Crise internacional e Mercado de Trabalho JUNHO DE 2009 A crise econômica internacional Maior crise do capitalismo desde 1929 Crise global : atinge praticamente todos os países e regiões do mundo Duração e intensidade podem ser diferentes para os países Desregulamentação financeira A crise se apresentou como o estouro da bolha do mercado imobiliário americano Seus antecedentes remontam ao processo de desregulamentação do sistema financeiro mundial a partir da hegemonia neoliberal Globalização financeira A acumulação de capital fictício, apoiada nos déficits fiscais e nas inovações financeiras, impôs uma lógica de rentabilidade insustentável que começa a ser desmontada com a crise Intensa mobilidade do capital em busca das regiões de menor custo (salários, impostos, crédito, infra-estrutura) visava atingir níveis de rentabilidade insustentáveis das finanças desreguladas É, portanto, a crise de um padrão de acumulação liderado pelas finanças, e de hegemonia do pensamento neoliberal Era da incerteza A agenda está em aberto Desafios para a agenda pública: salário e emprego decente meio ambiente regulamentação do sistema financeiro mundial protecionismo taxação dos mais ricos ampliação das políticas de proteção social taxa de câmbio flexível controle de capitais Revisão do papel do FMI, do Banco Mundial A incerteza sobre os desdobramentos da crise é muito alta O Estado volta à cena A idéia-força das últimas três décadas de hegemonia do pensamento neoliberal - “menos estado, mais mercado”- ruiu com a crise O Estado volta à cena. Como volta, é uma questão em aberto e em disputa A crise mundial e o Brasil Não há blindagem possível. A crise atacou o centro do capitalismo e se espalhou pelo sistema como um todo Na história recente, é a primeira vez que o Estado brasileiro não representa um entrave ao enfrentamento da crise. Atua ampliando o investimento e o crédito na economia Instrumentos públicos de intervenção na economia (Banco do Brasil, CEF, BNDES, Petrobras, BASA, BNB) têm sido e serão fundamentais na travessia da crise Como a crise afeta o Brasil Via queda das exportações. Incerteza sobre o saldo comercial e o déficit em transações correntes Saída de capitais: significativa desvalorização do real a partir de setembro. Valorização do real recentemente. Volatilidade do câmbio Cancelamento de linhas de crédito no exterior, o que afetou setores como o de exportação e o agrícola Como a crise afeta o Brasil Redução dos investimentos das empresas Queda na demanda de vários setores, em especial no de bens duráveis Redução súbita do volume de crédito, que crescia a altas taxas e financiava as atividades correntes da economia Aspectos importantes da economia brasileira para o enfrentamento da crise O dinamismo do mercado interno, que tem sido o motor do crescimento da economia brasileira nos últimos anos O nível das reservas cambiais existentes no país, em torno de US$ 200 bilhões Investimentos do PAC têm papel fundamental nas áreas de infra-estrutura, estímulo ao crédito e ao financiamento Diversificação de destinos das exportações brasileiras Aspectos importantes - evolução da relação da dívida pública e o PIB - (%) Principais medidas de combate à crise tomadas até o momento Redução de compulsório dos bancos Financiamento das exportações Financiamento à agricultura Incentivo à construção civil Expansão do financiamento do investimento e da produção Desonerações e incentivos fiscais Estímulo para aumento do crédito – redução IOF Medidas mais recentes Redução do IRPF Renovação da redução do IPI dos automóveis (março de 2009) BNDES - aumento de R$ 100 bilhões nos recursos Petrobras - aumento dos investimentos de 1,2% do PIB para 2,0% em 2009 Pacote Habitacional - anúncio da construção de 1 milhão de unidades Impactos da Crise sobre o Mercado de Trabalho EUA Taxa de desemprego mai/08 - mai/09 5,5 5,6 5,8 6,2 6,2 6,6 6,8 7,2 7,6 8,1 8,5 8,9 9,4 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 Fonte: BLS Elaboração: DIEESE Obs.: Taxas com ajuste sazonal EUA Movimentação em relação ao mês anterior out/08 – mai/09 (em milhares de pessoas) out/08 nov/08 dez/08 PEA 146 -422 -173 Ocupados -598 -673 -806 Desocupados 744 251 632 Inativos 159 637 380 Taxa de desemprego (em %) 6,6 6,8 7,2 Categorias jan/09 (1) (1) (1) (1) 7,6 fev/09 mar/09 498 -166 -351 -861 851 694 -324 339 8,1 8,5 abr/09 mai/09 683 350 120 -437 563 787 -497 -170 8,9 9,4 Fonte: BLS Elaboração: DIEESE Nota: (1) Em janeiro, as variações podem apresentar distorções em função da atualização dos controles de população Obs.: Séries com ajuste sazonal Europa Evolução das Taxas de Desemprego abr/08 - abr/09 (em %) Países Área do Euro França Alemanha Inglaterra Espanha (1) Itália abr/08 out/08 7,3 7,8 7,6 8,0 7,4 7,1 5,1 6,1 10,0 13,2 6,8 6,9 Fonte: Eurostat Nota: (1) Médias trimestrais Obs.: Taxas com ajuste sazonal nov/08 8,0 8,2 7,1 6,3 14 6,9 dez/08 8,2 8,3 7,2 6,5 14,7 6,9 jan/09 8,4 8,5 7,3 6,7 15,6 - fev/09 8,7 8,6 7,4 6,9 16,5 - mar/09 8,9 8,8 7,6 17,3 - abr/09 9,2 8,9 7,7 18,1 - Europa Taxas de Desemprego 2000/2009 (em %) Fonte: Eurostat Obs.: Taxas com ajuste sazonal Europa Número de desempregados 2000/2009 (em milhões) Fonte: Eurostat Obs.: Taxas com ajuste sazonal Europa Produção industrial abr/2000 – abr/2009 Fonte: Eurostat Obs.: Taxas com ajuste sazonal Japão Taxas mensais de desemprego mar/08 – abr/09 Fonte: JIL Obs.: Taxas com ajuste sazonal Os resultados RAIS: 1998-2007 Emprego cresceu 53,5% no decênio O crescimento foi significativo após 2004 Tamanho do mercado formal 1998 = 24,5 milhões de empregos 2007 = 37,6 milhões de empregos Para 2008, estima-se, com base no CAGED, um mercado de trabalho superior a 39 milhões de empregos formais Crescimento do emprego formal Evolução do Emprego no Brasil: 1998-2007 (em milhões) 40,0 37,6 35,0 35,2 33,2 30,0 25,0 25,0 24,5 20,0 29,5 28,7 27,2 26,2 31,4 15,0 10,0 5,0 1998 Fonte: RAIS (MTE). 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Movimentação do emprego: 1998 a 2008 Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 TABELA 1 Movimentação do emprego Brasil - 1998 a 2008 Admissões Desligamentos 8.067.389 8.649.134 8.181.425 8.377.426 9.668.132 9.010.536 10.351.643 9.760.564 9.812.379 9.049.965 9.809.343 9.163.910 11.296.496 9.773.220 12.179.001 10.925.020 12.831.149 11.602.463 14.341.289 12.723.897 16.659.331 15.207.127 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE Saldo -581.745 -196.001 657.596 591.079 762.414 645.433 1.523.276 1.253.981 1.228.686 1.617.392 1.452.204 Evolução do saldo acumulado do emprego formal Brasil e RMs da PED out/98 a mar/99 – out/08 a mar/09 (mil pessoas) Participação % no saldo (RMs/Brasil) Fonte: Caged 30,0 102,9 72,7 55,6 12,7 Saldo mensal do emprego formal Brasil e RMs da PED out/08 a mar/09 Região Ceara RM Fortaleza Pernambuco RM Recife Bahia RM Salvador Minas Gerais RM Belo Horizonte Sao Paulo RM Sao Paulo Rio Grande do Sul RM Porto Alegre Distrito Federal RMs PED BRASIL Fonte: Caged out/08 4.300 3.433 4.945 5.482 -6.446 -3.081 -29.438 -5.066 34.353 25.798 8.873 1.434 1.169 29.169 61.401 nov/08 4.245 4.260 2.802 6.016 -353 4.532 -33.921 -5.567 -20.884 5.089 8.036 2.485 906 17.721 -40.821 dez/08 -5.759 -1.119 -8.408 -3.144 -15.225 -6.000 -88.062 -21.059 -285.532 -63.241 -27.678 -10.866 -4.174 -109.603 -654.946 jan/09 -6.861 -2.983 -7.972 -2.050 -917 -1.146 -26.800 -7.521 -38.676 -15.627 2.798 -641 -175 -30.143 -101.748 fev/09 -473 1.270 -977 -471 422 -1.219 -869 1.135 -95 -2 747 -1.262 3.395 2.846 9.179 mar/09 1.372 430 -22.252 -7.204 4.497 2.810 9.399 4.244 34.231 -3.218 4.734 1.598 3.291 1.951 34.818 TOTAL -3.176 5.291 -31.862 -1.371 -18.022 -4.104 -169.691 -33.834 -276.603 -51.201 -2.490 -7.252 4.412 -88.059 -692.117 Evolução do saldo acumulado do emprego formal Brasil e RMs da PED out/98 a mar/99 – out/08 a mar/09 Total Região RM de Fortaleza RM de Recife RM de Salvador RM de Belo Horizonte RM de Sao Paulo RM de Porto Alegre Distrito Federal RMs PED S/ Fort. RMs PED BRASIL Fonte: Caged out/98 a mar/99 -13.883 -11.867 -5.298 -45.805 -144.973 -15.491 -7.745 -231.179 -245.062 -815.816 out/01 a mar/02 4.122 -1.336 4.805 3.605 13.210 5.466 6.317 32.067 36.189 34.850 out/06 a mar/07 11.119 3.052 6.321 26.434 124.813 11.643 -5.022 167.241 178.360 244.509 out/07 a mar/08 11.359 12.570 15.971 44.381 186.689 26.851 16.609 303.071 314.430 564.840 out/08 a mar/09 5.291 -1.371 -4.104 -33.834 -51.201 -7.252 4.412 -93.350 -88.059 -692.117 Evolução do saldo acumulado do emprego formal Brasil e RMs da PED out/98 a mar/99 – out/08 a mar/09 Indústria Região RM de Fortaleza RM de Recife RM de Salvador RM de Belo Horizonte RM de Sao Paulo RM de Porto Alegre DF RMs PED BRASIL Fonte: Caged out/98 a mar/99 -5.631 -4.713 -2.428 -16.003 -61.646 -6.593 -690 -97.704 -272.672 out/01 a mar/02 221 -2.875 -29 -918 -6.989 834 -748 -10.504 18.313 out/06 a mar/07 3.868 -4.881 1.080 6.523 11.099 2.258 -104 19.843 16.340 out/07 a mar/08 4.124 -2.816 1.106 8.451 28.846 8.135 884 48.730 69.140 out/08 a mar/09 -2.457 -7.955 -2.968 -19.569 -67.540 -14.194 -8 -114.691 -498.612 Variação anual do nível de ocupação Regiões Metropolitanas e Distrito Federal 2007-2008 / 2008-2009 6,0 5,6 5,5 5,0 5,2 5,4 4,4 3,9 3,6 3,1 3,0 3,5 3,6 4,7 4,3 3,8 3,8 3,0 2,7 5,6 5,0 4,7 4,3 4,0 5,7 5,6 2,6 2,0 1,6 1,0 1,0 1,2 0,0 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out 2007-2008 Nov Dez Jan 2008-2009 Fev Mar Abr Variação anual do nível de ocupação na indústria Regiões Metropolitanas e Distrito Federal 2007-2008 / 2008-2009 15,0 10,0 10,2 11,5 6,9 7,6 5,0 -5,0 5,1 4,6 3,2 0,0 9,5 10,2 2,4 Abr Mai Jun -1,4 -2,5 Jul 0,9 1,1 4,9 2,3 3,5 1,7 3,3 1,1 3,9 1,6 -1,0 Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr -4,4 -7,4 -10,0 2007-2008 2008-2009 Variação anual do desemprego total Regiões Metropolitanas e Distrito Federal 2007-2008 / 2008-2009 6,0 4,0 4,0 2,0 1,5 0,0 -2,0 -4,0 -6,0 -8,0 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr -3,0 -2,5 -3,3 -3,6 -3,8 -3,8 -4,5 -4,5 -4,8 -5,4 -5,6 -6,1 -5,6 -6,4 -6,5 -6,4 -6,7 -7,0 -7,2 -8,4 -8,4 -8,4 -8,9 -8,9 -10,0 2007-2008 2008-2009 Evolução da taxa de desemprego Regiões Metropolitanas e Distrito Federal abr/08 – abr/09 14,1 13,9 13,4 13,1 ab r/ 0 9 /0 9 /0 9 fe v ja n/ 09 12,7 08 de z/ 08 no v/ 8 ou t /0 t/0 8 se ag o/ 08 8 ju l/0 ju n/ 08 13,0 ab r/ 0 8 m ai /0 8 15,3 14,6 14,6 14,5 ar 14,8 15,1 m 15,0 Fonte: Convênio Dieese/ Seade/ MTE - FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED. Índices da Massa de Rendimentos Reais dos Ocupados Regiões Metropolitanas e Distrito Federal 2006–2009 2006 Base: média de 2000 = 100 2007 2008 2009 120 115 110 105 100 95 90 85 Jan Fev M ar Abr M aio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte: Convênio Dieese/ Seade/ MTE - FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED. Índice de crescimento dos ocupados, por Posição da Ocupação Regiões Metropolitanas e Distrito Federal 1999-2008 Base: média de 1999 = 100,0 160,0 153,1 150,0 140,0 130,0 130,1 120,0 118,7 110,0 100,0 1999 2000 2001 2002 Assal. Com Carteira 2003 2004 2005 2006 Assal. Sem Carteira 2007 2008 Autônomos Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego Índice de crescimento dos ocupados, por Posição da Ocupação Regiões Metropolitanas e Distrito Federal abr/2008 a abr/2009 Com Carteira Assinada Sem Carteira Assinada Autônomos Base: abril de 2008=100,0 110,0 104,0 103,6 98,1 98,0 95,2 92,0 Abr- Maio Jun. 08 Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr09 Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego Índices do Nível de Ocupação, do Rendimento Médio Real e da Massa de Rendimentos Reais dos Ocupados Regiões Metropolitanas e Distrito Federal Jan/98 a Mar/2009 Base: média de 2000=100 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 Emprego Massa de Rendimentos Reais Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego Jan-2009 Set Mai Jan-2008 Set Mai Jan-2007 Set Mai Jan-2006 Set Mai Jan-2005 Set Mai Set Rendimento Médio Real Jan-2004 Mai Jan-2003 Set Mai Jan-2002 Set Mai Jan-2001 Set Mai Jan-2000 Set Mai Jan-1999 Set Mai Jan-1998 70.0 Proporção de assalariados com carteira de trabalho assinada no setor privado Regiões Metropolitanas e Distrito Federal abril 2007 – abril 2009 81,6 81,3 81,3 80,9 80,0 80,0 80,0 80,0 79,9 79,6 79,6 79,6 79,579,4 79,4 79,2 79,279,2 79,7 79,5 79,4 79,1 79,1 80,1 Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego abr/09 mar/09 fev/09 jan/09 dez/08 nov/08 out/08 set/08 ago/08 jul/08 jun/08 mai/08 abr/08 mar/08 fev/08 jan/08 dez/07 nov/07 out/07 set/07 ago/07 jul/07 jun/07 mai/07 abr/07 78,8 Indicadores de vulnerabilidade PED: ocupados em situações de trabalho vulneráveis Assalariados sem carteira de trabalho assinada, autônomos que trabalham para o público, trabalhadores familiares não remunerados empregados domésticos Evolução da proporção de ocupados em situações de trabalho vulneráveis Região Metropolitana de São Paulo 1985 - 2008 (em %) 35,0 35,0 35,1 33,8 33,1 33,1 34,2 34,6 33,8 32,8 31,7 32,1 31,4 30,4 29,1 28,5 28,1 28,3 26,6 26,3 26,5 25,0 19 85 19 86 19 87 19 88 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 25,6 25,6 Fonte: Convênio Dieese/ Seade/ MTE - FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED. Variação em 12 meses da População Economicamente Ativa e da População Ocupada Total Metropolitano – Jan./2000-Mar./2009 Taxa de crescimento médio anual da População Economicamente Ativa, População Ocupada e Produto Interno Bruto 1998-2008 Distribuição dos reajustes salariais em comparação com o INPC/IBGE Brasil 1996 - 2008 Fonte: DIEESE.SAS Distribuição dos reajustes salariais em comparação com o INPC/IBGE Brasil 2008-2009 Fonte: DIEESE. SAS - Sistema de Acompanhamento de Salários Resultado do PIB 1º trimestre de 2009