UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
Mayara Moreira Miranda
Priscilla Ravila Porto Chagas
Satiane Terezinha Maulli
“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNCIONAL DOS
TRABALHADORES DE SERRARIAS EXPOSTOS AO PÓ DE
MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”
BELÉM – PA
2009
Mayara Moreira Miranda
Priscilla Ravila Porto Chagas
Satiane Terezinha Maulli
“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNCIONAL DOS
TRABALHADORES DE SERRARIAS EXPOSTOS AO PÓ DE
MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade da Amazônia para obtenção do
grau de bacharel em Fisioterapia.
Orientador (a): Profª. Ms. Ft. Valéria Marques
Ferreira Normando.
BELÉM – PA
2009
Mayara Moreira Miranda
Priscilla Ravila Porto Chagas
Satiane Terezinha Maulli
“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNCIONAL DOS
TRABALHADORES DE SERRARIAS EXPOSTOS AO PÓ DE
MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade da Amazônia para obtenção do
grau de bacharel em Fisioterapia.
Orientador (a): Profª. Ms. Ft. Valéria Marques
Ferreira Normando.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Ms. Ft. Valéria Marques Ferreira Normando
Orientadora
Profº. Ft. Paulo Eduardo Santos Avila
Ft. Daniela Lobato Nazaré
Apresentado Em: ____/____/______
Conceito: _____________
BELÉM – PA
2009
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho de conclusão aos
nossos pais, irmãos, familiares, namorado
e amigos que de muitas formas nos
incentivaram e ajudaram para que fosse
possível a concretização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos, primeiramente, à Deus, que proporcionou essa vitória iluminando-nos ao longo
desse caminho e criando oportunidades para que isso acontecesse.
Aos nossos pais, nosso alicerce ao longo dessa jornada que sempre ofereceram carinho e amor
quando precisávamos.
À nossa querida orientadora, Profª. Valéria Normando, pela sensibilidade, atenção e carinho
ao longo desse trajeto que a princípio era tão difícil, mas que com sua ajuda permitiu que este
trabalho se desenvolvesse.
Aos trabalhadores e responsáveis das Indústrias pela compreensão e colaboração ao aceitarem
a proposta deste estudo.
À todos os amigos, familiares e namorado pelo apoio, incentivo, dedicação e tolerância, por
aturarem nossos estresses durante este período e por permanecerem ao nosso lado nos
momentos difíceis, por contribuírem indiretamente para a realização deste projeto.
Às minhas super amigas, Priscilla e Satiane, minhas grandes companheiras ao longo desse
ano tão difícil, que me deram forças quando mais pensei em fraquejar e desistir. Amigas,
vocês são meus amores que moram no meu coração. Adoro vocês, meninas! (Mayara).
O dinheiro é inútil se você perde o bem
mais valioso de tudo, a saúde.
Bernardino Ramazzini
RESUMO
Estima-se que pelo menos dois milhões de pessoas estão expostos à poeira de madeira todos
os dias em todo o mundo. A espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o
diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios. Este estudo tem como objetivo
avaliar o perfil pneumofuncional dos trabalhadores expostos ao contato direto com o pó de
madeira. Foram avaliados trinta e seis trabalhadores de oito Indústrias Madeireiras que
exercem a ocupação de destopadores, serradores e/ou circuleiros com idade compreendida
entre vinte e dois a quarenta e cinco anos, devendo os mesmos não apresentar doenças
respiratórias atuais ou patologias associadas. A coleta de dados foi realizada mediante a
aplicação de um questionário e por meio de uma avaliação pneumofuncional. Os resultados
foram analisados juntamente com os valores espirométricos, os quais foram comparados à
valores previstos de acordo com o Consenso de Espirometria da Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2002). Os resultados espirométricos se mostraram abaixo
do previsto para as variáveis CVL, CVF, VEF1, VEF1/CVF, PEF, FEF25%-75% e MEF50%,
ocorrendo significância estatística apenas para as variáveis CVL, VEF1 e MEF50% e valores
acima nas variáveis MEF75% e VEF1/CVF, com p=0,021, demonstrando-se estatisticamente
significante. Ao se comparar os grupos tabagistas e não-tabagistas não se obteve diferença
estatística. Houve prevalência dos valores da CVL e MEF50% abaixo do predito para o grupo
dos não-tabagistas, com uma diferença pequena e não significativa. De acordo com a função
pulmonar foi observado que 25,9% dos trabalhadores apresentaram prova de função alterada
sugerindo a presença de distúrbio ventilatório restritivo de leve a moderado, mas não houve
significância estatística entre a presença de alteração da função pulmonar, os hábitos
tabagícos e a ocupação.
Palavras-chaves: Espirometria. Poeira de Madeira. Exposição Ocupacional.
ABSTRACT
It´s estimated that at least two million people are exposed to wood dust every day around the
world. The spirometry is test than helps prevent and allows the diagnosis and quantification of
respiratory disorders. This study aims to evaluate the profile pneumofuncional of workers
exposed to direct contact with wood dust. We evaluated thirty-six workers from eight wood
insdustries engaged in the occupation of destopadores, sawyers and circuleiros aged among
twenty-two to forty-five years old, and they don´t have current or respiratory comorbidities.
Data collection was performed by applying a questionnaire and by an evaluation
pneumofuncional. The results were analyzed together with spirometric values, which were
compared to predicted values according to the Consensus on Spirometry of Pneumology and
Tisiology Brazilian Society (SBPT, 2002). The spirometric results is shown below that
expected for the variables SVC, FVC, FEV1, FEV1/FVC, PEF, FEF25% -75% and MEF50%,
with statistical significance only for the variables SVC, FEV1% and MEF50 and higher
values in the variables MEF75% and FEV1/FVC%, p = 0.021, demonstrating statistically
significant. Comparing the groups smokers and non-smokers wasn’t obtained statistically.
The prevalence values of SVC and MEF50% lower than predicted for the group of nonsmokers, with a small difference and not significant. According to pulmonary function was
observed that 25.9% of workers showed evidence of altered function suggesting the presence
of restrictive lung disease from mild to moderate, but there was no statistical significance
between the presence of changes in lung function, smoking habits and occupation.
Keywords: Spirometry. Wood Dust. Occupational Exposure.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Efeitos dos poluentes na função respiratória. ........................................................ 22
Quadro 2 – Efeitos Adversos dos Poluentes no Aparelho Respiratório. .................................. 22
Gráfico 1 – Distribuição das Ocupações exercidas pelos trabalhadores nas Indústrias. .......... 30
Gráfico 2 – Percentagem do Tempo de Exposição Inalatória Ocupacional à Poeira de Madeira
em anos. .................................................................................................................................... 31
Gráfico 3 – Frequência da presença de Sinais e Sintomas Respiratórios Relatados pelos
Trabalhadores Expostos a Poeira de Madeira........................................................................... 32
Gráfico 4 – Frequência de Sinais e Sintomas Respiratórios Relatados pelos Trabalhadores
Expostos a Poeira de Madeira. ................................................................................................. 32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição da média de idade de trabalhadores não-tabagistas e tabagistas
expostos a poeira de madeira. ................................................................................................... 29
Tabela 2 – Distribuição do peso e altura de trabalhadores não-tabagistas e tabagistas expostos
a poeira de madeira. .................................................................................................................. 30
Tabela 3 – Análise da função pulmonar de trabalhadores sob exposição inalatória ocupacional
em relação aos valores previstos pelo Consenso de Espirometria da Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2002). ................................................................................. 33
Tabela 4 – Comparação dos valores espirométricos do grupo de trabalhadores tabagistas e
não-tabagistas sob exposição inalatória ocupacional em relação aos valores previstos pelo
Consenso de Espirometria da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT,
2002). ........................................................................................................................................ 34
Tabela 5 – Frequência e porcentagem dos tipos de distúrbios respiratórios encontrados entre
os trabalhadores da pesquisa..................................................................................................... 35
Tabela 6 – Frequência e porcentagem dos tipos de distúrbios respiratórios encontrados entre
os grupos de tabagistas e não-tabagistas................................................................................... 35
Tabela 7 – Correlação da frequência e porcentagem dos tipos de distúrbios respiratórios
quanto a ocupação exercida. ..................................................................................................... 35
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ATS
American Thoracic Society
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
CPT
Capacidade Pulmonar Total
CV
Capacidade Vital
CVF
Capacidade Vital Forçada
CVL
Capacidade Vital Lenta
DPOC
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
FC
Frequência Cardíaca
FR
Frequência Respiratória
FEF25%-75%
Fluxo expiratório forçado médio na faixa intermediária da CVF
IARC
Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer.
ISAAC
International Study of Asthma and Allergies in Childhood
MEF50%
Fluxo Expiratório Máximo em 50%
MEF75%
Fluxo Expiratório Máximo em 75%
MRC
Medical Research Council
NSA
Não se Aplica
PA
Pressão Arterial Sistêmica
PFE
Pico de Fluxo Expiratório
SBPT
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNAMA
Universidade da Amazônia
VAS
Vias Aéreas Superiores
VEF1
Volume expiratório forçado no primeiro segundo
VEF1/CV
Relação entre Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo e a
Capacidade Vital
VEF1/CVF
Relação entre Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo e a
Capacidade Vital Forçada (índice de Tiffeneau)
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12
2
REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 14
2.1
A EXPLORAÇÃO E O BENEFICIAMENTO MADEIREIRO NO ESTADO DO
PARÁ ............................................................................................................................ 14
2.2
PÓ DE MADEIRA ........................................................................................................ 15
2.3
EFEITOS SOBRE A SAÚDE DA EXPOSIÇÃO AO PÓ DE MADEIRA ................... 16
2.4
TOXICIDADE .............................................................................................................. 17
2.5
EFEITOS DA EXPOSIÇÃO DE PARTÍCULAS DE MADEIRA NO TRATO
RESPIRATÓRIO .......................................................................................................... 18
2.5.1
Deposição e retenção de partículas ......................................................................... 19
2.5.2
As partículas e o sistema mucociliar ....................................................................... 20
2.6
EFEITOS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................ 21
2.7
PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR ........................................................................ 23
3
METODOLOGIA ......................................................................................................... 25
3.1
APROVAÇÃO DO ESTUDO ...................................................................................... 25
3.2
TIPO DE ESTUDO ....................................................................................................... 25
3.3
LOCAL DO ESTUDO .................................................................................................. 25
3.4
AMOSTRA ................................................................................................................... 25
3.5
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO....................................................................................... 26
3.6
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ..................................................................................... 26
3.7
INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS....................... 26
3.8
ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 28
4
RESULTADOS.............................................................................................................. 29
5
DISCUSSÃO .................................................................................................................. 36
6
CONCLUSÃO ............................................................................................................... 43
7
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ................................................................................ 44
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45
APÊNDICE 1 .......................................................................................................................... 50
APÊNDICE 2 .......................................................................................................................... 51
APÊNDICE 3 .......................................................................................................................... 52
APÊNDICE 4 .......................................................................................................................... 54
ANEXO 1 ............................................................................................................................... 56
12
1
INTRODUÇÃO
O Pará é o principal Estado produtor de madeira amazônica, representando 45% do
total produzido. O Estado também concentra 51% das empresas madeireiras e gera 48% dos
empregos da Indústria Madeireira da Amazônia (LENTINI et al, 2005).
No ano de 2000 aproximadamente treze milhões de pessoas estavam ocupadas no setor
florestal em todo o mundo. Os trabalhadores podem estar expostos à poeiras de madeira em
todas as fases de transformação da mesma. Durante muitos anos, o pó de madeira foi
considerado como uma poeira que gerava transtornos, a qual irritava o nariz, os olhos ou a
garganta, mas não causavam problemas de saúde permanentes (GOVERNO DE ALBERTA,
2004).
Na fase de industrialização da madeira, este processo utiliza trabalhadores que
laboram em galpões/barracões industriais (serrarias, laminadoras, beneficiadoras e fábricas de
compensado) manipulando máquinas antigas e obsoletas, não automatizadas, de baixa
produtividade e sem as devidas proteções (PIGNATI; MACHADO, 2005).
Os trabalhadores do setor madeireiro estão expostos, rotineiramente, a uma variedade
de fatores de risco ocupacionais, entre eles o pó de madeira e produtos químicos sintéticos
utilizados para conferir à mesma, resistência e durabilidade (BAHIA, 2001).
Desde o início do século XVIII, o pó de madeira foi conhecido por afetar a saúde dos
trabalhadores. Até recentemente, o foco principal tem sido a associação com neoplasias
malignas na região nasossinusal, mas recentemente também tem o foco voltado para os
sintomas não-malignos que afetam grande parte da população, embora as conseqüências
pessoais sejam menos graves. Alergias, asma, rinite e bronquite crônica são os mais
freqüentes sintomas não-malignos (LANGE, 2008).
Segundo Fernandes (2006), depois da pele, o trato respiratório é sistema orgânico em
maior contato com o meio ambiente. Logo, a poluição ocupacional e ambiental na forma de
poeiras, fumos, vapores e gases tóxicos são fatores de risco importante para o sistema
respiratório.
O reconhecimento adequado dos riscos no ambiente de trabalho e dos riscos à saúde
relacionados com os mesmos fornece boas razões para levar a cabo diversas decisões e ações
profiláticas, como também para gama e a frequência dos exames médicos. A influência e o
mecanismo do efeito adverso do pó de madeira sobre as vias aéreas devem ser objetos de
13
investigação e devem ser refletidas em adequada regulamentação jurídica referente aos riscos
ocupacionais, a fim de eliminar ou limitar ao máximo o risco sanitário (BARAN; TEUL,
2008).
Com base nas condições de trabalho para manipulação da madeira em relação às
práticas de segurança e acessibilidade dos trabalhadores quanto à proteção e exposição
ocupacional, este estudo justifica-se na tentativa de identificar o perfil pneumofuncional
desses indivíduos expostos diariamente ao pó de madeira e conhecer os possíveis
comprometimentos que o sistema respiratório está sujeito. Estas medidas irão ajudar a
identificar se os trabalhadores são suscetíveis ou não ao pó de madeira, a fim de que eles
possam tomar outras medidas preventivas adequadas.
O principal objetivo deste estudo constitui em avaliar o perfil pneumofuncional dos
trabalhadores expostos ao contato direto com o pó de madeira. Tem como objetivos
específicos: determinar a presença de sinais e sintomas respiratórios em trabalhadores
expostos ao pó de madeira; analisar o perfil obstrutivo de trabalhadores expostos ao pó de
madeira; analisar o perfil restritivo de trabalhadores expostos ao pó de madeira; verificar se há
relação entre a presença de sintomas respiratórios e o prejuízo ventilatório da função
pulmonar; assim como correlacionar o perfil pneumofuncional dos trabalhadores expostos ao
pó de madeira e sua atividade laboral.
14
2
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1
A EXPLORAÇÃO E O BENEFICIAMENTO MADEIREIRO NO ESTADO DO
PARÁ
O desmatamento da Floresta Amazônica é ocasionado por vários motivos, como
aberturas de estradas, conversão da floresta para atividade de agricultura, de mineração,
construção de hidrelétricas dos mais variados portes, exploração de madeira, além dos fatores
gerados pelo próprio nativo como, por exemplo, as “queimadas” (LEAL, 2005).
O crescimento significativo da atividade madeireira na Amazônia resulta em parte, da
exaustão das florestas do sul e sudeste do Brasil. Além disso, o esgotamento progressivo das
florestas tropicais da Ásia, responsáveis por 70% do comércio internacional de madeiras
contribui para um aumento na procura de madeiras na Floresta Amazônica (BARROS;
VERÍSSIMO, 2002).
O setor madeireiro ocupa lugar de destaque no Estado do Pará. Estimativas de
produção mostram cerca de duas mil e trezentas empresas com esse tipo de atividade atuantes
no mercado amazônico, sendo que, aproximadamente 90% delas se localizam no Pará
(BAHIA, 2001).
A Indústria Madeireira desenvolve seu processo em duas etapas. A primeira ocorre na
fase de coleta de matéria-prima; a derrubada de árvores. Na segunda etapa, objeto deste
trabalho, ocorre o beneficiamento da madeira, no qual algumas indústrias recebem a madeira
ainda sob a forma de toras e outras recebem transformadas em serrados. O produto final é
bastante diversificado tais como tábuas, lambris, tacos e compensados (SOBIERAY et al,
2007).
As etapas produtivas dessa indústria são: corte de árvores da floresta; transporte de
toras até as indústrias – serrarias ou laminadoras; transformação primária em tábuas/vigas ou
lâminas de madeira; transporte das tábuas/vigas para as beneficiadoras que fazem a
transformação secundária em portas, pisos, forros ou transporte das lâminas para as fábricas
de compensados; transporte dos produtos para os portos de exportação ou para revendedoras.
Em todas as etapas da produção confirmam-se situações de riscos sociais, tecnológicos,
ergonômicos e organizacionais que produzem doenças e acidentes relacionado ao trabalho.
15
Porém, nas serrarias a poeira expõe diretamente todos os serradores, circuleiros e
destopadores e, indiretamente todos os trabalhadores (PIGNATI; MACHADO, 2005).
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (2008), as funções citadas a cima
são assim descritas: o serrador serra a madeira em peças de diâmetro, comprimento e
espessura variáveis, utilizando diversos tipos de serras, para obter vigas, caibros, ripas e
tábuas; o circuleiro opera uma serra circular múltipla provida de lâminas, controlando seus
dispositivos de comando, a fim de obter ripas para confecção de móveis e esquadrias; e o
destopador opera uma serra circular de lâminas múltiplas, regulando seus mecanismos e
acionando os comandos, com a finalidade de aparar e esquadrejar as bordas desiguais dos
toros ou pranchas de madeira.
Segundo Leal (2005), beneficiar a madeira, na maioria dos casos significa enfrentar
agentes agressivos com altas temperaturas, ruídos, produtos químicos, baixo nível de
iluminação, poeiras, entre outros, bem como riscos à saúde que está associada ao estresse que,
embora não causem doenças profissionais, aumentam a variabilidade psicológica e certamente
contribuem para o enfraquecimento da saúde dos trabalhadores.
2.2
PÓ DE MADEIRA
O pó de madeira é entendido como um complexo de substâncias, cujo teor varia de
acordo com a espécie da árvore e sua localização geográfica. É formado principalmente, por
celulose e lignina (BAHIA, 2001).
O pó de madeira é produzido quando as máquinas e ferramentas são usadas para cortar
ou formar material (MEO, 2004).
Para Lange (2008) o pó de madeira consiste de pequenas partículas, resultantes de
várias formas do processamento desse material. Tipicamente, as partículas são mais longas do
que largas, variando muito em tamanho de acordo com o processo realizado. A poeira
produzida por madeiras duras tende a ser composta por partículas menores do que aquela
proveniente de madeiras leves.
A concentração de pó é variável, uma vez que depende do processo produtivo.
Observa-se uma grande quantidade de pó, mesmo naquelas indústrias que possuem sistemas
de canalização com ar comprimido (LEAL, 2005).
16
A exposição ao pó de madeira há muito tem sido associada a uma variedade de efeitos
adversos a saúde, incluindo a tosse seca, mal estar, bronquite crônica, dispneia, dor torácica,
conjuntivite,
rinite,
dermatite,
asma
ocupacional,
alveolites,
cefaleia,
carcinomas
nasossinusais e déficit da função pulmonar (MEO, 2004).
2.3
EFEITOS SOBRE A SAÚDE DA EXPOSIÇÃO AO PÓ DE MADEIRA
Os efeitos sobre a saúde da exposição ao pó de madeira estão relacionados aos
produtos químicos presentes na mesma ou substâncias químicas criada por bactéria, fungos e
bolores; tosse ou espirro são causados pela poeira em si; dermatite e asma podem ser devido à
sensibilidade aos produtos químicos encontrados na madeira. Trabalhadores expostos a pó de
madeira precisam compreender os principais efeitos sobre a saúde de tal exposição e tomar
precauções para reduzir a sua exposição (GOVERNO DE ALBERTA, 2004).
Segundo Lange (2008), apesar de inúmeros estudos epidemiológicos sobre os efeitos
da saúde de trabalhadores expostos à poeira de madeira, pouco se sabe sobre os mecanismos
que atuam por trás desses efeitos.
Para Alwis (1998), muitos estudos epidemiológicos da saúde associados aos perigos
do pó de madeira centram-se na indústria moveleira. Vários estudos têm demonstrado uma
redução da função pulmonar devido à exposição a este pó.
O pó de madeira a partir da área de trabalho pode causar reações alérgicas e asma nos
trabalhadores. Embora o parecer sobre a carcinogenicidade deste pó difere entre os países
europeus, as atividades de processamento de madeiras estão definitivamente associadas com o
risco de carcinoma no nariz e cavidade nasal (PUNTARIC et al, 2005).
Segundo Bahia (2001), a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC),
considera que o pó de madeira é carcinogênico para os seres humanos, originando câncer na
cavidade nasal e seios paranasais, sendo que, as primeiras evidências desta associação
surgiram na Inglaterra, em 1960.
Concomitantemente, Cançado et al (2006), demonstraram que nos últimos dez anos,
estudos experimentais e observacionais têm apresentado evidências consistentes sobre os
efeitos da poluição do ar, especialmente do material particulado fino, na morbidade e
mortalidade por doenças cardiovasculares (cardíacas, arteriais, cerebrovasculares). Tanto os
17
efeitos agudos (aumento de internações e mortes por arritmias, doença isquêmica do
miocárdio e cerebral), como crônicos, por exposição em longo prazo (aumento de mortalidade
por doenças cerebrovasculares e cardíacas) tem sido relatadas.
2.4
TOXICIDADE
A toxicidade e os efeitos irritantes da madeira sobre a pele e o sistema respiratório do
homem são bem documentados. Os efeitos tóxicos associados ao pó de madeira incluem
irritação da pele, dermatite, alergia respiratória e irritações oculares (ALWIS, 1998).
De acordo com Governo de Alberta (2004), madeiras contêm produtos químicos
tóxicos que podem ser absorvidos pelo organismo, por meio da pele, pulmões, sistema
digestivo e/ou provocar efeitos em outras partes do corpo. As consequências que incidem
sobre a saúde podem incluir dores de cabeça, tontura, perda de peso, falta de ar, cólicas e
batimentos cardíacos irregulares.
A genotoxicidade induzida do pó de madeira poderia até ser o principal mecanismo
relacionado com a própria estrutura das fibras ou partículas ou para a libertação de
metabólitos secundários do pó de madeira, que são conhecidos por possuir efeitos biológicos
adversos (LANGE, 2008).
Fragmentos de madeira podem estar contaminados por uma variedade de
microorganismos incluindo bactérias, fungos termofílicos e mesofílicos. O papel da
endotoxina bacteriana, ao contrário do fungo, não tem sido claramente estabelecido.
Exposições repetidas às poeiras orgânicas têm sido associadas a outras condições respiratórias
mais graves como a pneumonia de hipersensibilidade, aspergilose alérgica e infecção fúngica
aguda. Um constituinte fúngico, a 1,3B D glucana, é o agente potencial da poeira orgânica. É
um agente inflamatório que deprime a resposta imunológica e parece agir sinergicamente com
endotoxinas e outros agentes inflamatórios (ROSA, 2004).
18
2.5
EFEITOS DA EXPOSIÇÃO DE PARTÍCULAS DE MADEIRA NO TRATO
RESPIRATÓRIO
O aparelho respiratório, pelas funções que desempenha, está particularmente exposto
às agressões do ambiente e é frequentemente sede de alterações de maior ou menor
intensidade e de maior ou menor gravidade (GOMES, 2002).
A pessoa que trabalha em um ambiente com pó de madeira, inala as partículas pelo
trato respiratório, causando efeitos sobre a saúde quando essas partículas são depositas e
entram em contato direto com o tecido que cobre o aparelho respiratório. Após a inalação, as
partículas são depositadas e retidas no trato respiratório, de acordo com seu tamanho, forma,
solubilidade, química e superfície (LANGE, 2008).
A inalação de partículas e gases tóxicos produz uma resposta inflamatória nos
pulmões, sendo essa resposta proporcional ao total de inalação ocorrida. As exposições
ocupacionais por período de tempo prolongado e em grande intensidade podem provocar
doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), mesmo na ausência de tabagismo
(BAGATIN et al, 2006).
Alwis (1998) e Gomes (2002) concordam que, as partículas inaladas podem depositarse nas vias aéreas e interferir no mecanismo de limpeza dos pulmões ou depositar-se no
pulmão profundo e eventualmente contribuir para o desenvolvimento de DPOC, enfisema, ou
cancro do pulmão se a exposição se mantiver durantes anos.
Alguns trabalhos hipotetizam que poeiras de serragem de madeiras, se inaladas em
baixos níveis de concentração em períodos relativamente curtos, ligar-se-iam a citocinas próinflamatórias levando a uma resposta tecidual (ROSA, 2004).
Cançado et al (2006), asseguram que a poluição do ar causa uma resposta inflamatória
no aparelho respiratório induzida pela ação de substâncias oxidantes, as quais acarretam
aumento da produção, da acidez, da viscosidade e da consistência do muco produzido pela
vias aéreas, as quais levam, consequentemente, à diminuição da resposta e/ou eficácia do
sistema mucociliar.
19
2.5.1 Deposição e retenção de partículas
Para Baran e Teul (2008) uma das principais exposições ocupacionais e fatores de
risco é a poeira. As propriedades da poeira liberada no ambiente de trabalho estão fortemente
relacionadas com as propriedades das substâncias a partir do qual é gerada. O resultado final
da influência negativa da poeira industrial depende do tipo de poeira inalada e o local onde é
depositado no trato respiratório, o que é condicionada pela dimensão das suas partículas, da
estrutura do trato respiratório e do processo da própria respiração.
De acordo com Lange (2008), os seres humanos são respiradores oronasais (inalam
tanto por meio do nariz, como pela boca), ao contrário da maioria dos animais de laboratório
que são obrigados a respirar pelo nariz. A deposição de partícula depende se o ar é inalado
pela boca ou pelo nariz. Partículas maiores que um 1µm de diâmetro é depositado
principalmente na região extratorácica.
Conseguinte, Gomes (2002) refere que é particularmente importante a deposição de
partículas inaladas pela boca, porque sua deposição se faz maioritariamente no pulmão
profundo. A deposição de partículas inaladas pelo nariz vai fazer-se principalmente na região
nasofaríngea e é muito superior à que se verifica na região orofaríngea durante a inalação pela
boca, principalmente para as partículas de dimensões muito grandes e muito pequenas.
É oportuno salientar que a determinação da Agência de Proteção Ambiental
Americana para controle de partículas iguais ou menores que 10µm, também chamada de
partículas inaláveis, baseou-se no fato de que estas são as partículas que podem atingir as vias
respiratórias inferiores. Este material particulado inalado apresenta a importante característica
de transportar gases absorvidos em sua superfície, transportando-os até as porções mais distais
das vias aéreas, em que ocorrem as trocas de gases no pulmão (CANÇADO et al, 2006).
Segundo Bahia (2001) cerca de 25% das partículas com dimensões inferiores a 2µm
são retidas nos alvéolos pulmonares após inalação; mais de 90% das partículas esféricas com
diâmetro de 50µm ou mais são depositadas no nariz.
As partículas de 10µm são efetivamente filtradas no nariz e nasofaríngea. As
partículas presas são depuradas nas secreções nasais podendo ser eliminadas pela tosse ou
serem deglutidas. As partículas menores que 10µm depositam-se na árvore brônquica,
sobretudo aquelas de 1µm e 2µm. As partículas menores que 0,5µm, são levadas por difusão e
localizadas nas superfícies alveolares. Se o material for depositado no epitélio brônquico,
20
poderá ser removido pelos macrófagos alveolares ou permeabilizados na corrente sanguínea
ou linfática. Essa depuração demora de dias a meses (CROCE et al, 1998).
Gomes (2002) salienta que as partículas depositadas vão sofrer uma série de
alterações de natureza biológica, física, e química, nomeadamente a dissolução nos líquidos
orgânicos e passagem para corrente sanguínea, sofrem fagocitose ou pinocitose e podem ser
arrastadas pelo muco ou outros líquidos orgânicos. As partículas depositadas na árvore
traqueobrônquica são eliminadas de um a vinte dias após a exposição, enquanto que as
depositadas na região dos bronquíolos não ciliados e alveolar são eliminados muito mais
lentamente.
2.5.2 As partículas e o sistema mucociliar
O sistema respiratório está recoberto por um engenhoso meio de defesa, o sistema
mucociliar, que transporta o muco e as partículas retidas, desde as porções distais até a
faringe, as quais são deglutidas. Assim, as características do muco são importantes. Se muito
líquido, os cílios não conseguirão mobilizá-lo como se estivessem batendo na água. Se muito
espesso, igualmente não será transportado, pois os cílios não terão força para isso (CROCE et
al, 1998).
À medida que vão se depositando no trato respiratório, essas partículas passam a ser
removidas pelo mecanismo de defesa. O primeiro deles é o espirro, desencadeado por grandes
partículas que, devido ao seu tamanho, não conseguem ir além das narinas, e acabam se
depositando nelas. Outros importantes mecanismos de defesa são a tosse e o aparelho
mucociliar. Aquelas partículas que atingem as porções mais distais das vias aéreas são
fagocitadas pelos macrófagos alveolares, sendo então removidas via aparelho mucociliar ou
sistema linfático (CANÇADO et al, 2006).
Para Alwis (1998) a exposição crônica ao pó de madeira pode causar insuficiência
mucociliar. Um estudo britânico relatou que em uma indústria moveleira a função mucociliar
nasal em trabalhadores expostos ao pó de madeira há mais de dez anos foi bastante
prejudicada. Um estudo sueco da indústria moveleira relatou que 20% dos trabalhadores
tinham hipersecreção nasal, obstrução nasal e remoção mucociliar nasal prejudicada.
21
Croce et al (1998) mencionam que as modificações ou alterações do epitélio
respiratório têm repercussões sobre o mecanismo funcional respiratório. Numerosos estudos
têm demonstrado que a poluição induz a um dano epitelial e alterações no mecanismo
mucociliar permitindo uma maior penetração e acesso de partículas e alérgenos às células do
sistema imune.
2.6
EFEITOS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO
A descrição da inalação de poeira nos ambientes de trabalho como agente causador de
sintomas respiratórios e doenças pulmonares foi feita por Hipócrates, em 460 a.C., que
observou essas alterações na saúde de mineradores (LIDO et al, 2008).
Bagatin e Kitamura (2005), relatam que a American Thoracic Society (ATS) considera
que a exposições ambientais e ocupacionais podem ser responsáveis por até 20% das doenças
intersticiais e das vias aéreas.
Para Rongo et al (2005), a exposição ao pó de madeira tem sido associada a efeitos
respiratórios agudos e crônicos, incluindo alterações na função pulmonar, rinite, irritação dos
olhos e nariz. A maior parte das evidências vem de estudos na Europa Ocidental e América do
Norte.
Segundo o Governo de Alberta (2004), os efeitos do sistema respiratório devido à
exposição ao pó de madeira incluem a diminuição da capacidade pulmonar e reações alérgicas
nos pulmões. Dois tipos de reações alérgicas podem ocorrer nos pulmões: pneumonite por
hipersensibilidade (caracterizada pela inflamação das paredes dos sacos aéreos e pequenas
vias aéreas) e asma ocupacional. A diminuição da capacidade pulmonar é causada por
processos mecânicos ou químicos pela irritação do tecido pulmonar pelo pó de madeira. Isto
provoca irritação das vias aéreas, reduzindo o volume de ar nos pulmões e produzindo
sensação de sufocação. Geralmente, leva um longo tempo para observar uma redução na
capacidade pulmonar.
Croce et al (1998) descrevem os efeitos de poluentes na função respiratória adotando
dois mecanismos: direto e indireto (Quadro 1).
22
Quadro 1 – Efeitos dos poluentes na função respiratória.
A. Mecanismo Indireto:
– modulação da alergenicidade dos aeroalérgenos.
B. Mecanismo Direto:
– diminuição da atividade ciliar;
– produção de dano epitelial e aumento da permeabilidade da mucosa brônquica;
– diminuição da produção dos antioxidantes gerados naturalmente;
– indução da secreção de citocinas pró-inflamatórias e a expressão de moléculas de
adesão, que orquestram, por sua vez, as funções de células inflamatórias.
Fonte: Adaptado de Croce et al (1998).
Gomes (2002) define como efeito adverso, para a saúde respiratória, as alterações
fisiológicas ou patológicas com significado médico, evidenciadas por um dos seguintes
parâmetros: interferência com a atividade normal ou das pessoas afetadas; doença respiratória
episódica; doença incapacitante; lesão permanente; disfunção respiratória progressiva.
Em 2000 a ATS fez uma revisão dos efeitos adversos, que estão descritos abaixo no
Quadro.
Quadro 2 – Efeitos adversos dos poluentes no aparelho respiratório.
– Aumento da mortalidade
– Aumento da incidência de cancro
– Exacerbações de asma mais frequentes
– Infecções respiratórias mais frequentes
– Aumento das exacerbações em doentes com bronquite crônica ou doenças cardiovasculares
e outras doenças que se pode manifestar por:
– Redução do VEF1 ou CVF associada a sintomas clínicos
– Aumento da prevalência de poeira, não relacionada com infecções respiratórias, ou presente
na maior parte dos dias ou noites
– Aumento da prevalência ou incidência de aperto torácico
– Aumento da prevalência ou incidência de tosse produtiva a requerer cuidados médicos
– Aumento da incidência de infecções da VAS que interferem com a atividade normal
– Aumento da incidência de infecções da VAS que não interferem com a atividade normal
– Irritação dos olhos, nariz e orofaringe que pode interferir com a atividade normal se forem
intensos
– Odores
Fonte: Adaptado por ATS (2000).
23
2.7
PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR
Segundo Levitzky (2004), o volume de gás nos pulmões depende o tempo todo, da
mecânica dos pulmões, da parede torácica, e da atividade dos músculos inspiratórios e
expiratórios. O volume pulmonar em qualquer conjunto específico de condições pode ser
alterado por processos fisiológicos normais ou patológicos. A padronização das condições nas
quais os volumes pulmonares são mensurados permite que sejam realizadas comparações
entre indivíduos ou pacientes. O tamanho dos pulmões de um indivíduo depende de sua
altura, peso, ou da área de superfície corpórea, assim como de sua idade ou sexo.
Consequentemente, os volumes pulmonares de um paciente são habitualmente comparados
com dados em uma tabela de volumes pulmonares “previstos” de acordo com a idade, sexo e
tamanho corpóreo.
Dias et al (2000) afirmam que a espirometria é a prova de função respiratória mais
simples e importante na clínica pneumológica. Determina volumes pulmonares estáticos,
dinâmicos e capacidades (soma de dois ou mais volumes), com exceção do volume residual. E
ainda, para Pereira (2002) a espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o
diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios. A espirometria deve ser parte
integrante da avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória
conhecida.
A espirometria mede volumes e fluxos aéreos, principalmente a capacidade vital lenta
(CVL), capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo
(VEF1) e suas relações (VEF1/CV e VEF1/CVF). Pela variabilidade observada em diferentes
países, valores de referências nacionais de normalidade devem ser preferidos, especialmente
se os testes são feitos para detecção precoce de doenças, exposição ocupacional e avaliação de
incapacidades. Testes espirométricos para indivíduos aparentemente saudáveis em grupos de
alto risco devem ser considerados parte de um exame regular. Indivíduos de alto risco incluem
fumantes ou ex-fumantes recentes com mais de quarenta e cinco anos e aqueles sujeitos a
riscos inalatórios no trabalho. Na atualidade, espirômetros portáteis acurados são disponíveis.
A espirometria preenche os critérios para utilização como um teste de triagem para a detecção
precoce de DPOC (SBPT, 2001).
De acordo com West (2002) um teste muito útil e simples de função pulmonar é a
medição de uma expiração única forçada. Normalmente o VEF1 é cerca de 80% da CVF. Caso
seja detectada a presença de doença, dois padrões gerais podem ser distinguidos: doenças
24
restritivas e doenças obstrutivas. Frequentemente são observados padrões mistos, restritivos e
obstrutivos.
Segundo Gregório (2006), na espirometria a análise do resultado da CVF é expresso
em valores absolutos e em percentual de predito. Quando esse valor estiver abaixo de 80% do
previsto, na presença de VEF1/CVF normal, sugere a presença de distúrbio restritivo. A
confirmação pode ser feita através da medida da capacidade pulmonar total (CPT). Na
impossibilidade destes métodos, os achados radiológicos compatíveis com doença restritiva
associados à redução de CVF confirmam a hipótese. O VEF1 avalia basicamente os distúrbios
obstrutivos. Quando a CVF estiver diminuída por distúrbios restritivos ele diminuirá
proporcionalmente. A razão entre estas duas medidas (VEF1/CVF) é a que melhor avalia a
presença de distúrbios obstrutivos. O valor esperado para determinado indivíduo deriva da
equação escolhida. Para indivíduos com até quarenta e cinco anos espera-se o valor de 75%
ou superior. Abaixo deste valor o diagnóstico de obstrução é sugestivo e deverá ser definido
através da análise paralela de outros valores como FEF25-75%, VEF1 e outros fluxos terminais.
25
3
METODOLOGIA
3.1
APROVAÇÃO DO ESTUDO
A coleta de dados foi realizada a partir do aceite: do orientador para conduzir o estudo
(APÊNDICE 1), das Serrarias em participar do estudo (APÊNDICE 2), da aprovação do
Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade da Amazônia – UNAMA (ANEXO 1) e
dos trabalhadores das indústrias após assinarem o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 3).
3.2
TIPO DE ESTUDO
O estudo foi do tipo experimental, prospectivo e transversal.
3.3
LOCAL DO ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido no município de Jacundá – Pará, no setor da
Indústria Madeireira, no período de 13 a 24 de Julho de 2009, após ter sido encaminhado e
aprovado pelo CEP da UNAMA.
3.4
AMOSTRA
Participaram do estudo trinta e seis trabalhadores de oito Indústrias Madeireiras.
Destes, nove indivíduos foram excluídos por atenderem aos critérios de exclusão propostos na
presente pesquisa. Os demais vinte e sete indivíduos foram incluídos no estudo, pois atendiam
os critérios de inclusão e aceitaram o TCLE proposto pelas autoras do projeto.
Com base na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (2000), os resultados
obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, sendo divulgados apenas em
publicações científicas, sem mencionar os dados pessoais dos participantes.
26
3.5
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Foram incluídos no estudo todos os trabalhadores que se enquadraram nos seguintes
critérios: aceitar o TCLE; residir no município de Jacundá – PA; ser do sexo masculino; estar
em contato direto com o pó de madeira; exercer a ocupação de destopadores, circuleiros e/ou
serradores; estar na faixa etária compreendida entre vinte e dois e quarenta e cinco anos; não
apresentar doenças respiratórias atuais e patologias associadas.
3.6
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Foram excluídos do estudo todos os trabalhadores que se enquadraram nos seguintes
critérios: não aceitar o TCLE; indivíduos do sexo feminino; estar na faixa etária menor que
vinte e dois anos ou maior que quarenta e cinco anos; apresentar doenças respiratórias e
patologias associadas atuais; desempenhar outras ocupações que fogem aos critérios de
inclusão; apresentar déficit cognitivo; não conseguir realizar a avaliação proposta; apresentar
doenças respiratórias atuais e patologias associadas; apresentar deformidade torácica.
3.7
INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados em oito Indústrias Madeireiras no município de Jacundá, no
período de 13 a 24 de Julho de 2009, nos turnos matutino e vespertino.
A coleta de dados foi realizada em duas etapas: a primeira, mediante aplicação de um
questionário, elaborado pelas pesquisadoras e sua orientadora, dividido em três partes:
registro, questionário e avaliação geral; e a segunda, por meio de uma avaliação
pneumofuncional, mediante a espirometria.
27

Questionário
O questionário foi elaborado com base no artigo de Bagatin e Kitamura (2005),
composto por doze perguntas fechadas e abertas, criado pelas autoras, com objetivo de obter
um amplo conhecimento do perfil ocupacional e social do participante.
O questionário contém assuntos como: patologias pulmonares e/ou associadas atuais
e/ou anteriores, hábitos tabagistas, prática de atividade física, tempo de ocupação e
conhecimento e uso de equipamento de proteção (APÊNDICE 4).

Avaliação Geral
Realizou-se a mensuração do peso e da altura utilizando-se uma balança do tipo
antropométrica mecânica, da marca Filizola®.
Os sinais vitais aferidos foram: pressão arterial sistêmica (PA), pelo método palpatório
e auscultatório com o uso do esfignomanômetro aneróide adulto com feixe de metal e um
estetoscópio Duo Sonic adulto, ambos da marca BD®; frequência cardíaca (FC) foi
mensurada por meio da palpação do pulso radial durante o período de um minuto; freqüência
respiratória (FR) foi realizada por meio da observação do movimento torácico no período de
um minuto.

Espirometria
Para a realização da espirometria utilizou-se um Espirômetro MicroQuark da marca
COSMED. A avaliação pneumofuncional foi realizada seguindo as normas preconizadas pela
ATS e pelo I Consenso Brasileiro de Espirometria.
Os trabalhadores foram orientados a repousar por cinco a dez minutos antes do teste e
os procedimentos a serem realizados foram descritos cuidadosamente, dando ênfase à
necessidade de se evitar vazamentos em torno da peça bucal e realizar uma inspiração
máxima seguida de expiração máxima e sustentada, até que o avaliador ordenasse a
interrupção. Os sujeitos foram orientados a permanecer sentados e utilizar um clipe nasal
28
durante a realização dos testes. As curvas volume-tempo e fluxo-volume foram realizadas de
acordo com os critérios de aceitabilidade preconizados pela ATS, sendo escolhida a melhor de
três curvas reprodutíveis (variabilidade < 5%). A partir dessa curva foram computados os
valores da CVL, CVF, VEF1, índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) e pico de fluxo expiratório
(PFE), fluxo expiratório forçado médio (FEF25%-75%), fluxo expiratório máximo em 75%
(MEF75%), fluxo expiratório máximo em 50% (MEF50%). Os resultados foram comparados aos
valores preditos para pacientes normais adultos do sexo masculino de acordo com Pereira,
2002.
Para biossegurança dos participantes foi adotado o uso de bocais descartáveis.
3.8
ANÁLISE DOS DADOS
Após a coleta, os dados do estudo foram armazenados em um banco de dados no
programa Microsoft Office Excel 2007, de onde se construiu tabelas e gráficos.
Para análise de significância foram utilizados os testes T-Student para amostras
independentes, o teste Qui-Quadrado para avaliar a diferença entre as proporções das
variáveis e o teste F-Fischer para avaliar a diferença entre as proporções dos grupos
estudados, adotando-se nível α = 0,05 (5%), por meio do software BioEstat 5.0, assinalando
com asterisco (*) os valores significantes.
29
4
RESULTADOS
Foram estudados vinte e sete indivíduos em exposição inalatória ocupacional a poeira
de madeira, dentre os quais doze apresentam hábitos tabagistas, correspondendo a 44,4% da
amostra.
A média de idade da amostra corresponde a 33,7 anos e a média de tempo de
exposição a 11,7 anos com 8,3 horas de exposição diária. Quando dividido em grupos de nãotabagistas e tabagistas observou-se uma média de idade e desvio padrão de 34,5 ± 6,9 anos e
32,8 ± 8,0 anos, respectivamente, conforme mostra a tabela a seguir.
Tabela 1 – Distribuição da média de idade de trabalhadores não-tabagistas e tabagistas expostos a poeira
de madeira.
ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS
Mínimo
Máximo
Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil (25%)
Terceiro Quartil (75%)
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Coeficiente de Variação
IDADE (em anos)
Não-Tabagistas
Tabagistas
22,0
45,0
23,0
36,0
31,0
39,0
34,5
47,0
6,9
19,85%
22,0
44,0
22,0
32,0
26,8
38,8
32,8
63,7
8,0
24,36%
p = 0,2729 (t - Student)
Fonte: Dados dos autores, 2009.
Os resultados obtidos inerentes às variáveis peso e altura demonstraram uma média e
desvio padrão de 70,5 ± 11,4 Kg e 169,5 ± 6,5 cm e, 70,8 ± 13,3 Kg e 168,5 ± 6,2 cm para
não-tabagistas e tabagistas, respectivamente (Tabela 2).
30
Tabela 2 – Distribuição do peso e altura de trabalhadores não-tabagistas e tabagistas expostos a poeira de
madeira.
PESO (Kg)
ALTURA (cm)
ESTATÍSTICAS
DESCRITIVAS
Não-Tabagistas
Tabagistas
Não-Tabagistas
Tabagistas
Mínimo
Máximo
Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil (25%)
Terceiro Quartil (75%)
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Coeficiente de Variação
55,0
94,0
39,0
68,0
62,0
77,0
70,5
130,7
11,4
16,21%
48,0
89,0
41,0
72,5
62,0
79,5
70,8
177,1
13,3
18,81%
158,0
180,0
22,0
170,0
165,0
174,5
169,5
42,1
6,5
3,83%
158,0
178,0
20,0
167,5
165,8
172,0
168,5
38,1
6,2
3,66%
p = 0,4824 (t - Student)
Fonte: Dados dos autores, 2009.
p = 0,4824 (t - Student)
Dentre as funções estudadas, houve prevalência na ocupação de destopador com
44,4%, seguido pelo serrador com 29,7% e pelo circuleiro com 25,9%, com p<0,05,
demonstrando relevância estatística (Gráfico 1). Quando analisado o uso de equipamento de
proteção individual (máscara facial) desses indivíduos, observou-se que somente 14,8% o
utilizam e, apenas durante o manuseio de uma espécie de madeira, a maçaranduba.
Gráfico 1 – Distribuição das ocupações exercidas pelos trabalhadores nas indústrias.
Fonte: Dados dos autores, 2009.
31
Quando se refere ao tempo de exposição inalatória ocupacional, notou-se que 44,4%
dos voluntários exerciam a profissão a menos de 10 anos, enquanto que 40,7% exerciam-na
entre 11 e 20 anos e apenas 14,9% a mais de 20 anos (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Percentagem do tempo de exposição inalatória ocupacional à poeira de madeira em anos.
Fonte: Dados dos autores, 2009.
Ao analisar a presença de sinais e sintomas respiratórios, observou-se que 74,1% dos
trabalhadores apresentaram uma ou mais sintomatologia, evidenciando uma significância
estatística, com p<0,05 (Gráfico 3). Dentre os sinais e sintomas relatados, pode-se observar a
prevalência de irritação do nariz em 95% dos entrevistados, seguidos de coriza em 65%,
sudorese em 45%, tosse em 40% e dispneia em 30%, com p<0,05, o que revela significância
estatística (Gráfico 4). A presença de desconforto respiratório foi relatado por 59,3% dos
trabalhadores apenas durante o expediente, enquanto aqueles que relataram durante e após o
expediente foi de 14,8%.
32
Gráfico 3 – Frequência da presença de sinais e sintomas respiratórios relatados pelos trabalhadores
expostos a poeira de madeira.
Fonte: Dados dos autores, 2009.
Gráfico 4 – Frequência de sinais e sintomas respiratórios relatados pelos trabalhadores expostos a poeira
de madeira.
Fonte: Dados dos autores, 2009.
33
Os valores da função pulmonar encontrados no estudo revelaram índices
espirométricos abaixo do previsto para: CVL com 96,3% e p<0,00001; CVF com 100%;
VEF1 com 85,2% e p=0,0005; VEF1/CVF com 18,5%; PFE com 100%; FEF25%-75% com
59,3% e p=0,4414; MEF50% com 74,1% e p=0,0209, revelando relevância estatística apenas
para CVL, VEF1 e MEF50%. Percebeu-se ainda um aumento de 100% da MEF75% e de 81,5%
para a VEF1/CVF, com p=0,021, demonstrando-se estatisticamente significante, na Tabela
abaixo.
Tabela 3 – Análise da função pulmonar de trabalhadores sob exposição inalatória ocupacional em relação
aos valores previstos pelo Consenso de Espirometria da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
(SBPT, 2002).
VARIÁVEL
Freq
%
CVL
Abaixo *
Acima
< 0.00001*
26
1
96,3%
3,7%
27
0
100,0%
0,0%
NSA
CVF
Abaixo
Acima
VEF1
Abaixo *
Acima
0.0005*
23
4
85,2%
14,8%
27
0
100,0%
0,0%
NSA
PFE
Abaixo
Acima
VEF1/CVF
Abaixo
Acima *
0.0021*
5
22
18,5%
81,5%
0,4414
FEF25%-75%
Abaixo
Acima
16
11
59,3%
40,7%
0
27
0,0%
100,0%
NSA
MEF75%
Abaixo
Acima
MEF50%
Abaixo *
Acima
Fonte: Dados dos autores, 2009.
p-valor
0.0209*
20
7
74,1%
25,9%
Ainda com relação a função pulmonar, ao se comparar o grupo dos tabagista e nãotabagistas, também observou-se prevalência de valores abaixo do previsto, com destaque para
a redução da CVL, CVF, VEF1, PFE, FEF25%-75% e MEF50%, assim como, pôde-se observar
34
um aumento na relação VEF1/CVF e, principalmente, na MEF75%. Entrentanto, não se
observou diferenças estatísticas ao se comparar os grupos, como mostra a tabela a seguir.
Tabela 4 – Comparação dos valores espirométricos do grupo de trabalhadores tabagistas e não-tabagistas
sob exposição inalatória ocupacional em relação aos valores previstos pelo Consenso de Espirometria da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2002).
VARIÁVEL
Tabagistas
Não-Tabagistas
0,4444
CVL
Abaixo
Acima
11
1
91,7%
8,3%
15
0
100,0%
0,0%
12
0
100,0%
0,0%
15
0
100,0%
0,0%
NSA
CVF
Abaixo
Acima
p-valor
0,3889
VEF1
Abaixo
11
Acima
1
VEF1/CVF
Abaixo
4
Acima
8
PFE
Abaixo
12
Acima
0
FEF25%-75%
Abaixo
8
Acima
4
MEF75%
Abaixo
0
Acima
12
MEF50%
Abaixo
8
Acima
4
Fonte: Dados dos autores, 2009.
91,7%
8,3%
12
3
80,0%
20,0%
0,1018
33,3%
66,7%
1
14
6,7%
93,3%
100,0%
0,0%
15
0
100,0%
0,0%
NSA
0,3811
66,7%
33,3%
8
7
53,3%
46,7%
0,0%
100,0%
0
15
0,0%
100,0%
NSA
0,3638
66,7%
33,3%
12
3
80,0%
20,0%
De acordo com os achados dos índices espirométricos e, ao considerar os valores do
VEF1 e CVF menor que 80% e a relação VEF1/CVF maior que 75% demonstrou-se que
25,9% dos trabalhadores apresentaram alguma alteração restritiva, sendo 14,8% leve e 11,1%
moderada, entretanto não se observou relevância estatística (Tabela 5). Ao se comparar os
grupos de fumantes e não-fumantes, também notou-se não haver diferença estatística. O grupo
dos não-tabagistas obteve prevalência na presença de distúrbios restritivos com 26,7% contra
25% para os tabagistas, embora que pequena (Tabela 6). Quando levado em consideração a
35
ocupação e presença de distúrbios, observou-se prevalência dos serradores com 42,9%,
seguido dos circuleiros com 25% e dos destopadores com 16,7% (Tabela 7).
Tabela 5 – Frequência e percentagem dos tipos de distúrbios respiratórios encontrados entre os
trabalhadores da pesquisa.
VARIÁVEIS
Frequência
%
20
4
3
74,1%
14,8%
11,1%
TIPOS DE DISTÚRBIOS
Normal*
Restritivo leve
Restritivo moderado
p<0,05*
Fonte: Dados dos autores, 2009.
Tabela 6 – Frequência e percentagem dos tipos de distúrbios respiratórios encontrados entre os grupos de
tabagistas e não-tabagistas.
TABAGISTAS
VARIÁVEIS
NÃO-TABAGISTAS
Frequência
%
Frequência
%
9
1
2
75,0%
8,3%
16,7%
11
3
1
73,3%
20,0%
6,7%
TIPOS DE DISTÚRBIOS
Normal
Restritivo leve
Restritivo moderado
p>0,05
Fonte: Dados dos autores, 2009.
Tabela 7 – Correlação da frequência e percentagem dos tipos de distúrbios respiratórios quanto a
ocupação exercida.
VARIÁVEIS
CIRCULEIRO
DESTOPADOR
SERRADOR
Frequência
%
Frequência
%
Frequência
%
6
0
2
75,0%
0,0%
25,0%
10
2
0
83,3%
16,7%
0,0%
4
2
1
57,1%
28,6%
14,3%
TIPOS DE DISTÚRBIOS
Normal
Restritivo leve
Restritivo moderado
p>0,05
Fonte: Dados dos autores, 2009.
36
5
DISCUSSÃO
Estima-se que pelo menos dois milhões de pessoas estão expostas a poeira de madeira
todos os dias em todo o mundo. Em geral, a exposição a esta poeira deteriora a função
pulmonar, aumenta a prevalência de doenças respiratórias, exacerba as doenças existentes e
aumenta a incidência de câncer e mortes (OSMAN; PALA, 2009).
No presente estudo foram avaliados vinte e sete trabalhadores de oito Indústrias
Madeireiras de Jacundá, distribuídos em três funções, com prevalência de 44,4% na ocupação
de destopadores, 29,7% de serradores e 25,9% de circuleiros (Gráfico 1). O tempo de
exposição à poeira destes trabalhadores variou de dois a vinte e seis anos, com prevalência de
44,4% para tempo menor que dez anos, 40,7% entre onze e vinte anos e 14,9% acima de vinte
anos (Gráfico 2).
Foram observados sintomas respiratórios em 74,1% dos trabalhadores, p<0,05
(Gráfico 3), com prevalência de 95% para irritação do nariz, em seguida coriza 65%, sudorese
45%, tosse 40% e dispneia 30%, apresentando relevância estatística apenas para a irritação do
nariz, p<0,05 (Gráfico 4). Os sintomas foram referidos por 59,3% dos trabalhadores durante o
horário de trabalho e 14,8% relataram a permanência destes após o expediente.
Os trabalhadores quando submetidos à avaliação espirométrica apresentaram valores
abaixo do previsto para as variáveis CVL, CVF, VEF1, VEF1/CVF, PFE, FEF25%-75 e MEF50%.
Todavia, apenas foi observada significância estatística para as variáveis CVL, VEF1 e
MEF50%. Houve um aumento
nas variáveis MEF75% e VEF1/CVF, com p=0,021,
demonstrando-se estatisticamente significante (Tabela 3). Ao separar em grupos de tabagistas
e não-tabagistas, observou-se que o grupo dos tabagistas obteve valores similares aos nãotabagistas, mas não houve correlação estatística entre os grupos (Tabela 4). Um achado
importante foi à prevalência dos valores da CVL e MEF50% abaixo do previstos para o grupo
dos não-tabagistas quando comparado aos tabagistas, demonstrando uma diferença não
significativa.
A partir destes achados, pode-se concluir que 25,9% dos trabalhadores apresentaram
prova de função pulmonar alterada sendo que quatro indivíduos, equivalentes a 14,8%
apresentaram comprometimento da função pulmonar sugestivo a presença de distúrbio
ventilatório restritivo leve e três indivíduos, 11,1% sugestivo a distúrbio ventilatório restritivo
37
moderado (Tabela 5). Observou-se prevalência de distúrbios para a ocupação dos serradores
com 42,9%, seguido dos circuleiros com 25% e dos destopadores com 16,7%, no entanto não
foi observada relevância estatística (Tabela 7).
Publio (2008) em seu estudo, no setor da indústria de mobiliário de Votuporanga,
analisou quatrocentos e noventa e nove trabalhadores expostos à poeira de madeira, tintas e
vernizes. Em seus achados, observou que 14,6% dos trabalhadores referiram ter sibilos pelo
menos uma vez na vida, 5,6% apresentaram sibilos nos últimos doze meses e 18,6% tosse
seca à noite fora dos períodos de gripe. No estudo foi encontrada uma prevalência de 5,6%
referente a sintomas de asma, 16% para rinite e 8,4% para sintomas de eczema referente ao
módulo de atopia aplicado por meio do questionário epidemiológico ISAAC. Foi observado,
ainda, uma associação entre trabalhadores tabagistas e ex-tabagistas e presença dos sintomas
de sibilos nos últimos 12 meses, em que 9,5% dos fumantes e ex-fumantes tiveram sintomas
respiratórios e apenas 4% entre não-fumantes apresentaram essas manifestações (p = 0,019).
Os trabalhadores sintomáticos apresentavam maior frequência de sintomas de tosse, catarro e
dispneia em relação ao grupo controle. Entretanto, o consumo tabágico não teve associação
com os sintomas respiratórios avaliados pelo questionário do MRC (p > 0,05).
A exposição ao pó de madeira pode causar efeitos adversos respiratórios que são
independentes da asma. Em 1982, Chan-Yeung et al (1984) apud Bohadana et al (2000)
realizaram um estudo epidemiológico de trabalhadores de serração de cedro e os resultados
comparados com os trabalhadores de escritório não expostos a poluentes respiratórios.
Bohadana et al (2000) descobriram que trabalhadores do cedro tiveram significativamente
maior prevalência de sintomas respiratórios crônicos e menor função pulmonar em
comparação com os trabalhadores de escritório. Essas alterações persistiram mesmo após os
trabalhadores asmáticos serem excluídos da análise. Posteriormente, exames realizados
durante um período de onze anos mostraram que os trabalhadores da serraria do cedro tinham
significativamente maior queda no VEF1 e CVF do que os trabalhadores do escritório, e que
existia uma relação dose-resposta entre a intensidade da exposição com o declínio anual da
CVF.
Bosan e Okpapi (2004) relataram em seus estudos que somente 10% daqueles que
tinham trabalhado menos de cinco anos tiveram sintomas respiratórios. Após dez anos de
exposição 27% tiveram sintomas, 75% após quatorze anos e 93% após dezenove anos de
exposição. Também observaram que não houve nenhuma diferença significativa na
38
predominância dos sintomas entre fumantes e não-fumantes. Concluíram nos estudos que os
sintomas respiratórios são altamente predominantes entre os trabalhadores de madeira, e são
extremamente influenciados pelo grau e a duração da exposição ao pó de madeira respirável e
vapores químicos. Sendo provavelmente devido à reação alérgica e não à resposta
inflamatória crônica de contínua exposição. Bohadana et al (2000) afirmam que a prevalência
de sintomas irritante tende a ser ligeiramente mais elevada do que a de sintomas crônicos com
valores máximos de 32% para os olhos vermelhos (queimação) concentração de poeira de 70110mg/m3 ao ano.
Wu et al (1995) relatam em seus estudos que os efeitos da exposição à poeira de
madeira e o tabagismo foram superiores multiplicativo, sugerindo que houve uma interação
entre a exposição à poeira e tabagismo. A mesma associação entre tabagismo e exposição à
poeira de madeira e câncer nasal tem sido observado por Elwood (1981) apud Wu et al
(1995). Entretanto, Schlünssen et al (2004) mostraram aumento da tosse entre trabalhadores
de indústrias da madeira mais pronunciada em não-fumantes.
A exposição ao pó de madeira está relacionada com a obstrução nasal aguda. E uma
relação dose-dependente entre a exposição ao pó de madeira com a obstrução nasal aguda foi
aferida por rinometria acústica e auto-relatada por obstrução, mas nenhuma correlação entre a
rinometria acústica e auto-reportados obstrução foi encontrado no estudo de Bosan e Okpapi
(2004).
Alwis (1998) descreveu em seu estudo que níveis elevados de exposição pessoal à
poeira, bem como o não uso de equipamento individual de proteção respiratória pelos
trabalhadores, contribuem para a elevada prevalência de sintomas nasais. Osman e Pala
(2009) citam que o uso de equipamentos de proteção respiratória foi observado em apenas
17,4% dos entrevistados, aumentando o índice da presença de sintomas respiratório. Tais
resultados assemelham-se aos encontrados no presente estudo.
Embora não haja uma distinção clara dos riscos para a saúde entre as diferentes
espécies de madeira, Borm et al (2002) afirma que as espécies de madeira dura parecem
constituir com riscos maiores para os efeitos à saúde, do que a macia. A exposição ao pó de
madeira dura, isoladamente ou em combinação com o pó de madeira macia, é fortemente
associada com adenocarcinoma nasal. Outros distúrbios respiratórios, exceto para asma, não
estão associados a tipos específicos de madeira e fatores de risco. Segundo a literatura, as
39
principais espécies de madeira que estão relacionadas ao aparecimento da asma são: cedro
vermelho, faia, carvalho, mogno, cinza, pinho, teças, freixos e meranti. Observa-se ainda
sinais e sintomas respiratórios característicos como sibilo, tosse produtiva, aperto no peito e
dispneia. Os sintomas aumentam gradualmente de acordo com o grau e tempo de exposição
(SPIEWAK et al, 1994; MALO et al, 1995; BOHADANA et al, 2000; MAPP et al, 2005;
EIRE et al, 2006; AGUWA et al, 2007). Todavia, neste estudo nenhum tipo de madeira
específico foi avaliado, por não contemplar os objetivos do mesmo, nem se observou a
presença de sintomas semelhantes aos referidos anteriormente.
Tanto a alteração obstrutiva, quanto a restritiva reversíveis da função respiratória foi
descrita entre os trabalhadores de madeira por Ahuja e Ahuja (1983) e Rastogi et al (1989)
apud Bosan e Okpapi (2004). E o primeiro descrito com tipos específicos de madeira foi feito
por Hinojosa (1984) e Paggiaro et al (1981) apud Bosan e Okpapi (2004).
A redução da função pulmonar em níveis indicativos de obstrução (VEF1, VEF1/CVF)
são relatados em trabalhadores expostos ao pó de madeira (SCHLÜNSSEN et al, 2004). O
PFE é uma maneira objetiva de identificar casos obstrutivos da asma respiratória mesmo antes
do sibilo ser detectado. Muitos investigadores observaram os parâmetros reduzidos da função
pulmonar como, por exemplo, para PFE, VEF1 e a CVF nos trabalhadores de madeira quando
comparados à população geral (FERNÁNDEZ-RIVAS et al, 1997; IGE; ONADEKO, 2000).
As pesquisas de Meo (2004) e Aguwa et al (2007) mostram que quando o ano de exposição à
poeira de madeira aumenta a porcentagem dos trabalhadores com o PFE anormalmente
reduzido aumenta significativamente, e há aumento crescente da presença de patologia
obstrutiva com anos crescentes de exposição à poeira de madeira. Os resultados igualmente
mostram que aqueles que trabalharam mais de cinco anos eram três vezes mais prováveis ter
um PFE anormal do que aqueles que trabalharam até cinco anos.
Carosso et al (1987) confirmam em seus estudos que a exposição ao pó de madeira ou
substâncias bronco-ativas relacionadas com a madeira de trabalho pode causar DPOC. Isto é
demonstrado pela diminuição do VEF1, VEF1/CVF%, e MEF50% que é dependente do
quadrado da duração da exposição, ou seja, é dose-dependente. Enquanto que Al-Zuhair et al
(1981) mostraram evidências em seus estudos os quais sugerem que a diminuição da
capacidade de ventilação que ocorre após a exposição a algumas poeiras é provocada pela
constrição das vias aéreas, devido à liberação de histamina nos bronquíolos dos pulmões.
Entretanto Bosan e Okpapi (2004) em seus estudos relatam que o comprometimento da
40
função ventilatória parece agravar-se com o grau crescente de exposição, mas não com a
duração de exposição ao pó de madeira ou produto químico.
Schlünssen et al (2004) indicam que as mudanças cruzadas no VEF1 não são apenas
determinados pelo nível de exposição real, mas também, pela exposição crônica. Isto sugere
um “efeito irritativo” do pó de madeira sobre a mucosa respiratória, o qual não desaparece no
final do dia de trabalho, e isto pode “propiciar” nos pulmões um efeito agudo.
Borm et al (2002) em seus estudos com novecentos e trinta trabalhadores na indústria
de madeira de Meranti, Indonésia, expostos ao pó de madeira revelaram índices do MEF e
PFE (77%) abaixo dos valores normais. Os resultados mostraram uma associação negativa
entre os anos de trabalho e os índices espirométricos. A significância estatística, para os anos
de trabalho foi obtida para CVF, VEF1, VEF1/CVF, e MEF, com a maior variação ajustados
obtidos para CVF e VEF1. Cerca de 26% a 29% dos trabalhadores do sexo masculino
apresentaram alteração obstrutiva (MEF ou PFE < 70%), em comparação com 2,6% dos
homens baseado no índice-Tiffeneau (VEF1/CVF < 70%). Posteriormente a realização de
ensaios para comparar homens fumantes e não-fumantes não pôde detectar uma diferença
significativa no PFE, MEF, e índice-Tiffeneau. O estudo mostrou uma tendência inversa, foi
encontrada uma maior obstrução em não-fumantes para todas as variáveis, em que menos
casos com obstrução foram encontrados nos fumantes (5,8%) do que entre os não-fumantes
(7,7%), embora a diferença tenha sido pequena e não significante.
As pesquisas de Douwes et al (2006) mostraram que os indivíduos com sintomas de
asma apresentaram um número significativamente menor do VEF1 e PFE que aqueles sem
sintomas de asma, com a CVF muito semelhante. Evidenciaram riscos elevados à exposição à
poeira de pinho seca e verde, com um déficit significativo na base da função pulmonar, ambos
de natureza obstrutiva (VEF1 e PFE) e restritiva (CVF). Dahlqvist et al (1992) mostraram em
seus trabalhos sinais de comprometimento obstrutivo leve com diminuição do VEF1, sendo
mais evidente durante o dia de trabalho.
No estudo de Shamssain (1992) a CVF foi o único índice que apresentou uma
significativa correlação com à exposição expressa com o número de anos de trabalho. A
proporção de trabalhadores com um VEF1/CVF abaixo de 70% era quase o dobro do número
no grupo controle. Além disso, a proporção de indivíduos com um VEF1/CVF abaixo de 70%
em relação a trabalhadores expostos a quem tinha sido empregado pelo menos durante dez
41
anos foi o dobro do número de trabalhadores expostos com menos de dez anos de emprego.
Estas conclusões tiradas com os valores significativamente menores do FEF e PFE nos
trabalhadores indicam que a exposição ao pó de madeira causa sérios efeitos sobre a função
respiratória.
A partir da avaliação da espirometria, Publio (2008) observou que 23,8 % dos
trabalhadores apresentavam prova de função pulmonar alterada sendo que três indivíduos,
equivalentes a 14,28% apresentaram comprometimento da função pulmonar com distúrbio
ventilatório obstrutivo e dois indivíduos, 9,5% com distúrbio ventilatório inespecífico. No
grupo controle, quando aplicado o MRC foram observados dois trabalhadores (9,5%) com
prova de função pulmonar alterada, com distúrbio ventilatório obstrutivo.
Publio (2002) verificou que dos trabalhadores da indústria moveleira participantes do
seu estudo, 90.2% (n= 46) dos indivíduos apresentaram espirometria normal, 7.8% (n=4)
apresentaram distúrbio ventilatório obstrutivo leve, e apenas 1.9% (n=1) apresentaram
distúrbio ventilatório restritivo leve.
Bosan e Okpapi (2004) observaram que o VEF1 médio era mais baixo nos fumantes do
que a média para os não-fumantes, mas este não era estatisticamente significativo. Entretanto,
a CVF média para fumantes era mais baixo do que a média para os não-fumantes, com
p<0,05. Da mesma maneira Al-Zuhair et al (1981), Schlünssen et al (2002) e Schlünssen et al
(2004) não encontraram interações significativas entre as alterações nos índices ventilatórios e
o tabagismo.
No presente estudo, a variável de função pulmonar FEF25%-75% foi a única a não
apresentar correlação negativa em relação ao tempo de exposição. Diferentemente dos estudos
de Alwis (1998), Mandriyk et al (2000), Milanowski et al (2002), Meo (2004) e de Publio
(2008) que observaram uma diminuição dos valores da variável pulmonar FEF25%-75% em
relação ao tempo de exposição, indicando que quanto maior o tempo de exposição, menor o
valor do FEF25%-75%, e sugerindo que a exposição à poeira de madeira pode comprometer as
pequenas vias aéreas.
Embora a espirometria tenha sido enfatizada como a melhor arma para diagnosticar e
quantificar a grande variedade de desordem pulmonar, em alguns pacientes a medida direta
dos volumes pulmonares fornece informações adicionais para melhor compreender alterações
inicialmente detectadas pela espirometria. Por exemplo, nas doenças restritivas há diminuição
42
da Capacidade Vital (CV), mas esta também pode estar reduzida por um processo obstrutivo.
Nesse caso a medida dos volumes pulmonares ajuda a interpretar os resultados da
espirometria (RODRIGUES, 2003, p. 5).
Avaliação da exposição ocupacional é uma das atividades mais importantes que visam
proteger a saúde do trabalhador. A avaliação do risco ocupacional e exposição ao pó de
madeira são difíceis. Esta dificuldade surge devido à inconsistência e controvérsia em torno
de muitos fatores. Em primeiro lugar, o tamanho e a forma de partículas de poeira, que
definem onde as partículas se depositarão no trato respiratório e seus efeitos adversos,
especialmente os cancerígenos. Em segundo lugar, as diferenças na estrutura, composição e
influência de vários tipos de madeira, observando-se a divisão em madeira dura e macia. Em
terceiro lugar, o estabelecimento do nível máximo de segurança de concentração de poeira no
ar do ambiente de trabalho. Os aspectos acima referidos exigem muitas regulamentações
legislativas, as quais impõem ao empregador uma série de deveres resultantes dos efeitos
adversos do pó de madeira sobre a saúde (BARAN; TEUL, 2008).
43
6
CONCLUSÃO
O não uso de equipamento de proteção respiratório pela maioria dos trabalhadores
acarretou em uma maior prevalência no aparecimento de sintomas respiratórios.
O estudo revelou uma significância estatística para a presença de sintomas
respiratórios em indivíduos sob a exposição ocupacional à poeira de madeira, bem como para
a prevalência da irritação do nariz.
Encontrou-se correlação significativa para os índices espirométricos em função da
exposição à poeira de madeira, se mostrando abaixo do predito para as variáveis CVL, VEF1 e
MEF50% e acima para MEF75% e VEF1/CVF.
Não houve correlação significativa entre a presença de sintomas respiratórios, tempo
de exposição e alteração da função pulmonar entre os grupos tabagistas e não-tabagistas.
O comprometimento da função pulmonar dos trabalhadores expostos à poeira de
madeira demonstrou uma maior predisposição ao aparecimento de distúrbio ventilatório
restritivo.
44
7
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A partir dos achados desta pesquisa, vale ressaltar a importância da realização de
novos estudos relacionados à exposição inalatória ocupacional à poeira de madeira, com a
análise de espécies de madeira específicas, da concentração e do tamanho das partículas de
poeira no ambiente de trabalho, fatores estes não abordados no presente estudo.
Espera-se que esta pesquisa possa, de alguma maneira, servir de apoio a pesquisas
futuras no tocante a estudos mais aprofundados sobre uma questão tão importante e relevante
não só para a saúde dos trabalhadores que lidam com a madeira, como para pessoas
interessadas em estudar sobre o tema.
45
REFERÊNCIAS
AGUWA, E. N.; OKEKE, T. A.; ASUZU, M. C. The prevalence of occupational asthma and
rhinitis among woodworkers in south-eastern Nigeria. Tanzania Health Research Bulletin,
v.9, n.1, p.52-55, 2007.
ALWIS, Kuruppuge Udeni. Occupational exposure to wood dust. 1998. 328f. Thesis
(Doctorate in Philosophy) - Department of Public Health and Community Medicine. New
South Wales: The University of Sydney, Australia, 1998.
AL-ZUHAIR, Y. S.; WHITAKER, C. J.; CINKOTAI, F. F. Ventilatory function in workers
exposed to tea and wood dust. British Journal of Industrial Medicine, v.38, p.339-345,
1981.
AMERICAN THORACIC SOCIETY – ATS. What constitutes an adverse health effect of air
pollution? Am. J. Respir. Crit. Care. Med., v.161, p.665-673, 2000.
BAGATTIN, Ericson.; JARDIMK, Jose Roberto Brito; STIRBULOV, Roberto Doença
pulmonar obstrutiva crônica ocupacional. J. Bras. Pneumol., v.32, n.1, p.S35-S40, 2006.
BAGATIN, Ericson.; KITAMURA, Satoshi. História ocupacional. J. Bras. Pneumol., v.32,
n.1, p.S12-S16, 2005.
BOHADANA, Abraham; MASSINB, Nicole; WILDB, Pascal; TOAMAINB, Jean-Paul;
ENGELB, Sandrine; GOUTETC, Pierre. Symptoms, airway responsiveness, and exposure to
dust in beech and oak wood workers. Occupational and Environmental Medicine, v.57,
p.268-273, 2000.
BAHIA, Silva Helena Arias. Câncer e exposições ocupacionais no setor madeireiro, na
região Norte do Brasil. 2001. 94f. Dissertação (Mestrado Interinstitucional em Saúde
Pública) - FIOCRUZ/Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Federal do Pará, 2001.
BARAN, Edyta; TEUL, Iwona. Wood dust: an occupational hazard which increases the risk
of respiratory disease. J. Physiol. Pharmacol., v.58, n.5, p.43-50, 2008.
BARROS, Ana Cristina; VERÍSSIMO, Adalberto. A Expansão madeireira na Amazônia:
impactos e perspectivas para o desenvolvimento sustentável no Pará. Belém: Imazon, 2002.
BORM, P. J.; JETTEN, M.; HIDAYAT, S.; BURGH, V. A.; LEUNISSEN, P.; KANT, I.;
HOUBA, R.; SOEPRAPTO, H. Respiratory symptoms, lung function, and nasal cellularity in
Indonesian wood workers: a dose-response analysis. Occup. Environ. Med., v.59, p.338-344,
2002.
BOSAN, I. B.; OKPAPI, J. U. Respiratory symptoms and ventilatory function impairment
among wood workers in the savannah belt of northern Nigeria. Annals of African Medicine,
v.3, n.1, p.22-27, 2004.
CANÇADO, José Eduardo; BRAGA, Alfesio; PEREIRA, Luiz Alberto; ARBEX, Marcos
Abdo; SALDIVA, Paulo Hilário; SANTOS, Ubiratan de Paula. Repercussões clínicas da
exposição à poluição atmosférica. J. Bras. Pneumol., v.32, n.1, p.S5-S11, 2006.
46
CAROSSO, A.; RUFFINO, C.; BUGIANI, M. Respiratory diseases in wood workers. British
Journal of Industrial Medicine, v.44, p.53-56, 1987.
CROCE, Miguel; VASCONCELOS, Dawton; MANSO, Elíude; DUARTE, Alberto. Poluição
ambiental e alergia respiratória. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de
São Paulo, v.31, p.144-153, 1998.
DAHLQVIST, M.; JOHARD, U.; ALEXANDERSSON, R.; BERGSTROM, B.; EKHOLM,
U.; EKLUND, A. Lung function and precipitating antibodies in low exposed wood trimmers
in Sweden. Am. J. Ind. Med., v.21, n.4, p.549-59, 1992.
DIAS, Ricardo Marques; CHAUVET, Paulo Roberto; SIQUEIRA, Helio Ribeiro; RUFINO,
Rogério. Testes de função respiratória: do laboratório à aplicação clínica com 100
exercícios para diagnóstico. São Paulo: Atheneu, 2000.
DOUWES, J.; MCLEAN, D.; SLATER, T.; TRAVIER, N.; CHENG, S.; PEARCE, N. Pine
dust, atopy and lung function: a cross-sectional study in sawmill workers. Eur. Respir. J.,
v.28, p.791-798, 2006.
EIRE, Álvarez; PINEDA, F.; LOSADA, Varela; CUESTA, González; VILLALVA,
Menéndez. Occupational rhinitis and asthma due to Cedroarana (Cedrelinga catenaeformis
Ducke) wood dust allergy – caso reported. J. Investig. Allergol. Clin. Immunol., v.16, n.6,
p.385-387, 2006.
FERNANDES, Ana Luisa Godoy; STELMACH, Rafael; ALGRANTI, Eduardo Asma
ocupacional. J. Bras. Pneumol., v.31, n.1, p.S27-S34, 2006.
FERNÁNDEZ-RIVAS, M.; PERÉZ-CARRAL, C.; SENENT, C. J. Occupational asthma and
rhinitis caused by ash (Fraxinus excelsior) wood dust. Allergy, v.52, p.196-199, 1997.
GOMES, Maria João Marques. Ambiente e pulmão. J. Pneumol., v.28, n.5, p.261-269, 2002.
GOVERNO DE ALBERTA, CANADÁ. 2004. Health effects from exposure to wood dust.
Disponível em: <http://www.qp.gov.ab.ca>. Acessado em: 18 de fevereiro de 2009.
GREGÓRIO, Marcelo Gervilla. 2006. Análise pericial das espirometrias em perícias por
patologias ocupacionais respiratórias. Disponível em: <http://www.aeromed.com.br/>.
Acessado em: 23 de maio de 2009.
IGE, O. M.; ONADEKO, O. B. Respiratory symptoms and ventilatory function of the
sawmillers in Ibadan, Nigeria. Afr. J. Med. Med. Sci., v.29, n.2, p.101-104, 2000.
LANGE, Jette Bornholdt. Effects of wood dust: inflammation, genotoxicity and cancer.
2008, 116f. Thesis (Doctored in Occupational Health) - Faculty of Health Science at the
University of Copenhagen, Denmark, 2008.
LEAL, Maria Fatima Mendes, 2005. A qualidade de vida na indústria madeireira na região
amazônica. Disponível em: < http://www.amazon.com.br>. Acessado em: 18 de fevereiro de
2009.
47
LENTINI, Marco; VERÍSSIMO; Adalberto; PEREIRA, Denys, 2005. A expansão madeireira
na Amazônia. Disponível em: <http://www.imazon.org.br>. Acessado em: 20 de fevereiro de
2009.
LEVITZKY, Michael . Fisiologia pulmonar. 6. ed. Barueri SP: Manole, 2004.
LIDO, Alessandro Vito; KITAMURA, Satoshi; OLIVEIRA, José Inácio; LUCCA, Sérgio
Roberto; AZEVEDO, Valmir Antonio; BAGATIN, Ericson. Exposição ocupacional e
ocorrência de pneumoconioses na região de Campinas (SP) Brasil, 1978 – 2003. J. Bras.
Pneumol., v.34, n.6, p.367-372, 2008.
MALO, Jean-Luc; CARTIER, Andre; DESJARDINS, Alain; WEYER, Raymond;
VANDENPLAS, Olivier. Occupational asthma caused by oak wood dust. Chest, v.108,
p.856-58, 1995.
MANDRYK, John; ALWIS, Udeni; HOCKIN, Ailsa. Effects of personal exposures on
pulmonary function and work-related symptoms among sawmill workers. Ann. occup. Hyg.,
v.44, n.4, p.281-289, 2000.
MAPP, Cristina; BOSCHETTO, Piera; MAESTRELLI, Piero; FABBRI, Leonardo.
Occupational asthma. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine,
v.172, p.280-305, 2005.
MEO, Sultan A. Effects of duration of exposure to wood dust on peak expiratory flow rate
among workers in small scale wood industries. Internat. J. Occupat. Med. Environm.
Health, v.17, n.4, p.45-455, 2004.
MILANOWSKI, J.; GORA, A.; SKORSKA, C.; TRACZYJ-KRYSINSKA, E.;
MACKIEVICZ, B.; SITKOWSKA, J. Work-related symptoms among furniture factory
workers in lublin region (Eastern Poland). Ann. Agric. Environ. Med., v.9, p.99-103, 2002.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2008. Operadores de máquinas de desdobrar
madeira. Disponível em: <http://www.mte.gov.br>. Acessado em 2 de junho de 2009.
OSMAN, Erdinç; PALA, Kayihan. Occupational exposure to wood dust and health effects on
the respiratory system in a minor industrial estate in Bursa/Turkey. International Journal of
Occupational Medicine and Environmental Health, v.22, n.1, p.43-50, 2009.
PAES, Cilso Dias; PESSOA, Bruna Varanda; JAMAMI, Maurício; DI LORENZO, Valéria
Amorim Pires; MARRARA, Kamilla Tays. Comparação de valores de PFE em uma amostra
da população da cidade de São Carlos, São Paulo, com valores de referência. J. Bras.
Pneumol., v.35, n.2, p.151-156, 2009.
PEREIRA, Carlos Alberto de Castro. Espirometria. J. Pneumol., v.26, n.3, p.S1-S14, 2002.
PIGNATTI, Wanderlei Antonio; MACHADO, Jorge Mesquita. Riscos e agravos à saúde de
trabalhadores das indústrias madeireiras de Mato Grosso. Ciência & Saúde Coletiva, v.10,
n.4, p.961-973, 2005.
PUBLIO, Alessandra Zanovelli. Avaliação de trabalhadores das indústrias moveleiras de
Votuporanga-SP, aspectos respiratórios clínicos e funcionais. 2002. 60f. Dissertação
(Mestrado em Fisioterapia) – Centro Universitário do Triângulo, UNITRI, 2002.
48
PUBLIO, Alessandra Zanovelli. Prevalência de sintomas respiratórios entre
trabalhadores da indústria moveleira, da cidade de Votuporanga-SP. 2008. 96f. Tese
(Doutorado em Saúde Coletiva) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de
Campinas, 2008.
PUNTARIC, Dinko; KOS, Ankica; SMIT, Zdenko; ZECIC, Zeijko; SEGA, Kresimir;
BELJO-LUCIC, Ruzica; HORVAT, Dubravko; BOSNIR, Jasna. Wood dust exposure in
wood industry and forestry. Coll. Antropol., v.29, n.1, p.207-211, 2005.
RODRIGUES, Sergio L. Reabilitação Pulmonar: conceitos básicos. Barueri: Manole, 2003.
RONGO, Larama; BESSELINK, Anoek; MSAMANGA, Gernard; BARTEN, Françoise;
DOLMANS, Wil; HEEDERIK, Dick. Lung function among low- and high-exposure workers
in small-scale wood industries in Tanzania. East African Journal of Public Health, v.2, n.1,
p.17-20, 2005.
ROSA, Edna Aparecida. Síndrome tóxica por inalação de poeira orgânica. Bolet. Pneumol.
Paulist., v.23, p.10-11, 2004.
SCHLÜNSSEN, V.; SCHAUMBURG, I.; HEEDERIK, D.; TAUDORF, E.; SIGSGAARD,
T. Indices of asthma among atopic and non-atopic woodworkers. Occupational and
Environmental Medicine, v.61, p.504-511, 2004.
SCHLÜNSSEN, V.; SIGSGAARD, T.; ANDERSEN, N. T.; SCHAUMBURG, I.;
PEDERSEN, O. F. Nasal patency is related to dust exposure in woodworkers. Occup.
Environ. Med., v.59, p.23–29, 2002.
SCHLÜNSSEN, V.; SIGSGAARD, T.; SCHAUMBURG, I.; KROMHOUT, H. Cross-shift
changes in FEV1 in relation to wood dust exposure: the implications of different exposure
assessment methods. Occup. Environ. Med., v.61, p.824-830, 2004.
SHAMSSAIN, MH. Pulmonary function and symptoms in workers exposed to wood dust.
Thorax, v.47, p.84-87, 1992.
SOBIERAY, Theophilo Nelson; NOGUEIRA, Marta Cristina; DURANTE, Luciane
Cleonice; LAMBERT, José Antônio. Um estudo sobre o uso de equipamentos de proteção
coletiva como prevenção de acidentes em indústrias madeireiras de Mato Grosso. Rev.
eletrônica Mestr. Educ. Ambient., v.18, p.268-282, 2007.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA – SBPT, 2001. Testes
de função pulmonar. Disponível em: < http://www.projetodiretrizes.org.br>. Acessado em: 03
de Março de 2009.
SPIEWAK, Radoslaw; BOZEK, Andrzej; MASLOWSKI, Tomasz; BREWCZYNSKI, Piotr.
Occupational asthma due to wood dust exposure (ash, oak, beech and pine) - a case study.
Ann. Agric. cerca MED., v.1, n.1, p.73-76, 1994.
WEST, John Burnard. Fisiologia respiratória. 6. ed. Barueri SP: Manole, 2002.
WU, Xinfeng; DELCLOS, George; ANNEGERS, John; BONDY, Melissa; HONN, Susan;
HENRY, Betty; HSU, T. C.; SPITZ, Margaret. A case-control study of wood dust exposure,
49
mutagen sensitivity, and lung câncer risk. Cancer Epidemiology, Biomarkers &
Prevention, v.4, p.583-588, 1995.
50
APÊNDICE 1
51
APÊNDICE 2
MODELO DOS ACEITES DAS INDÚSTRIAS MADEIREIRAS
Belém,
fevereiro de 2009
Nome da serraria,
Eu, Nome do Proprietário ou Responsável, portador do RG:_______________ e
CPF:_______________________ , autorizo o acesso às dependências da Indústria NOME
DA SERRARIA, portadora do CNPJ: ________________________________________, no
período de junho a julho de 2009, para a realização da pesquisa intitulada “ANÁLISE DO
PERFIL PNEUMOFUNIONAL DOS TRABALHADORES EXPOSTOS AO PÓ DE
MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PARÁ – BRASIL”, das alunas do 7°
semestre da Universidade da Amazônia, Mayara Miranda, Priscilla Porto e Satiane Maulli,
orientado por Valéria Normando, junto aos trabalhadores da indústria, com o intuito de
adquirir informações para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Estando
também ciente e concordando com a publicação dos resultados encontrados no trabalho de
conclusão de curso.
Atenciosamente,
___________________________
Nome do proprietário
52
APÊNDICE 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNIONAL DOS TRABALHADORES
EXPOSTOS AO PÓ DE MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”.
Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento
abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua
colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer
momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.
Eu, _________________________________________, residente e domiciliado na_________
_____________________________, portador da Cédula de identidade, RG ______________,
e inscrito no CPF______________________ nascido (a) em _____ / _____ /_______, abaixo
assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do
estudo “Análise do perfil pneumofuncional dos trabalhadores expostos ao pó de madeira
no município de Jacundá – PA – Brasil”.
Estou ciente que:
I) Essa pesquisa terá como objetivo avaliar o perfil pneumofuncional dos trabalhadores
expostos ao contato direto com o pó de madeira.
II) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como
não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos de avaliação efetuados com
o estudo;
III) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento
em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;
IV) Passarei por um questionário de avaliação, onde serão coletados meus dados pessoais,
minha história ocupacional e social e, por uma avaliação respiratória, utilizando um
espirômetro com software, onde realizarei uma inspiração forçada e em seguida expirarei
de forma intensa e rápida;
V) Poderei apresentar um leve desconforto respiratório após a avaliação respiratória e, caso
isto ocorra, terei quinze minutos de descanso, para dar seqüência à avaliação;
VI) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá
interferir na avaliação proposta;
VII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados
referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde;
53
VIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha
participação voluntária;
IX) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo;
X) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus
dados pessoais não sejam mencionados;
XI) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e
finais desta pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
Jacundá, ______ de ______________________ de 2009.
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
______________________________________________
Assinatura do participante
Testemunha 1 : ___________________________________________________
Nome / RG / Telefone
Testemunha 2 :
__________________________________________________
Nome / RG / Telefone
Responsável pelo Projeto:
Valéria Marques Ferreira Normando
Telefone para contato: 91 – 8112-8272
54
APÊNDICE 4
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNIONAL DOS TRABALHADORES EXPOSTOS
AO PÓ DE MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PARÁ – BRASIL”.
REGISTRO
Nome:
_______________________________________________________________________
Endereço: _____________________________________ Tel: ___________________
Data de nascimento:_____/_____/_______ Data da avaliação: _____/_____/________
Empresa: _______________________________ Ocupação: _____________________
QUESTIONÁRIO
Você já apresentou ou apresenta alguma doença pulmonar e/ou patologia associada?
( ) Sim ( ) Não
Qual(is)?______________________________________
Há quanto tempo?__________________________________________________
Você apresenta algum dos sinais/sintomas abaixo?
( ) Tosse ( ) Dispneia ( ) Coriza ( ) Sudorese ( ) Irritação no nariz
( ) Outros________________________________________________________
Com relação ao expediente de trabalho, você apresenta algum desconforto?
( ) Não
( ) Sim, durante o expediente
( ) Sim, após o expediente
( ) Sim, durante e após o expediente
Tabagismo? ( ) Sim ( ) Não
(
(
) Cig./dia (
) anos/tabag.
) anos/parado
Atividade física? ( ) nega ( ) irregular ( ) regular
Qual?______________________
Turno de trabalho: ( ) Manhã
( ) Tarde
( ) Noite
Você tem acesso a equipamentos de proteção? ( ) sim ( ) não
Você faz uso do equipamento de proteção individual completo?
55
( ) Sim
( ) Não
Qual(is)?_______________________________________
Quanto tempo trabalha na Empresa?________e, na ocupação?_____________
Trabalha quantas horas diárias?________
Faz hora extra? ( ) Sim
( ) Não
Há intervalo no turno de trabalho? Sim ( ) Não ( ) Tempo?____________
Faz uso de algum medicamento? Sim ( ) Não ( ) Qual?______________
AVALIAÇÃO GERAL
Altura: ___________
Peso:____________
Sinais Vitais:
FR:___________irpm
FC:_________bpm
PA:___________mmHg
56
ANEXO 1
Download

ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNCIONAL DOS