do Rio de Janeiro. E ainda na década de 1920, o importante livro do professor Norberto de Souza Pinto, de Campinas (SP), intitulado Infância Retardatária. ß Até 1950 havia quarenta estabelecimentos de ensino regular mantidos pelo poder público, que prestavam algum tipo de atendimento escolar especial às pessoas com deficiências intelectuais11 e catorze estabelecimentos de ensino regular atendiam também alunos com outras deficiências. Totalizando assim cinquenta e quatro estabelecimentos de ensino regular e onze instituições especializadas. E, no mesmo período, três instituições especializadas atendiam deficientes intelectuais, e oito atendiam outros tipos de deficiências. Dentre estes cin- 11 SUZANO ANO 5 Nº 4 ABR. 2013 ISSN: 2176-5227 quenta e quatro estabelecimentos de ensino regular e as onzes instituições especializadas destacaremos alguns12: a Escola Rodrigues Alves, estadual regular criada em 1905 para deficientes visuais e físicos no Rio de Janeiro; o Colégio dos Santos Anjos, de ensino regular particular fundado em 1909 em Santa Catarina, no município de Joinville para deficientes intelectuais; a Escola Estadual São Rafael criada em 1925 em Minas Gerais, na capital de Belo Horizonte especializada no ensino de cegos; a Escola Especial Ulisses Pernambucano, estadual especializada em deficientes intelectuais instalada em 1941 em Pernambuco; na Capital em São Paulo, a instituição especializada Lar-Escola São Francisco, criada em 1943 para deficientes físicos; a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, especializada particular criada em 1946, as escolas estaduais regulares Grupo Escolar Miss Browne e Grupo Escolar Visconde de Itaúna, com atendimento a deficientes intelectuais, criadas em 1950. Período de 1957 a 1993 – Iniciativas oficiais de âmbito nacional Segundo Mazzotta (2003), a partir de 1957 o Governo Federal assume o atendimento educacional às pessoas com deficiência realizando campanhas voltadas para esta finalidade. Destacando-se: ß A Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro (CESB) – a primeira ocorreu em 3 de dezembro de 1957. Instalada no INES tinha por finalidade promover, por todos os meios a seu alcance, as medidas necessárias à educação e assistência, no mais amplo sentido, em todo o Território Nacional. ß Em 1958, foi criada a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes da Visão, vinculada ao IBC e idealizada por José Espínola Veiga. Passou em 1960 a ser subordinada ao Gabinete do Ministro da Educação e Cultura com a denominação Campanha Nacional de Educação de Cegos (CNEC). ß Ainda em 1960 foi instituída a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficien- Deficiência intelectual – Ao longo da história, muitos conceitos existiram e a pessoa com esta deficiência já foi chamada, nos círculos acadêmicos, por vários nomes. Mas, atualmente há uma tendência mundial (brasileira também) de se usar o termo deficiência intelectual ao invés de deficiência mental. Mais informações em AAIDD (American Association on Intellectual and developmental Disability – definition of Intellectual disability. Disponível em: <http://www.aaidd.org/Policie/ faq_mental_retardation.shtml> acesso em 08 de agosto 2009. 12 Para verificar mais instituições ver Mazzotta (2003). SUZANO ANO 5 ISSN: 2176-5227 Nº 4 ABR. 2013 tes Mentais (CADEME), por influência de movimentos liderados pela Sociedade Pestalozzi e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais sob a presidência do Ministro da Educação e Cultura. ß Em 1972, constituiu-se o Grupo-Tarefa de Educação Especial, gerenciado por Nise Pires do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) com o objetivo de delinear a política e as linhas de ação do Governo na área da Educação Especial. ß O Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) foi criado em 1973, com a finalidade de promover, em todo o território nacional, a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais. Após a sua criação, foram extintas a CESB e a CNEC. ß Em 1979, ocorre a troca de toda a direção do CENESP e, em 1981, passa à supervisão da nova Secretaria de Ensino de 1º e 2º graus, SEPS/MEC. ß A Secretaria de Educação Especial (SESPE) foi criada em 1986, vinculada como órgão do Ministério da Educação (MEC), sendo extinta em 1990 na reestruturação do MEC passando para a Secretaria Nacional de Educação Básica (SENEB) as atribuições relativas à Educação Especial, tendo como um órgão de competências específicas com relação à Educação Especial o Departamento de Educação Supletiva e Especial (DESE). ß Em 1992, ocorreu uma reestruturação dos Ministérios e reapareceu a Secretaria de Educação Especial SEESP, vinculada ao MEC. Não podemos esquecer ainda de dois fatos importante, primeiro sobre a Sociedade Pestalozzi de Belo Horizonte que, segundo Campos (2003), foi instituída em 1932 por um grupo de médicos, educadores e religiosos, por iniciativa e sob a presidência de Helena Antipoff, com o objetivo de promover o cuidado das crianças excepcionais e assessorar as professoras de classes especiais. A Sociedade Pestalozzi, portanto, visava a atuar sobre diversos focos de exclusão social, provocados seja por problemas de miséria e abandono, seja por questões de deficiência mental no sentido estrito. Em todos os casos, tratava-se de procurar resguardar os direitos das crianças em situação de risco social. E, segundo fato, a APAE do Rio de Janeiro foi fundada em 11 de dezembro de 1954 por Beatrice Bemis e seu esposo Almirante Henry Broadbent Hoyer que tinham uma filha com Síndrome de Down. Foi a primeira APAE do Brasil, dando origem ao movimento que se estende hoje há mais de duas mil APAEs distribuídas REVISTA INTERFACES 57 pelos municípios do Brasil. Destacamos alguns eventos significativos da História da Educação Especial no Brasil para favorecer uma melhor compreensão do processo desde o seu início até os dias atuais. Essa pequena síntese do processo histórico nos mostra que as deficiências eram vistas como um problema do indivíduo, e o avanço se dá exatamente pelo fato de a sociedade passar a entender como um problema relevante a ser enfrentado por todos. A exclusão e a discriminação não são mais problemas da minoria, mas da maioria da população. Nesta tendência, ocorre a particularização e a universalização da diferença. A diferença passa a ser singular e universal ao mesmo tempo. Enquanto singular, ela representa a volta ao campo concreto e real do sujeito; como universal, ela representa a volta à normalização. Com isto desaparece, como “num passe de mágica”, o singular no universal, e o indivíduo perde novamente sua concreticidade inicial. (CARMO, 2008, p. 57) A educação inclusiva é, no início do século XXI, uma realidade. Muitos problemas e dificuldades a caracterizam, mas não retiram o sentido de avanço. Supõe, sobretudo, uma mudança no trabalho dos professores e educadores em geral, nas estratégias que se utilizam, nos objetos e no modo como se organiza o espaço e o tempo na sala de aula. Supõe-se a transformação da escola como um todo. A educação inclusiva não tem por finalidade incluir apenas as pessoas com problemas físicos, intelectuais ou com características de superdotação; ela inclui também o aluno que não tem uma deficiência significativa ou não tem deficiência, mas que não tem acesso às escolas devido a uma série de questões sociais, econômicas ou até mesmo culturais. Inclusão: Mudanças no Paradigma de Educação Muitos pesquisadores, como Sassaky (2002), Ferreira e Guimarães (2003), Mantoan (2003), Mazzotta (2003), vêm tentando esclarecer o conceito de inclusão/exclusão, diferenciando-o, inclusive, de termos que têm sido utilizados como sinônimos, mas que ao ver dos autores, não o são. A inclusão é uma mudança no paradigma de educação que estamos vivendo, e, de início, é necessário esclarecer a diferença entre inclusão, integração e normalização. Apesar de integração e inclusão serem tratados 58 REVISTA INTERFACES SUZANO como termos semelhantes, na verdade apresentam significados diferentes, pois nem todos que estão integrados estão incluídos. A integração social surgiu para derrubar a prática da exclusão social a que foram submetidas às pessoas deficientes por vários séculos. A exclusão ocorria em sentido total, ou seja, as pessoas portadoras de deficiência eram excluídas da sociedade para qualquer atividade porque antigamente elas eram consideradas inválidas, sem utilidade para a sociedade e incapazes para trabalhar, características estas atribuídas indistintamente a todos que tivessem deficiência. (SASSAKI, 2002, p. 30) É uma forma de inserção parcial, pois na integração escolar a escola não muda, o aluno é que tem que se adequar a ela. Diante destes fatos algumas culturas eliminavam as pessoas com deficiências, outras as internavam em instituições de caridade onde havia também idosos e doentes. Estas instituições eram de grande porte e serviam para dar alimentos, medicamentos e algumas atividades para ocupar o tempo livre. Diante destes fatos, as instituições foram cada vez mais se especializando, e desta forma a segregação continuou, pois era uma forma de prestar os atendimentos necessários para as pessoas com deficiência. Na década de1960, houve um grande crescimento em relação ao número de escolas especiais, centros de reabilitação, associações desportivas e outras instituições especializadas. Porém, no final da década de 1960, este movimento de integração queria inserir as pessoas deficientes em sistemas sociais gerais, surgindo então a normalização. No processo de normalização as pessoas com deficiência teriam uma vida e condições bem parecidas com as outras pessoas. O ideário de normalização acredita ser possível igualar o desigual por meio de leis, reproduzindo assim fielmente, a concepção liberal burguesa em sua forma bem mais acabada. Esta visão de homem e sociedade não tem permitido a percepção de que o problema não está em tornar igual o desigual, mas sim em fazer os homens compreenderem a igualdade na diferença e a diferença na igualdade. (CARMO, 2001) Com o intuito de integrar cada vez mais as pessoas com deficiência, o mainstreaming13 surge como uma forma de integrar o aluno numa escola regular, mesmo sendo uma integração puramente física. O importante era o aluno estar na escola. Na década de 1980, 13 ANO 5 Nº 4 ABR. 2013 ISSN: 2176-5227 o mainstreaming era uma forma de levar os alunos para os serviços educacionais disponíveis na sociedade, tirando-os das instituições e colocando-os nas salas de aula comuns, mesmo que eles não tivessem um apoio de acordo com sua deficiência. Tanto a normalização como o mainstreaming foram importantes no processo de experiência de integração, pois depois destas experiências e destes conhecimentos é que houve o aparecimento da proposta da inclusão. (SASSAKI, 2002). No entanto, no final da década de 1980 e início da década de 1990, começou-se a pensar que a prática da integração não era suficiente para acabar com a discriminação em relação à pessoa com deficiência e que ainda não havia uma participação efetiva, com oportunidades iguais, para as pessoas com deficiência, pois na integração estavam somente os que eram vistos com nível de competência próximo aos padrões considerados normais. Surge então a concepção de equiparação de igualdades, em que todas as pessoas com e sem deficiência devem ter direito aos serviços e a todos os ambientes que queiram promover a independência do deficiente. Começa então o processo de inclusão. A inclusão social é um processo pelo qual a sociedade se transforma para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral, no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equiparação de oportunidades para todos (SASSAKI, 2002). A inclusão difere da integração, pois enquanto a integração insere alunos que devem se adaptar à escola, a inclusão não deixa ninguém de fora do ensino regular desde o início da vida escolar e é a escola que se transforma para receber a todos. Exige que se pense a escola de maneira distinta da que hoje é dominante. A escola deve ser para todos e é esta perspectiva que o conceito de inclusão vem trazer. De acordo com Mantoan (2003), a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Desta forma, a inclusão social é um processo que contribui, para além de construção por meio de transformações nos ambientes físico (espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliários e meio de transporte), para um novo tipo de sociedade com um novo pensamento das pessoas em Mainstreaming: não há uma tradução para o português, porém no dicionário de inglês encontramos a palavra mainstream que significa: tendência; dominante. SUZANO ANO 5 ISSN: 2176-5227 Nº 4 ABR. 2013 REVISTA INTERFACES relação as pessoa com deficiência. Nunes e Sobrinho dizem que “Muito além da superação de barreiras físicas do ambiente, com toda a diversidade de propósitos e dimensões, o processo de acessibilidade implica também a superação de atitudes preconceituosas e de estigmas” (2008, p. 277). Ao falar que acesso é um direito de todos, lembramos Duarte que ao tratar sobre acessibilidade diz que Devemos considerar que a inclusão supõe uma rede de suporte em várias áreas: saúde, educação, assistência social, justiça, transporte, entre outras, e não se restringe a questões no campo da educação, como frequentemente é colocada. No entanto, para que o processo de inclusão aconteça é necessário que as redes sociais estejam preparadas (escolas, unidades básicas de saúde, centros comunitários, entre outros). Não podemos pensar nesse processo ocorrendo somente na escola, como é muito pesquisado e, em particular, em nossa área pela educação física. Ele é maior. Envolve uma rede, que deverá dar suporte às demandas dessa população (2005, p. 28) Concordamos com Duarte quando diz que a inclusão supõe uma rede de suporte bem maior e não somente na educação, porque somente assim ela poderá ocorrer de forma concreta na sociedade em geral. O autor ainda completa que essas ações são necessárias para a acessibilidade. A acessibilidade, em todas as suas dimensões, é pressuposto básico de qualquer ação que se queira inclusiva. O binômio “Acessibilidade- Inclusão” é inseparável. Então: “garantir o acesso a...” é básico para o profissional que trabalha em educação. Garantir o acesso ao aprendizado através de estratégias de ensino e de conteúdos adequados ao nível cognitivo da população considerada. Garantir o acesso às práticas de atividades físicas, de esporte, de lazer através de políticas públicas é fundamental para o processo inclusivo. (DUARTE, 2005, p. 29) Rodrigues diz que a inclusão seja ela social ou educativa encontra-se num terreno controverso, desigual e complexo e no qual procura se prevalecer, e, quanto 14 59 mais a exclusão social cresce, mais se fala em inclusão. “O termo “inclusão” tem sido tão intensamente usado que se banalizou de forma que encontramos o seu uso indiscriminado no discurso político nacional e setorial, nos programas de lazer, de saúde, de educação etc.” (2006, p. 300). Diante disto, podemos considerar que o conceito de inclusão pode ter outros aspectos. Ainda nas palavras de Rodrigues: Não se sabe bem o que todos estes discursos querem dizer com inclusão, e é legítimo pensar que muitos significados se ocultam por trás de uma palavra-chave que todos usam e se tornou aparentemente tão óbvia que parece não admitir qualquer polissemia. No discurso dos media e do cotidiano, o conceito de inclusão está relacionado antes de mais nada com não ser excluído – isto é, com a capacidade de pertencer ou se relacionar com uma comunidade. (2006, p. 301) Alguns autores discordam da ideia de inclusão de todas as pessoas com deficiência14 nas escolas regulares. Mantoan defende a ideia de que todos os alunos com deficiência sejam incluídos na escola desde cedo, independentemente de sua deficiência, pois isto pode reverter em benefícios para os alunos e para a sociedade de forma geral. Evidenciando que todas as crianças se beneficiam das experiências vividas na escola, porque acredita que nestes ambientes inclusivos os alunos podem melhorar seu desempenho assim como conviver com os outros numa situação real. Autores como Mazzota contrapõem-se a essa ideia, pois relatam que são poucos os municípios que contam com recursos educacionais adequados em sua rede de ensino para alunos com deficiência. De acordo com o autor, estes alunos podem ser educados no ensino comum, porém uma educação de melhor qualidade depende em grande parte do equacionamento nas políticas públicas (MAZZOTA, 2003). Gomes e González Rey levam os professores a refletir também sobre esta ideia de inclusão dizendo que A meta de atender e desenvolver todos os alunos indistintamente (proposta da educação inclusiva) depende de os professores se posicionarem efetivamente quanto à questão e serem impulsionados prioritariamente a re- Considera-se deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. (Decreto nº 3.298, de 20 dezembro de 1999) 60 REVISTA INTERFACES SUZANO conhecer seus desejos e definir que contribuições podem dar no que se refere à proposta escolar inclusiva. (2007, p. 412) Duarte também nos alerta sobre o risco de pensarmos que a escola dará conta sozinha da inclusão. Ingênuo pensar que a instituição “escola” dará conta da inclusão e que as melhorias de formação profissional, de estratégias de ensino e de conteúdos diferenciados mudarão de vez a cultura da exclusão. Ela (escola) é fundamental no processo, mas as ações para a inclusão deverão ocorrer de forma sistêmica, porque a teia da sociedade é plural, não se resume a escola. (2005, p. 29) Da mesma forma Omote (2008) salienta sobre a ênfase que tem sido dada à colocação de todas as crianças, sem exceção nenhuma, em classe do ensino regular, pois há crianças e jovens com graus comprometimentos elevados que não possuem nenhuma possibilidade dentro das condições de recursos pedagógicos e de tratamento na área da saúde de frequentar e tirar proveito das oportunidades oferecidas nas classes de ensino regular. No entanto, o autor não descarta uma participação destes jovens e crianças futuramente nestas classes, pois novos conhecimentos e tecnologias poderão possibilitar isso. E também não descarta a ideia dos benefícios que o convívio social com outras crianças pode trazer, mesmo não podendo beneficiar-se das atividades oferecidas. No entanto, acredita que para isso as comunidades e o poder público local precisam criar programas e espaços para este convívio e não entregar mais este compromisso para a escola que deve ter como principal objetivo a escolarização. Devemos reconhecer que nem todas as crianças e jovens podem ser escolarizados, em função do grau e natureza de comprometimento. Aliás, justamente a defesa da inclusão exige que atendimentos alternativos sejam oferecidos a eles, provendo serviços de qualidade capazes de atender a suas necessidades especiais, que não podem ser atendidas e supridas em classes de ensino comum. (Omote, 2008, p. 29) A autora, por trabalhar e vivenciar no seu cotidiano a inclusão de crianças com deficiência, partilha com Mazzotta, González Rey, Duarte, Omote, a ideia ANO 5 Nº 4 ABR. 2013 ISSN: 2176-5227 de uma educação com qualidade para todos; porém, se não houver uma articulação entre a escola, a comunidade e as políticas educacionais, continuar-se-á a segregar as pessoas com deficiências nas escolas, dando uma falsa ideia de inclusão. Legislação: Uma Contribuição à Inclusão De início devemos afirmar que nossa compreensão é de que há, nas leis brasileiras, muitas conquistas. Está previsto que a educação deva abranger todas as pessoas, independente de sua etnia, religião, condição social, condição física ou mental porque é um direito de todos os cidadãos. Esse direito está previsto e garantido pela Constituição Brasileira (1988), que é entre todas as leis a de maior força e na qual estão enumerados todos direitos fundamentais da pessoa. No capítulo II, o Artigo 203 estabelece que a assistência social seja prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, tendo como o objetivo entre outros a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência. No capítulo III, o Artigo 208 dispõe que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia, dentre outros, do atendimento especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. No capítulo VII, o Artigo 227 define que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, dentre outros, o direito à educação, assim como criação de programas de prevenção e atendimento especializado para deficientes físicos, sensorial e mental. Para Ferreira e Guimarães Toda pessoa tem direitos que são históricos e decorrem gradualmente em lutas que o homem trava em nome da sua emancipação e das transformações ocorridas no seu estilo de vida. (2003, p. 84) No Brasil, a questão da Inclusão Escolar vem avançando desde 1995, fazendo parte de projetos de leis, debates, conferências e projetos universitários. Esse interesse pela inclusão escolar mostra-se presente nas políticas governamentais e também é demonstrado por Organizações não governamentais (Ongs), assim como por profissionais da educação, da saúde e pela sociedade civil em geral. Muitas mudanças vêm acontecendo nas instituições educacionais desde a Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 20/12/1996. Mas, no Brasil, há uma preocupação já há alguns anos sobre os direitos dos cidadãos em relação à educação especial. Por isso, antes da Lei 9394/96, houve outras como a SUZANO ANO 5 ISSN: 2176-5227 Nº 4 ABR. 2013 lei 4.024/61, Lei 8.692, Lei 5692/71, que pretendiam assegurar a educação das pessoas com deficiência, mas acabaram por segregá-las em escolas especiais, longe de seus amigos de comunidade. Leis, como a LDB (9.394/96), vieram ressaltar o direito de acesso às pessoas com deficiências para que as mesmas não continuassem segregadas em classes, instituições e asilos. Mas para que isso ocorra efetivamente, a escola precisa superar as condições arquitetônicas, e a cultura da inclusão precisa se instalar, definitivamente, entre professores, funcionários e alunos. As pessoas com deficiências têm garantido, por lei, um ensino adequado e os benefícios iguais aos demais educandos, mas ainda há o que se conquistar na prática para a implantação total dessas concepções. A lei n. 7.853, de 24 de dezembro de 1989 CORDE (Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, determinou a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que abrange a educação precoce, a pré-escolar, as de 1o e 2o graus, a supletiva, a habilitação e a reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação, sendo competência da União, dos estados e municípios, legislarem sobre a proteção social das pessoas portadoras de deficiência. Esta lei foi regulamentada pelo decreto nº 3.298, de 20 dezembro de 1999, porém na Seção II do Acesso à Educação não houve mudanças, a não ser pela redação de educação precoce e pré-escolar para educação infantil, 1° grau para ensino fundamental e 2° grau para o ensino médio que compõem a educação básica. Da mesma forma, cabe ao Poder Público a garantia de matrículas em estabelecimentos públicos e privados de pessoas portadoras de deficiências que são capazes de frequentar o sistema regular de ensino. A Lei de Diretrizes e Bases (n. 9.394) entende por educação especial, a modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, para educandos com deficiência. O atendimento será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede regular de ensino. A Resolução n. 95 de 21 de novembro de 2000, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, dispõe que o atendimento escolar de educandos portadores de necessidades especiais deve ser realizado, preferencialmente, na rede regular de ensino, em classes comuns com apoio de serviços especializados organizados na própria escola ou em centros de apoio regionais, revogando as disposições em contrário, em espe- REVISTA INTERFACES 61 cial, a Resolução SE 247/86. A Secretaria da Educação, com fundamento na Constituição Federal e Estadual, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Estatuto da Criança e do Adolescente, Indicação n° 12/1999 e Deliberação n. 5/2000 do Conselho Estadual de Educação, considera que a educação especial para atendimento escolar de educandos portadores de necessidades especiais deve ser realizada, preferencialmente, na rede regular de ensino, em classes comuns com apoio de serviços especializados organizados na própria escola ou em centros regionais; sempre que possível, deve promover a integração, permanência, progressão e sucesso escolar de alunos com deficiências em classes comuns no ensino regular, pois representa a alternativa mais eficaz no processo de atendimento desse alunado (NETO, 2002). Temos também o decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre o atendimento educacional especializado e que regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007. Considera atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. Dados internacionais contribuíram, historicamente, para o desenvolvimento de decretos e leis referentes à pessoa com deficiência, como a Carta para o Terceiro Milênio (Londres, Grã-Bretanha 09/09/1999), Declaração de Salamanca (10/01/1994), Conferência Internacional do Trabalho (Genebra 01/06/1983), Convenção da Guatemala (28/05/1999), Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (ONU 09/121975), Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão (Quebec, Canadá 05/06/2001), todos visando às políticas e organizações públicas, fatores escolares, capacitação e treinamento de educadores, serviços de apoio externo, condições estas para que todas as pessoas com deficiência tenham acesso a uma sociedade igualitária e não discriminatória em que possam exercer seus direitos combatendo a exclusão escolar. Considerações Finais Na esfera da discussão sobre educação inclusiva, o presente estudo teve como objetivo analisar o processo de inclusão de alunos com deficiência. Nossas reflexões a partir da pesquisa permitem apontar a necessidade de um trabalho efetivo com pais, alunos e toda a comunidade escolar para que o aluno com deficiência seja, realmente, acolhido, respeitadas as suas singularidades. Verificamos que ainda há muitas polêmicas sobre 62 REVISTA INTERFACES inclusão e integração, na escola e na Educação Física e desta forma acaba ocorrendo uma integração somente física do aluno, contraposta a uma inclusão social. Cabe ressaltar o despreparo dos professores para trabalharem com alunos com deficiências, pois afirmam que não tiveram informações sobre os mesmos quando estudaram, assim como a falta de profissionais especializados para o apoio a esses professores e mesmo a resistência deles a se apropriarem ou ousarem novas práticas na educação. Os professores reclamam da falta de informação e capacitação, porém sabemos que há muitos documentos e materiais disponíveis para consultas como nos diz Murta (2008) que o Governo Federal e Estadual disponibiliza para a circulação alguns materiais como o Referencial para a Educação Infantil que traz orientações para a educação de crianças com deficiência (BRASIL, 2001), o Manual de Educação Inclusiva, editado pela Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos – PFDC (BRASIL, 2003), a coleção Educação Inclusiva – lançada pelo Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial (BRASIL, 2004), os Cadernos da TV Escola – Educação Especial lançado pelo Ministério da Educação – Secretaria de Educação a Distância, que tem uma série de números dedicados a escolarização de pessoas com deficiência (BRASIL, 1998). E podemos acrescentar ainda a “Formação continuada a distância de professores para o atendimento educacional especializado” – Aspectos legais e orientações Pedagógicas pelo Ministério da Educação – Secretaria de Educação o Especial – Secretaria de Educação a Distância (BRASIL, 2007) e vários outros sites e materiais que o Governo Federal e Estadual oferecem a toda população. Não pretendemos negar que há por parte dos professores uma falha em relação à busca de conhecimento sobre o processo de inclusão, no entanto parece que estes documentos e materiais não respondem aos anseios dos professores. É preciso que as políticas públicas, ao serem formuladas, considerem e reconheçam o professor e o aluno como sujeitos ativos que constroem sentidos e que participam, a partir deles, deste processo. Vale ressaltar que incluir nas aulas exige novas formas de trabalho e, neste sentido, é também uma questão técnica. Os professores devem buscar novas formas de trabalho. Mas a inclusão não depende somente de técnicas, pois exige o desenvolvimento de uma nova cultura e uma nova escola. Referências bibliográficas BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. BRASIL, Decreto nº 3.298, de 20 de Dezembro de SUZANO ANO 5 Nº 4 ABR. 2013 ISSN: 2176-5227 1999. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto/D3298.htm>. Acesso em 22 julho 2009. BRASIL, Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm>. Acesso em 22 julho 2009. BRASIL, Lei nº 7.853 de 24 de outubro de 1989. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/ pdf/lei7853.pdf>. Acesso em 22 julho 2009. BRASIL, Lei nº 9.394, DE 20 de Dezembro de 1996. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/L9394.htm>. Acesso em 22 julho 2009. 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Informação sobre a autora Marilene Ferreira de Lima Oliveira Mestre em Educação: Psicologia da Educação – PUCSP, especialista em Educação Física Escolar, Atividade Motora Adaptada e Psicopedagogia Clínica e Institucional, Prof. do Curso de Educação Física da Faculdade Unidas de Suzano – SP, Prof. do Curso de Educação Física da Universidade de Mogi das Cruzes – UMC e Prof. da rede Pública Estadual de São Paulo. Membro do Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar da Universidade de São Paulo. REVISTA INTERFACES 63