TEATRO RENASCENTISTA
Renascimento (O Movimento)
Teatro Inglês
Movimento de renovação intelectual e artística que atinge seu apogeu no século XVI, influenciando
várias regiões da Europa. Com origem no humanismo, a noção de renascimento diz respeito à
restauração dos valores do mundo clássico greco-romano. O ideal de renascentista é marcado pela
crença em uma capacidade ilimitada da criação humana.
A invenção da imprensa contribui para a disseminação de ideias. O espírito de inquietação estende-se
à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações e ao
descobrimento do Novo Mundo. Como consequência, ocorrem progressos técnicos e conceituais,
além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro; Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatro; e Licenciado em Artes
Teatro Inglês
O humanismo, estudo da antiga cultura greco-romana, está na origem do Renascimento e surge
na Itália no século XIV. É favorecido pelo progresso econômico das cidades italianas, dominadas por
uma rica burguesia, interessada nas letras e nas artes. Seus principais centros são Florença, Veneza e
Roma e os primeiros grandes representantes, Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Boccaccio
(1313-1375).
O humanismo desenvolve-se de modo notável e atinge o apogeu na Itália, no século XV, em razão
de fatores como a proteção dos mecenas (papas, bispos, reis, príncipes e banqueiros que reúnem
obras clássicas, amparam os estudiosos da literatura grega e latina, fundam bibliotecas e embelezam
seus palácios e igrejas); a fuga dos sábios bizantinos, grandes conhecedores da cultura clássica, para a
Itália e a invenção da imprensa. Seus principais nomes nesse período são Erasmo de Roterdã (14601536) e Thomas Morus (1478-1535).
O Renascimento italiano é favorecido ainda, além dos fatores determinantes do humanismo, por
uma tradição clássica, já que o país abrigou o centro do Império Romano, e pelo crescimento
econômico das cidades italianas. Grandes mestres do Renascimento italiano são Leonardo da Vinci
(1452-1519), Michelangelo (1475-1564), Rafael (1483-1520), Ticiano (1477-1576) e Tintoretto (1518-1594).
Entre os escritores, destaca-se Nicolau Maquiavel (1469-1527).
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro; Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatro; e Licenciado em Artes
O TEATRO RENASCENTISTA
Teatro Inglês
Ao estudarmos a história podemos afirmar que o Renascimento significou não apenas uma
recuperação dos clássicos, mas uma nova concepção do mundo e do destino do homem. As
transformações por que passa o Ocidente nos séculos XV e XVI criam e difundem a noção de que
rupturas profundas se operam entre o presente e o passado. No momento em que a escolástica vai se
ruindo, a Igreja vê desintegrar-se a unidade religiosa da Europa. No mesmo instante a idéia imperial
dilui-se frente a política nacional das monarquias absolutas.
Ao desenvolver a crença de que tudo pode ser feito com o domínio da técnica racional, o
Renascimento fundamenta com a matemática e com a escrituração contábil do capitalista a
interpretação do universo.
A Renascença é o período em que se dá a redescoberta e a revalorização da arte clássica. Esse
período não aparece de súbito. Começa a ser preparado desde o século XIII com o humanismo e
somente se consolida plenamente por volta do século XVIII com o Iluminismo. Mas de qualquer forma o
período em que mais se desenvolveu foi o que abrange os séculos XV e XVI.
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Teatro Inglês
O Teatro Renascentista não possuiu um desenvolvimento tão acentuado quanto as artes plásticas,
arquitetura, pintura, etc. devido ao fato de ter seguido fielmente os preceitos greco-romanos, ou seja,
a valorização do antropocentrismo até mesmo como uma espécie de cópia adaptada. Nesse sentido
limitaram-se a imitar o Teatro Greco-Romano mantendo as mesmas regras que os regiam (prólogo,
párodo,...) Até mesmo os assuntos eram os mesmos da Grécia e Roma, o que contribuiu para um
fracasso. Os únicos autores um pouco mais originais foram: Maquiavel na Itália e Shakespeare na
Inglaterra. No Teatro Renascentista podemos encontrar os seguintes autores:
• Gil Vicente: Apesar de o encontramos no período renascentista, utilizou uma espécie de volta aos moldes do
Teatro Medieval. Fez diversos AUTOS religiosos que se constituíam em peças de curta duração. Era do país de
Portugal. Esse foi o único autor que promoveu uma volta ao Medievalismo. Toda a sua obra encontra-se dentro do
espírito medieval.
• Nicholau Maquiavel: Autor italiano. Resgata todo o Teatro Grego que acabou se perdendo no decorrer da
Idade Média. Escreveu : “O Príncipe”, “A Mandrágora”. Era um político e, devido a aspectos políticos, foi exilado de
seu país. No exílio escreveu “A Mandrágora”, uma comédia que criticava toda a gente da cidade de Florência.
• Shakespeare: Autor Inglês de grande popularidade tanto em seu país quanto no resto do mundo. Assistiu a
muitas representações medievais de grupos itinerantes e possuía uma formação cultural muito sólida.
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TEATRO ELIZABETHANO
Teatro Inglês
No decorrer dos séculos XIV e XV o comércio começou a florescer no mundo todo. Todos os reis,
inclusive Henrique VIII (Rei da Inglaterra) iniciaram uma política de intenso apoio ao crescimento do
comércio. Entretanto, o ei inglês, nessa mesma época, rivalizou-se com a Igreja Católica no intuito de
criar o Anglicanismo em seu país. Essa briga religiosa rendeu guerras durante algum tempo. Assim
podemos presenciar, nessa época, um atraso cultural da Inglaterra visto que, enquanto preocupou-se
com guerras religiosas, o resto da Europa desenvolveu-se muito culturalmente.
No século XVI assume o trono a Rainha Elizabeth I (1558–1603) que
The Globe Theater
começou a ajustar e apoiar significativamente a cultura inglesa e,
principalmente, a produção teatral, que começou a crescer e a
tornar-se cada vez mais popular. As companhias aumentaram em
número e importância e a maioria delas passou a ter formação
estável. Essa situação foi favorecida por uma ordenança real, segundo
a qual só poderiam fazer turnês pelo interior as companhias que
gozassem da proteção de um nobre. Contando com patronos e
protetores nos círculos da corte e da nobreza, profissionais já podiam
apresentar-se diariamente salvos dos ataques puritanos. Interpretavam
para uma plateia bastante heterogênea, embora as classes superiores
constituíssem a grande maioria. Várias companhias que possuíam essa
proteção de um monarca: “Homens do Conde de Pembroke”,
“Cômicos do Conde de Leicester”.
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Teatro Inglês
A Companhia em que Willian Shakespeare atuava não só como ator, mas
como escritor era “Homens do Conde de Pembroke” que estava sob o
patrocínio de James Burbage e que, posteriormente, ficou sob a proteção de
Henry Carey, Lord Chambelan, primo da rainha.
Com tão importante apoio, a posição dos atores junto à corte, que já era boa,
melhorou ainda mais. Com frequência eles passaram a atuar até mesmo para
a própria rainha Elizabeth. Esta gostava muito da companhia e, em especial,
de “Penas de Amor Perdidas”, uma peça em que Shakespeare narrava uma
elegante história de amor.
O acesso à corte permitia ao jovem dramaturgo a observação do mundo dos
nobres e políticos, pelo qual sempre possuiu interesse. Certamente isso o
ajudou muito nas obras em que abordava esse tema. A grande maioria das
obras de Shakespeare foi produzida no período em que a Inglaterra,
governada durante 45 anos pela Rainha Elizabeth I, consolidou sua posição de
grande potência econômica e política. O reflexo do desenvolvimento atingiu
as esferas culturais, possibilitando o surgimento dos “talentos universitários” entre os quais Cristopher Marlowe – antecessor de Shakespeare e Ben Jonson.
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Teatro Inglês
Precursores e Contemporâneos de Shakespeare:
1)
John Lyly (1554 – 1606): Autor de Pastorais (Bucolismo)
2) Cristopher Marlowe (1564 – 1593): Autor de peças trágicas
3) Thomas Kyd (1558 – 1594): Grande influência sobre Shakespeare
4) Ben Jonson (1572 – 1637): Grande amigo de Shakespeare
5) Robert Greene (1560 – 1592)
Willian Shakespeare: Dramaturgo e poeta inglês (23/4/1564-23/4/1616). Destaca-se entre os mais
importantes da história do teatro. Nasce em Stratford-upon-Avon, onde faz os primeiros estudos. Aos 18
anos, casa-se com Anne Hathaway, com quem tem três filhos. Pouco se sabe a respeito de sua vida
até 1591, ano em que se muda para Londres. Entre 1590 e 1594 redige a primeira peça, A Comédia
dos Erros. Ainda nessa época escreve 154 sonetos, considerados até hoje os mais belos e mais
importantes da língua inglesa. De acordo com os historiadores, conquista sucesso e fortuna com o
teatro. Em 1594 é membro da companhia teatral de Lord Chamberlain, que representa na melhor sala
de espetáculos de Londres. Marca com sua obra o teatro elisabetano, e suas peças, tragédias,
comédias e dramas históricos, influenciam toda a produção posterior a ele. Entre suas tragédias mais
importantes destacam-se Romeu e Julieta, Macbeth, Hamlet, O Rei Lear e Otelo. Algumas das
comédias mais encenadas são O Mercador de Veneza, A Megera Domada e Sonho de uma Noite de
Verão. Em 1609 publica uma série de sonetos, dedicados a um rapaz e a uma senhora nãoidentificados. Por volta de 1610, retorna à cidade natal, onde escreve sua última peça, A Tempestade,
em 1613.
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Teatro Inglês
CARACTERÍSTICAS DAS PEÇAS DE SHAKESPEARE
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Ausência de unidade de tempo e lugar no sentido clássico;
Enredo principal e subenredos;
Distinção não rígida de gêneros (Em tragédias possuem cenas de comédia ou vice-versa,...);
Variação da quantidade de personagens (Ex: Em uma peça existem 12 personagens, já em outra existem 50 );
Gêneros mais utilizados: Tragédias, comédias, dramas históricos e pastorais;
Versos brancos, rimados e prosa.
William Shakespeare escreveu cerca de 154 sonetos dos mais
belos de toda a Literatura Inglesa. Escreveu também cerca de 37
peças teatrais. Em 1592, torna-se dramaturgo. Dois anos depois,
começa sua vida teatral como ator. Em 1597, adquire uma vida
financeira extremamente confortável e compra casas e terrenos
em Stratford. Em 1603, torna-se sócio do Globe Theatre, em
Londres. (Era um hotel que possuía um teatro, mas não era um
local muito apropriado para produções teatrais.)
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro; Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatro; e Licenciado em Artes
CARACTERÍSTICAS DO AUTOR
Teatro Inglês
•
Valorização muito grande do intelecto e da cultura, do “eu”. Sentimentos humanos e universais;
•
Não questionamento de problemas políticos, sociais de uma determinada época.
Justamente devido a isso sua obra nunca envelhece;
•
Captura de todas as características do Renascimento;
•
Reflete muito em suas peças o nacionalismo;
•
Peças sem posicionamento político;
•
Criação de personagens questionadores (Resgate ao Renascimento);
•
Crítica à injustiça, violência e ao erro, mas sempre entre os indivíduos, nunca entre
classes sociais, políticas, etc. Trabalho muito grande do individualismo e
inexistência de trabalho acerca da coletividade;
•
Presença da HYBRIS (A maioria dos personagens de Shakespeare apresentam
a característica do orgulho: Romeu, Hamlet, Rei Lear,...);
•
Em Strantford, a tumba
Seus personagens possuem o destino em suas mãos. As ações são dos próprios personagens; Todos eles
possuem o livre-arbítrio;
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Teatro Inglês
"Hamlet" de William Shakespeare:
(...)
" HAMLET:
Ser ou não ser, eis a questão! Que é mais nobre para o espírito: sofrer os dardos e setas de um
ultrajante fado, ou tomar armas contra um mar de calamidades para pôr-lhes fim, resistindo?
Morrer... dormir; nada mais! E com o sono, dizem, terminamos o pesar do coração e os mil naturais
conflitos que constituem a herança da carne! Que fim poderia ser mais devotamente desejado?
Morrer... dormir! Dormir!... Talvez sonhar! Sim, eis aí a dificuldade! Porque é forçoso que nos
detenhamos a considerar que sonhos possam sobrevir, durante o sono da morte, quando nos
tenhamos libertado do torvelinho da vida. Aí está a reflexão que torna uma calamidade a vida
assim tão longa! Porque, senão, quem suportaria os ultrajes e desdéns do tempo, a injúria do
opressor, a afronta do soberbo, as angústias do amor desprezado, a morosidade da lei, as
insolências do poder e as humilhações que o paciente mérito recebe do homem indigno, quando
ele próprio pudesse encontrar quietude com um simples estilete? Quem gostaria de suportar tão
duras cargas, gemendo e suando sob o peso de uma vida afanosa, se não fosse o temor de
alguma coisa depois da morte, região misteriosa de onde nenhum viajante jamais voltou,
confundindo nossa vontade e impelindo-nos a suportar aqueles males que nos afligirem, ao invés de
nos atirarmos a outros que desconhecemos? E é assim que a consciência nos transforma em
covardes e é assim que o primitivo verdor de nossas resoluções se estiola na pá da sombra do
pensamento e é assim que as empresas de maior alento e importância, com tais reflexões, desviam
seu curso e deixam de ter o nome de ação... Agora, silêncio!... A bela Ofélia! Ninfa, em tuas
orações, recorda-te de meus pecados!“ (...)
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Ensino Médio - 2º Ano - Matutino