FISSURA E ESTRATÉGIAS DE MANEJO COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS DE USUÁRIOS DE CRACK NO MUNICÍPIO DE SANTOS Carolina de Toledo Piza Kleiner* e Adriana Marcassa Tucci (Departamento de Saúde, Educação e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista, Santos – SP). O crack pode ser uma ameaça à saúde pública em nosso país e demanda atuações interligadas dos setores político, social e de saúde para o enfrentamento de tal problemática. Os usuários dessa substância ficam mais suscetíveis a contrair DSTs e sofrerem violência, também ficam mais agressivos, normalmente devido à fissura e aos sintomas paranóides que os acometem. A fissura (craving), desejo compulsivo por usar determinada substância, dificulta a permanência do usuário em tratamento, assim como o uso controlado dessa substância. Esse trabalho teve como objetivo conhecer e entender as estratégias cognitivo-comportamentais utilizadas pelos usuários de crack para o manejo da fissura e entender como eles se sentem em relação a ela com o intuito de contribuir para a construção de intervenções e tratamentos mais adequados. Utilizou-se de metodologia de natureza qualitativa, sendo um estudo transversal e exploratório realizado no município de Santos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semidirigidas, norteadas por um roteiro semiestruturado. A análise dos dados se deu a partir de leitura exaustiva, estabelecimento de categorias temáticas e cotejamento das mesmas com a literatura existente. Foram entrevistados 28 usuários de crack de ambos os sexos e com idade igual ou superior a dezoito anos, sendo 17 do sexo masculino e 11 do sexo feminino. A fissura foi descrita pelos usuários como uma sensação de nervosismo e ansiedade, além de sensações de dores físicas e ter dinheiro em mãos apareceu como um desencadeador e/ou facilitador da mesma. As estratégias cognitivo-comportamentais relatadas pelos usuários foram a prática de atividades físicas e laborais, tentar se afastar do local onde outros usuários consomem a droga, ter uma mudança de pensamento e de comportamento em relação ao crack, ter autocontrole, ter alguém de confiança que se responsabilizasse pelo dinheiro a ser disponibilizado ao usuário. Detectou-se que a maioria dos usuários de crack apresenta alguma estratégia cognitivocomportamental para lidar com a fissura. Reforça-se a necessidade de se considerar o contexto social desses usuários, assim como de se efetivar as políticas de álcool ou outras drogas vigentes em nosso país. C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5 Fontes apoio financeiro e/ou bolsas: Aluna de graduação foi bolsista FAPESP/Processo nº 2012/12309-3. Palavras-chave: fissura, estratégias, cognitivo-comportamental. Área temática: Intervenções na área da saúde. C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5