REDAÇÃO - SEMANA 30 PROF. MARCO ANTÔNIO MENDONÇA 09/10/2015 Mobilidade Urbana: Definições e Problemas Atuais (Bruno Sanches - Curitiba, PR, 13/05/2014) Ao procurar o significado de Mobilidade no dicionário Aurélio, encontraremos a seguinte definição: “Mobilidade: s.n facilidade para se mover, para ser movido. / facilidade para mudar de expressão.” Ou seja, Mobilidade Urbana significa facilidade de se mover na cidade, mas não é o que vemos hoje em dia. Cada vez mais congestionamentos, acidentes, cada vez menos espaços para bicicletas, e até calçadas sendo usadas como rua e/ou estacionamento. Em 2012, foi instituída a Lei Nº 12.587, que define diretrizes para a Mobilidade Urbana, a chamada Lei da Mobilidade. Para ler mais sobre a Lei e seus parâmetros, entre no site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm Mobilidade Urbana significa ter alternativas de qualidade para deixar o carro na garagem e ir ao trabalho, escola ou passeio de bicicleta ou transporte coletivo e chegar ao destino com segurança. Também é Mobilidade Urbana dispor de calçadas e ciclovias decentes e que garantam total acessibilidade a deficientes físicos e visuais, e também à terceira idade. Mobilidade Urbana trabalha em conjunto com Qualidade de Vida, ou seja, se não temos Mobilidade Urbana, também não temos Qualidade de Vida. O aumento da circulação de veículos individuais, o aumento de acidentes, o aumento de poluição e da degradação ambiental comprometem significativamente a qualidade de vida dos cidadãos. A difícil implantação de um sistema de Mobilidade Urbana de qualidade nas cidades se deve pela priorização da locomoção de veículos motorizados individuais. A pouca valorização dos modos “populares” de locomoção, como a bicicleta e o transporte coletivo, fazem com que as cidades estejam congestionadas e poluídas. As cidades hoje são planejadas para facilitar a fluidez dos carros, os incentivos maiores são para os carros. Quando montadoras ficam com pátios cheios, o que o governo faz? Abaixa o IPI dos carros para facilitar a venda e assim movimentar o mercado de automóveis. Em consequência disso a sociedade paga caro por essa opção. O número de carros rodando só aumenta. Um levantamento feito pelo Departamento de Trânsito do Paraná (DETRAN) indicou que Curitiba já possui 1,8 habitantes por carro, São Paulo conta com 2,3 habitantes por carro e Belo Horizonte com 2,2. A falta de investimento em transporte coletivo também é um dos principais problemas. Muitos veem o transporte público como algo das classes mais baixas, e muitos dos que precisam do transporte coletivo sonham um dia ter seu carro para não precisar mais de ônibus para se locomover. Outro fator problemático é a falta de infraestrutura para bicicletas. Muitas pessoas queriam poder ir de bicicleta ao trabalho, ou à faculdade, mas esbarram nos problemas das cidades, como a falta de ciclofaixas, falta de sinalização, falta de lugares para guardá-las, falta de respeito dos motoristas e os enormes acidentes envolvendo os ciclistas. Já existem muitos programas que visam soluções para a mobilidade nas cidades. O Bikeshare (compartilhamento de bicicletas) em empresas e em cidades funciona muito bem. Também existem projetos como a Carona Solidária, que visa à diminuição de carros nas ruas, e tantos outros programas e projetos que, em uma breve busca na internet encontraremos. Não podemos esquecer de cobrar das autoridades competentes medidas que visam à Mobilidade Urbana de forma sustentável e consciente, não só medidas para automóveis, onde vemos muitos dirigindo e só pensando no bem próprio. Problemas assim são fáceis de resolver se você pensar no bem comum, não no bem próprio ou lucro. Precisamos transformar nosso EGOcentrismo em um ECOcentrismo. FONTE: http://eugestor.com/editoriais/2014/05/mobilidade-urbana-definicoes-e-problemas-atuais/ Com aumento da frota, país tem 1 automóvel para cada 4 habitantes (Thiago Reis Do G1, em São Paulo - 10/03/2014) O número de carros não para de crescer no país. Com o aumento da frota, o Brasil já tem um automóvel para cada 4,4 habitantes. São 45,4 milhões de veículos do tipo. Há dez anos, a proporção era de 7,4 habitantes por carro. No último ano, só 19 das 5.570 cidades do país registraram uma diminuição na frota de automóveis. Cruzamento feito pelo G1 com base nos números de registros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e nas estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013 revela que, das dez cidades com mais carro por habitante, nove estão na região Sudeste. A campeã é São Caetano do Sul. São 99 mil veículos de passeio para uma população de 156 mil – uma média de dois veículos para cada três pessoas. Uma das explicações para o índice é a alta renda per capita. A cidade é a que tem o maior Índice de Desenvolvimento Urbano (IDH) do país. “Além disso, o ABC é um dos berços da indústria automobilística do Brasil. A população é apaixonada por automóvel”, diz o secretário interino de Mobilidade Urbana da cidade, Marcelo Ferreira de Souza. Segundo ele, o boom de veículos nos últimos anos, parte em razão da rápida verticalização do município, tem provocado congestionamentos e complicado o tráfego. “Como a área da cidade é pequena e toda urbanizada, fica difícil lidar com a malha viária, que está estacionada. A saída tem sido implantar semáforos inteligentes, por demanda de veículos, mudar alguns sentidos de vias. Mas há horários de pico em que a situação fica muito complicada”, admite. Souza diz que a localização também é um agravante, já que São Caetano vira passagem para muitos moradores do ABC que têm como destino São Paulo. “A frota flutuante é bem maior que a do município.” Para o economista Ladislau Dowbor, do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP, o problema não é a quantidade de carros no país, e sim o modelo criado nas cidades para favorecer o transporte individual. “Há muitíssimos países com uma densidade de automóveis por habitante maior, mas onde se circula normalmente. O problema no Brasil é que, por pressão política das empreiteiras e montadoras, se fez todas as infraestruturas para o automóvel, e não para o transporte coletivo.” “O carro usado para a compra no supermercado, para o lazer à noite, não causa grande prejuízo. O absurdo é ter, numa cidade como São Paulo, 6,5 milhões de pessoas indo para o trabalho todo dia, para os mesmos destinos, de carro e na mesma hora”, afirma. Dowbor diz que é preciso mudar a matriz de transporte brasileira. “Precisa tirar o combustível poluente, generalizar o uso da bicicleta, especialmente a elétrica, implantar mais ciclovias, reduzir drasticamente as emissões e os custos para as pessoas. É possível se deslocar em pouco tempo, de maneira barata, com uma opção de transporte ditada pela racionalidade e pela necessidade da população”, pontua. Só um município do Brasil não possui nenhum automóvel registrado. Trata-se de Porto Walter, no Acre. O G1 esteve na cidade, de pouco mais de 10 mil habitantes, que só tem acesso por rio e não possui quase nenhuma rua asfaltada. Das 19 cidades com recuo na frota, cinco estão no Amazonas, três no Pará, duas no Espírito Santo, duas em Minas Gerais, duas no Piauí, uma no Ceará, uma em Pernambuco, uma no Paraná, uma no Rio de Janeiro e uma em Roraima. Em Porto Real (RJ), como há uma unidade de uma montadora de veículos, uma das explicações da prefeitura é que parte dos carros emplacados para funcionários e para test-drive acaba sendo transferida depois para outras cidades. O déficit é o maior de todos: 258 automóveis em um ano. As 19 cidades são a exceção de um país que teve mais de 2,7 milhões de novos carros registrados em 2013. Motos (...) O país tem hoje 18 milhões de motocicletas – uma para cada 11 habitantes. O número é mais de três vezes o registrado em 2003 (5,3 milhões), quando a proporção era de uma moto a cada 33 pessoas. A facilidade de compra e o baixo valor fazem com que a frota de motos seja maior que a de carros em 44% das cidades do país atualmente. Para Dowbor, o aumento do número de motos preocupa, principalmente nas grandes metrópoles. “É desastroso. Em São Paulo, há uma morte e meia por dia. É um massacre. Isso sem contar os feridos e os custos para a saúde. Em Xangai (China), não há uma moto que circule nos espaços de carro. Há sistemas elétricos, que andam a 30 km/h, o que é razoável, permite se deslocar rapidamente e sem poluição sonora.” Dados do Datasus, banco estatístico do Ministério da Saúde, mostram que a cada ano cerca de mil pessoas a mais morrem vítimas do trânsito no Brasil. São mail de 40 mil óbitos anuais hoje. FONTE: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/03/com-aumento-da-frota-pais-tem-1-automovel-para-cada-4-habitantes.html Desrespeito à sinalização causa 7,5 mil acidentes no trânsito em 2014 (Jéssica Gonçalves - Radioagência Nacional - 09/07/15 ) Dar uma apertada no pé quando o sinal fica amarelo é uma atitude perigosa. É que geralmente o intervalo entre o semáforo verde e o vermelho é de apenas quatro segundos. Se não der tempo de passar, o motorista pode levar uma multa e até causar um acidente. Em um segundo, um carro a 60 quilômetros por hora percorre 16 metros. Nesse caso, o correto é parar e esperar o sinal abrir. A estudante Jéssica Gomes conta que quase foi atropelada por um motorista que avançou o sinal vermelho."Teve uma situação em um sinal de grande movimento, tinha faixa de pedestre, mas mesmo assim o motorista avançou no sinal vermelho. Já estava fechado e mesmo assim ele passou com tudo, nem reduziu." No ano passado, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, dos mais de150 mil acidentes registrados, cerca de 7,5 mil foram relacionados à desobediência à sinalização de trânsito. Das 7,5 mil vítimas fatais, 425 morreram por ter cometido a infração. Para a psicóloga Viviane Azevedo, do Conselho Federal de Psicologia, os motoristas têm demonstrado cada vez mais agressividade no trânsito e pressa ao dirigir. “Alguns condutores apresentam esse tipo de comportamento agressivo no trânsito, ou seja, esse é meu espaço e, por favor, não me atrapalhe no meu espaço. Além disso, a pressa é muito grande. Se ganha alguns minutos e se perde, muitas vezes, um ano". O advogado especialista em direito do trânsito Marcelo Araújo afirma que é preciso cumprir as regras e respeitar o espaço do outro. "Para que essa engrenagem funcione, é necessário que você tenha regra. A regra significa o seguinte: eu não paro no sinal vermelho porque ele é bonito, para ficar apreciando. Eu paro no sinal vermelho, porque quando ele tiver fechado para mim alguém vai estar passando no cruzamento no sinal verde. E eu também não passo no sinal verde por mera fé. Eu passo porque a regra me autoriza a passar." Em 2014, mais de 595 mil indenizações foram pagas pelo seguro Dpvat por invalidez permanente, um aumento de 34% em relação a 2013. O ortopedista Weldson Muniz afirma que o número de pessoas que ficam com sequelas graves em consequência de acidentes de trânsito tem aumentado muito nos últimos anos."Ficam com lesões graves necessitando, às vezes, de diversas internações, principalmente do ponto de vista do aparelho locomotor, que é onde a gente atua. É uma legião de pessoas inválidas, incapacitadas, bastante jovens." Avançar o sinal vermelho do semáforo ou de uma parada obrigatória é infração gravíssima. A multa é de R$ 191, além de sete pontos na carteira. Se a infração for seguida de um acidente que termine em lesão corporal grave ou morte, o responsável responde criminalmente. FONTE: http://www.ebc.com.br/noticias/2015/07/desrespeito-sinalizacao-causa-75-mil-acidentes-no-transito-em-2014 Com base nos textos acima, nas discussões em sala e nos seus conhecimentos, elabore um texto dissertativo-argumentativo modelo ENEM (25 a 30 linhas) sobre o tema: mobilidade urbana, o desafio de viver em grandes cidades com qualidade. Escreva seu texto em norma padrão e não se esqueça de dar um título.